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quinta-feira, abril 18, 2024

Bactérias 3

Autoria: Alanderson de Freitas Marron

Introdução Teórica

Bactéria: grupo abundante de organismos unicelulares e microscópicos que não têm núcleo diferenciado e se reproduzem por divisão celular simples. Pertencem ao reino Monera, também conhecido como organismos procariotes. São classificadas de acordo com vários critérios: por sua forma, em cocos (esféricas), bacilos (forma de bastão), espiroquetas e espirilos (com forma espiral); segundo a estrutura da parede celular; pelo comportamento que apresentam diante da coloração de Gram; em função da necessidade ou não de oxigênio para sobreviver (aeróbias ou anaeróbias, respectivamente); e segundo suas capacidades metabólicas ou de fermentação. Nem todas as bactérias têm capacidade de movimento, mas as que o fazem se deslocam graças à presença de apêndices filamentosos denominados flagelos. Estes podem se localizar por toda a superfície celular, em apenas um ou em ambos os extremos, e podem estar isolados ou reunidos em grupo. O material genético da célula bacteriana é formado por uma fibra dupla de ADN circular . Muitas bactérias possuem também pequenos ADNs circulares chamados plasmódios, que carregam informação genética, mas na maioria das vezes não são essenciais na reprodução. As células bacterianas se dividem por fissão; o material genético se duplica e a bactéria aumentada se divide pela metade, formando duas células-filhas idênticas à célula-mãe. Em condições favoráveis, se a divisão ocorre uma vez a cada 30 minutos, transcorridas 15 horas uma única célula terá originado milhões de descendentes. Esses grupos, chamados colônias, podem ser observados a olho nu. As bactérias são responsáveis pela decomposição ou deterioração da carne, do vinho, das verduras, do leite e de outros produtos de consumo diário. Sua ação pode causar mudanças na composição de alguns alimentos e estragar-lhes o sabor. Além disso, quase 200 espécies de bactérias são patogênicas, isto é, causam enfermidades no ser humano. Por outro lado, as bactérias são de grande importância em muitas indústrias. A capacidade de fermentação de certas espécies é aproveitada na produção de queijo, iogurtes, temperos e embutidos.

Parte 1: Obtenção de colônias de bactérias

-Objetivos:
• Obter colônias de bactérias da flora normal humana para observação a olho nu e ao microscópio.
• Conhecer e utilizar técnicas de trabalho com bactérias.

-Materiais:
• Placas de Petri contendo meio de cultura preparado com água destilada, agar-ágar, caldo de carne e sal.
• Cotonetes
• Flora bacteriana humana
• Estufa de 36 graus.

Procedimento:

Pegamos os cotonetes e coletamos resíduos presentes nos dentes e gengivas, e passamos em zigue zague sobre a placa de Petri. Repetimos o procedimento com outro tipo de amostra, da pele e de dobras do corpo.
Fizemos isto perto do bico de Bunsen, onde o ar aquecido diminuía o risco de contaminação da amostra, e deixamos a placa o mínimo de tempo expostas ao ambiente, para assegurar o sucesso do experimento.
Ao término da aula, as placas foram etiquetadas e colocadas em estufas para continuarmos a experiência na aula seguinte.

Parte 2

-Objetivo:

• Preparação de lâminas para estudo morfológico de bactérias, ao microscópio óptico comum, utilizando coloração de Gram
• Conhecer características dos grupos: Gram positivos e negativos

Materiais:

• Lâminas de microscópio
• Colônia de bactérias previamente preparada
• Violeta de genciana
• Lugol
• Álcool 95%
• Fucsina básica

Procedimentos:

Retiramos com uma espátula, amostra da colônia de bactérias da placa de Petri, e colocamos uma fina camada sobre a lamina. Colocamos a lamina perto da chama do bico de Bunsen, para realizar a fixação das bactérias.
Para realizar a coloração e divisão das bactérias nos grupos: Gram positivas e Gram negativas, cobrimos a lamina totalmente com violeta de genciana, aguardando 1 minuto. Escoamos o corante e adicionamos o Lugol por mais um minuto. Após escoar o Lugol, “lavamos” a lamina com o álcool 95% gota a gota, até que não houvesse mais corante se deprendendo. Lavamos em água corrente e finalmente cobrimos o vidro com fucsina básica, por 30 segundos. Lavamos novamente com água corrente e esperamos secar para observar no microscópio com aumento de 1000 vezes, utilizando o óleo de imersão.

Observações e conclusões :

Conseguimos observar bem as bactérias contidas nas laminas, diferenciado as bactérias Gram positivas pela cor roxa e as negativas pela cor vermelha. Um fato curioso no experimento, foi a observação feita em uma colônia, que após todo o procedimento, ainda apresentava bactérias vivas e se movendo, provavelmente bactérias muito raçudas e guerreiras.

Abaixo imagens semelhantes a nossa observação:

Gram positivas Gram negativas

Observamos bactérias do tipo cocos, bacilos, estafilococos, estreptococos e talvez espirilos.

Gram positivas e Gram negativas:

De acordo com a constituição da parede, as bactérias podem ser divididas em dois grandes grupos:
– Gram-negativas: se apresentam de cor avermelhada quando coradas pelo método de Gram.
– Gram-positivas: se apresentam de cor roxa quando coradas pelo método de Gram.
A parede das gram-positivas é praticamente formada de uma só camada, enquanto a das gram-negativas é formada de algumas camadas.
A parede da célula Gram-negativa é constituída por estruturas de múltiplas camadas bastante complexas, que não retêm o corante quando submetidas a solventes nos quais o corante é solúvel, sendo descoloradas e, quando acrescentado outro corante, adquirem a nova coloração. Já a parede da célula Gram-positiva consiste de única camada que retém o corante aplicado, não adquirindo a coloração do segundo corante. Entretanto, Os dois tipos de parede apresentam uma camada em comum, situada externamente à membrana citoplasmática que é denominada camada basal, mureína ou peptídeoglicano. A segunda camada, presente somente na células das gram-negativas é denominada membrana externa. Entre a membrana externa e a membrana citoplasmática encontra-se o espaço periplasmático no qual está o peptídeoglicano.
As bactérias ao contrário do que muitos pensam, podem ser utilizadas no tratamento de doenças, e muitas outras aplicações úteis aos humanos.
Podem ser usadas na produção de alimentos (Streptococcus e Lactobacillus – na produção de iogurtes, queijos, leites fermentados e outros; Corynebacterium produz o ácido glutâmico ou glutamato monossódico, vendido comercialmente como aji-no-moto; Acetobacter transforma o vinho em vinagre) e bebidas.
A indústria farmacêutica utiliza bactérias para a produção de antibióticos e vitaminas. A indústria química emprega as bactérias na produção de acetona, metanol, butanol e outros.
Os processos de tratamento de esgotos também utilizam as bactérias no processo de degradação dos resíduos orgânicos. Nas usinas de reciclagem de lixo, são utilizadas na produção de adubos de compostagem. Atualmente há pesquisas para o desenvolvimento de bactérias que decomponham plásticos e outros derivados de petróleo.
A moderna biotecnologia permitiu a modificação do material genético de algumas bactérias, fazendo com que elas passassem a produzir insulina para o tratamento da diabetes.
Até a cirurgia plástica faz uso das bactérias. A toxina botulínica, produzida pelas bactérias da espécie Clostridium botulinum tem a capacidade de paralisar a musculatura, relaxando-a. É conhecida pelo nome comercial de Botox, muito usada pelos cirurgiões plásticos, em pequenas quantidades, para a atenuação de rugas e marcas de expressão.

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