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sexta-feira, abril 26, 2024

A FAMILÍA NA ATUALIDADE

RESUMO

Este estudo diz respeito às formações familiares que se modificaram ao longo dos tempos devido a vários fatos relacionados ao desenvolvimento da sociedade moderna, não seguindo mais aos padrões patriarcais. A família na atualidade vem ressaltando também as responsabilidades destas famílias e seu compartilhamento com as escolas, sem deixar de enfatizar todos os problemas relacionados à violência. Fazendo também uma breve análise da família brasileira do período colonial até a atualidade observando as mudanças e continuidades ao longo do tempo. Verificando realmente o que ocorreu na sociedade brasileira quanto ao processo de formação de famílias, desenvolvimento econômico e crescimento populacional.

Palavras Chave: Educação, Família, Violência.

1 – INTRODUÇÃO

Desde o século XIX até os dias de hoje houve grandes modificações na instituição família. A sociedade moderna caracteriza-se por grandes mudanças nos campos da economia, da política e da cultura, afetando significativamente todos os aspectos da existência pessoal e social. Essas mudanças repercutem fortemente na vida familiar, desde o modelo de a formação é até o provedor do sustento, entre outros vários aspectos.

Este estudo vai ressaltar essas mudanças sociais e culturais que caracterizam a sociedade moderna, as relações familiares e principalmente os tipos de formação das famílias atuais que são totalmente diferentes e mais diversificadas que as famílias de antigamente. Acho que a família deva ser um lugar de proteção e direito da criança e do adolescente, que deva ter uma função educativa a ser compartilhada com a escola e a sociedade.

2 – A HISTÓRIA DAS FAMÍLIAS

No modelo de família patriarcal a formação familiar era laços sanguíneos e a habitação, cujos membros se limitavam ao pai, mãe e filhos, sendo que o pai era o provedor do sustento, tinha contato com a vida social e o mercado de trabalho, já a mãe tinha como obrigações os cuidados domésticos e com os filhos, desta forma a esposa e filhos deviam obediência irrestrita ao seu provedor, e nessa época o casamento era ligado aos negócios e tido como união eterna.

Com as mudanças na sociedade esse modelo ganha outros contornos, as necessidades levaram a mulher a se introduzir no mercado de trabalho, fazendo com que se tornasse peça importante no provimento financeiro da família, não sendo raros nos dias de hoje os casos em que é a única provedora. Este fato, no entanto vem promovendo o afastamento precoce dos filhos do convívio familiar e assim fazendo com que dividam o compromisso de educar com a escola, com tudo isso a figura do pai passou a ser mais presente na educação dos filhos ou em alguns casos a formação familiar não conta mais com essa figura, onde já existem muitos casos de mães solteiras, viúvas ou separadas que comandam a família, o que não é diferente com os pais que muitas vezes também estão à frente de suas famílias sem a ajuda de uma companheira.

Nesta nova forma de convivência alguns comportamentos ligados à família também mudaram, como por exemplo: os casamentos passaram a ser realizados não mais como um negócio, mais sim por interesses individuais, ou seja, do casal, a relação entre pais e filhos se tornou mais íntima, trazendo uma educação mais liberal e a figura paterna passou a não ser mais vista apenas como o provedor do sustento fazendo com que fosse cobrado dele mais participação na educação dos filhos e nos assuntos domésticos em geral.

Uma outra modalidade de família se criou é aquela em que o pai e mãe não podem ou não querem assumir a responsabilidade de criar os filhos e deixam-nos nas mãos dos avós. Estes por sua vez enfrentam muitas vezes uma série de problemas que vão desde o financeiro até o de ordem moral. De acordo com Dalva Santos:

“… a família na atualidade vive uma crise, sem dúvida. Os diversos modelos de famílias estão confrontados hoje com uma decadência da autoridade paterna, e esse confronto cria dificuldades em nível de estabilização social. Porem, só a família é a instituição que pode assegurar a continuidade da civilização. Há que haver uma saída. E a saída estará na família”.

E nestes novos tempos fica difícil compreender este caos apresentado no cotidiano e que nos atormenta, onde filhos assassinam pais e vice-versa, irmãos se digladiam, marido mata a mulher, filhos revoltados, desajustados e infelizes. Jovens que estão se matando pelo uso das drogas. Que mundo é este? Será estamos retornando ao tempo das barbáries? Se queremos um mundo melhor é bom que paremos um pouco e procuremos demonstrar amor aos nossos entes queridos. Não importa a quantidade da nossa presença com os filhos, mas a qualidade do “estar juntos” deles.

3 – A FAMÍLIA E A ESCOLA

Podemos então observar que a família ao passar do tempo vem se transformando, porem, em todos os tempos e seja qual for a sua formação a família deve desempenhar funções educativas, transmitir valores culturais, fornecer modelos de formação para o individuo viver socialmente e estabelecer relações. Nesta convivência deve estar embutido os cuidados essenciais para possibilitar o crescimento e desenvolvimento da criança desde antes de nascer até a adolescência. Os pais devem ser para os filhos os primeiros modelos de como os adultos se comportam.

Nos dias de hoje com a inserção da mulher no mercado de trabalho a família passou a dividir a responsabilidade de introduzir o individuo na sociedade com as instituições educacionais. A escola tornou-se uma das instituições sociais de maior importância em mediar esta relação entre individuo e sociedade. Em todo esse processo é primordial que família e escola sejam parceiras, buscando cada vez mais compreender o processo de educação como algo a ser partilhado. Segundo Silva:

“A escola não deveria viver sem a família e nem a família deveria viver sem a escola. Uma depende da outra na tentativa de alcançar o maior objetivo, qual seja, o melhor futuro para o filho e educando e, automaticamente, para toda a sociedade”.

Um dos assuntos mais polêmicos entre família e escola é o estudo da sexualidade, muitas vezes os pais se sentem constrangidos em falar deste assunto com seus filhos e transferem a responsabilidade para a escola. A família é quem deve primordialmente estar envolvida neste processo desde o nascimento, estendo-se até a adolescência, devendo depois ser articulado com a escola já que tem a função de formadora de forma a desenvolver um individuo saudável. Segundo Gonçalves:

“Na verdade, somos todos responsáveis pela educação sexual. Os educadores, formais ou não, devem se policiar sobre o trabalho que vem sendo feito, pois devemos todos nos preocupar com o desenvolvimento saudável e a qualidade de vida de nossas crianças e adolescentes”.

E neste jogo de empurra entre a família e a escola, surge uma grande “vilã” com cara de boa moça que é a MIDIA. Invadindo o cotidiano dos lares chamando a atenção de nossos filhos, tanto através da TV quanto da Internet, lá estão apelos sexuais, em propagandas, desenhos, novelas, programas humorísticos, musicas ou até mesmo na maneira de vestir. Podemos com isso concluir que esta educação deve ser compartilhada entre a família e a escola, pois os pais podem controlar o que seu filho assiste, escuta ou acessa pela Internet, e as escolas tem como controlar o que acontece dentre de seus domínios.

A violência doméstica é considerada um problema universal que não distingue sexo nem classe social, contudo geralmente acontece com mulheres, crianças e adolescentes e podemos dizer que se divide em quatro tipos diferentes, sendo, violência sexual, física, psicológica e a negligencia familiar, esta considerada a mais fácil de ser detectada.

4.1 – VIOLÊNCIA SEXUAL

É entendida como atos de natureza sexual impostos a um individuo, sob assedio verbal, abuso dos limites corporais o psicológicos. Varias são as conseqüências de um abuso sexual e podemos classificar como físicas e psicológicas, na questão física as mais freqüentes são: hematomas, queimaduras, lesões nas genitais, doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), e na questão psicológica são: dificuldades de adaptação afetiva, interpessoal, depressão entre outras.

Em qualquer uma dessas situações, as relações são marcadas por muito sofrimento e insatisfação, levando a conseqüências graves como: o uso de drogas, distúrbios sexuais, problemas de personalidade, agressão e fuga do lar, e muitas vezes o individuo que sofre este tipo de agressão também a comete um dia.

4.2 – VIOLÊNCIA FÍSICA

Caracteriza-se por uma ação proposital por parte de um agente agressor, que provoque dano físico à criança ou adolescente, famílias que tem esta pratica em seu meio costumam ter algumas características: a violência é usada para disciplinar, a criança ou adolescente é visto como objeto ao demonstrar seus desejos sofrem agressões, há grandes conflitos familiares, guarda-se um segredo sobre este tipo de ato, esse tipo de violência traz conseqüências físicas e psicológicas terríveis que costumam levar a mais violência. Apesar de não haver estudos que comprovem tal teoria o chamado “tapinha disciplinar” é considerado pela opinião publica, pais e educadores como positivo.

4.3 – VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

É o ato cometido por um adulto em relação a uma criança ou adolescente de forma constante que vem desvalorizá-la, bloqueá-la, interferindo de forma negativa e causando-lhe sofrimento mental. É comum, mas ao mesmo tempo a mais difícil de ser detectada, principalmente por não deixar marcas visíveis e fáceis de perceber. Não se pode assegurar com precisão as conseqüências da violência psicológica, no entanto ela compromete o desenvolvimento da criança e do adolescente como um todo.

4.4 – NEGLIGÊNCIA FAMILIAR

Este tipo de violência ocorre com freqüência e é fácil de ser detectada, trata-se da falta de ações por parte da família perante aos aspectos médicos, educacionais, higiênicos, de supervisão e físicos e pode ser manifestada de maneira moderada ou severa, outra maneira de se exercer a negligencia é o abandono por parte do responsável e as conseqüências também são físicas e psicológicas e de acordo com o tipo de negligencia cometido.

5 – CONCLUSÃO

Com este trabalho pude aprofundar-me ainda mais sobre as famílias, e concluir que hoje em dia existem muitos tipos de famílias, e que esta instituição atual em nada se parece com o modelo patriarcal, pois até aquelas semelhantes na formação são bem diferentes no modelo de educação, mas nem por isso se desviou os deveres que a família tem em relação à educação, provimento do sustento, condições de vida dignas e de respeito perante ao individuo que a forma. A formação familiar é diversificada sim, mas nem de longe pode ser negligente ou empurrar essas responsabilidades para as instituições educacionais, o que pode ser feito é em parceria com a mesma e ambas tomem atitudes que façam com que o crescimento do individuo e sua inserção na sociedade sejam saudáveis.

Família, escola e sociedade não podem desempenhar suas funções a contento quando agem separadamente, ou seja, essa é uma das observações adquiridas após realização desse trabalho que enquanto não houver uma interdisciplinaridade no desempenho do conhecimento técnico-cientifico-informacional não haverá uma educação a contento.

REFERÊNCIAS

SILVA, Daniela Regina da, Psicologia Geral e do Desenvolvimento, Indaial, Ed, ASSELVI, 2005.
GONÇALVES, Carolina, Educação Sexual: Responsabilidade de Quem?

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