PRÓCLISE E ÊNCLISE

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Pronomes

“me disseram que…” ou “disseram-me que…”?

Este assunto foi tratado mais de uma vez no programa: a colocação dos pronomes oblíquos átonos em relação aos verbos.
Pronomes oblíquos átonos:

ME – TE – SE – LHE – LHES – O – A – OS – AS – NOS – VOS

No Brasil, muitas vezes o professor diz ao aluno: “Não é possível começar a frase com o pronome me”. E, se o aluno escreve na redação “Me disseram que…”, é repreendido pelo professor, que nem sempre o instrui sobre a razão de o pronome não poder iniciar a oração.

Ocorre que a língua portuguesa “oficial”, isto é, o português de Portugal, não aceita o pronome no início da frase. Eles dizem “Informaram-me…”. Essa colocação pronominal diverge muito de nossa maneira de falar no Brasil. Temos nosso modo de usar o pronome, e não há por que lutar contra isso. É como na canção “Vento Ventania”, do grupo Biquíni Cavadão:

Vento, ventania
me leve para as bordas do céu
pois vou puxar as barbas de Deus.
Vento, ventania
me leve pra onde nasce a chuva
pra lá de onde o vento faz a curva
me deixe cavalgar nos seus
desatinos, nas revoadas, redemoinhos…

O mesmo grupo tem outra canção que também é um bom exemplo da nossa maneira de colocar os pronomes na frase. A canção é “Timidez”.

Toda vez que te olho
crio um romance.
Te persigo mudo
todos os instantes.
Falo pouco, pois não
sou de dar indiretas.
Me arrependo do que
digo em frases incertas…

No português de Portugal e no português culto, isso não poderia ser assim. Deveria ser “Leve-me”, “Deixe-me”, “Persigo-te”,”Arrependo-me” e assim por diante.

Portanto usar os pronomes, no começo da frase, é oficialmente errado. No cotidiano, com os amigos, na vida diária, podemos falar à nossa maneira. Mas numa prova de português, num vestibular, num concurso, devemos usar o pronome sempre depois do verbo.

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