22.8 C
Sorocaba
quinta-feira, abril 18, 2024

A Confederação de Delos e a Guerra do Peloponeso

Enquanto Atenas consolidava o regime democrático, os persas, que já eram senhores de grandes domínios no Oriente, avançavam em direção ao Oeste. Sob o comando do Imperador Dario I, chegaram à Ásia Menor, onde atacaram Mileto, Éfeso e as ilhas de Samos e Lesbos.

Após algum tempo de submissão, essas regiões rebelaram-se e solicitam auxílio à Atenas que enviou apoio militar; porém esses reforços foram insuficientes permitindo que os persas destruíssem Mileto e avançassem sobre a Grécia. Estavam começando as Guerras Médicas…

A primeira expedição enviada por Dario I foi desbaratada em Maratona em 490 a.C., numa batalha em que os gregos, apesar da inferioridade numérica, venceram o conflito.

Nos anos seguintes, Atenas reforçou o seu poder marítimo, ao mesmo tempo em que modernizou o exército, preparando as cidades gregas para enfrentar os novos ataques dos persas. Quando Xerxes, sucessor de Dario I, deu início à segunda investida contra o território grego, os persas quase conseguiram dominar a Grécia, quando o exército espartano chegou a invadir e incendiar Atenas, porém, os persas foram derrotados na batalha naval de Salamina.

Sem suprimentos e reforços, as forças persas recuaram para a Ásia Menor, sendo derrotados na batalha de Platéia em 479 a.C., por forças atenienses e espartanas.

O período compreendido entre os anos 461 a.C. e 429 a.C. é considerado a “Idade de Ouro” de Atenas, quando a cidade viveu o seu auge econômico, militar, político e cultural. Durante esses trinta anos, sob o governo de Péricles, Atenas tornou-se a cidade mais importante da Grécia. Historicamente, esse período é chamado de “O Século de Péricles”.

Péricles também se empenhou na reconstrução e no embelezamento de Atenas, tendo construído o Parthenon – templo dedicado à deusa Atena e as novas muralhas em torno da cidade.

Nessa época, Atenas tinha quarenta mil cidadãos que, somados às suas famílias, totalizavam um total de 150 mil pessoas; os estrangeiros chegavam a 50 mil, e os escravos chegavam perto de 120 mil pessoas; assim, de uma população estimada em 320 mil pessoas, apenas 40 mil participavam do sistema democrático.

Com o decorrer do tempo, a presença ateniense na Confederação de Delos, assumiu um caráter imperialista. Atenas interferia na política e na sociedade dos demais aliados. Após pressões atenienses, o tesouro da Confederação de Delos, foi transferido para Atenas.

Por causa desse fato, alguns Estados-membros da Confederação quiseram se retirar, porém Atenas obrigou-os a permanecer por meio da força, transformando-os de aliados que eram, em Estados pagadores de tributos ao tesouro central da Confederação, localizado em Atenas.

Em Atenas, Péricles era democrata, mas em relação a outros Estados tinha uma postura imperialista.

Foi com os recursos advindos da dominação interna, da escravidão e do imperialismo externo que os atenienses ostentavam o status de cidadãos e garantiam o esplendor econômico e cultural do Século de Péricles, porém, as demais cidades-Estado que haviam adotado a aristocracia, representadas, especialmente por Esparta, se opunham ao expansionismo ateniense, considerando-o um perigo econômico e político.

Perante esse quadro e sob liderança Espartana, essas cidades-Estado, organizaram a sua própria liga, a Confederação de Peloponeso.

Em 431 a.C., as duas cidades rivais (Atenas e Esparta) entraram em conflito, devido a uma disputa comercial entre Atenas e Corinto, antiga aliada de Esparta. Esparta tinha um exército forte, ao passo que o poderio ateniense estava no poderio marítimo; inicialmente, Esparta conseguiu predominar, arrasando os campos de Ática, obrigando os seus habitantes a se refugiarem dentro das muralhas atenienses; a superpopulação ajudou na propagação de uma epidemia que atingiu inclusive Péricles.

A partir daí, foi declarada uma guerra, que desgastou ambos os lados, pois os conflitos duraram dez anos, sem nenhum vencedor ou derrotas decisivas.

Em 421 a.C., foi assinada a Paz de Nícias, rompida por Atenas sete anos depois, reiniciando os conflitos, que só se encerraram com a vitória espartana na batalha de Egon Potamos, em 404 a.C., obrigando Atenas a entregar a sua marinha, a demolir as suas fortificações e a renunciar ao seu imperialismo.

Com o encerramento das hostilidades, iniciou-se o período da hegemonia espartana, com a ascensão dos governos oligárquicos, acarretando o fim do regime democrático em Atenas que foi substituído por um Conselho formado por trinta cidadãos atenienses, formando o Governo dos Trinta Tiranos, ocorrendo o mesmo em outras cidades gregas, onde existia a democracia, porém o domínio espartano durou pouco tempo; assim, encerrou-se o ciclo imperialista ateniense, gerando as condições para a deflagração de futuro conflito, que seria iniciado mais tarde, a Guerra do Peloponeso, que traria o desfecho final da situação.

Nessa época, quando se iniciou o período da hegemonia espartana, a cidade de Tebas projetava-se como uma grande potência militar da Grécia; Tebas se opôs à Esparta e, graças à tática militar de dois excelentes generais, Epaminondas e Pelópidas, os tebanos venceram a batalha de Leutras, ocorrida em 371 a.C. . Encerrado o conflito, Tebas iniciou um curto período de supremacia.

Essas guerras constantes enfraqueceram os gregos e, a partir de meados do século IV a.C., nenhuma cidade grega tinha condições de se sobrepor às demais. Durante esse período de desagregação grega, a região da Macedônia, localizada do norte da Grécia, se fortalecia e se expandia, tornando inevitável o domínio sobre a Grécia enfraquecida.

Contudo, apesar da ocorrência de constantes conflitos regionais, os gregos legaram uma herança cultural muito rica que incentivou a cultura renascentista e influenciou toda a civilização ocidental, até os nossos dias.

As concepções dos gregos sobre beleza, retratadas nas esculturas, na pintura e na arquitetura foram tidas como clássicas, por seu equilíbrio e harmonia; a produção teatral, filosófica e científica grega, foi muito fecunda, delineando as linhas do pensamento, até a Idade Moderna.

A GUERRA DO PELOPONESO

A rivalidade político-econômica entre Atenas e Esparta, provocou a deflagração do conflito conhecido como Guerra do Peloponeso, entre 431 a.C. e 404 a.C.

Atenas, democrática, mercantil e imperialista baseava a sua força no poderio marítimo e no apoio dos aliados, membros da Confederação de Delos.

Esparta, mais conservadora, apoiava-se em um exército forte e bem treinado; graças a esse poderio, Esparta liderou a Confederação do Peloponeso, marcando o fim da hegemonia ateniense.

Uma das principais causas da Guerra do Peloponeso, foi o imperialismo ateniense, que controlava dezena de cidades, membros da Confederação de Delos, explorando-as pelo pagamento de pesados tributos; além disso, Atenas procurava implantar regimes democráticos nas cidades, provocando o temor da unificação grega em torno de si.

Os conflitos comerciais e marítimos entre Atenas e Corinto serviram como estopim ao conflito. Corinto era aliada de Esparta.

Durante a guerra, os camponeses atenienses refugiaram-se na cidade; a falta de higiene, somada às péssimas condições alimentares, causou uma epidemia, que matou um terço da população, inclusive Péricles, o maior dirigente democrata ateniense.

Em 421 a.C., atenienses e espartanos assinaram a Paz de Nícias, porém, em 431 a.C., dez anos mais tarde, Atenas e Esparta voltaram a se enfrentar, até o desfecho final do conflito, com a vitória de Esparta na batalha naval de Egospótamos, em 404 a.C.

Atenas foi invadida e passou a ser apenas um satélite de Esparta. E a Confederação de Delos foi dissolvida.

A Grécia saiu dessa guerra completamente devastada e mergulhou em um período de profunda decadência, da qual custaria a se recuperar.

Outros trabalhos relacionados

Constituição de 1988

INTRODUÇÃO A redemocratização do país perpetuou a marca histórica do costume brasileiro de instalar uma nova ordem sem retirar do poder elites de outrora. Foi...

HISTORIA DO ANTIGO EGITO

Economia: A economia egípcia era baseada principalmente na agricultura que era realizada, principalmente, nas margens férteis do rio Nilo. Os egípcios também praticavam o comércio...

Egito Antigo

1. A mumificação * O costume do embalsamamento (ou da mumificação) no Egito antigo surge como um reflexo às práticas efetuadas com Osíris. Consistia na...

UMA ABORDAGEM HISTÓRICA SOBRE OS POVOS INDÍGENAS

Uma abordagem histórica sobre os povos indígenas e seu direito a educação. Resumo: O presente artigo proporcionará uma abordagem histórica sobre os povos indígenas, fazendo...