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quinta-feira, março 28, 2024

CLONAGEM

A palavra clone deriva etmologicamente do grego “klón”, que significa broto e pressupõe, portanto, a existência de um indivíduo gerador e a ocorrência de reprodução assexuada. Esse termo tem sido aplicado tanto a células quanto a organismos, de modo que um grupo de células que procedem de uma única célula também recebe esse nome. Toda vez que um ser é gerado a partir de células ou fragmentos de uma mesma matriz, através de um processo de reprodução assexuada que resulta na obtenção de cópias geneticamente idênticas de um mesmo ser vivo (microrganismo, vegetal ou animal), acontece uma clonagem. A clonagem pode ser natural ou induzida artificialmente. Ela é natural em todos os seres originados a partir de reprodução assexuada, ou seja, na qual não há participação de células sexuais (gametas), como é o caso das bactérias, da maioria dos protozoários e algumas leveduras. Esse é o meio mais freqüente e natural de reprodução dos vegetais inferiores, mas até vegetais superiores podem multiplicar-se naturalmente desse modo. É o caso das gramas dos jardins ou do morangueiro, cujos nós dos ramos laterais rentes à terra formam raízes, gerando plantas independentes.

Clonagem Plantas

Ao fazerem mudas de plantas, os agricultores e jardineiros estão produzindo clones. A clonagem é, às vezes, o único meio de fazer a multiplicação de uma planta. É o que acontece com a bananeira e, geralmente, com a parreira e a cana-de-açúcar. Se alguém corta um pedaço do tronco de uma bananeira e o joga no canteiro, outra vai brotar espontaneamente. Ou seja, a célula especializada do tronco é capaz de gerar um ser idêntico a si a partir de seu próprio material genético. Outras espécies, como a estrela-do-mar, certos moluscos e crustáceos, também reproduzem-se assim. Para esses seres, a clonagem é rotineira.

A clonagem natural também pode ocorrer em mamíferos, como no tatu e, mais raramente, nos gêmeos univitelinos, que são parte de um clone. Nos dois casos, embora haja reprodução sexuada na formação do zigoto, os descendentes idênticos têm origem a partir de um processo assexuado de divisão celular. A clonagem induzida artificialmente é uma técnica da engenharia genética aplicada em vegetais e animais, ligada à pesquisa científica. Nesse caso o termo aplica-se a uma forma de reprodução assexuada produzida em laboratório, de forma artificial, baseada em um único patrimônio genético. A partir de uma célula-mãe ocorre a produção de uma ou mais células (idênticas entre si e à original) que são os clones. Os indivíduos resultantes desse processo terão as mesmas características genéticas do indivíduo “doador”, também denominado original.

A clonagem induzida em vegetais baseia-se na plantação e na criação de enxertos, nos quais são implantados brotos de plantas selecionadas em caules de outros vegetais. Essa técnica é utilizada em larga escala em muitas culturas comerciais, com a finalidade de aumentar a produção, melhorar a qualidade e uniformizar a colheita. A clonagem induzida em animais pode usar como matéria-prima células embrionárias ou células somáticas (todas as células do corpo com exceção das reprodutivas) que são introduzidas em óvulos anucleados (sem núcleo) artificialmente (este último processo é conhecido como transferência ou transplante nuclear, e foi o processo utilizado na “clonagem” da ovelha Dolly, tão propagada pela mídia) .

Os indivíduos resultantes da clonagem têm, geralmente, o mesmo genótipo, isto é, o mesmo patrimônio genético. Dizemos ‘geralmente’ porque, durante a reprodução assexuada, pode ocorrer alguma alteração do material genético (mutação), gerando um ser com patrimônio genético diferente do existente no original. Na ausência de mutação, portanto, os clones são geneticamente idênticos. É importante ressaltar, porém, que identidade genética não significa identidade na aparência física ou psicológica, porque todo ser vivo é resultado da interação do genótipo com o ambiente. Infelizmente, há uma tendência generalizada a enfatizar apenas a importância do genótipo (ou, o outro extremo, enfatizar apenas a influência do ambiente…), como se todos os seres, inclusive os humanos, nada mais fossem que seu patrimônio genético (ou, no segundo caso, como se os genes não fossem tão importantes na manifestação de certas características, essa visão é comum principalmente quando se trata de características psicológicas) .

Essa é uma noção errônea, e apesar de alguns estudos recentes indicarem que as características dos seres vivos, inclusive as características psicológicas humanas possam ser influenciadas pelos genes, não dispomos ainda de dados sobre essa influência. O certo é que nós podemos ter genes para todas as características, mas a manifestação desses genes é condicionada pelo ambiente, pelo que o organismo é resultado da interação genes x ambiente, e menosprezar qualquer dos dois é provavelmente um equívoco.

Clonagem

A primeira clonagem bem-sucedida de um animal adulto é realizada, em 1996, pelo embriologista escocês Ian Wilmut, do Instituto Roslin, na Escócia. Da experiência nasce à ovelha Dolly. Desse ano em diante, outros animais, como ratos, macacos, bois e porcos, foram clonados, estes últimos em 2000, também pelo Instituto Roslin.

A clonagem é um método artificial de reprodução que emprega células somáticas, do tipo das que formam os órgãos, os ossos ou a pele, no lugar de células sexuais, como o óvulo e o espermatozóide. Na natureza, os organismos se reproduzem por meio das células sexuais. As exceções são os vírus, as bactérias e outros seres unicelulares. Há também certos vegetais que mesmo tendo células sexuais geram novas mudas das células somáticas. Isso pode ser observado nas plantas que se multiplicam de um ramo do vegetal adulto.

A técnica da clonagem

A técnica da clonagem – A experiência da clonagem ainda não foi compreendida perfeitamente do ponto de vista teórico. Em princípio, não seria possível forçar uma célula somática a se multiplicar, já que nela quase todos os genes estão desligados. Dolly, no entanto, nasce de células mamárias tiradas de uma ovelha adulta. Dessas células, quase toda a massa celular interna, chamada citoplasma, foi descartada. Apenas os núcleos, onde estão os genes, sem os quais não é possível gerar um embrião, foram guardados. Em seguida, os núcleos das células da mama foram colocados dentro de óvulos não fertilizados de outra ovelha, de onde haviam sido extirpados os núcleos. Assim, Wilmut construiu células artificiais, usando núcleos de células mamárias dentro do citoplasma de óvulos. As novas células foram colocadas num caldo muito pobre em nutrientes e entraram numa espécie de dormência, interrompendo todas suas atividades químicas. Então, com um choque elétrico, o cientista as despertou, voltando a alimentá-las bem. Os genes voltaram à ação e as células se transformaram em embriões. Colocados no útero da ovelha que fornecera os óvulos, a imensa maioria não conseguiu desenvolver-se, mas um deles deu origem a Dolly.

Essa técnica pode ser aplicada até em seres humanos, de forma que um pequeno fragmento de um dedo, por exemplo, se transforme num embrião para ser implantado no útero de uma mulher. Isso ainda não foi feito por causa da oposição de grande número de pessoas, em todos os países, por motivos religiosos ou éticos.

Foram necessários quase 100 anos de pesquisa até que se chegasse a uma clonagem bem-sucedida. No início do século, diversas experiências com rãs apresentaram resultados controversos. Em todas elas pairou a dúvida de que algumas células sexuais se teriam infiltrado entre as somáticas. Mesmo a experiência com a Dolly foi questionada e só recebeu o aval da comunidade científica quando todos os procedimentos foram checados por uma comissão de especialistas.

Pesquisas sobre envelhecimento

Pesquisas sobre envelhecimento – A técnica que deu origem a Dolly vem permitindo a Wilmut estudar como fica nos clones o chamado telômero – pedaço dos cromossomos responsável pelas divisões das células durante a gestação e no decorrer de toda a vida de um animal ou de um ser humano. A cada divisão celular, o telômero se desgasta, sofrendo pequenas mutações. Depois que seus defeitos se acumulam bastante, o organismo ao qual ele pertence morre. A medição do número de mudanças ocorridas no telômero permite estimar a idade de um indivíduo.

No caso de Dolly, como sua mãe tinha 6 anos, a célula que virou embrião e deu origem ao clone também tinha essa idade. Mas, apesar de adulta, a célula começou a funcionar de novo, e nesse momento todos os seus genes voltaram à idade zero. Nessa etapa havia a possibilidade de que os defeitos de seus cromossomos tivessem sido corrigidos.

Isso não aconteceu. Segundo Wilmut e equipe, todos os genes rejuvenesceram, menos os do telômero. Os exames mostram que o corpo da ovelha é jovem, corresponde a sua idade cronológica. Mas seu telômero já nasceu com a idade do de sua mãe. A grande questão agora é saber se ela vai morrer antes da hora. Ainda não se sabe se o fato de as células serem velhas, como indica o telômero, vai se traduzir em velhice precoce de todo o organismo. A ligação entre telômero e idade celular é aproximada, pois algumas células morrem mais cedo, outras mais tarde. É possível que antes de o telômero parar de funcionar o corpo de Dolly tenha tempo de amadurecer como o das ovelhas normais. Esses estudos devem levar a uma maior compreensão do processo de envelhecimento.

Últimas Notícias

09-AUG-01//20
EUA aprovam uso de embrião em pesquisas

Os EUA vão financiar pesquisas com embriões humanos para obtenção de células-tronco. A permissão para a pesquisa com financiamento público, divulgada pela imprensa norte-americana em 09/8, é limitada: só podem ser usados embriões descartados por clínicas de reprodução assistida e com autorização expressa dos casais. Continua proibida a criação de embriões exclusivamente para estudos. A pesquisa com células-tronco embrionárias promete revolucionar a medicina. Essas células têm capacidade de formar qualquer tecido do corpo humano e podem ser usadas para criar órgãos em laboratórios ou tratar lesões, como as da paralisia. Para religiosos, políticos conservadores e grupos contrários ao aborto, a decisão do presidente George Bush representa uma quebra de promessa de campanha. Esse tipo de pesquisa já é realizado livremente nos EUA por empresas privadas.
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06-JUL-01//20
Clones têm defeitos genéticos

Cientistas norte-americanos anunciam, em 6/7, que clones de camundongos feitos a partir da mesma célula apresentavam defeitos sutis, mas fundamentais para o bom desenvolvimento dos animais. Eles observaram o desenvolvimento dos embriões e constataram que havia diferenças de expressão gênica (mecanismo que liga e desliga os genes) entre eles o que pode fazer com que clones, aparentemente normais, tenham aberrações difíceis de serem detectadas.
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24-APR-01//20
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É inaugurado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em 24/4, no campus de Jaboticabal, o Laboratório de Estocagem e Distribuição de Clones ou Brazilian Clone Collection Center (BCCC), o primeiro banco de grande porte de genes da América Latina e o segundo do mundo. Com 600 metros quadrados, o laboratório vai manter clones gerados pelo Projeto Genoma da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). São 75 mil clones de genes: 61 mil de cana-de-açúcar e o restante de seis microrganismos cujos genomas já foram seqüenciados ou estão em processo de seqüenciamento. O BCCC venderá, pela internet, clones para pesquisadores interessados em realizar estudos genéticos ou desenvolver produtos biotecnológicos, como plantas transgênicas.
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17-MAR-01//20
Embrapa mostra Vitória, o primeiro bovino clonado no Brasil

Uma bezerra nascida em 17/3 é o primeiro bovino clonado no país. A bezerra Vitória foi apresentada em 21/3 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), responsável pelo projeto. Diferentemente da ovelha Dolly, que foi clonada a partir de célula de animal adulto, a bezerra Vitória é resultado da clonagem de células de um embrião de cinco dias. O fato de o animal ter nascido perfeito é uma garantia de que a técnica deverá continuar a ser utilizada. Segundo o Ministério da Agricultura o Brasil é primeiro país em desenvolvimento a dominar a tecnologia da clonagem.
O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo

Clonagem em seres humanos

Quando se fala em clonagem de seres humanos desperta-se imediatamente uma grande variedade de opiniões quanto aos seus aspectos técnicos e éticos. O que há de falso e verdadeiro em meio a tanta polêmica?

Para muitos cientistas a clonagem de seres humanos ainda não é possível, embora em 1979 um pesquisador norte-americano, Shettles, tenha publicado uma comunicação sobre uma substituição de núcleo de um ovócito humano com sucesso. A publicação incluía fotos que demonstravam que o autor levou o processo até a forma de mórula. Este artigo é a primeira publicação da história sobre a clonagem humana.

Em 1978, a publicação do livro: In His Image: The cloning of Man, causou uma grande polêmica. O seu autor, David Rorvik, já havia escrito vários livros sobre divulgação de assuntos científicos. O seu relato era de uma experiência, financiada por um milionário solteiro que queria ter um filho igual a si próprio. Esta pessoa solicitou ao autor que reunisse uma equipe de cientistas capazes de realizar tal experimento. Foi escolhido um país do sudeste asiático para sediar o laboratório e uma mulher do local serviu de “mãe de aluguel”. Quando o livro foi escrito, segundo seu autor, o bebê já havia nascido e passava bem. A comunidade científica não deu crédito a estas informações, apesar de a editora Lippincott, reconhecidamente séria, ter publicado o livro como obra de não ficção. Várias publicações foram feitas na imprensa leiga, algumas de caráter sensacionalista e outras extremamente céticas, inclusive colocando o livro como sendo a expressão de uma fraude. Num depoimento recente, dado à revista OMNI, Rorvik afirmou que tem certeza que já foram produzidos clones humanos.

clonagem_humana_plantas

O experimento realizado na Escócia despertou novamente o debate sobre a adequação da pesquisa em genética. Muitas fantasias cercam o tema da produção de clones, valorizando apenas as características genéticas contidas no núcleo substituído, desqualificando a influência dos fatores históricos-ambientais e de herança genética citoplasmática (mitocôndrias). Esta maneira de abordar o problema faz com que muitas pessoas vejam estes procedimentos como sendo totalmente inaceitáveis e sem qualquer utilidade, devendo, desta forma, ser proibidos.

A questão ética em torno dos clones humanos retornou com a entrevista do físico especialista em reprodução artificial Richard Seed (Chicago/EUA), feita através da imprensa internacional, no início de 1998. Este físico, sem vínculo acadêmico e que já realizou pesquisas em biologia, afirmou que poderia produzir clones humanos até a metade do ano de 1999. Chegou a estimar que poderia produzir até 500 destes indivíduos por ano. Suas colocações reacenderam as discussões a este respeito em várias partes do mundo.

A Declaração Universal do Genoma Humano e dos Direitos Humanos, aprovada em novembro de 97 pela UNESCO estabelece que não deve ser permitida a clonagem reprodutiva de seres humanos, mas não tem força de lei. Cerca de 28 países, entre eles o Brasil, Alemanha, Dinamarca, Reino Unido (recentemente autorizou a clonagem de células embrionárias humanas e Austrália, possuem leis contra a clonagem na espécie humana. Em outros, as atividades de clonagem ainda não foram regulamentadas.

A própria comunidade científica vem se manifestando no sentido de que a produção de clones humanos será realizada, ainda que não viável nas condições científicas atuais. Esta busca de alcançar o limite das possibilidades, segundo a revista Superinteressante tem sido creditada à tradição moderna da ciência, baseando-se nas idéias de Bacon (“Tente todas as possibilidades possíveis”). Esta proposição, contudo, não tinha, talvez, este objetivo, mas sim o de buscar soluções possíveis.

A duplicação de um ser humano adulto é teoricamente possível, usando-se os métodos conhecidos atualmente, mas as opiniões variam muito, tanto quanto à viabilidade técnica como quanto aos aspectos morais. Quanto ao processo que gerou a ovelha, pode-se dizer que a mesma técnica pode não ter êxito, pelo menos a curto prazo, se tentada em humanos, devido à cronologia da diferenciação celular nos primeiros estágios do desenvolvimento embrionário e também porque, se na espécie humana forem necessários, como ocorreu por exemplo com a ovelha Dolly, cerca de 300 óvulos para se obter apenas um indivíduo, o processo se torna muito inviável. Porém, no futuro, quando a técnica estiver bem padronizada em animais, com maior taxa de sucesso, será possível aplicá-la também à espécie humana.

Dizer que a clonagem é factível é completamente diferente de dizer que ela deve ser aplicada. A primeira afirmação tem a ver com o grau de domínio que se tem sobre uma tecnologia que está nascendo. A segunda, com o que é direito, ou com o que a humanidade considera que o seja. Que a técnica traz vantagens, ninguém discute, inclusive porque não serve apenas para solucionar problemas de infertilidade, mas pode ajudar toda a Medicina. Por outro lado, o assunto provoca irados protestos moralistas, que muitas vezes são até mesmo contra pesquisas do gênero (reação absolutamente injustificada, diga-se de passagem, já que a técnica pode trazer muitos.

A favor da clonagem reprodutiva humana diz-se também que ela poderia ser uma alternativa para contornar a esterilidade. Há pesquisadores que propõem a combinação da clonagem de seres humanos com técnicas de engenharia genética para gerar indivíduos com características pré-selecionadas, como inteligência, menor propensão a adquirir certas doenças e outras. Mas isso é éticamente questionável.

Muitos grupos, como a Igreja Católica, não consideram aceitável o grande número de embriões que seriam perdidos na produção dos clones. Outra crítica é que a clonagem, associada à engenharia genética para o desenvolvimento de uma nova “raça” de indivíduos com características consideradas superiores, poderia gerar na sociedade uma nova forma de discriminação, o preconceito genético. Ela também é atacada por aqueles que vêem na perda da diversidade genética (isso só ocorreria no caso de seu uso indiscriminado em grande escala, algo que parece não muito provável de acontecer a curto-médio prazo) uma ameaça à sobrevivência da espécie humana.

É difícil imaginar um futuro onde a clonagem humana seja um fato corriqueiro. Esse tipo de reprodução tem riscos importantes, pois a célula somática cujo núcleo for usado para o processo pode conter uma mutação indesejável. Por isso, mesmo quando a técnica utilizada para clonar animais estiver mais desenvolvida e pronta para uso na espécie humana, ela só deverá ser aplicada em casos especiais, em que a fertilização normal ou assistida não for possível. Mesmo porque, os clones fabricados a partir de células normais são gerados sem que seja necessário um único espermatozóide, são filhos que não têm pai biológico. E provavelmente seu uso será mais útil para clonar órgãos e tecidos do que seres humanos completamente desenvolvidos.

Existem milhares de cientistas e laboratórios espalhados pelo mundo habilitados a tentar copiar artificialmente um ser humano. Apesar de leis que impeçam a prática, há sempre alternativas para driblar o problema. A curiosidade e o ímpeto científico parecem ser regidos por uma “lei” ainda não declarada: “Se algo pode ser feito, será”. Vamos chamá-la de Lei da Inevitabilidade Prática. Se a clonagem de seres humanos for mesmo possível, provavelmente alguém o fará.

Robert Edwards, médico inglês pioneiro dos bebês de proveta, sugere que um dos usos prováveis da clonagem humana no futuro será a produção de uma irmão gêmeo para cada pessoa ao nascer. Esse gêmeo seria um clone, com DNA modificado, de modo que ele não desenvolva o cérebro. O clone seria mantido num estado vegetativo e serviria apenas de repositor de órgãos para eventuais transplantes no irmão normal. A idéia parece loucura e continuará sendo assim por muito tempo. Mesmo sem cérebro, o clone teria de ser alimentado e crescer até por volta dos 15 anos para que seus órgãos tivessem serventia. Isso sem falar na gritante deficiência ética do “projeto”, pois tentar cirurgicamente ou geneticamente apagar a consciência de alguém é, por si só, moralmente duvidoso.

Muitos acham que o que ainda impede a produção de clones humanos são as barreiras políticas, religiosas e morais. Este é um dos grandes temas de questionamento ético atual.

Se dissipam-se os medos, muitas vezes injustificados, ficará muito mais fácil debater os prós e os contras. A evolução das técnicas, dos procedimentos e dos debates permitirá melhor delimitar os aspectos positivos e negativos envolvidos na clonagem. A clonagem é uma técnica, não um pecado por antecipação. Claro, é sempre bom levar em conta que toda técnica, depois de inventada, acaba ganhando vida própria, e tem o risco de fugir ao controle — o que nos leva de volta à nossa Lei da Inevitabilidade Prática. Se algo pode ser feito, será. Mas a técnica não é o problema. A sua inevitabilidade também não é o problema. O problema é, como sempre foi, o uso que a civilização faz — para o bem ou para o mal — de suas próprias invenções.

Clonagem em animais

A clonagem animal pode ser feita, basicamente, de duas formas: separando-se as células de um embrião em seu estágio inicial de multiplicação celular, ou pela substituição do núcleo de um óvulo por outro proveniente de uma célula de um indivíduo já existente (neste último caso utiliza-se a técnica de transferência nuclear, que segundo alguns especialistas não trata-se propriamente de clonagem. No entanto, como popularmente o termo tem se aplicado também a esta técnica, neste site não será feita essa distinção) .

A primeira forma, separação provocada das células de um embrião, produzirá novos indivíduos exatamente iguais, quanto ao patrimônio genético, porém diferentes de qualquer outro já existente. É um processo semelhante ao que ocorre na natureza quando são gerados gêmeos univitelinos, que têm origem a partir de um mesmo óvulo e de um mesmo espermatozóide. Este tipo de procedimento já foi realizado, de forma experimental, com embriões humanos, em 1993, pelos pesquisadores norte-americanos Jerry Hall e Robert Stillman, da Universidade de George Washington, de Washington/EUA.

Clonagem

A segunda forma, que reproduz assexuadamente um indivíduo igual a outro previamente existente, pela substituição do material nuclear, também denominada de duplicação, foi proposto, teoricamente, pelo Prof. Hans Speman (1869 – 1941), em 1938. O Prof. Speman, biólogo alemão, ganhou o Prêmio Nobel de 1935 pelas suas contribuições no estudo da evolução dos seres vivos. O primeiro experimento com sucesso já foi realizado em 1952, pelos Drs. Robert Briggs e Thomas J. King, do Instituto Carnegie/Washington-EUA. Eles obtiveram os primeiros clones de rãs, por substituição de núcleos celulares. Durante muitos anos isto foi testado em diferentes espécies animais, especialmente mamíferos. O Prof. Ian Wilmut e seus colaboradores, do Roslin Institute, de Edimburgo/Escócia, associados a empresa PPL, realizaram em 1996, uma substituição do núcleo de um óvulo pelo de uma célula mamária proveniente de uma ovelha adulta. Esse processo é teoricamente simples mas, na prática, é muito difícil e delicado.

Há duas diferenças básicas entre a clonagem induzida em animais feita a partir de células embrionárias e a realizada com células não reprodutivas. Os clones obtidos a partir de células embrionárias são limitados, pois cada ovo oferece somente de 8 a 16 células capazes de gerar embriões. Além disso, como o embrião clone derivou de um ovo, não se pode saber qual é o resultado final, pois ele é o produto de uma fecundação que contém uma combinação gênica desconhecida, que ainda não manifestou as suas características. Quanto aos clones obtidos a partir de células não reprodutivas, o resultado é certo, pois já se conhece o ser adulto que vai originar os clones. Neste caso, pode ser feito um número ilimitado de cópias. (para mais informações vide Histórico das Técnicas de Clonagem)

PARECER POLÍTICO / CIENTÍFICO PROGRESSISTA

A ovelha, símbolo religioso da redenção dos homens, inaugura abruptamente o século XXI, dando origem à era dos clones, período no qual os cientistas brincam de Deus, só precisando de um anjo torto, desses que andam de jaleco branco e uma receita assustadoramente simples: fundir um óvulo não fecundado, retirando o miolo genético, com uma célula doada pelo ser vivo que se quer copiar. Depois implantar o resultado da fusão no útero de um terceiro ser vivo.

Há algum tempo tem-se tentado obter prazer sexual sem gerar filhos. Com os bebês de proveta consegue-se filhos sem prazer. E agora estamos prestes a ter filhos sem prazer e ser espermatozoides.

É uma revolução para as feministas que as mulheres não precisem da participação do homem para se ter um filho.

É importante lembrarmos que para os animais em extinção, a clonagem veio a calhar, dando assim origem a novos seres da mesma espécie.

Um dos fascínios que a clonagem humana provoca, é o de possibilitar a aferição de quanto um ser vivo é produto genético do meio ambiente.

POLÍTICO / RELIGIOSO TRADICIONAL

Atualmente foi possível que uma ovelha chamada “Dolly” viesse ao mundo como um pedaço de outro ser adulto, sendo assim não tem pai, não tem mãe. Ela tem apenas, origem, que não é divina, é humana, Dolly é o que a ciência chama de clone, palavra grega que significa broto. Clone é a cópia idêntica de outro ser vivo.

O desenvolvimento tecnológico e científico, fez com que surgisse a engenharia genética. É uma invenção que, num plano absoluto, tem como finalidade ética de visar o bem, e o maior dos bens criados pela ciência e pela tecnologia faz surgir dilemas éticos, a igreja, por exemplo, acredita no espírito e alma, não poderá aceitar a reprodução humana em laboratório, um processo artificial criado pelo homem num momento em que brinca de ser Deus.

ssim sendo, clones humanos não reconheceriam a religião como uma força que eleva o homem e o encaminha para as boas ações. O valor espiritual e as manifestações para com Deus, deixariam de existir.

RELIGIOSO / PROGRESSISTA

Há muitos anos, quando se falava em fertilização “in vitro”, era um verdadeiro pandemônio. Críticas acirradas nos meios religiosos, idéias preconcebidas imperavam e a condenação veio célere, mesmo sem haver ainda uma apreciação mais judiciosa sobre as possíveis consequências do nascimento de bebês de proveta.

Hoje, os primeiros seres humanos que ganham vida a partir desse método, já estão adultos e continuam saudáveis, tanto quanto aqueles com nascimento natural, dando muita felicidade às mães que, de outra maneira, não teriam a possibilidade de gerar filhos naturais.

O mesmo pode ocorrer com a clonagem. Começou com os vegetais, visando seu aprimoramento genético para melhorar a produção de alimentos, e mais recentemente as experiências com animais que deram resultado positivo, sinalizando a possibilidade inquestionável de se produzir seres humanos da mesma forma.

Como é natural, muitas críticas começam a empolgar a opinião pública e algumas correntes religiosas se declaram contrárias à clonagem de seres humanos. Mais uma vez, emitem opiniões sem a necessária análise mais profunda dos fatos. Se Deus deu aos homens a faculdade intelectual para avançar no conhecimento científico e buscar seu aprimoramento com o objetivo de trazer mais bem estar à nossa sofrida humanidade, por que lançar mão desse maravilhoso dom Divino?

POLÍTICO CIENTÍFICO TRADICIONAL

A curiosidade do ser humano é tão grande em desvendar os mistérios entre o céu e a Terra, que muitos cientistas cometem aberrações contra a natureza.

Nos anos 70, grupos de embriologistas clonaram sapos adultos a partir de uma única célula, nada notável, a maioria dos anfíbios se regeneram naturalmente.

Nos anos 80, foram ensiminadas em vacas, embriões clonados, a pesquisa foi interrompida quando se descobriu que um em cada cinco bezerros nascia maior que o normal e, um em cada vinte era gigante, uma realidade impossível.

Atualmente uma equipe escocesa liderada por Ian Wilmut, implantaram cópias de oito ovelhas que deveriam fazer a gestação. Três implantes não se desenvolveram e foram retirados. Um dos fetos apresentou crescimento descomunal, que foi necessário fazer uma cesariana de emergência.

Três filhos morreram logo que nasceram, só uma das ovelhas sobreviventes teve peso normal, a ovelha Dolly.
Descobriu-se que os cientistas esconderam propositalmente detalhes assustadores do que tinham feito, criaram pelo menos, seis monstros genéticos.

Como a mãe genética de Dolly, a ovelha doadora da célula mamária que originouo experimento, morreu logo depois, não se pode comparar seus códigos genéticos para provar que são idênticos. Se a ovelha mãe estivesse viva, seu criador teria como exibir a prova definitiva: dois seres geneticamente idênticos, gêmeos, portanto, só que um deles com 7 meses e outro com 7 anos de idade. Mesmo que a mãe de Dolly estivesse viva, os cientistas tentariam reproduzir o experimento com suas próprias ovelhas. Caso ninguém consiga, Wilmut ficará sob suspeita. É assim que a ciência caminha.

HISTÓRICO

Em 1952 é realizada a primeira experiência do gênero, a clonagem de girinos a partir de núcleos de células somáticas. Porém. Todos morreram antes de amadurecerem e se transformarem em rãs. Dez anos depois John Gurdon tenta o mesmo procedimento no Reino Unido e consegue obter clones a partir de células de um sapo adulto. Novamente, girinos nascem, mas morrem antes de atingir a fase adulta.

Em 1970 são feitas pesquisas com embriões de ratos e, nove anos depois, com ovelhas. No ano de 1981, Karl Illmense e Peter Hoppe, da Universidade de Genebra (Suíça), anunciaram ter obtido clones de ratos a partir de células embrionárias. Nesse processo, são usadas células fetais para produzir novos embriões, que depois serão implantados nas ratas. Os animais obtidos são geneticamente idênticos ao embrião “doador”. Em 1986 Steen Willadsen, na Inglaterra, clonou cordeiros a partir de células embrionárias de uma ovelha. Outros reproduzem a experiência dele usando gado, porcos, cabras, coelhos e macacos de reso.

A 13 de outubro de 1993, na reunião da Sociedade Americana para Pesquisa da Fertilidade, realizada em Montreal (Canadá), os pesquisadores norte-americanos Jerry Hall e Robert Stillman anunciaram que, durante um trabalho de fertilização assistida, haviam separado os blastômeros de um zigoto segmentado que, fatalmente, iria degenerar, pois era tripóide, isto é, tinha três conjuntos cromossômicos em vez de dois encontrados normalmente. A partir de cada um dos blastômeros, mostraram que era possível obter um embrião. Portanto, se o zigoto segmentado tivesse sido normal, os vários embriões resultantes teriam a possibilidade de ser implantados no útero de uma mulher, podendo gerar gêmeos univitelinos. Foram divididos 17 embriões, nos estágios de duas a oito células, resultando em 48 novos embriões. Todos os embriões gerados foram destruídos ao final do experimento, com um estágio máximo de desenvolvimento de 32 células.

Foi no final de 1993, portanto, que a expressão ‘clonagem humana’ começou a ser divulgada com maior intensidade. Na realidade, Hall e Stillman tentaram aplicar à espécie humana o que já vinha sendo feito há muito tempo em animais. Por sinal, não foi divulgado, como merecido, que a segmentação de embriões para clonagem de gado bovino já é praticada no Brasil, com sucesso, há pelo menos dez anos.

Em 1994 Neal First da Universidade de Wisconsin conseguiu clonar bezerros a partir de embriões crescidos a pelo menos 120 células, e dois anos depois o Roslin Institute na Escócia produz cinco ovelhas clonadas a partir de embriões que cresciam em cultura no laboratório, é a primeira vez que ovelhas clonadas são obtidas através de células embrionárias avançadas.

Em fevereiro de 1997, um grupo de cientistas escoceses do Roslin Institute, liderado pelo inglês Ian Wilmut, anuncia a realização da primeira cópia genética (clonagem) de um mamífero adulto a partir de uma célula somática: a ovelha da raça Finn Dorset, batizada de Dolly. Na experiência, os pesquisadores retiraram células da mama de uma ovelha e guardaram-nas numa solução química. Um óvulo não fecundado é extraído de uma segunda ovelha, da mesma raça, e com uma agulha retira-se o núcleo do óvulo. Junta-se uma célula mamária da primeira ovelha com o óvulo sem núcleo da segunda. Uma corrente elétrica provoca a fusão das duas células, que começam imediatamente a se dividir, formando um embrião. Essa nova célula foi seis dias depois implantada no útero de uma terceira ovelha, onde Dolly foi gerada. Em teoria, ela é geneticamente idêntica à ovelha que doou a célula mamária, pois foi esse o material genético que ela recebeu do núcleo da célula da mama. A novidade é que Dolly foi clonada a partir do material genético de uma célula não-reprodutiva de um animal adulto e não de um embrião.

No mês de julho do mesmo ano pesquisadores combinaram pela primeira vez a técnica da clonagem a partir de células de embrião com a da mutação genética, produzindo a ovelha Polly. É o primeiro clone animal com um gene humano. Polly possui quatro irmãs transgênicas obtidas através do mesmo processo. A operação foi um sucesso em três das cinco ovelhas, efetivamente portadoras de um gene humano.

Em julho de 1998 pesquisadores japoneses anunciaram o sucesso obtido na produção de dois clones bezerros usando o mesmo método usado na clonagem de Dolly, e garantiram que o processo empregado por eles para clonar gado bovino representa a aplicação mais eficiente dessa tecnologia até esta data.

Um estudo publicado na edição de dezembro de 1998 da revista Science descreve uma técnica capaz de produzir rebanhos em pouco tempo, com uma taxa de acerto de 80%. Numa primeira tentativa bem-sucedida da aplicação do método japonês, foram produzidas oito vacas a partir de dez embriões implantados em mães de aluguel. Outros sete centros de pesquisa no Japão já vinham utilizando o método e, desde julho de 1998, vinham tendo êxito na clonagem de fetos.

Também em 1998 cientistas da Universidade de Honolulu no Havaí (EUA) divulgaram o desenvolvimento de três gerações de ratos clonados em seus laboratórios. Devido à rapidez do ciclo de reprodução desses animais o experimento é bem dinâmico, e foi possível fazer-se clones de clones obtendo-se animais saudáveis e reprodutíveis. A técnica usada, chamada de “técnica de Honolulu”, é diferente da que foi empregada para a clonagem de Dolly, criada por eletrofusão de células adultas. Uma das vantagens da nova técnica é a porcentagem de sucesso, da ordem de 3%, bem maior que no caso de Dolly (0,44%). Os pesquisadores afirmaram que a tecnologia pode ser empregada para a clonagem de outros animais, tais como porcos e ovelhas. Essa técnica consistiu em inserir núcleos de células somáticas adultas em células de ovos das quais foram retirados os próprios núcleos. Para isso foi usada uma pipeta especial para micro-injetar o núcleo da célula de um doador, nos cinco minutos depois de retirado, em um ovócito desprovido de núcleo. O tipo de célula doadora do núcleo escolhida para a clonagem também foi diferente da que foi retirada para clonar Dolly. No caso dos ratos o núcleo veio de células denominadas “cumulus”, que envolvem os ovos situados no interior dos ovários das ratas. Repetindo o processo, o grupo produziu segundas e terceiras gerações geneticamente idênticas aos irmãos, pais, avôs e bisavôs.

A duplicação de embriões é a maneira mais simples de clonagem (a esta clonagem denominamos clonagem de tecidos embrionários e é bastante utilizada na pecuária). A clonagem de mamíferos no estado adulto é que não é fácil, pois é complicado levar outras células a aceitar DNA estranho. O que é novo não é clonar mamíferos, é cloná-los a partir de células não embrionárias. As células embrionárias são mais fáceis de trabalhar pois estas são praticamente indiferenciadas (ainda não sofreram alterações progressivas), e por isso podem dar origem a qualquer parte do corpo, pois são capazes de ativar qualquer gene em qualquer cromossomo. À medida que uma célula desse tipo se desenvolve, ocorrem alterações que mudam a forma como o DNA se enrola no núcleo. Este enrolamento vai fazer com que os vasos de DNA se tornem inacessíveis e assim os genes das células adultas não podem se transformar erradamente, tanto em nível de tempo como de tecido.

Clone é uma palavra usada há muito tempo em Biologia para designar indivíduos que se originam de outros por reprodução assexuada. O termo “reprodução assexuada” define um mecanismo em que um único indivíduo origina outros, sem que haja troca de material genético ou a participação de gametas. A ovelha Dolly seguiu caminho diferente: resultou da união de um óvulo de uma ovelha de pêlo escuro, do qual foi retirado o núcleo, com uma célula mamária de uma ovelha branca.

Desse modo, Dolly herdou da ovelha branca o material genético nuclear, e recebeu da ovelha escura o material genético citoplasmático, isto é, o DNA contido nas mitocôndrias. Como Dolly não foi gerada apenas a partir da multiplicação de uma célula somática, mas necessitou da contribuição de uma célula sexual feminina, algumas pessoas argumentam que não é apropriado chamar esse animal de clone.

A clonagem permitiria a manutenção de uma população exclusivamente feminina pois, até o momento, as técnicas de clonagem fazem uso de óvulos e precisam dos úteros das fêmeas para o desenvolvimento dos embriões, sem a necessidade de participação do macho. Isso talvez justifique o uso do termo clonagem, uma vez que não há união de gametas femininos com gametas masculinos e, portanto, não ocorre troca de material genético de células sexuais na formação do embrião. De qualquer forma, apesar desse impasse, o termo parece ter sido definitivamente incorporado para designar essa tecnologia reprodutiva.

Uma parte importantíssima do sucesso de Dolly nos meios científicos deve-se ao fato de o experimento ter aberto um caminho para o conhecimento da diferenciação celular. A principal intriga é como uma célula somática adulta e um óvulo podem combinar-se. A solução é colocar a célula do indivíduo a ‘dormir’ (ou seja, levá-la de novo ao estado embrionário: Elas são depositadas num meio com poucos nutrientes. O núcleo entra em estado letárgico. Na cultura de células somáticas oriundas da teta da ovelha branca conseguiu-se que todo o material genético dos núcleos ficasse aparentemente inativado).

Este processo, ainda não muito bem compreendido, reprograma o DNA da célula. Em seguida, quando uma dessas células foi implantada no citoplasma do ovócito da ovelha de pêlo escuro, conseguiu-se não só que os genes nucleares da célula mamária da ovelha branca voltassem a atuar, mas também que o núcleo dessa célula voltasse a funcionar como o de uma célula não diferenciada, no início do desenvolvimento embrionário, isto é, como os blastômeros. Em outras palavras, a célula da mama da ovelha, que tem a maior parte do seu DNA nuclear reprimido, tendo ativos somente os genes da glândula mamária (e não os demais, que podem estar ativos em células de outros tecidos), sofreu um processo de “desdiferenciação”, dirigido pelo citoplasma do ovócito da ovelha de pelo escuro. O sucesso da experiência se deve ao fato de o DNA ter sido enxertado na fase ideal. Na fase errada, ou mata a célula ou

Curiosidades

Um monstro é gerado. Essa façanha abre enorme perspectiva para estudos de regeneração de tecidos — como o muscular e o nervoso — nos quais não há multiplicação celular natural após o nascimento.

A equipe do Prof. Wilmut utilizou 834 núcleos de células de animais adultos e de fetos. De todos os 156 óvulos implantados, somente 21 se desenvolveram e apenas 8 animais nasceram. Destes, apenas um único (Dolly) era oriundo de um núcleo de uma célula de um animal adulto. O objetivo comercial desta pesquisa talvez seja a produção de fator VIII sangüíneo, para o tratamento de pacientes hemofílicos ou outros produtos biológicos semelhantes. Os resultados desses experimentos só foram divulgados na revista Nature, em fevereiro de 1997. Desde a sua divulgação este experimento suscitou algumas dúvidas quanto a sua veracidade, pois não havia certeza quanto ao animal que tinha sido o doador da célula mamária. Depois foi divulgado que a ovelha , que estava prenha, já havia morrido três anos antes, e que o seu material biológico havia sido congelado. Isto impede a realização de contraprovas, por exemplo, através de enxertos de tecidos da ovelha doadora na ovelha clonada. Caso não houvesse reação imunológica, estaria demonstrada a identidade biológica entre ambas. No início de 1998 o próprio Prof. Wilmut admitiu a possibilidade de que tenha havido algum “engano” e que a ovelha Dolly não seja de fato um clone de células típicas de um animal adulto. Alguns propuseram que poderia ter havido uma clonagem a partir de células embrionárias. O que possivelmente tenha ocorrido é a clonagem a partir de uma célula proliferativa do eptélio mamário da ovelha, que devido ao fato de ela estar prenha se encontravam em um estado de intensa divisão celular.

Se no futuro houvesse uma grande população geneticamente idêntica bastaria um simples vírus ou bactéria (que afetasse a espécie) para criar uma peste que se estenderia a todo o mundo, morrendo assim, por exemplo, todas as vacas que tivessem sido clonadas por produzirem muito leite…

Os clones já nascem com a idade do doador do DNA?

O uso de células adultas é um dos tópicos controversos quando o assunto é clonagem.

O material genético das células tem um marcador de tempo de vida, o telômero. Ele fica na ponta dos cromossomos. Cada vez que a célula se divide, o telômero fica mais curto. As células se dividem e se multiplicam para construir e recompor o organismo. Quanto mais elas se dividem, mais o telômero encurta e as células ficam mais velhas, até o ponto em que elas não se dividem mais e morrem. Pode ser que os clones nasçam com células que percam sua capacidade de reprodução, envelheçam e morram mais cedo. Como os clones gerados a partir de células adultas são recentes, ainda não se sabe se este processo ocorre.

Outro problema de usar células de animais adultos é que elas contém cromossomos deteriorados pelo tempo, que podem apresentar alguma anomalia que pode prejudicar a formação do organismo produzido a partir do seu código genético.

Conclusão

Eu entendi que a clonagem é uma forma de reprodução artificialmente de vida de seres humanos, planta e animais.

 

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