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quarta-feira, abril 24, 2024

COMO EVITAR ARTIGOS DA INTERNET EM TRABALHOS ESCOLARES

A receita é perigosa: pegue um bom site de busca, uma proposta de trabalho escolar e uma preguiça adolescente que entende que alguns cliques podem economizar horas de esforço intelectual.

Tentador para alunos, o resultado é desastroso para o processo pedagógico e ainda dá calafrios em muitos professores, que olham ressabiados para iniciativas como a enciclopédia online Wikipedia e o Google Scholar, serviço do gigante de buscas que cataloga trabalhos escolares.

A explosão no número de plágios em trabalhos escolares levou tanto colégios como professores a reagir não apenas com a punição, mas desenvolvendo adaptações pedagógicas para coibir a cópia de trabalhos encontrados online.

Mais que motor de uma adaptação, o uso da internet na educação vem sendo encarado também como uma potencial mudança na tradicional decoreba, estimulando a construção de conhecimento pelo aluno.

A opinião é de Mário Abbondati, coordenador pedagógico do Bandeirantes, que afirma que o plágio online segue a mesma linha de gerações anteriores que entregavam cópias na íntegra de enciclopédias como projetos escolares.

“Não vamos nos enganar. Minha geração copiou muito trabalho das enciclopédias. Na época, eu não sabia que não estava aprendendo. Para mim, o que fazia era correto”, rememora Abbondati.

“É provável que estejamos incorrendo nos mesmos erros que passamos quando éramos alunos. A tecnologia pode ter apenas amplificado o problema”, reitera Valdenice Minatel, coordenadora de tecnologia educacional do colégio Dante Alighieri.

O esforço físico do aluno para reproduzir trechos da enciclopédia Barsa foi substituído pela materialização de um trabalho completo, retirado pelo aluno da enciclopéida online Wikipedia em questão de minutos.

O que fazer?

Veja o exemplo de Álex Fogaça, de 10 anos. Nas aulas, o estudante pode levar citações encontradas pela internet sem qualquer tipo de repreensão.

O colégio Eduardo Gomes, onde estuda, porém, exige que o material seja referenciado e pede que o aluno, após pesquisar, transcreva as informações mais importantes sobre o assunto.

Outra maneira de avaliar o conhecimento obtido online é pedir que o aluno traga referência extras ao material estudado em sala de aula para que seja feito um debate com seus colegas.

Segundo o pai de Álex, Adonis, a iniciativa é uma maneira tanto de fazer com que as crianças desenvolvam um senso crítico em vez de simplesmente decorar o assunto, como também de conscientizá-las sobre o que pode ou não ser confiado na internet.

“Não acredito na Wikipedia, já que não sei o que é verdadeiro ou não. Meus filhos usam (Álex tem um irmão, Lucas, de 15 anos) direto e já aconselhei ambos a ter cuidado. Já sentamos para analisar alguns argumentos encontrados online”, explica o pai de Álex.

A orientação que Adonis busca dar aos filhos, porém, não é um padrão entre os pais, reconhecem os educadores. As repreensões variam conforme o professor. Há, contudo, um consenso entre os educadores ouvidos pelo IDG Now!: cópias são punidas, no mínimo, com nota zero.

Em alguns casos, professores chamam o aluno para conversar separadamente ou expõem o problema para a classe de maneira geral sem apontar o responsável.

“Poucas pessoas se arriscam atualmente. Já houve vários casos, mas é arriscado”, confidencia Sophia Tarallo, que cursa o 1º ano do ensino médio, do colégio Visconde de Porto Seguro, em Valinhos.

Mesmo com a crescente consciência de educadores, a estudante de 14 anos afirma que os que ainda se arriscam “mudam algumas palavrinhas para que o professor não desconfie”.

Casos como os de amigos de Sophia, que foram instruídos sobre direitos autorais na internet e a correta utilização de conteúdo online, indicam que, por mais que haja campanhas de conscientização, ainda há espaço para a malícia.

“Chegar a taxa zero de trabalhos copiados é impossível e os professores sabem disto”, admite Cristiana Mattos Assumpção, coordenadora de tecnologia na educação do Bandeirantes.

Moisés Zylbersztajn, do Santa Cruz, afirma também ter “problemas constantes” de plágio, mas resume a nova postura de colégios frente à internet em uma frase: “Formular a pergunta inteligente, que pedirá trabalhos elaborados, evitará eventuais problemas”.

Ao juntar o combate ao plágio com o incentivo à conscientização do aluno, professores vêm apresentando novas formas de avaliar o conhecimento adquirido pelo aluno e assumindo que têm parte da responsabilidade pelas cópias.

“Propostas simplistas levam a soluções simplistas”, resume Minatel. Um trabalho que pede definição de um fenômeno histórico, por exemplo, é extremamente tentador para que adolescentes, mesmo os que têm orientação sobre plágio e referenciação, façam cópias.”

Como combater

A maneira mais urgente adotada por alguns colégios é proibir que alunos entreguem projetos impressos. São aceitos apenas os escritos em letra cursiva.

A medida é apenas paliativa. Mesmo que seja forçado a escrever o trabalho com sua própria letra, nada impede o aluno de plagiar o conteúdo sem que o professor descubra.

Apresentações e debates em classe sobre o assunto vem liderando as novas iniciativas para motivar alunos a investigar o material oferecido pelo professor.

“Trabalho escolar efetivo é aquele que leva o aluno a buscar diferentes fontes, sejam no livro ou na internet, e estabelecer ligações entre elas”, acredita Beth Almeida, professora de novas tecnologias na educação do departamento de computação da PUC de São Paulo.

A pesquisa de conteúdo, no entanto, tem que seguir certas regras para que o aluno não tome como correto qualquer informação encontrada nas milhões de referências online.

É aí que entra o papel da escola de orientar o estudante tanto na questão da referenciação de conteúdo, como na indicação das melhores fontes de pesquisa. “Crianças não têm orientação específica para interpretar informações adequadamente nem estabelecer conexões com outros dados”, explica Almeida.

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