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terça-feira, abril 16, 2024

Biomas e Impactos Ambientais no Hotel

Autoria: Adriana Queiroz

Biomas e Impactos Ambientais no Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba

INTRODUÇÃO

O tema proposto nos remete diretamente a uma relação entre o Homem e a Natureza. Ao iniciarmos um planejamento, devemos nos lembrar que nossa principal matéria-prima é O HOMEM, pois é ele quem tem o poder de manejar, construir, acrescentar, plantar, realizar, porém também é o homem quem pode destruir, matar, retirar, enfim acabar com a natureza. Partindo-se desse princípio notamos a grande preocupação que nos últimos anos vem se acentuando com o meio ambiente, daí o turismo tornar-se uma atividade tão criticada por sua utilização indiscriminada. Muitas de suas realizações são compatíveis em áreas naturais, em especial o ecoturismo, o turismo de aventura, com tendência significativa de “viver a natureza”. Essa é uma das propostas do HOTEL TRANSAMÉRICA ILHA DE COMANDATUBA, que tem a preocupação de aumentar o interesse pelo espaço natural, resgatando assim a natureza.

Apresentamos, pois o nosso tema, ou seja, um levantamento do Bioma e das paisagens, identificando os atrativos naturais e a ocupação dos espaços e exploração da natureza pelos empreendimentos. Escolhemos o HOTEL TRANSAMÉRICA ILHA DE COMANDATUBA, um resort localizado no município de Una, na Bahia, para mostrar como o mesmo utiliza esses atrativos em suas propagandas, em suas paisagens, em seus biomas e em seus tipos de passeios. Acrescentamos, ainda, a interação do hotel com a população local, o seu interesse pelos projetos futuros, interesse pela difusão do ecoturismo e reeducação ambiental .

Ao final, buscamos destacar aspectos relacionados ao Marketing , o Turismo na atualidade e suas perspectivas e o Impacto Econômico sobre o Turismo nos dias de hoje.

DESENVOLVIMENTO

1. APRESENTAÇÃO DO RESORT

HOTEL TRANSAMÉRICA ILHA DE COMANDATUBA

A 50 km de Ilhéus, separada do continente por uma pequena distância, está a melhor alternativa de lazer de luxo do Brasil: a Ilha de Comandatuba. Único resort brasileiro a constar da seleta lista do The Leading Hotels of The World, é também único em sua combinação exclusiva de requinte, ecologia, conforto, tranqüilidade e diversão. Os hóspedes são recebidos no aeroporto e levados em ônibus privativos até o ancoradouro, para uma travessia de alguns minutos em balsa própria. Assim que chega, o hóspede da Ilha de Comandatuba torna-se dono de 21 km de praia intocada, cercada por coqueirais centenários e jardins tropicais de mais de um milhão de metros quadrados. Ao lado desta imersão completa na natureza, há ainda mais de 80 opções diversificadas de esporte e lazer, para todos os gostos e idades.

A riqueza da fauna e da flora pode ser observada em toda a extensão da Ilha de Comandatuba e região. Os passeios são agradáveis lições sobre o ecossistema local. São grandes atrações a caminhada pelas pontes suspensas do Eco Parque de Una e o Safari da Lama Negra. Vale a pena também conhecer o manguezal pelo píer, energizar-se na fazenda Dona Vida e ter um encontro com a cultura baiana, nas cidades de Ilhéus (terra de Gabriela) e Canavieiras, com seus casarões antigos. Descanso é praticamente sinônimo de Ilha de Comandatuba: sombra, água fresca e um horizonte de coqueiros. O único barulho que o hóspede ouve aqui é o do vento contra as folhas, ou dos pássaros madrugadores.O único congestionamento que pode enfrentar é o dos siris em fileira na areia. A única hora marcada é para andar, por exemplo, de caiaque. E a única incerteza será a dúvida entre tanta coisa boa para se fazer ou não fazer absolutamente nada.

Cada dia, uma emoção: este é um dos lemas da Ilha de Comandatuba. São diversas alternativas de esportes e lazer oferecidas como bicicleta, tênis de praia, futebol de sabão, arco e flecha, aulas de dança, futebol, vôlei de praia, hidroginástica, musculação. As opções de esportes náuticos são inesgotáveis: caiaque, vela, big banana, ski aquático, windsurf, lancha, escuna, mergulho. Há instrutores e monitores à disposição para quem quer arriscar um esporte pela primeira vez. Predileções à parte, a pesca oceânica na região é excelente. As águas de Comandatuba são as melhores de toda a Costa Atlântica para se fisgar peixes. O hotel criou uma infra-estrutura capaz de proporcionar às crianças toda diversão, e aos pais a tranqüilidade de saber que elas estão brincando em segurança.

Uma equipe de baby-sitters (sob solicitação) cuida dos menorzinhos, e outra de monitores se dedica aos maiores de quatro anos. A Casa das Crianças é um espaço onde vale tudo: confecção de pipas e bonecos, jogos, gincanas, campeonatos. As atividades para as crianças só confirmam que elas são hóspedes muito bem vindos e por isso são tratadas com todo carinho e atenção que merecem. Em Comandatuba, o capricho da natureza aliado à excelente infra-estrutura do resort fazem com que os hóspedes se sintam num verdadeiro paraíso. Quando os pequenos se cansam de tanta atividade, podem correr para a piscina só deles, e depois almoçar no restaurantezinho Cravo e Canela, onde ninguém liga se eles repetirem a sobremesa. E quando se reecontrarem com os pais, terão certamente mil e uma estórias para contar.

Comandatuba é um destino cada vez mais procurado por turistas de todos os gostos e idades pois são quase 100 as opções de esporte e lazer. É o mais completo hotel de lazer do Brasil. A principal característica da Ilha é a sua infinidade de coqueiros. São mais de 25.000 coqueiros espalhados ao longo da mesma, formando um cenário de rara beleza. Os jardins são verdadeiras obras de arte que foram cuidadosamente projetados por Edward Stone, um dos maiores especialistas do mundo.

Ideal para o Ecoturismo, é um dos poucos destinos capaz de concentrar áreas de manguezal que abrigam rara fauna silvestre e parte da Mata Atlântica ainda intocável. A Ilha de Comandatuba ainda abriga a reserva Biológica de Una e é considerada por cientistas e ambientalistas uma das áreas mais importante do planeta para conservação ambiental, devido ao grande número de espécies animais e vegetais, muitas delas ocorrendo exclusivamente nessa região. Toda a estrutura do hotel visa o contato direto com a natureza e propicia o descanso. Basta usufruir da sombra, água fresca e o horizonte de coqueiros. No hotel, o hóspede mergulha na natureza e sente a brisa, escuta os pássaros, observa a luz do sol entrando entre os coqueiros , aprecia com tranqüilidade o nascer e o pôr do sol. Aprecia, enfim toda a tranqüilidade que a natureza oferece.

Os apartamentos, suítes e bangalôs foram decorados por Sig Bergamin. Charmosos e alegres, como devem ser os aposentos de um resort, os apartamentos voltados para a praia são em tons de azul e aqueles com vista para o coqueiral, esverdeados. A arquitetura do hotel cria uma atmosfera de perfeita integração com a paisagem, um diálogo feliz entre o concreto, as madeiras nobres, o requinte das instalações e a nobreza da vegetação circundante. As 370 acomodações, entre bangalôs, suítes e apartamentos, são decoradas com leveza, informalidade e sofisticação, totalmente equipadas.

2. CONCEITO DE BIOMAS

Biomas são as grandes formações vegetais encontradas nos diferentes continentes e devidas principalmente aos fatores climáticos (temperatura e umidade) relacionados à latitude, ou seja, é um conjunto de formas de vida que ocupam determinada área natural, sob influência de um mesmo tipo de clima. Os lugares estão agrupados em continentes, tanto por sua geografia como por sua história. As diferentes paisagens que diferenciam os lugares não são apenas o resultado das condições naturais, mas também do trabalho acumulado por gerações e gerações. Continentes são um exemplo dos diversos conjuntos espaciais existentes na superfície da Terra. Que é um conjunto espacial? É uma maneira de reunir, pelo conhecimento, fatos geográficos que possuem características próprias, as quais estamos interessados em conhecer.

Um conjunto é formado por elementos que têm uma relação entre si, isto é, uma característica comum a todos eles. Existem vários conjuntos espaciais que podem ser definidos na superfície da Terra. Os continentes, os países desenvolvidos, as zonas climáticas são exemplos de conjuntos delimitados no espaço geográfico, e que podem ser representados em um mapa. Delimitar um conjunto significa traçar o contorno que abrange todos os lugares que apresentam uma característica comum, de acordo com as informações de que dispomos.

É possível formar vários tipos de conjuntos espaciais em função dos muitos aspectos que identificamos na realidade, tais como o relevo, o clima, os solos, a vegetação, uma bacia hidrográfica, um campo arado ou uma cidade. Certos conjuntos não são difíceis de delimitar.

Uma ilha, uma grande floresta ou uma cidade, por exemplo. Esses conjuntos podem ser observados a partir de um ponto mais elevado – de um avião ou por fotografias aéreas ou imagens de satélite. Em uma vista aérea, uma cidade aparece com seus contornos claros. Mas, quando viajamos de automóvel, trem ou ônibus, não conseguimos perceber claramente onde a cidade acaba e onde se inicia o campo que a circunda. Isso é explicado pela escala de observação: quanto mais nos aproximamos de uma paisagem, mais ricos serão os detalhes e mais complexas suas nuanças. Existem conjuntos formados por interações complexas de diversos fatores. A paisagem geográfica não é a simples adição de elementos desordenados, e sim o resultado da combinação dinâmica – portanto, instável – de elementos físicos, biológicos e humanos que, interagindo uns sobre os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissolúvel em perpétua evolução. Para delimitar os contornos das diversas paisagens que existem na superfície da Terra é necessário definir uma classificação em ordens de grandeza, na qual estejam presentes níveis superiores e inferiores.

Um ponto de partida para essa classificação, normalmente empregado pelos biólogos que fazem levantamento sistemático das espécies vivas, são os biomas, que constituem grandes conjuntos para se classificar e ordenar os sistemas de vida existentes na biosfera.

Um bioma inclui todas as plantas e animais adaptados a um clima comum. As características ecológicas da vegetação do bioma dependem das variações sazonais de temperatura e precipitação, ou seja, as variações de acordo com as estações do ano. Por isso, esses sistemas de vida são – quando considerados biomas terrestres – grandes formações vegetais, em que os animais mostram-se condicionados pela estrutura física do sistema vegetal. Assim, animais arbóreos precisam de árvores, como ruminantes necessitam de ervas. Nesse sentido, bioma é uma comunidade em que os seres vivos oferecem soluções para problemas comuns e, portanto, estão ambientalmente ligados.

Para entender a lógica de classificação dos biomas, poderíamos construir um continente imaginário que se estendesse desde as altas latitudes do Hemisfério Norte até o Cone Sul e procurasse sintetizar alguns dos processos básicos de formação das paisagens diferenciadas existentes na superfície da Terra. Esse continente seria mais largo no norte do que no sul para refletir a situação diferenciada na distribuição de terras e mares. Correntes quentes partiriam do Equador e seriam dominantes na fachada leste ou oriental. Por sua vez, as correntes frias dominariam a porção oeste ou ocidental, por causa do movimento de rotação da Terra de oeste para leste.

Nesse continente imaginário, teríamos no extremo norte: a tundra, que é um bioma marcado pela presença de vegetação rasteira, com líquens e musgos, e animais adaptados ao clima, como o urso polar. Segue-se a grande floresta boreal, também chamada de taiga, em que predominam os pinheiros, que é um vegetal de folhas acicufoliadas, isto é, em forma de agulhas, para reduzir a transpiração e suportar os longos invernos. As folhas do pinheiro, de difícil decomposição, são um dos responsáveis pela formação dos solos podzólicos nesse bioma.

A distância até o litoral explica a presença das estepes temperadas, propícias para uma vegetação rasteira que desaparece durante o inverno, quando o interior do continente fica coberto de neve. O desenvolvimento cíclico dessas grandes extensões de ervas é o grande responsável pela grande quantidade de húmus, que dá coloração escura aos solos das estepes e pradarias.
A floresta temperada, de folhas decíduas (isto é, que caem durante o inverno ou na estação seca), marca a fachada ocidental do continente, enquanto a presença de correntes quentes confere caráter subtropical às florestas que ocorrem na fachada oriental, cujo clima está em grande parte condicionado pelos mecanismos ligados à circulação atmosférica entre continente e oceano.

As correntes marinhas frias também explicam a presença de desertos e biomas semi-áridos na fachada ocidental, tanto no Hemisfério Norte quanto no Hemisfério Sul de nosso continente imaginário. Os desertos e as estepes semi-áridas são áreas em que as formas de vida estão adaptadas à escassez de água, a exemplo do cacto americano, cujos caules são capazes de reter água por longos períodos. Também se formam desertos nas áreas próximas às latitudes em torno de 30 graus, principalmente no Hemisfério Norte, já que os centros de alta pressão formadores dos alíseos – ventos permanentes que circulam entre as latitudes próximas aos Trópicos e ao Equador – estão sobre o continente, retirando a pequena umidade disponível nessas áreas e produzindo um efeito ressecante. Na área cortada pelo Equador, o encontro dos alíseos formando a Convergência Intertropical (CIT) resulta em uma zona de instabilidade que provoca chuvas regulares, durante praticamente o ano todo. Nessas áreas, surge a floresta tropical pluvial, latifoliada (isto é, de folhas largas para facilitar a transpiração, e perenes). Os limites dessa floresta são prolongados na porção oriental do continente, por causa da presença de correntes marinhas quentes e de ventos alíseos úmidos, como ocorre com a Mata Atlântica, no Brasil.

A floresta pluvial decídua marca a passagem para o clima tropical, com estação seca bem marcada. A vegetação mais representativa do clima tropical com estação seca bem marcada é a savana ou o cerrado, que é uma formação arbustiva-herbácea que se desenvolve sobre solos lateríticos. Uma vegetação de clima mediterrâneo, isto é, aquela situada nas latitudes subtropicais – nas quais os efeitos do mar são contrabalançados pela presença de grandes montanhas -, caracteriza-se pela estação seca no verão e pela presença da vegetação de maqui, que é formada por arbustos espinhentos de difícil penetração em seu interior. A idéia de uma vegetação que oferece resistência à penetração de um invasor foi lembrada pela Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial, cujos militantes se auto denominavam maquis. Realizada em nosso continente hipotético, essa classificação em biomas permite compreender os mecanismos básicos que interagem na formação dos grandes conjuntos vivos, e serve como guia para interpretar o mapa das formações vegetais.

2.1 A CLASSIFICAÇÃO DOS BIOMAS

Os biomas são grandes conjuntos de classificação da paisagem, que procuram sintetizar os mecanismos fundamentais de sua formação. Enquanto classificação, eles são produtos do conhecimento e, portanto, constituem uma abstração dos geógrafo e biólogos para compreender os mecanismos básicos dos sistemas de vida existentes no planeta. Hoje, no entanto, com as propostas de desenvolvimento sustentável, os órgãos internacionais estão adotando os biomas como unidades de gestão ambiental, isto é, destinadas à avaliação e ao planejamento dos recursos ecológicos em escala planetária. Em suma, aqui estão os principais tipos de biomas e suas características:

Tundra => Possui umidade e chuvas moderadas (precipitação de 10 a 1000 mm), frio perpétuo e verões muito curtos, altas latitudes e altitudes, solo congelado a maior parte do ano ou até mesmo o ano todo, não possui árvores (só herbáceas, liquens e musgos), diversidade baixíssima e a maioria dos animais são aves insetívoras, lebres, caribus, lobos e raposas). A maior parte deles hibernam ou migram.
Taiga ou Florestas Boreais => Possui umidade e chuvas moderadas( precipitação de 10 a1700 mm), inverno muito frio e verão curto, porém frio e mais longo do que a tundra, latitudes altas, solo raso, pedregoso, a maioria das árvores perenes com folhas em forma de agulhas, poucas com folhas largas (perenifólias, arbustos e caducifólias), diversidade muito baixa e possui aves predadoras, cervos, ursos, lobo e raposas.
Florestas Temperadas => Possui chuva homogênea e temperada ( precipitação de 300 a 3000 mm), estações quente e fria (verões mais longos), maioria das árvores são caducifólias (tons vermelhos e amarelos no outono), solo fértil, diversidade moderada e fauna semelhante à da taiga, mas com porcos, esquilos e outros, além de algumas aves granívoras e frugívoras.
Campos de Gramíneas => Possui uma longa estação de seca, inverno frio e verão moderado (clima temperado seco e/ou sazonal), o fogo é freqüente, sua vegetação consiste em gramíneas (alguns arbustos e nenhuma árvore), seu solo é moderado e fértil, diversidade baixa e fauna de ungulados pastadores, carnívoros grandes, lebres e aves terrestres.
Florestas Tropicais => Muita chuva e umidade alta, pouco sazonalidade, ou seja, climas úmidos e quentes, com estações chuvosas longas, sua vegetação é composta por árvores perenes, arbustos, cipós e epífitas ( possui grandes estratificações), solo pobre a moderadamente fértil e a fauna muito diversificada em espécies e hábitos.
Savanas Tropicais => Possui estações seca e úmida bem marcadas, clima quente, mas com estações de seca longas (chuvas muito concentradas no tempo), sua temperatura é alta e moderada, sua vegetação consiste de muitas gramíneas muitos arbustos e poucas árvores (baixas e com troncos retorcidos no cerrado), o solo vai de pobre até moderadamente fértil, fogo é freqüente, e sua fauna consiste de formigas, cupins e poucos mamíferos pastadores. Possui muitos carnívoros.
Desertos => Pouca umidade e chuva, possui um clima quente e seco, chuvas extremamente raras, grandes variações diárias de temperaturas. Sua vegetação é de arbustos, cactos e suculentas, solo pobre e sua fauna com muitos répteis e poucos mamíferos e aves.
2.2. UM LEVANTAMENTO DOS BIOMAS E DAS PAISAGENS NO HOTEL TRANSAMÉRICA ILHA DE COMANDATUBA

No hotel Transamérica Ilha de Comandatuba, a natureza está diretamente ligada ao bem estar dos hóspedes. Por isso, a valorização por esse sentimento faz com que o hotel se preocupe cada vez mais com os mais de 25.000 coqueiros existentes na ilha e além disso, preserva uma área grande de Mata Atlântica, ou seja, a preservação dos biomas é um dos pontos mais respeitados tanto por hóspedes quanto os funcionários. Os principais tipos de biomas encontrados na ilha são:

A Mata Atlântica é um bioma do tipo Floresta tropical, onde o clima úmido e quente chega a provocar chuvas longas. Ela é encontrada do outro lado da Ilha, no município de Una porém, protegida pelo hotel.
A Savana Tropical também é encontrada perto dos 21 km de praia existentes na ilha. Com sua característica de muitas gramíneas, arbustos e poucas árvores, ela se faz maioria na Ilha.

3. O ECOTURISMO

“Ecoturismo” é um termo que tem sido definido de muitas formas e em geral é usado para descrever atividades turísticas realizadas em harmonia com a natureza, em contraposição às atividades de “massa” mais tradicionais. É considerado, também um tipo de turismo voltado para a natureza, turismo alternativo, cultural, turismo soft, da aventura, turismo responsável, turismo verde. Ainda não há uma definição mais precisa de ecoturismo pois diversas são as pessoas que se dedicam a essa atividade e atribuem a essa palavra perspectivas e motivações próprias. Por exemplo, Orams (1995) e Hvenegaard(1994) escrevem que o termo remonta ao final dos anos 80’, enquanto outros (Higgins, 1996) sugerem que ele remonta aos anos 70’, por intermédio de trabalhos sobre ecodesenvolvimento de Miller (1989).

Já o Conselho Ambiental do Canadá define o ecoturismo como “uma experiência de viagem esclarecedora na natureza, que contribui para a conservação do ecossistema, respeitando ao mesmo tempo a integridade das comunidades locais”. Baseados em várias definições, pode-se dizer que o ecoturismo é uma viagem para áreas naturais, com o objetivo de informa-se a respeito das comunidades locais, proporcionando ao mesmo tempo oportunidades ecnonômicas que colaboram para a conservação e preservação do ecossistema, portanto defende práticas que se preocupam com o meio ambiente e colabora para um desenvolvimento mais sustentado.

3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO ECOTURISMO

Enquanto não há um consenso acerca de uma definição universal para o ecoturismo, suas características gerais podem ser enumeradas como segue abaixo:

Possuir um caráter inter e multidisciplinar em todas as suas etapas de desenvolvimento;
Necessitar de uma organização adequada e de discernimento com vistas a evitar grandes grupos de visitantes, já que os ecoturistas aspiram desfrutar de exclusividade e privacidade;
Proporcionar opções de visitas e excursões dirigidas;
Englobar grupos que desejam contato mais estreito com as populações locais para conhecer seus costumes e sua cultura;
Constituir-se de grupos exigentes quanto ao tratamento de algumas questões éticas, ecológicas ou ambientais;
Proporcionar atividades de relaxamento ou outras com índole desportiva, tais como caminhada, escalada, ciclismo,etc.;
Enfatizar a importância do ambiente natural para sustentar o turismo;
Manter um nível de desenvolvimento em pequena escala, controlado e administrado pela comunidade;
Enfatizar o desenvolvimento com uma relação adequada de custo/ benefício e um mínimo de exploração dos recursos naturais;
Preservar a vegetação, reduzir o desmatamento sempre que possível, adotando uma utilização múltipla da terra sempre que possível e tecnologias alternativas sustentáveis.
Com relação à participação local, teríamos as seguintes características:

Promover a participação local na medida do possível;
Favorecer a autonomia da comunidade local na tomada de decisões;
Proporcionar um senso de propriedade e kiderança local;
Criar oportunidades para que a população local possa controlar e administrar recursos naturais valiosos;
Incentivar o orgulho sociocultural organizando programas voltados para a comunidade;
Incorporar valores e tradições culturais locais, respeitando a ideologia e a herança cultural local;
Proporcionar oportunidades para a integração entre a população local e seus hóspedes.
Com relação às oportunidades para a comunidade local, teríamos ainda:

Coordenar todos os elementos a fim de otimizar os benefícios econômicos locais;
Proporcionar empregos para a comunidade local, incorporando, também as idéias da comunidade nas decisões tomadas;
Criar mercados para os produtos locais e encorajando a utilização dos lucros para as iniciativas de conservação e preservação;
Vincular os lucros aos programas, à educação e à consciência ambiental da comunidade;
Utilizar matéria-prima e mão-de-obra locais para manter os recursos auferidos na economia local;
Manter a administração descentralizada.
3.2 O CRESCIMENTO DO ECOTURISMO

A citação “abusamos da terra porque a encaramos como uma mercadoria que nos pertence. Quando encaramos a terra como uma comunidade à qual pertencemos, podemos começar a usá-la com amor e respeito”, de Aldo Leopold, descreve apropriadamente o dilema que existiu por algum tempo na luta da humanidade por equilibrar a utilização dos recuros naturais e a preservação do mundo natural, devido à ganância do homem por atividades de desenvolvimento econômico, estruturado em padrões de consumo, porém uma crescente consciência ambiental passou a ser integrada aos modos de vida de todo o globo. O sucesso do Dia da Terra de 1990 mostrou claramente que cresce sem parar o número de pessoas que apóiam as iniciativas oficiais para proteger a qualidade do ambiente. A demanda de um turismo cheio de aventura, participativo, educativo e voltado para a natureza está aumentando. Cada vez mais as pessoas sentem a necessidade de “voltar a ter contato com a natureza” antes que seja tarde demais. Daí o crescimento do Ecoturismo em todo o mundo.

Os mais importantes entre os vários fatores responsáveis pelo crescimento do ecoturismo são as necessidades do desenvolvimento sustentado do turismo, uma crescente consciência ambiental por parte da comunidade global, o desejo de um segmento relativamente afluente de turistas do mundo industrializado de ter experiências com a natureza e a convicção do mundo em desenvolvimento de que os recursos naturais são finitos e que, portanto, precisam ser conservados para as gerações futuras. Para o ecoturismo, a sustentabilidade é a palavra chave, a principal condição, razão e consequencia de seu desenvolvimento.

Para ser sustentável a logo prazo, o ecoturismo não pode ser desenvolvido simplesmente copiando-se o que foi feito em outros lugares, sem considerar as variáveis ambientais, sociais, culturais e econômicas da localidade, nem fazendo crescer estruturas e surgir serviços de maneira anárquica e desordenada. O ecoturismo necessita de sistemas de coordenação práticos e eficientes entre todos envolvidos, ou seja, os governos federais, estaduais e municipais, as empresas privadas e as comunidades locais e suas organizações sociais. Nesse crescimento está incluída a planificação, que deve contemplar critérios restritos de ordenamento territorial, inclusive reservas naturais, áreas de baixo e de médio impacto. Esses critérios devem ser respeitados sem exceções, especialmente no que se refere a edificações e outras infra-estruturas turísticas. O planejamento físico e o desenho das infra-estruturas ecoturísticas devem ser feitos de maneira a minimizar qualquer impacto negativo que podem ter sobre o meio natural ou o cultural. Aparentemente é de consenso geral que o ecoturismo involva atividades de saturação mínima e de baixo impacto que podem ser realizadas onde existam locais naturais de suficiente interesse biológico, cultural e geográfico, interesses esses que são atrativos para os turistas.

O Ecoturismo é um segmento do Setor turístico ainda incipiente, entretanto uma análise dos mercados em que esse tipo de atividade se desenvolveu, com grande vigor, indica que os países em desenvolvimento oferecem, em grande parte, as qualidades necessárias para que o ecoturismo venha a construir um dos produtos mais promissores do setor. Segundo as previsões, esse setor crescerá à medida que as pessoas em geral se tornarem mais sensíveis ao problema do ambiente e continuarem se mostrando interessadas nas experiências naturais. O ecoturismo não é apenas o setor que mais cresce no ramo das viagens, mas, cuidadosamente planejado, poderá ser utilizado também para preservar áreas virgens ameaçadas e terras frágeis, e proporcionar às populações dos países em desenvolvimento oportunidades de desenvolvimento em benefício das comunidades.

3.3 O ECOTURISMO NO BRASIL

Conhecido mundialmente por suas belezas naturais e pelo seu “exotismo”, o patrimônio natural do Brasil atrai demanda interna e externa, principalmente para as áreas de ainda difícil acesso, como a região central do País e as áreas do sertão, ou regiões pouco habitadas como a Amazônia e o Pantanal. A procura por esses locais, invariavelmente dotados de ecossistemas frágeis ou de grande importância ambiental, gera, por conseqüência, um contato maior com as unidades de conservação, UCs, que protegem essas áreas. O ecoturismo teve um incremento mundial a partir da década de 80’, na mesma época, houve um aumento do número de Ucs brasileiras com a formação dos parques nacionais, categoria que constitui a principal oferta de atrativos para o ecoturista do País.

Derivado da crescente importância do setor, a EMBRATUR lançou um programa de pólo de ecoturismo, com o apoio da TAM e do IEB (Instituto Brasileiro de Ecoturismo), visando a identificação de locais brasileiros onde o ecoturismo já ocorria com algum sucesso. Com o projeto que se intitulou PÓLOS DE DESENVOLVIMENTO DO ECOTURISMO NO BRASIL, realizou-se um levantamento das características, potencialidades e das condições de infra-estrutura nos locais os quais apresentavam novas alternativas de desenvolvimento. Foram visitados 26 estados brasileiros, com o intuito de estabelecer um processo de discussão de caminhos, de difusão de informações e de troca de experiências. Como resultado foram identificados quase cem pólos de desenvolvimento em nosso país, entre eles: os Lençóis Maranhenses, o Delta do Parnaíba, as Serras do Sul Brasileiro, o Sertão Paraibano, o Vale do Bonito, a Bacia do São Francisco, o arquipélago de Fernando de Noronha, a Serra da Borborema, a Chapada Diamantina, a Baía de Todos os Santos, a Zona da Mata, a Região de Atibaia, a Região dos Lagos (RJ), o Litoral Paulista, o Vale do Itajaí, a Ilha de Santa Catarina, a Costa do Descobrimento (BA), a Serra do Caparaó, entre outros.

3.4 INTEGRAÇÃO: HOTEL TRANSAMÉRICA & ECOTURISMO

Através desses conceitos e explicações, o Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba desenvolve várias atividades afim de entreter os hóspedes e deixá-los mais pertos do meio ambiente. Os principais passeios são:

Passeio da Lama Negra

Experimente a nossa famosa Lama Negra medicinal.

Descrição: navegando pelos canais do manguezal você chegará até o sul da ilha para um banho de lama negra medicinal. No caminho, informações sobre fauna e flora local. Inclui degustação de cachaças e caldo de feijão em uma típica casa de moradores da ilha.

Duração: 3hs

Passeio das Garças

Centenas de garças azuis e brancas fazem parte desse passeio.

Descrição: passeio de escuna monitorado por biólogo para observação da chegada de centenas de garças brancas e azuis em um “dormitório” no manguezal. Passeio realizado no período de março a novembro.

Duração: 1h

Passarela dos Caranguejos

Aprenda a pegar caranguejos com um legítimo pegador.

Descrição: passeio monitorado por biólogo até uma passarela entre as árvores do manguezal. Observação de caranguejos, aves, árvores típicas e uma demonstração das artes da pesca e captura feitas por um legítimo pegador de caranguejos.

Duração: 1h

Adote uma Árvore

Um passeio que vai durar por anos e anos.

Descrição: registre seu nome na história do Hotel Transamérica plantando a árvore símbolo da semana com o acompanhamento de biólogo. Ao final, você receberá um certificado do Instituto ECOTUBA e poderá acompanhar o crescimento da sua árvore.

Duração: 1h

Povoado de Comandatuba

Conheça melhor a região.

Descrição: visite a pitoresca vila de Comandatuba, com a Igreja de São Sebastião, a Praça do Navio e Lojas de Artesanato Local. Informe-se no Departamento de Comunicações.

Duração: Livre

Passeio para a Barra Norte

Assista ao encontro do canal com o mar

Descrição: passeios de escuna para a Barra Norte um dos pontos onde o canal encontra-se com o mar.

Duração: 1:30h

Caminhada para a Barra Norte

Cinco quilômetros de caminhada, com volta de escuna pelo canal.

Descrição: caminhada de 5km para a barra norte. Volta de escuna pelo canal. Com enfoque na flora e na fauna local.

Duração: 2hs

Pôr-do-sol

Tome um champanhe sob o inesquecível pôr-do-sol de Comandatuba

Descrição: passeio de escuna para apreciar um belo fim de tarde na Barra Norte com uma taça de champanhe e frutas.

Duração: 1:30h

City Tour Ilhéus

Conheça a terra onde viveu Gabriela.

Descrição: conheça a história da terra de Gabriela e visite os locais onde viviam alguns personagens de Jorge Amado.

Duração: 7hs

Passeio para Canavieiras

Um passeio por um lugarejo típico do Sul da Bahia.

Descrição: passando pelo vilarejo do Puxim, onde é feita a fabricação artesanal de farinha de mandioca. Conheceremos também a fazendinha de cacau e faremos um tour pelo Centro Histórico de Canavieiras.

Duração: 5hs

Ecoparque de Una

Ande sobre as copas das árvores de uma reserva de Mata Atlântica.

Descrição: caminhada em Reserva de Mata Atlântica, monitorada por biólogo, onde será feita travessia em ponte de 22 metros de altura construída na copa das árvores.

Duração: 5hs

Fazenda do Cacau

Os segredos do fruto que faz o chocolate.

Descrição: Para quem aprecia chocolate, essa é uma boa oportunidade. Conheça o plantio, a colheita e todo o processo de produção do tão conhecido “fruto do ouro”, o cacau.

Duração: 3hs

Usina de Compostagem

Um projeto pioneiro nos resorts brasileiros.

Descrição: conheça com nosso agrônomo, como o departamento de paisagismo do Hotel Transamérica está aproveitando os resíduos orgânicos para o preparo do composto utilizado na adubação dos nossos jardins. Informe-se no Departamento de Comunicações.

Duração: 1h

Cavalgada Ecológica

Opção imperdível para quem gosta de cavalos e natureza.

Descrição: conheça a melhor vista da ilha cavalgando com guia pela Fazenda Country. Instruções básicas de montaria para iniciantes e charrete com pônei disponível. Inclui água de coco e petiscos da fazenda.

Duração: 4hs

Floresta Atlântica

Passeio de escuna, trilha e banho de mar.

Descrição: passeio de escuna até uma trilha ao norte na Mata Atlântica. Você terá a oportunidade de conhecer exuberantes árvores nativas, a praia de Itapororoca e a Ilha do Pescador.

Duração: 2:30hs

Rafting no Rio Aliança

Embarque nessa aventura !

Descrição a 25km do Hotel, desça o Rio Aliança numa corredeira de nível 2 (ideal para iniciantes), acompanhado por instrutor experiente.

Duração :05hs

Ecobike

Desfrute da natureza de um modo diferente.

Descrição: passeio de bicicleta em trilha na Mata Atlântica, localizada na Fazenda Country.

Duração: 3hs

Observação de Aves

Conheça mais de perto nossa fauna e flora.

Descrição: acompanhe o biólogo em uma caminhada pelo Campo de Golfe para aprender sobre a fauna e flora da ilha e observar aves nativas com binóculos.

Duração: 1h

4. IMPACTOS AMBIENTAIS EM ECOSSISTEMAS NATURAIS

Desde os mais distantes antepassados do homem surgiram na Terra, há mais de 1 milhão de anos, eles vêm transformando a natureza. No início, essa transformação causava impactos irrelevantes sobre o meio ambiente, seja pelo fato de haver um pequeno número de pessoas vivendo no planeta, seja pelo fato de que o homem não dispunha de técnicas que lhe permitissem fazer grandes transformações. Assim, durante muitos séculos o homem foi submisso a natureza. Com o passar do tempo, alguns grupos humanos descobriram como cultivar alimentos e como criar animais. Eles se fixaram em determinados lugares da superfície terrestre, tornando-se sedentários.

Com a revolução agrícola, o impacto sobre a natureza começou a aumentar gradativamente, devido à derrubada das florestas em alguns pontos para permitir a prática da agricultura e da pecuária. Além disso, a derrubada das matas proporcionava madeira para a construção de abrigos mais confortáveis e para a obtenção de lenha. A partir daí. Alguns impactos sobre o meio ambiente já começaram a se fazer notar: alterações em algumas cadeias alimentares, como resultado a extinção de espécies animais e vegetais, erosão do solo, como prática agrícolas irregulares, poluição do ar em algumas áreas, pela queima de florestas e da lenha e a poluição das águas, por excesso de matéria orgânica.

Outro ponto muito importante na evolução dos impactos sobre o meio ambiente foi o surgimento das primeiras cidades. A população humana começou a crescer num ritmo mais rápido e assim, os impactos sobre o meio ambiente aumentaram gradativamente, mais ainda de forma muito lenta e sempre localizada, sem nenhuma implicação além da escala no lugar. Daí a necessidade premente de se rediscutir o modelo de desenvolvimento, o padrão de consumo, a desigual distribuição de riqueza e o padrão tecnológico existentes no mundo atual. Para isso, é fundamental compreender o sistema produtivo e os processos de produção que causam tantos desequilíbrios na natureza.

O desenvolvimento excessivo e mal planejado do turismo afeta o ambiente físico e os destinos. Em muitas áreas a desenfreada explorarão comercial do turismo resultou em hotéis feios, com projetos estrangeiros, que se imiscuem no ambiente cultural e cênico à volta deles. Nesses casos o projeto arquitetônico foi projetado e planejado para atender aos pretensos desejos dos visitantes e não para se harmonizar ao ambiente local. Mas os efeitos não são apenas cênicos, uma vez que o lixo e o esgoto desses empreendimentos freqüentemente são descartados sem tratamento e poluem os rios e os mares das áreas de férias.

As formas inferiores e mal concebidas de desenvolvimento do turismo também destroem ambientes naturais insubstituíveis, cujos os benefícios reais e a longo prazo podem não Ter sido adequadamente avaliados. Assim, por exemplo, mangues e pântanos, que se constituem em saídas para o controle de inundações e são também elementos básicos para as indústrias locais da pesca, foram drenados para criar marinas para turistas. Além disso, os próprios turistas freqüentemente são culpados de ajudar a destruir o ambiente a sua volta. A extensão e a natureza dos danos ambientais e ecológicos causados pelos turistas dependem da magnitude do empreendimento e do volume de visitantes, da concentração do uso em termos tanto espaciais quanto temporais, da natureza do meio ambiente em questão e da natureza dos métodos de planejamento e de gerenciamento adotados antes e depois de o turismo se desenvolver.

As decisões para se reverter esse quadro quase sempre são tomadas por políticos e planejadores levando em conta a sua percepção do interesse nacional, e não o interesse local. Recentemente, entretanto, muitos acadêmicos têm se dedicado cada vez mais aos problemas ambientais das áreas de destino criados pela rápida expansão do turismo mundial e pela abertura de novas áreas de turismo. Isso resultou num crescimento de novas terminologias, algumas das quais confundem as questões, ao invés de esclarecê-las.

Obviamente é necessário pesquisar o impacto ambiental do turismo. É preciso desenvolver indicadores ambientais para o uso em análises de custo/benefício e também para possibilitar o planejamento de padrões ambientais nos destinos, a fim de ajudar os consumidores em sua escolha. Em outras palavras, a relação entre turismo e ambiente é mediada pelo planejamento e pelo gerenciamento. Mas é necessário que as barreiras ao gerenciamento e ao planejamento, que se erguem em muitas áreas, sejam retiradas para permitir que as técnicas existentes sejam aplicadas de um modo eficaz. Assim, e relação entre turismo e ambiente é uma questão de importância fundamental no final da década de 90 e no início desse novo século. O ambiente passou para o primeiro plano do debate, como ficou claro na discussão sobre o turismo ocorrida em 1992 na Eco 92, realizada no Rio de Janeiro.

Nesse encontro, ficou claro que o planejamento para o impacto resultante exige uma definição cuidadosa das responsabilidades dos setores públicos e privados. O Planejamento deve ser projetado para maximizar os benefícios econômicos e sociais do turismo para a população residente e ao mesmo tempo mitigar ou preferivelmente eliminar os efeitos adversos. O turista gera efeitos positivos e negativos no país ou região de destino. A cuidadosa formulação da política e um planejamento criterioso podem contribuir bastante para minimizar ou até mesmo eliminar os efeitos negativos. O turismo pode ser um meio muito positivo de aumentar social, cultural, econômica e ambiental do país. A questão fundamental agora é se os políticos, os organizadores e os empreendedores podem estar à altura do desafio e criar uma indústria do turismo verdadeiramente responsável, e portanto aceitável, uma indústria que gere benefícios a longo prazo tanto para os residentes quanto para os turistas sem deteriorar o ambiente físico e cultural da região de destino.

5. PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

Impacto ambiental deve ser entendido como um desequilíbrio provocado por um choque, um “trauma ecológico”, resultante da ação do homem sobre o meio ambiente. No entanto, pode ser resultado de acidentes naturais: a explosão de um vulcão pode provocar poluição atmosférica, o choque de um meteoro pode provocar destruição de espécies, um raio pode causar incêndio numa floresta, etc. Mas devemos dar cada vez mais atenção aos impactos causados pela ação do homem. Mas na realidade quem é esse homem genérico, agente vago que muitas vezes é responsabilizado por tudo? Quando dizemos que o homem causa desequilíbrios, obviamente estamos falando do sistema produtivo construído pela humanidade ao longo de sua história. Estamos falando particularmente do capitalismo, mas também do quase finado socialismo.

Podemos diferenciar os impactos ambientais em escala local, regional e global. Podemos também separá-los naqueles ocorridos em um ecossistema natural , em um ecossistema agrícola ou em um ecossistema urbano, embora um impacto, à primeira vista ocorrido em escala local, possa ter também conseqüências em escalas globais. Assim, os impactos localizados, ao se somarem, acabam tendo um efeito em todas as escalas.

5.1 IMPACTO AMBIENTAL EM ECOSSISTEMA NATURAL – CONSEQÜÊNCIAS

Um dos principais impactos ambientais que ocorrem em um ecossistema natural é a devastação das florestas, notadamente das tropicais, as mais ricas em biodiversidade. Essa devastação ocorre basicamente por fatores econômicos, tanto na Amazônia quanto na Mata Atlântica. Eles ocorrem principalmente em conseqüência da:

Extração da madeira para fins comerciais;
Instalação de projetos agropecuários;
Construção de usinas hidrelétricas;
Propagação do fogo resultante de incêndio.
E as principais conseqüências do desmatamento são:

Destruição da biodiversidade;
Genocídio e etnocídeo das nações indígenas;
Erosão e empobrecimento dos solos;
Enchentes e assoreamentos dos rios;
Diminuição dos índices pluviométricos;
Elevação das temperaturas;
Desertificação;
Proliferação de pragas e doenças.
Nas atividades turísticas, o sistema exibe contínuos e permanentes processos de intercâmbios, e sem algum deles, o sistema não sobrevive. Esses processos são:

Intercâmbios energéticos: importação de combustíveis fósseis ou de outra natureza, para operar suas unidades positivas.
Intercâmbio de materiais: importação de equipes para produção de serviços. Exportação de resíduos contaminantes.
Intercâmbio de informações: entrada de normas redigidas pelo supra sistema. Saída de informações referentes às experiências adquiridas com a prática do turismo.
Em respeito a esses índices, os diretores executivos e planejadores do Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba “comandam” uma verdadeira operação para a preservação do bioma da Mata Atlântica. Para que essa operação obtenha êxito, conta com o apoio da prefeitura de Una e do Ibama.

6. PROJETOS FUTUROS – FATORES DE UMA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba participa de vários eventos nos quais a natureza está envolvida. Movidos por uma boa ação, participam de quase 40 projetos de preservação do meio ambiente. Porém, ainda estão aguardando respostas de investidores para que possam a dar início a mais de 10 projetos futuros.

Dentre esses futuros projetos estão os:

Projeto Tamar;
Projeto do Programa Biota ;
Corredor de Biodiversidade para o norte da Bahia;
Controle e proteção dos Siris.
Os diretores gerais do hotel seguem uma linha de raciocínio para poder discutir a aprovação (escolha), ou não, dos projetos futuros. Uma das primeiras tarefas que devem ser complementadas no planejamento de qualquer escolha é a investigação dos recursos naturais para, com base em suas potencialidades, ocasionar uma exploração racional que resulte em elevada rentabilidade econômica e social. Essa exploração racional se divide em quatro partes:

Análise do ecossistema: o objetivo é conhecer todas as inter-relações que ocorrem no ecossistema. Para isso, devem-se estudar os meios biótico e abiótico, suas interdependências e o papel dos fatores climáticos e do homem.
Análise das fontes e dos destinos da poluição: aspecto que identificará as fontes da contaminação que afetará o projeto, qual é a sua posição e, por último, os resíduos produzidos no projeto.
Classificação do ecossistema: essa classificação será de acordo com a fonte de energia- ecossistemas naturais (mares, bosques, lagos, etc.) e ecossistemas humanos ou artificiais (área de agricultura, cultivos aquáticos, etc.).
Dinâmica populacional: estabelece atributos referentes à população do ecossistema. Deve-se tentar descobrir os mecanismos naturais que regulam a população. Entende-se por população tanto espécies vegetais quanto animais.
6.1 O PROJETO TAMAR

Em relação ao programa TAMAR, os diretores após analisarem cuidadosamente todas as possíveis idéias que podiam ser tanto prós quanto contras, chegaram a conclusão que as metas do projeto e o ímpeto do hotel em ajudar o meio ambiente literalmente ” bateram” de frente. Até o final da década de 70, não havia no Brasil qualquer trabalho de preservação dos animais no mar. As tartarugas marinhas foram incluídas em uma lista do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal- IBD de espécies ameaçadas de extinção. Mas estavam desaparecendo rapidamente, por causa da captura em atividades de pesca, da matança das fêmeas e destruição dos ninhos nas praias. Houve reação e denúncias, inclusive de repercussão internacional.

Iniciou-se, então, em 1980, um levantamento por toda a costa brasileira, entrevistando pescadores, prefeituras, universidades e moradores, o que permitiu um retrato da situação das tartarugas marinhas. Identificou-se as espécies, os últimos locais de concentração de desovas, períodos de reprodução e os principais problemas relativos à sobrevivência, como fábrica de bijuterias e comercialização de subprodutos. Este levantamento, que caracterizou a primeira fase durou 2 anos, quando então iniciou-se a implantação das primeiras bases de campo.

Ao longo dos seus 21 anos, o Tamar-Ibama foi aperfeiçoando sua forma de trabalhar, buscando sempre soluções criativas para preservar as tartarugas marinhas. Da Bahia, Espírito Santo e Sergipe, foi se espalhando pelo litoral brasileiro e ilhas oceânicas. Hoje, são mais de 20 bases espalhadas por oito Estados, em pontos estratégicos da costa – pontos de desova e de alimentação. Todas as estações têm estrutura operacional proporcional à demanda de cada uma, e ao tempo de implantação. Algumas funcionam ininterruptamente e outras apenas nas temporadas de desova.

O Projeto Tamar-Ibama desenvolve continuamente atividades de pesquisa visando aumentar os conhecimentos sobre o comportamento das tartarugas marinhas e aprimorar técnicas que possam contribuir para o trabalho de preservação das espécies. Esse trabalho orienta medidas para reduzir os efeitos nocivos da ação do homem no ambiente e a repercussão sobre a vida das tartarugas marinhas, como a pesca, a iluminação artificial e o tráfego de veículos nas áreas de desova.

Para incrementar atividades de pesca e aumentar as fontes de subsistência e alimentação dos pescadores, o Tamar mapeia o fundo do mar, utilizando barco equipado com sonda, para descobrir novos pesqueiros. Atividades pesqueiras como ostreiculturas, mitiloculturas, atratores artificiais, e beneficiamento do pescado, são apoiadas pelo TAMAR na busca de alternativas econômicas para os pescadores. O apoio a organização e desenvolvimento profissional, e o aprimoramento da legislação pesqueira tem estreitado a relação com estes na busca conjunta de uma atividades extrativista sustentável ambientalmente e economicamente.

Marcações das tartarugas, com grampos inoxidáveis contendo um número e o endereço do TAMAR, são realizadas em toda a costa brasileira, visando determinar a rota migratória destas espécies e outros conhecimentos bioecológicos. Para descrever as populações de tartarugas marinhas são realizados estudos genéticos (DNA Mitocondrial) e outros que revelam informações sobre comportamento de reprodução, condição de incubação de ninhos, distribuição espacial e temporal de ninhos para as diferentes espécies e áreas de reprodução, além de comparativos referentes a temperatura de ninhos e condições de incubação em locais diferentes.

Os resultados são apresentados à comunidade científica, através de simpósios, congressos e reuniões de trabalho no Brasil e no exterior, que resultaram na produção de 175 trabalhos científicos, em 13 diferentes meios de divulgação de informação. A idéia de “abraçar” o projeto TAMAR surgiu após o aparecimento de 10 tartarugas marinhas a costa praiana do hotel há mais ou menos 2 ano. A partir desse ocorrido, notou-se que, todo mês de agosto, as tartarugas apareciam na costa para desovar. Então, com o consentimento do Ibama que analisou o local e nada constatou de irregularidade aprovando-o, as instalações já estão sendo feitas e a partir de Março/2003 o projeto estará oficialmente inaugurado.

6.2 O PROGRAMA BIOTA – O INSTITUTO VIRTUAL DA BIODIVERSIDADE

A aprovação, no decorrer da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ou ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, em junho de 1992, de documentos que preconizam o uso sustentável dos recursos naturais e definem um novo modelo de desenvolvimento, representou um significativo avanço para a conservação da biodiversidade do planeta. O Brasil liderou a subscrição de tais documentos no decorrer da ECO-92, tendo obtido o apoio de cerca de 160 países. Em fevereiro de 1994, o Congresso Nacional ratificou a Convenção da Biodiversidade.

As medidas para a implantação dos preceitos preconizados pela Convenção sobre a Diversidade Biológica pecam, entretanto, de uma maneira geral, pelo distanciamento entre os órgãos que as propõem e administram e os pesquisadores que detêm, e continuam a gerar, as informações científicas e técnicas de alta qualidade. Por outro lado, ninguém ignora o valor da diversidade biológica, tanto no âmbito biológico e científico quanto no âmbito econômico e cultural. Além de ser a base das atividades agropecuárias, florestais e pesqueiras, a Biodiversidade é o sustentáculo do desenvolvimento biotecnológico, uma área indiscutivelmente estratégica. O crescimento explosivo da população humana, agravado pelo aumento de nossa capacidade de alterar o meio ambiente, está acelerando o processo de degradação biótica e, conseqüentemente, a taxa de extinção de espécies.

Em um primeiro momento, a definição de prioridades para a conservação da diversidade biológica ocorreu no plano mundial, elegendo-se os ecossistemas mais ameaçados, como, por exemplo, as florestas tropicais. O sucesso desta estratégia depende agora de uma ênfase na definição de prioridades de âmbito regional, nacional e local. O Brasil é, reconhecidamente, o país com a maior diversidade biológica, abrigando entre 15 e 20% do número total de espécies do planeta. A dimensão exata desta riqueza, provavelmente, jamais será conhecida, dadas as dimensões continentais do país, a extensão de sua plataforma marinha e a complexidade de nossos ecossistemas. Parte considerável deste patrimônio foi, e continua sendo, perdida de forma irreversível, antes mesmo de ser conhecida, em função, principalmente, da fragmentação de habitats, da exploração excessiva dos recursos naturais e da contaminação do solo, das águas e da atmosfera.

No Estado da Bahia, este processo já atingiu índices alarmantes, pois a cobertura florestal primitiva, que chegou a ocupar mais de 80% de seu território, está hoje reduzida a cerca de 10%. O uso de técnicas modernas de monitoramento revelou que, mesmo com o aprimoramento da legislação ambiental e de seus mecanismos de fiscalização, a taxa de destruição ainda é muito elevada. A interação com profissionais com ampla experiência na coordenação de programas nacionais de conservação da Biodiversidade, na estruturação de sistemas geográficos de informação e de bancos de dados para estes programas, bem como na política de disseminação e integração de informações relevantes para a conservação da biodiversidade, tem sido amplamente divulgada.

Portanto, o Programa Biota é o resultado de um processo de amadurecimento da comunidade científica do Estado da Bahia que atua nesta grande área do conhecimento que a temática conservação e uso sustentável da biodiversidade abrange. O fato de ter sido construído pelos pesquisadores torna esta iniciativa única e de difícil replicação. Ele representa, sem dúvida, um divisor de águas entre a imprescindível etapa dos inventários sobre a composição do biota baiano e um programa de pesquisas em conservação e uso sustentável da biodiversidade. O uso da Internet permite que o conjunto de dados que estão sendo gerados seja colocado, simultânea e gratuitamente, à disposição não apenas da comunidade científica, mas também para os órgãos responsáveis pela formulação de políticas de conservação e uso sustentável da biodiversidade, da rede de ensino de primeiro e segundo graus e da sociedade em geral.

7. O MARKETING UTILIZADO COMO PROPAGANDA DOS ATRATIVOS NATURAIS

Marketing é o estudo das atividades comerciais que, partindo do conhecimento das necessidades e da psicologia do consumidor, procura dirigir a produção, adaptando-a ao melhor mercado. O surgimento e a continuidade do turismo como um setor dinâmico e viável dependem da adoção de uma abordagem estratégica no planejamento e no marketing do destino. A característica primordial dessa abordagem é a inclusão de uma análise sistemática e estruturada dos fatores ambientais mais amplos que afetam a demanda por turismo como uma parte integrante do processo de planejamento. Além disso, como complemento dessa abordagem, a avaliação contínua das estratégias adotadas é essencial para garantir a identificação e substituição dos programas que se tornam contraproducentes ou ineficientes. Assim, a dinâmica do processo de planejamento estratégico pode ser comparada à “seleção natural” das atividades do programa.

Embora se possa argumentar que essa abordagem é necessária em qualquer campo de atividade humana, ela é particularmente aplicável ao campo do turismo devido à natureza altamente facultativa da demanda por turismo e a conseqüente sensibilidade desta aos choques transitórios e às tendências a longo prazo no ambiente mais amplo. Uma avaliação plena desses fatores é essencial para as organizações de turismo no setor público e para as empresas turísticas do setor privado, caso elas queiram de fato explorar novas oportunidades ao surgirem e se adaptarem a mudanças potencialmente ameaçadoras.

A maioria das análises sobre o marketing de turismo destacam traços diferenciadores do produto do turismo pela referência a características como:

Intangibilidade ( o produto não pode ser visto, tocado, degustado ou experimentado antes da compra).
Perecibilidade ( a produção é fixada no tempo e no espaço, e o produto não pode ser estocado para uso futuro).
Heterogeneidade ( é difícil obter padronização como nos bens que são produzidos em massa).
Inseparabilidade ( o ato da produção e do consumo são simultâneos).
Do ponto de vista do marketing as implicações disso são que alguma ênfase precisa ser posta na promoção do destino, e não na promoção de cada elemento do amálgama perse. Além disso, pelo fato de a organização dos serviços num destino particular ser fragmentada, uma quantidade considerável de coordenação resultou na intervenção do governo, e na verdade o principal papel do setor público no desenvolvimento do turismo ( no hotel e talvez no mundo inteiro) se concentrou no marketing genérico de regiões, estados e do país como um todo. Uma abordagem estratégica ao mercado exige uma análise mais rigorosa desses fatores contextuais do que aquela que tem sido feita em geral até agora.

O problema que existe nos órgãos de turismo do setor público hoteleiro, e provavelmente em todo o mundo, é que eles fixaram no aspecto a curto prazo do marketing de turismo, aplicando todos os esforços no empacotamento de ícones regionais para que estes se tornassem imagens destinadas a atrair consumidores em programas de propaganda. Esse processo normalmente envolve alguma quantidade de pesquisa de mercado usada para identificar as características do produto que têm afinidade com as atitudes e preferências dos consumidores. Contudo, em conseqüência da ênfase nos programas de propaganda, as agências perderam de vista o fato de que as decisões do consumidor ocorrem dentro do contexto de uma série de fatores ambientais mais amplos. Esses fatores têm um impacto na propensão de segmentos específicos do mercado para fazer gastos facultativos e influenciam na substituição do turismo por outros escoadouros de atividade de lazer, o que também deve ser levado em consideração.

Considerando os fatores que afetam a propensão de viajar, um dos principais conjuntos de variáveis se refere aos fatores econômicos. A saúde geral da economia, refletida por exemplo no produto interno bruto (PIB), relaciona-se com:

Rendas disponíveis, e portanto com a capacidade e o preparo para gastar com coisas facultativas como viagens. A importância dessa variável se reflete no fato de que, três quartos das viagens ocorridas no mundo na década de 1980 foram geradas pelos vintes países com as mais altas rendas per captas disponíveis. A distribuição da renda dentro da população também é importante, pois influencia na proporção da população que tem renda suficiente para viajar.
A saúde geral da economia também afeta os níveis de desemprego, que em contrapartida têm uma influência fundamental não apenas no tamanho da população que dispõe de renda exigida para a viagem mas também na confiança geral do mercado para gastar nessa área. Os altos índices de desemprego geram insegurança nos indivíduos quanto à sua capacidade de ter renda no futuro, e assim reduzem seu preparo para gastar em coisas facultativas como viagens.
Em geral a pesquisa de mercado realizada pelos órgãos governamentais de turismo tem consistido sobretudo em estudos de segmentação do mercado voltados para a aferição das atividades de propaganda e, eventualmente, para fornecer informações necessárias ao desenvolvimento do produto. Estudos de rastreamento também foram realizados com o objetivo de avaliar o efeito imediato de campanhas publicitárias na mudança da consciência com relação a um determinado produto e ao interesse público. Enquanto isso, de tempos em tempos, realizaram-se algumas pesquisas sobre satisfação. Essas pesquisas nem sempre envolveram o grau de rigor metodológico que justificaria as conclusões a que elas levaram.

De certo modo os órgãos governamentais de turismo têm sido forçados pelos respectivos departamentos de finança e tesouraria a reconhecer a influência de fatores contextuais. Hoje em dia não se aceita mais a atribuição simplista do crescimento dos números referentes ao turismo diretamente às campanhas de propaganda, sem menção a outros fatores, como justificativa crível para o contínuo financiamento público da promoção do turismo. Essa pressão foi útil na realização de uma avaliação mais rigorosa do Programa da Comissão Hoteleira de Turismo, que apresentou uma análise completa e detalhada dos fatores contextuais.

A abordagem à fase de avaliação, entretanto, tem sido até agora distorcida pela tendência a realizar essa atividade em entendimento a solicitações externas de prestação de contas, em vez de ela ser uma conseqüência do reconhecimento de sua importância como abordagem fragmentada, na qual o foco de atenção é constituídos pelos elementos vistosos e caros dos programas de marketing e a oportunidade da avaliação é orientada pelas preocupações periódicas de outros órgãos, e não pelas exigências contínuas de gestão de programas internos. Dentro desse contexto o potencial pleno da avaliação como parte integrante do desenvolvimento e do processo de gestão do plano de marketing de destino ainda está por ser atingido.

Com base nesses conceitos e idéias sobre o desenvolvimento de abordagens estratégicas ao marketing de destino turístico os diretores do Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba consideram que a análise dos fatores contextuais ou ambientais que afetam a demanda no turismo é uma parte integrante da abordagem mais estratégica ao marketing do turismo, abordagem essa que é fundamental para a eficácia a longo prazo. O diretor geral Hércules Araújo fala que, além disso, avaliações mais rigorosas e sistemáticas da eficiência do marketing são necessárias para complementar essa abordagem. Assim, a tendência no sentido do fundamentalismo da propaganda ( em detrimento do empenho em pesquisa) entre os órgãos do turismo nos hotéis não é coerente com o desenvolvimento da abordagem de marketing estratégico e será contraproducente a longo prazo.

No caso do Hotel Transamérica, essa tendência irá solapar progressivamente qualquer vantagem competitiva que seu produto turístico desfrute no momento ou tenha o potencial de desenvolver no futuro. Evidentemente isso irá ocorrer apenas quando outros hotéis, que constituem destinos alternativos, não estejam também caindo na armadilha do “fundamentalismo da propaganda” .

8. O TURISMO NA ATUALIDADE E SUAS PERSPECTIVAS

O turismo tem-se constituído em uma atividade de grande peso e dinamismo na economia mundial, firmando-se como um dos elementos caracterizadores do novo estilo de vida das sociedades pós-industriais. Elegeu-se em uma atividade marcante no século XX, tendo uma perspectiva de continuidade de grande crescimento para o século XXI. Por outro lado, verifica-se que uma das características principais do turismo é a sustentabilidade desta atividade. O turismo, talvez mais do que qualquer outra, depende da qualidade do ambiente natural, das pessoas e dos recursos. E estes recursos, em especial os naturais, são esgotáveis e finitos. Dessa forma deve-se ter em mente que a atividade deve ser bem planejada para que se otimizem os lucros, mas nunca se perca de vista a conservação do ambiente, seja ele natural, social ou cultural.

O interesse pela conservação do nosso ecossistema, como forma de preservação das espécies, inclusive e principalmente a “homo sapiens”, não está mais limitado a ações isoladas de organismos ambientais, ou de entidades governamentais. É cada vez maior o engajamento de empresas e empresários, indústrias e industriais, dos mais diversos setores, criando programas e desenvolvendo projetos que visam a preservação do meio ambiente, através de ações de conscientização, de tratamento de resíduos, reflorestamento, ou simplesmente com contribuições para organizações especializadas no assunto. E essa também é uma meta do Turismo Nacional.

O turismo tem estreita relação com diversos setores da sociedade. Econômicos, sociais, culturais e ambientais são os impactos positivos que o turismo gera, e que afetam diretamente a economia local. Criação de empregos, aumento na arrecadação de impostos, preservação do meio ambiente, valorização do patrimônio histórico e cultural são alguns dos exemplos que podemos citar. O turismo acontece quando as pessoas viajam para outros locais e consomem bens e serviços turísticos. Companhias aéreas, hotéis, restaurantes, bares, boates, companhias de táxi e agências de turismo são alguns destes serviços beneficiados por uma atividade que emprega aproximadamente 6 milhões de pessoas no país e mais de 260 milhões no mundo todo. Estima-se que em 2006 a indústria do turismo estará empregando cerca de 400 milhões de pessoas em todo o planeta. Com investimentos em torno de U$ 750 trilhões e U$ 650 trilhões em arrecadação de impostos, representa mais de 10% do PIB mundial. É a segunda maior indústria do mundo, ficando atrás apenas, da indústria de armamentos. A indústria da guerra ainda é maior do que a indústria do lazer.

Contudo, o fenômeno do turismo é muito sensível a fatores externos que podem alterar o tamanho, a qualidade e a regularidade dos fluxos turísticos. Pessoas deixam de viajar por vários motivos: falta de tempo, falta de dinheiro e falta de vontade, entre outros. O turismo é, historicamente, uma atividade sazonal que acontece em temporadas. O período das férias escolares, que é quando a família pode viajar junta e o clima é mais ameno, ficou conhecido como alta temporada e o resto do ano como baixa temporada. Hotéis lotados e serviços sobrecarregados durante a alta temporada ficam ociosos durante a baixa temporada; gerando um desequilíbrio entre a oferta e a demanda. Essa situação pode ser revertida. Uma das estratégias mais utilizadas para a eliminação da sazonalidade turística é a chamada de uso múltiplo; que consiste na criação de atrativos complementares aos já existentes, capazes de atrair a demanda durante a alta temporada. A realizaç

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