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quinta-feira, abril 25, 2024

REPETÊNCIA NA ESCOLA – EVASÃO ESCOLAR

INTRODUÇÃO

No Brasil, 83% dos estudantes repetem pelo menos uma vez da primeira à oitava série ou desistem da escola antes de concluir o primeiro grau.

O censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 1996 contou 3,65 milhões de adolescentes com essa idade. Entre eles, só 621500 (16,99%) estavam na oitava série no ano passado, de acordo com o Ministério da Educação (MEC).

Apesar dos índices de repetência indicarem uma queda na taxa, eles são ainda muito altos, principalmente nas séries iniciais.

A situação em Resende não é muito diferente.

Neste trabalho será feita uma análise da situação da repetência na Escola Noel de Carvalho, abrangendo os dados referentes anos de ……

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, com consulta a dados do Inep, IBGE e dados existentes na própria unidade escolar.

Serão também apontadas algumas causas dessa situação em Resende e no país e alguns procedimentos que poderão auxiliar a minimizar o problema.

DESENVOLVIMENTO

A Educação Brasileira está em processo de mudança.

Segundo Paulo Freire, “não há educação fora das sociedades humanas e não há homem no vazio”

Segundo dados do INEP, o Brasil tem hoje aproximadamente 53 milhões de estudantes, considerando-se todos os níveis e modalidades da educação básica e somadas as matrículas do ensino superior e da pós-graduação, o que corresponde a um terço do total da população.

Em três décadas, o sistema educacional brasileiro mais do que triplicou seu tamanho. Trata-se, portanto, de um sistema de massa, exigindo vultosos investimentos do setor público, que responde por 89,3% das matrículas do ensino fundamental, 80,2% do ensino médio e 38,35% do ensino superior.

O Brasil ainda possui uma elevada taxa de analfabetos, de 14,7% da população com 15 anos ou mais de idade, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 1996, feita pelo IBGE. Em números absolutos, são 15,5 milhões de pessoas.

Mas essa taxa vem caindo num ritmo mais acelerado, de 1,08% ao ano, desde o início da década de 90, contra um ritmo relativamente lento, de 0,63% ao ano, nas décadas de 70 e 80. O estudo destaca o crescimento do nível de escolaridade dos brasileiros e diz que tem havido redução das taxas de analfabetismo em todos os grupos de idade, muito embora sua intensidade diminua conforme aumentam as faixas etárias da população.

O percentual de analfabetos entre as pessoas com idade entre 15 e 19 anos caiu de 16,5%, em 1980, para 6%, em 1996. No grupo de 20 a 24 anos, a queda foi igualmente significativa, de 15,6% para 7,1% no mesmo período.

O índice de analfabetos também já é inferior a dois dígitos no grupo de 25 a 29 anos (8,1%). Os grupos de idade com mais de 30 anos, em contraste, apresentam taxas bem mais elevadas, sobretudo entre a população com mais de 50 anos, na qual a proporção de analfabetos chega a 31,5%.

De acordo com estimativa feita a partir dos resultados preliminares do Censo escolar de 1998, a taxa de escolarização líquida da população de 7 a 14 anos já é de 95%, antecipando e superando uma meta estabelecida pelo Plano Decenal de Educação para Todos, que previa elevar a cobertura até o ano 2.003 para, no mínimo, 94% da população em idade escolar.

O Brasil está muito perto de universalizar o acesso ao ensino fundamental. O que precisa, agora, é assegurar as condições de permanência no sistema e de sucesso escolar.

Apesar do declínio da taxa de distorção série/idade e da evolução positiva dos principais indicadores de fluxo escolar, o quadro geral ainda é insatisfatório. Quase a metade dos alunos (47%) está defasada em relação aos seus estudos, o que pode ser resolvido com a implantação do ciclo básico, que eliminaria a reprovação, ou então com as chamadas classes de aceleração, assegurando, contudo, a qualidade do processo de aprendizagem.

A taxa de repetência deverá situar-se neste ano em 29%, mantendo a tendência de queda que se verifica desde a década de 80. Ao mesmo tempo, a taxa de promoção segue em alta, devendo atingir 67% no final do ano letivo de 1998.

A evasão, por sua vez, continua em queda, podendo atingir 4% dos alunos.

A melhoria da qualidade do ensino fundamental passa, necessariamente, pela melhoria das condições de oferta do ensino e pela superação das disparidades regionais. Este quadro ficou evidenciado em pesquisa recentemente concluída pelo Inep sobre a infra-estrutura das escolas públicas e privadas de todo o país.

Menos de 50% dos alunos da educação básica estudam em escolas equipadas com biblioteca, por exemplo. Na maioria dos estabelecimentos de ensino fundamental não há laboratórios de ciências e informática: 24,2% dos alunos estudam em escolas que possuem laboratórios de ciências e 4,1% em escolas dotadas com laboratórios de informática. Falta, ainda, instalar telefone em 46% das escolas de primeiro grau com mais de 100 alunos.

No nordeste, por exemplo, 8,4% dos alunos de ensino fundamental freqüentam escolas sem abastecimento de água, índice que é de apenas 0,3% no sul e de 0,7% no sudeste.

A situação é ainda mais discrepante em relação ao percentual de alunos que estudam em estabelecimentos que não possuem energia elétrica, condição que afeta 19,6% dos alunos na região norte e 14,6% no nordeste, em contraste com os índices de 0,9% no sul e de 1,7% no sudeste. A falta de esgoto sanitário nas escolas atinge 18,1% dos alunos de ensino fundamental na região norte e 9,3% no nordeste, contra 1,7% no sudeste e 1,8% no sul.

A precariedade das condições de infra-estrutura ocorre principalmente nas escolas rurais, que são mais numerosas no norte e nordeste, representando, respectivamente, 82% e 74% do total dos estabelecimentos de ensino destas regiões.

As regiões norte e nordeste apresentam ainda as piores taxas de escolarização em todos os níveis de ensino. É, também, nestas duas regiões que se concentram cerca de 60% das crianças fora da escola.

Outro grande desafio que terá de ser equacionado nos próximos dez anos para satisfazer exigência da LDB, incorporada ao Plano Nacional de Educação, em tramitação no Congresso Nacional, é promover a melhoria do perfil de escolaridade do magistério.

De acordo com o resultado preliminar do Censo do Professor, realizado em 1997, mais da metade dos professores da Educação Básica (53,49%) não possui curso superior completo. Em números absolutos, são cerca de 820 mil professores que terão que complementar sua formação, caso queiram permanecer no magistério.

Para se ter uma idéia da magnitude do esforço demandado, basta considerar que, para atingir a meta estabelecida pela LDB deverão ser formados a cada ano cerca de 100 mil professores no nível superior durante a próxima década.

CONCLUSÃO

O problema da repetência deve ser enfrentado com políticas de nucleação de escolas e com ações específicas que considerem as características geográficas e sociais de cada região.

A nova LDB permite que algumas medidas sejam tomadas para minimizar o problema: organização do ensino por ciclos; organização de classes de aceleração; maior flexibilidade do sistema de avaliação.

Além dessas medidas previstas na Lei é necessária também uma ação junto ao professorado para que os docentes utilizem métodos variados e flexíveis de avaliação, principalmente a avaliação continuada. É preciso que os professores procurem observar alguns preceitos ao lidar com alunos defasados:

A auto-estima do repetente precisa ser estimulada. Mas o professor não pode se limitar a encorajá-lo. O estudante só se sente seguro quando consegue cumprir tarefas. É um erro exigir menos dos alunos defasados por achar que eles são problemáticos.
Para saber como o estudante evolui, é preciso avaliar o desempenho dele em cada atividade. Isso exige enorme atenção do professor. E não basta ver se o aluno acertou: é preciso saber que habilidade e raciocínio ele demonstrou.
Conversar com os pais e pedir o apoio deles para conferir tarefas e incentivar os filhos a estudar. Antes de qualquer coisa, a família deve acreditar que o aluno é capaz de aprender.
Em classes com muitos repetentes, as idades e os interesses são variados. Para satisfazer a todos, sempre é bom utilizar atividades e projetos que integrem várias disciplinas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 8. ed. Rio de Janeiro: Paz e

Terra, 1978.

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