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quinta-feira, abril 25, 2024

Capacidade tamponante da Saliva

Sumário

I-Introdução
II-Objetivos
III-Materiais e Reagentes
IV-Processos Metodológicos
V-Resultados e Discussões
VI-Conclusão
VII-Referência bibliográfica
VIII-Anexos

I. Introdução

A saliva é um líquido claro, viscoso, alcalino (pH entre 6 e 7), que contém em sua composição: 95% de água, 3% de substâncias orgânicas e 2% de sais minerais, e são produzidas principalmente pelas glândulas salivares e pelas glândulas bucais menores, que possuem uma função dupla: participação no processo de digestão e facilitação da deglutição dos alimentos. Além disso, também apresenta dois tipos de secreção protéica: uma secreção serosa e rica em ptialina, que contribui para digestão do amido; outra secreção mucosa, que contém mucina, elemento lubrificante que facilita a mastigação e a passagem do bolo alimentar pelo esôfago através da deglutição.  
A cada minuto se secreta uns 0,5 ml de saliva, exceto durante o sono, quando a secreção é escassa. A saliva desempenha um papel importante na manutenção dos tecidos bucais, uma vez que exerce um efeito de limpeza arrastando substâncias alimentares e microorganismos patogênicos que se não fossem removidos, contribuiriam com o surgimento de cáries dentais, infecções e deterioração dos tecidos. Além disso, ela também possui enzimas proteolíticas e anticorpos protéicos que destroem as bactérias bucais. A saliva, por sua vez, com o seu teor alcalino, atua quimicamente neutralizando os ácidos bucais, exercendo, portanto, uma função de proteção dos dentes contra a cárie dentária. Outra função importante da saliva é o tamponamento dos ácidos produzidos, por meio de diversos sistemas tampões.
O conhecimento do efeito tampão da saliva levou a comunidade científica de Odontologia a desenvolver os chamados “testes salivares”, para identificação das pessoas que têm alto risco de cárie, sendo hoje um dos métodos preventivos mundialmente usados no campo da saúde bucal. O sistema tampão mais importante na saliva estimulada, é o ácido carbônico/bicarbonato.

II. Objetivos

1.Verificar o pH da saliva
2.Calcular o índice de fluxo salivar
3.Avaliar a capacidade tampão da saliva

III. Materiais e reagentes 

4.Papel indicador universal
5.Goma de mascar
6.Proveta
7.Pipetas
8.Becker
9.Tubo de Ensaio
10.Saliva
11.HCl 0,005M

IV. Processos Metodológicos

1.Coleta da saliva: Após 45 minutos de jejum e higienização, coletar a saliva integral e estimulada.
a)Mascar 1g de goma de mascar sem açúcar por 1 minuto, desprezando a saliva produzida.
b)Tornar a mascar a mesma goma por 5 minutos, coletando a saliva produzida.
2.Índice do fluxo salivar: medir o volume da saliva coletada e dividir pelo tempo de coleta (5 minutos)

Interpretação:
Medianamente suscetível à cárie = 0,7 a 1,0 ml/min.
Mais suscetível à cárie = menor de 0,7 ml/min.
Menos suscetível à cárie = maior de 1,0 ml/min.

3.Avaliação da capacidade tampão da saliva
a)Verificar o pH inicial da saliva coletada.
b)Retirar 1,0 ml da saliva e colocar em um tubo de ensaio
c)Acrescentar 3,0 ml de HCl 0,005M
d)Tampar o tubo e agitar por inversão
e)Verificar o pH final

V. Resultados e discussões

Índice do fluxo salivar: medir volume da saliva coletada, e dividir pelo tempo de coleta (5 minutos).
Resultados: Volume de saliva coletada = 7 ml
Tempo de coleta= 5 minutos 
Índice de fluxo salivar: 1,4 ml/min.

Menos susceptível á cárie = Maior de 1 ml/min.


Avaliação da capacidade tampão da saliva: 
a)Verificar o pH inicial da saliva coletada
b)Retirar 1,0 mL da saliva e colocar em um tubo de ensaio
c)Acrescentar 3,0 mL de HCl 0,005M
d)Tampar o tubo e agitar por inversão
e)Verificar o pH final

Resultados: 
pH inicial: entre 7 e 8
pH final: entre 6 e 7
pH do ácido: ~ 2 

Discussão:

Para se iniciar o experimento, solicitamos a colaboração de um colega, que se encontrava em jejum à mais de 40 minutos. Este, por sua vez, pôs-se á mascar uma goma sem açúcar (trident) por um minuto continuamente, para limpar a boca, descartando a saliva residual. Logo após o descarte da saliva anterior, voltou a mascar a mesma goma, por mais 5 minutos, para estimular a produção de nova saliva que seria depositada em um becker, para utilização no experimento.
Após coletada a saliva, medimos o volume da amostra (7ml), e dividimos pelo tempo de coleta (5 minutos), para que pudéssemos obter o índice de fluxo salivar correspondente e observamos 1,4 ml/min, comprovando assim que o voluntário , segundo a classificação, é menos suscetível á cárie.
Em seguida, utilizamos papel indicador universal de pH, para verificar o potencial hidrogeniônico da amostra salivar, que se encontrava entre 7 e 8. 
A partir de então, analisamos a capacidade tampão saliva, retirando 1 ml da amostra salivar, e colocando em contato com 3 ml de HCl 0,005 Mol. 
Agitando a solução, o pH diminuiu, e em seguida se manteve entre 6 e 7. Comprovou-se então a capacidade tamponante da saliva, pois o pH não alterou significativamente.
Vale ressaltar que o pH inicial do ácido clorídrico era de aproximadamente 2.

VI. Conclusão

Obtivemos sucesso na realização de todo o procedimento experimental, que proporcionou à equipe a verificação da capacidade tampão da saliva, além da análise de fatores que interferem no seu desempenho.
Concluímos que o ácido HCl 0,005M, que foi adicionado à amostra de saliva, se comportou inibindo a capacidade tamponante da mesma, e pudemos também verificar o pH da saliva, bem como calcular o índice de fluxo salivar estimulado do voluntário.

VII. Referências bibliográficas 

http://www.nossodentista.com/saliva.htm

http://www.todabiologia.com/dicionario/saliva.htm
http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI170680-EI1713,00.html
http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI170680-EI1713,00.html

VIII. Anexos


A cárie é mais comum onde há baixo fluxo salivar. Dê exemplos de situações onde isso pode acontecer. Explique por que o baixo fluxo salivar contribui para a maior propensão à cárie.
Durante o sono, o fluxo salivar é baixo pois a saliva não é estimulada. Desse modo poderá causar um maior índice de cárie. A alimentação incorreta, com o excesso de alimentos industrializados, mais moles, também têm relação com o baixo fluxo salivar pois as pessoas não mastigam e não estimulam a glândula salivar. Há também uma importância grande da água, o que seria ideal ingerir dois litros e meio (por dia).
Como a a saliva tem uma alta capacidade tamponante, ela inibe o potencial hidrogeniônico dos ácidos, mantendo o pH estável, que causam a maior propensão da cárie.

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