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quarta-feira, abril 24, 2024

Químicos famosos

Autoria: Augusto Carlos Costa

JOHN DALTON

Nasceu em Eaglesfield, Inglaterra, em 1766. Filho de família pobre, dedicou toda a sus vida ao ensino e à pesquisa. Com apenas 12 anos, começou a lecionar matemática na Quaker’s School, em sua cidade natal.

Em 1793, estabeleceu-se definitivamente na cidade de Manchester, Inglaterra, onde lecionou matemática, Física, Química e Meteorologia.

Em 1794, após numerosas observações, Dalton descreveu uma anomalia congênita da visão, que se caracteriza pelo fato de uma pessoa não distinguir corretamente entre as cores vermelha e verde. Tal deficiência, que o próprio Dalton portava, passou a ser conhecida como daltonismo.

Estudando o comportamento dos gases e a dissolução de gases em líquidos, ele concluiu, em 1803, uma lei muito importante que diz “a pressão total em uma mistura de gases é igual a soma das pressões parciais dos gases que a constituem”.

Investigando a composição de diferentes óxidos de nitrogênio, Dalton estabeleceu a chamada Lei de Dalton, também conhecida como Lei das Proporções Múltiplas que diz: “Quando dois elementos químicos formam vários compostos, fixando-se a massa de um dos elementos, as massas do outro elemento variam numa proporção de números inteiros e pequenos.”. Note-se que essa lei foi estabelecida experimentalmente, a partir da pesagem dos elementos formadores do composto, pois naquela época ainda não eram conhecidas as fórmulas dos compostos químicos.

Entre 1803 e 1804, ele estabeleceu as bases da teoria atômica, que foram detalhadas, em 1808, Novo sistema de filosofia química.

Dalton faleceu, em Manchester, em 1844

(FELTRE, R. Química vol. 1, 4.ª ed., São Paulo: Moderna: 21, 1996.)



LINUS CARL PAULING

Nasceu em Portland, Oregon, Estados Unidos, a 28 de fevereiro de 1901. Formou-se em Engenharia Química, em 1922, no Oregon Agricultural College. Doutourou-se, em 1925, no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Estagiou a seguir, nas universidades européias de Munique, Zurique e Copenhague. De volta aos Estados Unidos, tornou-se em 1927, professor do Instituto de Tecnologia da Califórnia e, em 1968, da Universidade de Stanford, na Califórnia.

Foi um dos introdutores da Mecânica Quântica na Química, conseguindo determinar vários princípios que explicam a natureza das ligações químicas entre os átomos, bem como as propriedades das substâncias resultantes. Estudou também problemas genéticos decorrentes de estruturas químicas defeituosas nas proteínas existentes nas células humanas. Na divulgação científica, combate o fumo e inicia uma campanha pelo uso maciço da vitamina C no combate ao resfriado comum e como prevenção de certos tipos de câncer. Como pacifista, é contrário a toda espécie de guerra, e combate veementemente o uso de armas nucleares; combate ainda qualquer tipo de preconceito racial, religioso ou científico.

Por seus trabalhos científicos recebeu, em 1954, o Prêmio Nobel de Química e, em 1962, por sua ação pacifista o Prêmio Nobel da Paz.

Pauling faleceu aos 93 anos, em 20 agosto de 1994, em sua casa na Califórnia, Estados Unidos.

(FELTRE, R. Química vol. 1, 4.ª ed., São Paulo: Moderna: 83, 1996.)



JOSEPH LOUIS GAY-LUSSAC

Nasceu em Saint Leonard, França, em 6 de dezembro de 1778. Estudou com Berthollet, na Escola Politécnica de Paris, da qual se tornou catedrático de Química em 1809, simultaneamente com a cátedra de física da Sorbonne.

Em 1802, Gay-Lussac fez importantes investigações sobre a expansão dos gases, completando os estudos de outro cientista francês, Jacques Alexandre César Charles. Fez também ascensões em balões, verificando a invariabilidade da composição do ar nas altitudes que conseguiu atingir.

Em 1808, sintetizando a água, verificou que sempre dois volumes de hidrogênio se combinam com um volume de oxigênio. Fascinado pela simplicidade dessa proporção, estudou outros gases e constatou que a proporção de combinação dos gases é sempre muito simples. Daí surgiram as Leis Volumétricas de Gay-Lussac, que muito contribuíram para a consolidação da Teoria Atômico-Molecular.

Gay-Lussac aperfeiçoou métodos de análises químicas, processos industriais de síntese e, juntamente com Louis Jacques Thénard, conseguiu isolar o elemento químico boro (1808). Por seus trabalhos foi eleito para as academias de ciências da França e da Inglaterra. Gay-Lussac faleceu em Paris, a 9 de maio de 1850.

(FELTRE, R. Química vol. 1, 4.ª ed., São Paulo: Moderna: 303, 1996.)



ANTOINE LAURENT DE LAVOISIER

Duzentos anos depois de sua trágica morte, parece certa a avaliação de Lavoisier como o fundador da química moderna. Todos os textos de química publicados antes do seu famoso “Tratado Elementar” (1789) são totalmente incompreensíveis aos químicos de hoje, salvo a especialistas em história da química. O “Tratado”, ao contrário, pode ser lido com relativa facilidade, e mesmo com proveito, por qualquer químico. Podemos inclusive aprender sobre algumas reações químicas, representadas no livro por meio de equações, que Lavoisier introduziu com base no seu princípio da conservação de massa em reações. Uma das razões da permanência do “Tratado Elementar” é a nomenclatura química moderna, que Lavoisier criara em 1787 em colaboração com os químicos Claude Berthollet (1748-1822), Louis- Bernard Guyton de Morveau e Antoine de Fourcroy (1755-1809).

O que era conhecido antes como “sabão de vidraceiro”, por exemplo, foi chamado de “óxido de manganês”, indicando logo tratar-se de um composto dos elementos manganês e oxigênio. Mas a importância de Lavoisier como cientista vai muito além da influência do “Tratado”. Parece certo que os conceitos da química e os seus métodos tornaram-se centrais entre as disciplinas científicas. Quando um astrofísico determina a composição do cometa de Halley, por exemplo, está fazendo química. E o começo de todo o conhecimento químico é a análise química, que nasceu com Lavoisier em sua concepção moderna. Quando ele começou seus trabalhos, muitas reações, como a combustão do carvão, a calcinação dos metais, a reação dos cais com o coque, eram interpretadas em termos de um fluido imponderável, o “flogiston”.

A água e o ar ainda eram considerados como elementos, ou matérias elementares, uma idéia que vinha dos gregos. Apoiado em experiências cruciais, Lavoisier pôs de lado toda essa parafernália. Algumas experiências foram modificações de trabalhos de outros químicos, como dos britânicos Joseph Priestley (1733-1804) e Henry Cavendish (1731-1810), aos quais Lavoisier nem sempre deu o devido reconhecimento. Lavoisier substituiu as antigas idéias pela concepção de que as substâncias (materiais ponderáveis, sólidos, líquidos ou gasosos) devem ser analisadas e descritas em termos de um número limitado de “elementos químicos”. Os elementos, para ele, representavam a última etapa a que se pode chegar pela análise química. Muitas das suas concepções, como a de o ar atmosférico ser uma mistura de dois gases elementares, oxigênio e azoto (nitrogênio), a do papel do oxigênio nas combustões, a descoberta de composição química da água, são basicamente de natureza analítica.

Lavoisier publicou uma tabela com 32 elementos (hoje já se encontraram 92 na natureza), mas ele percebeu que algumas substâncias que não tinham sido decompostas, como a soda e a potassa, seriam no futuro desdobradas em elementos. Quando Lavoisier se referia à análise química, ele tinha em mente a análise quantitativa: a água não é apenas formada de hidrogênio e oxigênio (nomes que criou), mas formada por esses elementos na proporção em peso de uma parte para oito partes. Isso era conseqüência direta da importância da massa de reagentes e produtos. Lavoisier tomou como axioma que, nas reações químicas, a matéria não é criada nem destruída. Ele não alcançou a teoria atômica da matéria, o que teria permitido escrever para a água a fórmula H20. É provável que, se sobrevivesse, se anteciparia ao britânico John Dalton (1766-1844), o primeiro a conceber átomos cientificamente.

Lavoisier é um dos criadores da físico-química, em trabalhos com o matemático e físico francês Pierre de Laplace (1749-1827) sobre o calor produzido nas reações químicas (1783) e sobre a capacidade calorífica das substâncias. Para esses trabalhos, Lavoisier inventou o calorímetro de gelo. Utilizando sua fortuna particular, fez construir um aparelho que permitia obter resultados mais precisos do que qualquer outro pesquisador. Foi também com seu próprio dinheiro que fez
construir, pelos artesãos de Paris, balanças de precisão notável para a época. Lavoisier foi o primeiro a realizar a análise de substâncias orgânicas, queimando-as em oxigênio e pesando a água e o gás carbônico formados. Foi assim um precursor da química orgânica.

Em 1789, com Armand Séguin (1767-1835), Lavoisier estudou a respiração do homem e de alguns animais, medindo o oxigênio consumido, o vapor d’água, o gás carbônico e o calor produzidos. Concluíram que a respiração é uma forma lenta de combustão que ocorre no interior dos pulmões. Foi assim um dos fundadores da bioquímica. Lavoisier não conseguiu, contudo, definir se o calor é uma substância material (o calórico) ou uma forma de energia. Foi um dos cientistas máximos da Humanidade. O matemático Joseph Louis de Lagrange (1736- 1813) tinha razão quando afirmou, no dia seguinte ao da sua execução: “Bastou um instante para cortar sua cabeça, mas cem anos talvez não sejam suficientes para produzir outra igual”.

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