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quinta-feira, abril 18, 2024

Controle de Hemorragia e Prevenção do Estado de Choque

Autoria: Livia

Controle de Hemorragia e Prevenção do Estado de Choque

Controlar o sangramento é imprescindível para o cuidado e sobrevida de uma vítima em situação de emergência.

Sabe-se a importância do sangue, ele é o responsável pela respiração, possibilitando as trocas gasosas, promovendo a nutrição, facilita a excreção, a regulação do corpo e protege contra microorganismos causadores de doença.

O plasma é composto por células vermelhas, brancas e elementos formadores da coagulação. Quando acontece uma hemorragia, a vítima perde esses componentes, perde também o volume de sangue total e fica debilitada, porque o corpo precisa manter um nível para que possa realizar suas funções vitais, quando esse nível não é mantido segue-se rapidamente para o óbito.

O sangue circula por 3 tipos de vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares. As artérias carregam sangue que sai do coração permitindo que ele vá circular em todo o corpo. As veias são vasos que levam o sangue de volta ao coração. E os capilares ligam artérias e veias, são microscópicos e permitem as trocas gasosas.

As hemorragias vão variar quanto ao tipo, considerando qual (is) vaso(s) afetado(s), se apresenta ruptura, hemorragia externa ou não, classificando como interna.

Quando, na hemorragia externa, a artéria é atingida, o sangue sai em jatos, num vermelho vivo, sua perda é rápida e abundante, é a mais séria. Na hemorragia venosa, percebe-se a saída do sangue em um fluxo constante, de coloração vermelha escura. Já na hemorragia capilar, o sangue escoa, na cor vermelha, num fluxo lento e é o tipo mais freqüente.

Para proceder um atendimento de primeiros socorros, inicia-se verificando os focos hemorrágicos, dando maior atenção sempre a hemorragia de maior gravidade. É de grande importância saber determinar a quantidade de sangue perdida, então o socorrista em sua preparação pode treinar jogando água em um colega deitado no chão, ou no próprio chão, molhar uma peça de roupa, medindo o volume e assim tendo maior noção.

Para o controle das hemorragias, será necessário um curativo, para colocá-lo sobre a ferida e utilizar bandagem para poder enfaixá-la, mantendo o curativo no lugar.

Pode ser usado o método de compressão direta, que consiste em comprimir diretamente a ferida.

Existe também o método de elevação de membros, este, deve ser usado em conjunto com a compressão direta, elevando o membro a um nível acima do coração.

Se os métodos anteriores não derem certo há a compressão indireta, são 22 pontos arteriais para serem pressionados, os mais comuns são a compressão indireta da artéria braquial para o controle de sangramento no membro superior e da artéria femural, um ponto na virilha que ajuda quanto a sangramento nos membros inferiores. Lembrar de descartar a possibilidade de fraturas nos membros ou coluna.

E em último caso, faz-se um torniquete, o local a ser feito deve ser entre a ferida e o coração, precisa de material para apertar o local, pode ser um cinto, uma meia, improvisar também uma haste firme, pedaço de madeira, metal para ser usada como a manivela, esta vítima não pode ser coberta, tem que ser marcada, TQ e hora e não se retira esse torniquete até que esteja em atendimento adequado.

Existe a tala inflável, quando fácil de utilizar deve ser aproveitada, mas nem sempre é possível, além de requerer treinamento para sua aplicação. Ela auxilia no controle de hemorragias dos membros superiores ou inferiores, o uso concomitante com a elevação facilita na imobilização do local ferido.

Há situações que são consideradas casos especiais de hemorragia externa, há a hemorragia moderada quando ocorre cortes profundos em uma artéria principal ou veia, embora esta pareça parcialmente fechada, quando tem feridas nos membros superior ou inferior e não é possível localizar o pulso radial ou distal, há a suspeita de hemorragia profusa e cortes no tórax ou abdome podem ser pequenos mas terem atingido profundamente ocasionando hemorragia interna.

O socorrista nunca deve abrir a ferida para saber qual a sua profundidade, o que ele tem que fazer é avisar imediatamente ao resgate.

Hemorragia interna ocorre por traumas fechados, contusões, hemorragia externa que atinge profundamente, quando um vaso ou órgão se rompe permitindo que haja o acúmulo de sangue em cavidades livres do corpo.

Caracteriza risco iminente de vida a vítima e a perda de sangue pode levar a choque hipovolêmico, parada cárdio-respiratória e eventual morte.

O socorrista precisa ser bem preparado porque há casos de contusão de um lado e a hemorragia no outro, uma hemorragia externa pode esconder sua profundidade, a força com que aconteceu o acidente influi, para tanto, quando não se consegue detectar a gravidade do caso o mais necessário é manter vivo este paciente até que o resgate chegue.

Há meios que facilitam essa detecção: feridas penetrantes no crânio; liberação de fluidos ou sangue; contusões no pescoço; possíveis fraturas ou perfurações no tórax ou no abdome; rigidez e espasmos dos músculos abdominais.

Também é válido prestar atenção em sinais e sintomas que possam indicar choque hipovolêmico: fraqueza do paciente, sede ou frio, se está inquieto ou inconsciente; respiração rápida e superficial; pulso rápido e fraco; pele pálida, fria e úmida com suor intenso e olhos com midríase.

Para ter uma noção da quantidade de sangue perdido na hemorragia interna, é necessário trabalhar com estimativas, considerar severa quando há objetos penetrados na cavidade torácica ou logo acima do coração, se o baço ou fígado foram afetados, ou ainda houver fratura da pélvis. Cerca de 1 litro quando tem fratura grave no braço ou coxa. Em pele contundida, em média 10% do volume sanguíneo total de acordo com cada contusão do tamanho do pulso do paciente.

Quando há suspeita de sangramento interno, por meio de taquicardia, ou queda de pressão arterial por exemplo, devem ser adotadas medidas de controle como manter este paciente em decúbito dorsal, favorecendo a respiração, afrouxando-lhe a roupa, monitorar o paciente para evitar o choque hipovolêmico, precaver-se quanto a vômito, não permitir que o paciente coma ou beba nada, usar curativos compressivos se possível, informar ao pessoal do resgate a suspeita.

Há funções que o socorrista não está preparado para exercer, então é correto esperar por pessoal especializado para realização de transporte, administração de oxigênio por exemplo e saber que as condições de sobrevida do paciente são o mais importante, para tanto é preciso ser ético e respeitar os limites.

O choque hipovolêmico acontece após um perda de volume efetivo de sangue circulante, levando a distúrbios celulares, o corpo tenta compensar a perda mas não consegue, o fracasso do sistema circulatório pode estar associado com bombeamento do coração, ou rompimento dos vasos ou mesmo volume deficiente.

O choque traz reações que evoluem rápido ou lentamente, mas se não prevenidas pode levar o paciente ao óbito. Começa pela perda de sangue que faz o coração bater mais rápido para compensar a circulação, ocasionando mais perda de sangue e novamente taquicardia, ocasionando a queda de pressão arterial chegando a parada cardíaca e morte se não revertido a tempo. Pode definir choque hipovolêmico como o desenvolvimento do estado de hipoperfusão.

Vários tipos de choque hipovolêmico podem ser desenvolvidos, vai depender de sua causa. Temos choque hemorrágico, cardiogênico, neurogênico, anafilático, psicogênico, metabólico, séptico e respiratório.

Pode chamar também de choque hipovolêmico a presença de fluidos nos vasos sanguíneos devido a perda de sangue ou plasma.

É importante sempre atentar para os sinais e sintomas que a vítima emite. Os sinais de choque podem apresentar fraqueza do paciente, além de náuseas e vômito, vertigem, agitação e medo, com sintomas de hemorragia externa profusa, agitação ou tremor, desorientado e outros já descritos no trabalho.

O choque desenvolve-se por aumento da pulsação, + de 100/min, aumento também da freqüência respiratória, mudança na cor da pele, sudorese, pulso fraco e rápido, e morte clínica.

A prevenção e o tratamento são o mesmo. O tratamento deve ser eficaz e ágil. É importantíssimo a manutenção das vias aéreas permeáveis para a respiração, se necessário fazer ventilação artificial, deixar esse paciente deitado, manter sua temperatura corporal, posicioná-lo de maneira confortável e correta de acordo com sua condição, sempre observando a possibilidade de fraturas, pode elevar os membros inferiores ou colocá-lo em superfície plana, é necessário ainda monitorar seus sinais vitais, a cada 5 minutos e se ele está consciente tentar tranqüilizá-lo. Se treinado, pode administrar oxigênio, por máscara a esse paciente.

A tentativa de reverter o quadro será bem sucedida dependendo da intervenção do socorrista.

Existem pacientes que desmaiam como forma de auto-proteção para evitar o agravamento do choque. Para evitar quedas durante um desmaio, mantenha o paciente deitado e tente deixá-lo calmo, evitar que ele dirija ou faça atividades perigosas antes de ser avaliado por um médico.

Conclusão

Sempre que houver uma vítima com hemorragia é preciso avaliar a seriedade do caso e sempre que ela estiver consciente dar-lhe apoio emocional.

Um socorrista precisa ter segurança em suas atividades para não agravar ainda mais a situação da vítima.

O Enfermeiro é um profissional que atua muito em primeiros socorros, e precisa se especializar sempre para direcionar o atendimento, sabendo quais os sinais e sintomas, rapidamente pode evitar a instalação do choque hipovolêmico.

Para um trabalho bem desenvolvido é válido estar em uma equipe multidisciplinar, cada profissional atua de maneira mais segura. Mas em primeiros socorros geralmente ocorre a improvisação, uma maneira de resolver esse problema seria se os profissionais fizessem trabalhos educativos com as comunidades, ensinando-lhes o básico, isso seria fundamental para a manutenção de muitas vidas.

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