POSICIONAMENTO CRÍTICO O LIVRO O QUE É TAYLORISMO

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POSICIONAMENTO CRÍTICO O LIVRO “O QUE É TAYLORISMO”

O Taylorismo foi um modelo de administração científico que foi amplamente aplicado nas organizações durante a fase da Revolução Industrial. O extremo racionalismo é um traço marcante nas suas características. Atrelar métodos eficazes e sistematizados à execução de tarefas, com o tempo cronometrado, controlando o trabalhador até em seu momento fora de seu ambiente de trabalho, é uma das chagas do Taylorismo. Pois rouba do homem a sua capacidade criativa, rouba sua liberdade para agir, conforme sua consciência, diante de situações em que a ciência ainda não alcança. Cerceia o ser-humano de ser humano. Transforma toda uma sociedade em moeda de troca. Os valores e princípios individuais são duramente afetados por esse modelo de administração científica. O produto final vale mais do que quem o produziu.

O Taylorismo retira o homem de ser o centro da vida dele mesmo. Adoece o indivíduo no aspecto físico, mental e emocional. Instiga a competição no ambiente de trabalho, submetendo muitas vezes o trabalhador a extremo estresse físico e emocional, provocando conflitos, mágoas e ressentimentos que vão do lado profissional para o lado pessoal. Robotiza o homem em suas atividades, escravizando-o ao tempo. Deixa o homem desprovido de sentimentos e conhecimentos. Aliena o indivíduo na sua totalidade. O Taylorismo é uma escravidão.

Muitos sistemas de governos no passado se utilizaram do Taylorismo, não apenas para alavancar a economia interna de seus países, mas para difundir suas absurdas ideologias, como se fosse uma lavagem cerebral em seus povos. Podemos citar o nazismo na Alemanha, o fascismo na Itália e o comunismo-socialista da Rússia. Na realidade esses governos usaram o Taylorismo sob o pretexto de combater o que eles pregavam contra seus antecessores e na prática eles eram iguais ou piores. Visavam poder e lucro. O trabalhador era vítima dessa imposição injusta de seus governos e existia apenas para obedecer e não questionar o que lhe era ordenado, sob pena de punição e em alguns casos até ser assassinado. Os sindicatos dos trabalhadores enfraqueceram nos seus argumentos contra o Taylorismo. Quem podia mais? Quem detinha o poder econômico nas mãos ou a classe oprimida dos trabalhadores? Esta luta injusta entre fracos e fortes, é tema de estudos na sociologia, na psicologia, na psiquiatria e até tema de obras artísticas literárias, musicais e cinematográficas.

O consumismo desenfreado é estimulado por todos os lados. A felicidade, o amor, o sentimentalismo é manipulado pelas empresas de publicidade para venderem. O dinheiro é tudo na nossa sociedade civilizada. Você vale pelo que você tem e não pelo que você é. Os altos índices de inadimplência no comércio, nos bancos, são frutos do estímulo desenfreado do consumismo. As pessoas são manipuladas, são alienadas e levadas a consumirem o que muitas vezes nem precisam. Compram e compram sem saber se vão poder pagar, se vão estourar o(s) cartão (-ões). Endividam-se, ficam com o nome sujo nos serviços de proteção ao crédito. Deprimem-se, adoecem. Enfartam e algumas até morrem. Para quê tudo isso? Por quê? Para o “progresso”, para o aumento da produção, para vender mais, para os lucros serem maiores. O Taylorismo deve ser responsabilizado por isso também.

No livro “O QUE É TAYLORISMO” os autores não abrangem o impacto que o Taylorismo causou na América Latina e na Ásia. Falam rapidamente no Brasil e no Japão. Dão mais ênfase nos efeitos que o Taylorismo causou nos Estados Unidos e na Europa.

Os autores do referido livro, citado acima, não organizam as características racionalistas do Taylorismo. Citam de maneira desorganizada algumas, mas não expandem de maneira organizada as principais características que são: Administração como ciência (organização e administração estudadas e tratadas cientificamente e sistematicamente); Organização racional do trabalho (métodos específicos de execução do trabalho); Divisão do trabalho e especialização (especialização do operário na execução de determinadas tarefas, objetivando maior lucro da empresa); Desenho de cargos e tarefas (a função do trabalhador era executar o que lhe fora ordenado e não pensar e / ou decidir sobre a execução); Supervisão funcional (supervisão do trabalhador); O Conceito “homo economicus” (aplicação da força de trabalho maior do que fisicamente o trabalhador é capaz, com o objetivo de ganho financeiro maior); Ênfase na eficiência (determinar a única maneira certa de execução do trabalho); Princípio da Exceção (detecção de ocorrências que se desviavam dos padrões dos métodos e rápida tomada de providências).

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