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quinta-feira, abril 18, 2024

Leitura na Escola

SUMÁRIO

1. DEFINIÇÃO DO TEMA
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3. JUSTIFICATIVA
4. METOLOGIA
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. BIBLIOGRAFIA

1. DEFINIÇÃO DO TEMA

O projeto Leitura na Escola visa conscientizar aos alunos da Escola de Educação Básica Coronel Gasparino Zorzi – Ensino Fundamental 5ª a 8ª série – sobre a importância da atividade da leitura e do ato de ler em um local preparado para este fim. Sendo aplicado no ano de 2009.

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Proporcionar aos alunos do Ensino fundamental acesso a livros, revistas e jornais em uma sala adaptada a leitura. Criando, desenvolvendo e incentivando o hábito de ler. Pois, trabalhar com Literatura na escola é promover uma aprendizagem que sirva para a construção de sujeitos que simplesmente não pertençam a uma sociedade, porém a questionem e a transformem.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Oportunizar a comunidade escolar livre acesso a um local adequado a prática da leitura;

Propor ao aluno contato com leitura diversificada como: crônicas, contos, notícias, poesias, fábulas e reportagens;

Assegurar e democratizar o acesso ao livro e à leitura, a partir da compreensão do valor da leitura como instrumento indispensável para que as pessoas possam desenvolver plenamente suas capacidades humanas, exercer seus direitos, participar da sociedade, melhorar seus conhecimentos educativos, criar;

Proporcionar, através da leitura, momentos de lazer, diálogos e análise sobre os problemas que fazem parte da sociedade.

Conscientizar sobre a importância de se preservar este patrimônio material e imaterial;

Contextualizar as diversas obras lidas em oficinas diversificadas;

Incentivar aos demais professores utilizar-se deste espaço coletivo e cultural.

3. JUSTIFICATIVA

Na sociedade da informação é preciso ser mais que alfabetizado, é preciso ser letrado. Este processo não está restrito aos muros da escola. Ele cresce e se estabelece na relação cotidiana que temos com as placas, os sinais, as revistas, os jornais, os livros dentre outros. Ser leitor, porém, não é resultado de um processo natural. É preciso, além da interferência educacional e cultural, um contato permanente com o material escrito, variado e de qualidade, desde cedo, fruto de uma ação consciente.

Dentre as dificuldades encontradas pelas pessoas no processo de leitura, encontra-se a questão do desenvolvimento da capacidade de ler e escrever. Desenvolver o hábito e o gosto pela leitura e fazer perceber sua importância numa sociedade letrada tem sido a maior dificuldade encontrada pelo homem.

A leitura é um modo de participar, observar, criticar e criar tanto no mundo real quanto no irreal. Para desenvolver o gosto pela leitura, desde a infância é importante que a criança se familiarize com os livros, com os inúmeros mundos imaginários. Hora da leitura é lazer, é divertimento. Também, oportunidade para a criança se desenvolver no sentido ético, estético e de formação. Ela projeta o seu próprio mundo e, ao representá-lo, encontra maneiras de expressar o que sente, o que cria e o que inventa.

Criar no espaço escolar um ambiente destinado a este fim é o grande desafio deste projeto. Além de estimular toda a escola a ser co-participe das atividades desenvolvidas priorizando o amplo desenvolvimento do educando enquanto ser atuante, responsável por suas atitudes frente a sociedade que o cerca.

4. METODOLOGIA

Público – alvo

Alunos do Ensino Fundamental 6º ao 9º ano da Escola de Educação Básica Coronel Gasparino Zorzi.

• Escolher uma sala na Unidade Escolar disponível;
• Montar a sala com sofás, mesas, cadeiras e um tapete com grandes almofadas, aparelho de som;
• Selecionar livros, e jornais na biblioteca (especialmente os destinados a leitura especificamente dentro da escola, cedidos pelos governos estaduais e federais);
• Coletar revistas entre os professores;
• Disponibilizar mesa com copos descartáveis, café e leite;
• Organizar horários e regras para utilizar a sala, sendo uma por semana;
• Realizar as oficinas de leitura e escrita.

Leitura compartilhada com os alunos de obras referentes aos projetos em execução;
Conhecer vida e obra do autor;
Reescrever a história na visão de outro personagem do enredo;
Fazer estudos individuais e coletivos dos dados contidos nos livros;
Fazer sessões de explanação dos conteúdos evidenciados na obra;
Fazer releituras conjugando a linguagem (com recitais, teatralizações, sínteses) e a arte (com pinturas e colagens).

Recursos

• Sala, sofá, mesas, cadeiras, tapete, almofadas, armários, aparelho de som, estantes, CDs;
• Sala de informática;
• Livros de romance, crônicas, contos, lendas, biografias, HQ, jornal A Notícia, Jornal Diário Catarinense e revistas de títulos diversificados;
• Professora da disciplina de Artes;
• Professoras de 1ª a 4ª séries;
• Professoras regentes de cada turma;
• Administração da Escola;
• Cozinheira ;
• Materiais como papel ofício, cartolina, EVA, jornais, cola, tesouras, entre outros.

5. Fundamentação teórica

A leitura surge praticamente junto com o homem. Entretanto, trata-se de uma interpretação de mundo visual e perceptiva. Com o passar dos milênios desenvolveram-se outros atributos no corpo humano, entre eles a fala. Mais tarde ainda, surge a escrita e a leitura propriamente dita. Os povos antigos utilizavam-se de pergaminhos – frente e verso – para registrar através da escrita eventos e informações importantes ao império ou administração da época.

Na Idade Média, o processo de leitura e escrita passa a pertencer quase que exclusivamente a igreja, através de seus monges e clérigos. Estes apenas reproduziam o que já existia de forma extremamente sigilosa, livros sacros. No século XI, alguns escribas laicos que ajudavam a estes monges passaram a produzir material escrito em seus próprios ateliês devido a procura intensa – inicio do comércio e da decadência da igreja Católica. Na Itália, Dante resolve traduzir do Latim para sua língua materna alguns livros, assim a burguesia – abastados da época – passaram a ter acesso aos manuscritos antigos e a produzirem novos livros, almanaques, contos, obras profanas e tratados nas diversas áreas do conhecimento humano.

Com o advento da Imprensa em 1944, a tradução da Bíblia para o alemão feita por Martin Lutero em 1450 a situação se modifica. Surgem novos escritores, agora também, as classes populares têm acesso as publicações. Inicia-se ali a era leitura globalizada, pois outros reinos e países seguem o mesmo caminho. O livro é visto como uma obra de arte, ilustrações são mais importantes que o texto.

No Brasil a leitura chega com portugueses e jesuítas nos padrões europeus. Inicialmente os escritos atendiam a relatos sobre os locais e crônicas que registraram o estilo de vida da população. Mais tarde, esta passa a ter cunho religioso porque os índios deveriam ser catequizados. Importante: o processo leitura é deixado de lado. Não buscavam seres críticos e sim decodificadores, seguidores. Lajolo (1991:13), dizem que: “(…) desde o começo do século XVI, o público manifestou seu gosto por obras voltadas à descrição da terra e dos povos do Novo Mundo”. As publicações da época tinham caráter pedagógico, apenas para ensinar a ler e escrever. Filhos de comerciantes, profissionais liberais, fazendeiros e políticos podiam acessar estes materiais enquanto os rebentos da classe operária ficavam a mercê, abandonados, analfabetos e desprezados. Mas. Com a chegada de Monteiro Lobato e suas ideias revolucionárias o contexto mudou. Agora livros, cartilhas, panfletos eram distribuídos por diversas partes do país.

Facilitando o acesso de toda população ressaltando o folclore, o vocabulário, personagens típicos brasileiros e a formação humana. Lajolo (1993:100-101) destaca muito bem estas características:

“Observamos, também, que em todos os textos de Lobato há uma estreita relação com a cultura. Em D. Quixote das Crianças, o educador encontra respostas para questões que permeiam seu dia-a-dia na escola e que abrangem desde a crucial pergunta: Que livro indicar? Até a questão dos clássicos serem ou não adequados a tal ou qual faixa etária. Ainda nesse mesmo livro, o leitor encontra material bastante rico para reflexão sobre questões de leitura, de leitura de clássicos, da adequabilidade de certas linguagens e certos públicos, do papel a ser representado pelo adulto responsável pela iniciação dos jovens na leitura”.

As mudanças sociais e econômicas conduziram a educação partir do século XIX. O ensino era diferenciado entre classe dominante e dominado. Objetivava não formar leitores nas classes populares.

Ler é compreender, apreender informações das diversas áreas do conhecimento humano sem que isto esteja explícito. È um modo de participar, observar ou mesmo questionar e reescrever aquilo que lhe é fornecido. A leitura forma leitores competentes e, por conseguinte também escritores, por ser a matéria prima da escrita. Ler é essencial. Através da leitura, testamos os nossos próprios valores e experiências com as dos outros. No final de cada livro ficamos enriquecidos com novas experiências, novas ideias, novas pessoas. Eventualmente, conhecemos melhor o mundo e um pouco mais de nós próprios.

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997:53) encontramos:

“A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o mundo, sobre o autor, de tudo que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita, etc.”

A escola não conseguiu ainda desenvolver-se como instrumento gerador do hábito e do gosto pela leitura. Seu grande objetivo é ensinar a grande maioria – trabalhadores e seus filhos – a ler e a escrever. Quanto a minoria dominante, ensina a refletir, criar normas que garantam a continuidade dos padrões atuais.

Fomentar o gosto pela leitura desde o início das etapas de escolaridade é essencial. O incentivo do adulto deve ser fundamental nesse processo, sendo o mediador entre a criança e o livro.

Delmanto (2005) afirma que: “para bem cumprir seu papel na formação do leitor, a escola deve mostrar a leitura como fonte de conhecimento e de fruição”. Ou seja, tratá-la como um objeto de aprendizagem que faça sentido para o aluno com realizando atividades de retorno imediato. Para tal deve trabalhar com diversidades de textos e de combinações entre eles sem descaracterizá-los, preservando sua natureza e sua complexidade. Ler buscando informações relevantes explícitas e implícitas nas entrelinhas ou buscando dados para solução de um problema.

A leitura faz parte de nossa vivência, é uma peça importante para o nosso desenvolvimento; pois é através do contato direto com os livros que o ser humano cresce intelectualmente. Faz-se necessário que a escola se empenhe em despertar nos alunos a motivação para a leitura. Que as crianças saibam ler para entender o mundo escrito que as cerca que a vejam como um meio, nunca como um fim, como uma resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal, caso contrário, não existe leitura.

Todo estudante precisa ter acesso às condições de ler e escrever, para isso o professor deve auxiliar seu aluno, criar situações novas, promover Experiências, conduzindo assim, o aluno para o domínio de futuros leitores capazes de interpretar e observar o mundo com olhos diferentes. Para que se mudem as práticas tradicionais e repetitivas de leitura e de escrita é preciso que os professores sejam leitores, capazes de fazer a sua escrita; pois ler e escrever sempre foram tarefas indissociáveis da vida escolar e do trabalho do professor.

Para se ensinar a ler, precisa-se gostar de ler, ser bom leitor, familiarizar-se com um grande número de textos. Assim o cidadão para exercer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente e redimensionar o significado de ser leitor.

O professor precisa ler para que seus alunos possam ser envolvidos pelo texto, servindo de referencial para a turma. Ao trabalhar projetos que privilegiem a Literatura na escola, estamos promovendo a emancipação do saber, rompendo a idéia que deu origem aos trabalhos como fichamentos, interpretação com perguntas e respostas exaustivamente usadas pelos educadores como forma de avaliação. È correta a afirmação do PCN (1997:58) de Língua Portuguesa:

“Para tornar os alunos bons leitores – para desenvolver, muito mais do que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura -, a escola terá de mobilizá-los internamente, pois aprendera ler (e também ler para aprender) requer esforço. Precisará fazê-los achar que a leitura é algo interessante e desafiador, algo que, conquistado plenamente, dará autonomia e independência. Precisará torná-los confiantes, condição para aprenderem a se desafiar a “aprender fazendo”. Uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler não é uma prática pedagógica eficiente”.

São atividades para trabalhar o livro em sala: os debates, a leitura crítica e comparativa de jornais, dramatizações, visitas a biblioteca, conversas com o autor do livro, estas desenvolvem no aluno a capacidade de pensar e crescer. Muitas vezes um livro precisa ser lido mais de uma vez e com enfoques diferentes. Estas abordagens podem incluir: uma primeira leitura superficial e relaxada focando as principais ideias e os elementos da narrativa; seguida de uma leitura mais lenta e detalhada, observando as nuances do texto, concentrando-se no que parece ser a passagem chave; e por fim, ler o texto de forma aleatória, andando para trás e para a frente examinando características particulares tais como temas, narrativa, e caracterização dos personagens.

Assim devemos evitar a avaliação do rendimento da leitura por meio da literatura, pois será inútil enquanto não tivermos alunos que encontrem prazer no ato de ler. Os livros não podem servir de pretexto para serem, simplesmente, instrumentos de avaliação.

A construção da história, do ser leitor faz parte a história da literatura de um povo, e requer mudanças para privilegiar a reflexão sobre a natureza e o percurso social da leitura, deixando em segundo plano discussões sobre metodologias e estratégias de leitura, pois costumam ser incorretamente vistas com elementos determinantes do interesse dos jovens. Todo o leitor tem a sua abordagem individual, mas o melhor método sem dúvida de extrair o máximo de um livro é lê-lo várias vezes.

As histórias estão presentes em nossa cultura há muito tempo e o hábito de contá-las e ouvi-las tem inúmeros significados. Está relacionado ao cuidado afetivo, à construção da identidade, ao desenvolvimento da imaginação, à capacidade de ouvir o outro e à de se expressar. Além disso, a leitura de histórias aproxima a criança do universo letrado e colabora para a democratização de um de nossos mais valiosos patrimônios culturais: a escrita. Por isso, é importante favorecermos a familiaridade das crianças com as histórias e a ampliação de seu repertório. Isso só é possível por meio do contato regular dos pequenos com os textos desde cedo e de sua participação frequente em situações diversas de conto e leitura.

Praticar o saudável hábito da leitura é estimulante. Tal como as pessoas, os livros podem ser intrigantes, melancólicos, assustadores, e por vezes, complicados. Partilham sentimentos, pensamentos, feitios e interesses. Colocam-nos em outros tempos, outros lugares, outras culturas. Sugerem situações e dilemas inimaginários . Ajudam a sonhar, a pensar. Nada desenvolve mais a capacidade verbal que a prática constante da leitura. Alguns livros são simplesmente melhores que outros porque os autores descrevem com mais profundidade o interior de personagens estranhas, o que vêem, o que sentem de uma forma mais real e efetiva. Suas obras exigem mais dos leitores: consciência das coisas implicadas em vez de meramente descritas, sensibilidade às nuances da linguagem, paciência com situações ambíguas e personagens complicadas, vontade de pensar mais profundamente sobre determinados assuntos. Mas esse esforço vale a pena, pois estes autores proporcionam aventuras que permanecem na memória para toda a vida.

A boa escrita é multifacetada e complexa. É precisamente essa diversidade e complexidade que faz da literatura uma atividade compensatória e eficaz.

Trabalhar com Literatura na escola é promover uma aprendizagem que sirva para a constituição de sujeitos que simplesmente não pertençam a uma sociedade, porém a questionem e a transformem.

6. Considerações Finais

Uma sala de leitura em uma Escola Estadual é algo novo para nossa realidade. A implantação, manutenção da mesma poderá até servir de modelo para outras Unidades Escolares no município. 

Trata-se de um espaço que visa contribuir na formação de um leitor criativo e crítico. Respeitando-o na escolha dos títulos, na aprendizagem e na produção de leitura. Incluindo-o em todas as atividades realizadas dentro de espaço escolar.

Dispor de um ambiente propício a prática da leitura, enriquecido por um acervo variado e complexo, oportunizando um horário semanal a cada turma é excelente tanto para recuperar o valor quanto para criar o hábito da leitura. Libertando o sujeito para desenvolver-se como leitor e sujeito de seu mundo.

7. .REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Delmanto, Dileta. Português: Idéias & Linguagens, 8ª série / Dileta Delmanto, Maria da Conceição de Castro. 12 ed. Reform. São Paulo: Saraiva, 2005.

2. LAJOLO, Marisa Zilberman. A formação da leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 1996.

3. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa/ Secretaria de educação Fundamental. – Brasília:1997.

4. Proposta Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio: Formação docente para educação infantil e séries iniciais. Florianópolis: COGEN, 1998.

5. SILVA, Maria Alice S. Souza e. Construindo a leitura e a escrita. São Paulo: Ática, 1994.

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