24.5 C
Sorocaba
sexta-feira, abril 26, 2024

O Auto do Frade – João Cabral de Mello Neto

O Auto do Frade – João Cabral de Mello Neto

O Auto do frade tem como assunto o dia da morte do rebelde frei Caneca, um dos líderes da Confederação do Equador que já estava preso há mais de um ano. Está sendo preparado o cortejo, a população já se acumula do lado de fora da cadeia, enquanto isso o frei tenta dormir enquanto aguarda seu enforcamento. Como o juiz não havia chegado ao Tribunal de Justiça por causa de uma viagem de 3 meses o corregedor decide que o Frei Caneca será enforcado em praça pública, após percorrer a cidade com uma corda enrolada no pescoço. Assim, Frei Caneca é retirado da prisão e muito fraco percorre as Ruas de Recife, várias pessoas o seguem em pleno meio da rua, em cada esquina mais gente se aproxima. Em todos os lugares existem espectadores ao acontecimento abrangendo até mesmo o governador e toda a sociedade em geral. Frei Caneca chega a dizer algumas palavras, mas é obrigado a calar-se e até os gestos lhe são proibidos. Seu comportamento podia representar grande perigo aos oficiais que pregam ser ele um homem condenado à morte por trair o Rei e pretender o separatismo com a Confederação do Equador. Lentamente o cortejo vai levando o Frei que anda calado e sereno. Ao chegar à Igreja do Terço, Frei Caneca é colocado no centro de um círculo formando de policiais, com intuito de ninguém tentar soltá-lo ou se rebelar. Nesse evento Frei Caneca é entregue ao oficial enviado pela Comissão do imperador que o condenou à morte. O Frei solenemente anda no interior de um círculo de policias. Ao chegar na Praça do Forte, onde será executada a sentença de réu, o carrasco designado para matar o padre recua, temendo a ação sobre ele de alguma força superior. Então todos os carrascos se recusam a enforcar o padre, alegando que ele foi visto “voando no céu”. Mesmo espancados resistem a enforcá-lo. O Oficial de Justiça oferece perdão dos crimes aos presos, comida farta, emprego, cama e mesa a quem fosse voluntário para a execução. Contudo ninguém se disponibiliza, nem mesmos os presos que queriam liberdade. Ocorre então que após algumas horas de espera, decide-se formar um pelotão de doze homens para o fuzilarem, pois nenhum destes ousaria fazê-lo sozinho. Assim Frei Caneca é morto fuzilado.

Outros trabalhos relacionados

PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM – CLARICE LISPECTOR

Perto do Coração Selvagem - Clarice Lispector Em Perto do Coração Selvagem, Joana expressa, por fluxos de consciência, sua vida interior, contrapondo suas experiências de...

Livro sobre o Nada – Manuel de Barros

Livro sobre o Nada - Manuel de Barros Inútil, nada, coisa, bichos. Essas são algumas das palavras-chave de uma obra que tenta reconstruir o mundo....

SOLO DE CLARINETA – ÉRICO VERÍSSIMO

Solo de Clarineta - Érico Veríssimo Solo de Clarineta é dividido em dois volumes. No primeiro Veríssimo conta e sua infância e adolescência até a...

O RECADO DO MORRO – Guimarães Rosa

O RECADO DO MORRO - Guimarães Rosa A história ilustra o mundo sem lei. No sertão, vigora a regra, e não a lei - a...