ESTILO E IDEOLOGIA – EÇA DE QUEIROZ

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Autor: Elisio Gomes Pacheco

ESTILO E IDEOLOGIA

Realismo, qualidade, atitude de quem se prende ao que é real verdadeiro, objetivo. De acordo com esta definição, podemos destacar dois aspectos no conjunto da obra de Eça de Queiroz, de um lado o estilo, do outro a critica social. Sendo que a força critica privilegia o estilo, e descuida da critica social, dando a entender sua genialidade em toda sua obra, qualquer que fosse o ideal ou a critica a ser feita.

Eça de Queiroz tem o objetivo de ensinar discretamente por meio de ficção como resolver seus problemas. Sempre utilizando teses, misturando estilo, e ideologia, em que foi muito criticado por dar ênfase ao estilo, correndo o risco de se transformar em um fim-em-si.

O romancista utiliza um descritivismo abundante como recurso predominante e invariável de acordo com o psicofisiologismo, pseudocientífico vigente na época, de fora para dentro, quando cria imagens detalhadas de seus personagens, chegamos a sentir seu cheiro, a cor. Porem personagens vazios, que não crescem não desenvolve, é sempre igual, do inicio ao fim.Como exemplo “Luisa” sempre com atitudes mecânicas, sem personalidade. Eça evidencia o meio social, o ser coletivo, não mais na individualidade, como observamos na utilização de personagens do tipo comum, com a meta de generalizar padrões coletivos, para que assim os leitores vejam suas imagens refletidas e possam aprender no desperta da formação de caráter do leitor colaborando na criação do mundo.

A constituição dos seus personagens são figuras caricatas, cheias de exagero, quando e visto o clero, a burguesia ascendente, a aristocracia falida e os demais estamentos.

Os enredos são pobres de esquemas levando o leitor desde o inicio a descobrir o meio e o fim. O leitor fica tão extasiado que nem se da conta do pano de fundo acessório.

Eça pratica um Realismo na versão ortodoxia, mostrando um conjunto da sociedade bem recortada e sem nenhum acréscimo de significado, no que se refere a caráter, temperamento ou sensibilidade Segundo Machado de Assis,

“JULIANA”, seria a personagem mais completa e de caráter do livro “O PRIMO BASILIO”.

O romancista apesar de trazer uma critica social, ele não se declara, não julga nem a favor, nem contra.O narrador apresenta-se em cima do muro, com sua critica ostensiva, obvia e inflexível. Cabem ao leitor julgar, e aprender com o autor pedagógico.

Só no final de sua Carreira Eça acerta o passo entre estilo e ideologia, o romancista cede lugar ao escritor. Finalmente comprometesse com seu gosto pessoal. Será que agora realista? O que podemos chamar de realismo?Depende da forma ou do tipo de realismo estamos discutindo.

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