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quinta-feira, abril 18, 2024

Aminoácidos

Autor: Fernanda Palma Lissone

AMINOÁCIDOS, QUEM SÃO ELES?

INTRODUÇÃO

Os aminoácidos representam a unidade básica da estrutura das proteínas. São formados por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio – grupamento amino, grupamento carboxila e o grupamento lateral, composto de enxofre ou fósforo ou cobalto ou ferro que caracterizam o aminoácido em relação as suas propriedades físico-quimicas.

Entre dois aminoácidos existe uma ligação química chamada ligação peptídica. Através desta ligação formam-se cadeias de aminoácidos que adotam formas e combinações químicas diversas. Dois aminoácidos ligados formam um dipeptídeo, três aminoácidos, um tripeptídeo e assim sucessivamente. A combinação de mais de 50 aminoácidos forma uma proteína.

Existem 20 tipos diferentes de aminoácidos naturais e nós seres humanos, temos a capacidade de sintetizar 80.000 proteínas a partir de inúmeras combinações entre estes aminoácidos.

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Classificação:

Os aminoácidos se classificam de diversas categorias de acordo com as suas características físico-quimicas e nutricionais.

Do ponto de vista nutricional eles se dividem em três categorias:

• Essenciais – sua síntese é inadequada no organismo animal, assim não satisfazendo a velocidade de utilização, necessária para o crescimento e desenvolvimento natural. Portanto devem ser fornecidos através da alimentação;

• Condicionalmente essenciais – podem ser considerados essenciais para o organismo em determinado estado fisiológico de desenvolvimento (por exemplo na infância) ou condição clinica (por exemplo bebes prematuros);

• Não essenciais – podem ser sintetizados pelo organismo em nível celular a partir de substâncias fornecidas ou não pela alimentação.

FunÇÃo

O papel principal dos aminoácidos é a participação no processo de síntese de proteínas, mas além desta função, quase todos exercem um papel especifico, por exemplo, o triptofano é precursor da vitamina Niacina, a arginina, a glicina e a metionina estão envolvidas na síntese de creatina, a tirosina é precursora da melanina, o fator determinante da cor da pele, a histidina é essencial para a formação de histamina, causadora de vasodilatação no sistema circulatório. Sendo assim, cada um desempenha um papel único no organismo.

Anabolismo e Catabolismo

Após o processo de digestão das proteínas, estas são transformadas em aminoácidos, que são absorvidos no intestino por um mecanismo altamente eficiente. Então são levados para o fígado, o grande responsável pelo controle da quantidade de aminoácidos a ser enviado para o plasma sanguíneo e assim chegar a outros órgãos, como os aminoácidos de cadeia ramificada que serão metabolizados no músculo.

No fígado, parte dos aminoácidos é usada para a síntese protéica, como a albumina e algumas enzimas. Ele também é responsável pela produção de uréia, para que ocorra a eliminação do nitrogênio restante do processo de degradação de algumas proteínas.

A maioria dos aminoácidos do corpo está presente na forma de proteína, representando 15 a 20 % da massa corporal, apenas 2% está na forma livre no plasma e dentro das células.

No entanto este pequeno pool de aminoácidos livres participa de um grande numero de reações, garantindo um equilíbrio entre síntese e degradação protéica.

O destino dos aminoácidos em cada tecido varia de acordo com as necessidades de utilização no dado momento, havendo um equilíbrio dinâmico entre as proteínas teciduais, os aminoácidos ingeridos pela alimentação e os aminoácidos circulantes.

Este processo ocorre, pois há um contínuo trabalho de síntese e catabolismo protéico específico em cada tecido, denominado turnover protéico.

A velocidade do turnover protéico depende da função desta proteína e do tipo de tecido que ela constitui. Em média um adulto renova aproximadamente 3% do total protéico por dia. Na pele há uma renovação estimada em 5g de proteína/dia, no sangue 25g e no tecido muscular algo em torno de 75g/dia.

O desenvolvimento normal do indivíduo é determinado pelo anabolismo (síntese) intenso e dependente do suprimento adequado de nutrientes, entre os quais os aminoácidos exercem papel fundamental, pois este desenvolvimento é padronizado e regulado pela síntese das diferentes proteínas que compõem os diversos tecidos do corpo.

Para que o processo de anabolismo protéico ocorra é necessário que todos os aminoácidos envolvidos estejam disponíveis ao mesmo tempo e a presença de todos os aminoácidos essenciais é determinante para a realização desta etapa.

Este evento é controlado, dentro de cada célula, pelo DNA (código genético existentes no núcleo das células) e utiliza energia proveniente de ATP.

No catabolismo de aminoácidos, o primeiro evento é a separação do grupo amino, esta reação forma uma substância ácida, a outra parte do aminoácido é utilizada na formação de glicose e conseqüentemente na produção de energia. Cerca de 58% das proteínas consumidas sofrem este processo.

Os aminoácidos principais neste processo são a alanina e a glutamina, que durante um exercício enteso adotam uma dupla finalidade:

• Remover a amônia formada no músculo pelo catabolismo protéico e leva-la ao fígado, para ser metabolizada e transformada em uréia;

• Fornecer ao músculo a glicose sintetizada pelo fígado a pertir do esqueleto de carbono da alanina ou da glutamina.

Durante o exercício de endurance

Apesar do metabolismo de aminoácidos contribuir com apenas 5 a 15% da energia consumida durante o exercício, esta pequena parcela torna-se fundamental em condições de alto consumo energético.

Durante o exercício a síntese protéica está suprimida, este efeito é proporcional à duração e a intensidade da atividade realizada.

Estudos comprovam que a síntese protéica hepática foi diminuída em 20% após 1 hora de corrida e 65% quando a corrida foi prolongada até a exaustão.

Observa-se que a síntese é aumentada em resposta à presença de insulina, hormônio do crescimento e alguns aminoácidos como a leucina, e diminuída na ocorrência do exercício, ingestão reduzida de proteínas e redução das reservas energéticas.

Por outro lado a degradação é aumentada em resposta ao jejum ( aumento da produção de glucagom), ao exercício e aos glicocorticoides e reduzida pela presença de leucina e triglicerideos de cadeia média e a ingestão adequada de proteínas.

O saldo final das mudanças ocorridas com o turnover protéico depende da somatória destes fatores. No entanto durante o exercício prolongado ocorre aumento da concentração plasmática de glucagom e glicocorticoides, o que reforça a presença de catabolismo protéico durante o exercício.

Três fontes de aminoácidos podem atuar como fornecedores de energia durante o exercício: a- proteína da dieta; b-pool corporal de aminoácidos livres; c- proteína tecidual.

A primeira é pouco comum, uma vez que a ingestão de alimentos de fonte protéica pré- exercício não é muito recomendada devido ao seu maior tempo de digestão, além da lentificação deste processo durante o exercício em função do desvio de sangue para a musculatura esquelética, diminuindo a absorção de aminoácidos. Já o pool de aminoácidos é pequeno e inalterado durante o exercício.

Portanto se há proteína utilizada como fonte de energia durante o exercício, esta deve ser de fonte tecidual.

Esta utilização é aumentada com a depleção do glicogênio e os aminoácidos que estão intimamente ligados a este processo são a alanina, a glutamina e os aminoácidos de cadeia ramificada.

A suplementação de aminoácidos ainda precisa ser mais estudada para que as evidências sejam realmente comprovadas.

No mercado, encontram-se diversos produtos a base de aminoácidos, tais como arginina, lisina e ornitina, os BCAAs (aminoácidos de cadeia ramificada- leucina, valina e isoleucina), glutamina, carnitina, b-HMb, creatina, taurina e a albumina, a utilização destes produtos deve ser orientada por um médico ou nutricionista, uma vez que o excesso de proteínas ou aminoácidos pode causar sobrecarga renal e muitos produtos não apresentam os resultados esperados.

RecomendaÇÕes

Para garantir o metabolismo adequado dos aminoácidos é preciso seguir corretamente as recomendações protéicas, além de considerar a duração e o tipo da atividade física praticada e garantir uma ingestão energética balanceada a fim de ter o conteúdo de glicogênio apropriado, assim poupando a utilização de proteína como fonte de energia.

As recomendações diárias para a ingestão protéica, variam de 0,8g por Kg de peso corporal, para indivíduos sedentários ou pouco ativos e de 1,0 a 2,4g por Kg de peso corporal para indivíduos ativos ( 5 a 6 vezes por semana, atividade de endurance por pelo menos 1 hora), sendo 2,4 o limite de absorção e utilização para a síntese de novas proteínas, o excedente a este valor é transformado em energia, uma vez que não possuímos reservas para futuras utilizações.

Em relação as atividades de resistência, preconiza-se 1,0g /Kg de peso para atividades de intensidade moderada, 1,1 a 1,7g/Kg de peso para intensidade pesada e 1,8g/Kg de peso para as extremamente pesadas.

Ë importante ressaltar que a ingestão de carboidratos é fundamental para o desempenho esportivo do atleta, uma vez que a ingestão inadequada acarreta prejuízo ao processo de contração muscular e sua disponibilidade é inversamente proporcional à taxa de catabolismo protéico durante o exercício.

Após a atividade física a utilização de aminoácidos livres ou na forma de proteína, pode ser muito interessante quando combinada ao carboidrato, esta combinação pode ser utilizada em dois momentos:

• Logo após para otimizar a resíntese de glicogênio;

• Após 1 a 3 horas para que os hormônios anabólicos liberados favoreçam preferencialmente a síntese protéica, já que os níveis de glicogênio estão em processo de reestabelecimento.

ConclusÕes

O aumento da massa muscular não ocorre com a ingestão de proteínas isoladamente. São necessários estímulos, como por exemplo, a musculação, e consumo adequado de energia e carboidratos.

Além do músculo precisar de energia para promover a hipertrofia, um conteúdo adequado de glicogênio é fundamental para garantir o direcionamento de aminoácidos para a síntese protéica e não para a geração de energia.

Uma alimentação balanceada com as diferentes fonte de proteína (animal- todos os tipos de carne, ovos, leite e derivados e vegetal- feijões, lentilha, ervilha, grão de bico, tremoço e soja) garante a ingestão adequada de aminoácidos.

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