BRASIL – TROPA DE ELITE

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Resenha Crítica: O artigo em questão é o “Brasil – Tropa de Elite

A seguinte resenha crítica apresentada é baseada no em um artigo da autoria de Ivan Martins Pinheiro, político brasileiro, natural do Rio de Janeiro, 61 anos, atual secretário-geral (cargo equiparado ao de presidente) do Partido Comunista Brasileiro – PCB. O artigo em questão é o “Brasil – Tropa de Elite: A criminalização da pobreza”, diferentemente do bordão filme missão dada é missão cumprida.

O tema da resenha é proveniente da análise do artigo acima, onde o autor toma como base o filme “Tropa de Elite”, sucesso do cinema nacional, e o objetivo do trabalho é analisar o artigo e a partir do mesmo elaborar uma linha de raciocínio baseada no tema proposto, que é a “criminalização da pobreza” no Brasil. A metodologia usada consiste em analisar os pontos mais importantes da obra do autor e dissertar sobre elas a partir da visão do tema e de outros autores.

Para o autor, o filme “Tropa de Elite” é uma obra ideológica, que prega o extermínio da classe baixa da sociedade. É um filme que visa passar mensagens diferentes para públicos diferentes. Para os ricos, passa a imagem de segurança resguardada pelos oficiais do BOPE, segurança essa, baseada na tortura e assassinato de traficantes (na verdade, pobres em geral). Para os pobres, mostra que a população de classe média e alta está clamando por medidas de contenção da pobreza e violência. No geral, acaba não passando de mais uma obra que visa generalizar a situação de criminalização da pobreza enraizada em nosso país, onde “todo pobre é bandido”.

Segundo o autor, o filme faz parte de uma conspiração da elite brasileira, financiado com incentivos fiscais, onde se tenta passar a imagem de “mitificação” dos oficiais do BOPE, transformando-os em verdadeiros heróis incorruptíveis e corajosos, dispostos a arriscar suas vidas pelo bem da sociedade, e a lutar com os traficantes, ou seja, como imagem geral, a obra tenta passar a idéia de que o país está em guerra (como salienta o autor, isso fica mais evidente quando no próprio filme o narrador compara os oficiais do BOPE aos do exército de Israel), em constante luta do “bem contra o mal”. O filme tenta mostrar os “caveiras” como invencíveis e aqueles que torturam e matam em nome de um bem maior, e não são punidos, pois se acredita que não cometeram nenhum crime, mas sim um “mal necessário”.

O filme na verdade seria carregado de ironias, analogias e trocadilhos, além de passar falsas imagens e estereótipos, mas todos controlados pela burguesia brasileira, que buscava como o filme “passar sua mensagem a classe pobre”.

Conclui-se na visão do autor que a tendência da classe média e alta e clamar sempre por mais atitudes e ações do BOPE e menos por Direitos Humanos, além de lembrar que as maiorias dos soldados americanos que estão na guerra do Iraque, são provenientes de empresas particulares de segurança, o que poderia gerar em nosso país uma crescente onda de surgimento dessas empresas de terceirização da segurança, onde os “seguranças” teriam ações baseadas nas do BOPE.

Ivan Martins Pinheiro é brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 18 de março de 1946. É considerado um renomado politico brasileiro, sendo também atual secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro – PCB. Foi líder de movimentos estudantis durante a juventude e presidente do sindicato dos bancários até a década de 1980. Escreveu o comentado artigo “Brasil – Tropa de Elite: A criminalização da pobreza” para o site Adital, uma agência de notícias voltada para o público latino-americano e caribenho, publicado em 16 de novembro de 2007.
A resenha apresentada se fundamenta no artigo supracitado, visando abordar os aspectos apresentados pelo autor e apresentar posteriormente, novos aspectos e novas visões sobre o mesmo tema, além de servir como meio de informação, baseado em outras fundamentações, nos dispositivos legais e em demais alicerces que se fizerem necessários acerca do tema exposto.

O autor do artigo parte de uma análise de fatos e cenas do filme brasileiro “Tropa de Elite” para apresentar argumentos que muitas vezes passam despercebidos aos olhos dos expectadores do filme e da sociedade em geral.

Fatos como o do filme ter sido “campeão de pirataria” no país, não são encarados pelo autor como um mero acaso, ou descuido, ou ainda má-fé da população, mas sim como uma estratégia bem estruturada de publicidade, tentando fazer com que a população para qual o filme teria sido, teóricamente, dirigido é uma população de baixa renda que não frequenta os grandes centros onde se intalam as salas de cinema.

O artigo tenta mostrar, através da visão do filme, como uma obra de ficção que traz um enredo envolvente e uma trama bem organizada, pode se transformar em um poderoso veículo de comunicação e até mesmo, como aqui se trata o caso do filme, um veículo de dominação das massas. Para o autor, o filme se trata de uma forma da elite de direita brasileira expressar seu descontentamento com o “favelamento” da população, e generalizar através dessa premissa, a sua idéia de “criminalização da pobreza”, ou seja, não seria necessário cometer ato ilícito para ser “marginal”, bastaria apenas ser pobre. Além disso, segundo o autor, o filme não traria a “verdade como ela é”, mas sim apresenta fatos que não são coniventes com a realidade e buscam somente equiparar os “Homens de Preto” aos hérois das histórias, visando assim passar uma falsa mensagem subliminar à sociedade de que esta estaria resguardada pelos soldados do Bope, já que estes, que são a Elite da polícia, podem fazer tortura, assassinatos e outras formas de agressão, que não serão punidos porque todos os seus atos são em nome da paz da sociedade e da justiça.

O autor conclui que a sociedade brasileira não deve se manter calada perante essa situação atual de pobreza e violência, muito menos clamar pela ação desencabida dos soldados do Bope, pois isso desencadearia em nosso país, uma onda de barbarismo e um distanciamento cada vez mais iminente dos Direitos Humanos, além de servir de premissa para a ação de mílicias particulares, que tomariam como exemplo a ação dos oficiais do Batalhão de Missões Especiais e praticariam crimes hediondos em nome da paz e justiça. Como mensagem final, o autor faz uma analogia entre a música tema do filme da banda Tihuanna e o que ele acredita que aconteceria com a sociedade, ou seja, se a Tropa de Elite “pega geral”, um dia poderemos ser vítimas dela também.

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