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quinta-feira, março 28, 2024

DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Doenças cardiovasculares e risco cardiovascular

Os avanços tecnológicos e a melhora das condições de vida repercutiram em um aumento do tempo médio de vida da população em geral, isso é reflexo das mudanças no saneamento básico, da oferta de alimentos, do advento dos antibióticos, e, sobretudo, da melhora no diagnóstico, no tratamento e prevenção de doenças. No entanto, esses avanços tecnológicos também trouxeram mudanças no estilo de vida que são prejudiciais à saúde, traduzindo-se no aumento da vida sedentária (redução da atividade física), da obesidade, da ingestão de alimentos gordurosos e industrializados, do aumento do tabagismo e bebidas alcoólicas e relações sociais e pessoais repletas de ansiedade e estresse. Esse cenário é perfeito para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, do câncer, de acidentes e do diabetes.

Estudos propiciaram o conhecimento dos principais fatores de risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares, que são as principais causas de mortalidade nos países em desenvolvimento e desenvolvidos. Os fatores de risco são características ou doenças que tornam o indivíduo mais suscetível a desenvolver doenças cardiovasculares. Podemos classificar os fatores de risco não modificáveis, ou seja, aqueles que não podem ser mudados e, fatores de risco modificáveis, sobre os quais podemos e devemos atuar de forma constante e ativa prevenindo a ocorrência de doenças cardiovasculares.

Os fatores de risco não modificáveis são o sexo, a idade e a herança hereditária. O sexo masculino tem maior predisposição a desenvolver doenças cardiovasculares. Há um aumento de risco para as mulheres após a menopausa devido, provavelmente, a perda da proteção que o hormônio feminino oferece.

doenças cardiovasculares

Os fatores modificáveis mais importantes são: tabagismo, colesterol elevado, pressão alta, diabetes, obesidade, falta de exercício físico, estresse e depressão. É fundamental saber que quanto maior o número de fatores de risco a pessoa possuir, maior a chance de desenvolver a doença cardiovascular.

1. Tabagismo – As inúmeras substâncias nocivas absorvidas com ato de fumar causam alterações na contratilidade dos vasos sangüíneos, acelera o desenvolvimento da aterosclerose e predispõe a formação de coágulos na circulação. Os benefícios com a parada do fumo são sentidos imediatamente.

2. Colesterol – É um dos componentes mais importantes das placas de gordura – os ateromas – que se formam nas paredes dos vasos e serão responsáveis pelos ataques cardíacos (infartos) e derrames. O nível de colesterol é determinado geneticamente e pelo tipo de alimentação ingerida. Quanto maior a quantidade de gordura animal presente na dieta maior será o risco.

3. Pressão alta ou hipertensão arterial – a ocorrência de níveis de pressão arterial acima de 140×90 mmHg, caracteriza a pressão alta. É uma patologia muito freqüente e na sua grande maioria é de causa desconhecida, com forte tendência familiar. Um outro fator importante, é que também na maioria dos casos, a pressão alta é assintomática, ou seja, não ocasiona sintomas; o mais freqüente, é que o primeiro sintoma pode ser um derrame ou um infarto. Temos então a medicina prventiva, com uma consulta regular (anual ao menos) ao cardiologista após os 40 anos.

4. Diabete melito – É uma doença causada pela deficiência da produção de insulina pelo pâncreas ou por uma resistência a ela. Esse hormônio promove a absorção da glicose da corrente sangüínea pelas células do corpo. Como nas fases iniciais da doença os sintomas são poucos, é fundamental o controle dos níveis séricos de glicose para o diagnóstico precoce. O diabete aumenta o risco de doenças circulatórias de uma maneira geral, incluindo as doenças coronarianas. O objetivo do tratamento é manter o nível de glicose o mais próximo do normal, o que torna os problemas cardíacos e circulatórios menos comuns.

5. Falta de exercício físico – a vida moderna cercada de facilidades tornou as últimas gerações sedentárias, esse fato tem contribuído para o aumento da prevalência das doenças cardiovasculares. É o fator de risco mais comum nos países em desenvolvimento e desenvolvidos, atingindo cerca de 70% da população. Trabalhos mostram que a prática regular de atividade física simples (andar, pedalar, jardinagem, subir escadas, etc) por 30 minutos, três vezes por semana, reduz de forma significativa o risco de eventos coronarianos.

6. Obesidade – a falta de atividade física associada à ingestão aumentada de carboidratos, alimentos gordurosos e industrializados têm contribuído para a ocorrência de uma verdadeira “epidemia” de obesidade.

7. Estresse e depressão – A ação do estresse e dos tipos de personalidade nas doenças coronarianas é de suma importância na gênese das alterações vasculares e aumento do risco.

Mudanças no estilo de vida e a aquisição de hábitos saudáveis promovem significativa redução desses males. A busca de um envelhecimento saudável e, na velhice, da manutenção das melhores condições possíveis começa por uma melhora da alimentação desde a infância (reduzindo a ingestão de gordura animal e aumentando o consumo de fibras, verduras, legumes e frutas), uma vida mais ativa, a abolição do fumo e das bebidas alcoólicas, controle do estresse e da depressão e o tratamento sistemático e regular da pressão alta, do diabete e dos distúrbios ligados ao colesterol e triglicérides. Todos esses fatos aliados a uma valorização das relações humanas e a busca constante do autoconhecimento serão responsáveis por mais qualidade nos melhores anos de nossa vida.

Por que continuamos com altos índices de incidência e prevalência de doenças cardiovasculares se vivemos na era da Tecnologia e desenvolvimento?

A realidade é que, apesar do avanço dos recursos, nosso estilo de vida piorou. Para pessoas até 65 anos, o estilo de vida adotado é hoje o principal fator de risco de doenças cardiovasculares. É responsável por 50% dos casos. Bem depois, com 20 %, vêm fatores menos controláveis como o ambiente, histórico familiar.

O pior é que paises de hábitos tradicionalmente saudáveis estão adotando um estilo de vida cardiologicamente arriscado. Dos 17 milhões de óbitos anuais por doenças cardiovasculares, 80% ocorrem em paises de economia em transição. Paises como China, Índia e mesmo alguns da África e América latina estão vivendo esses efeitos colaterais do progresso, urbanização e globalização.

Parece que as pessoas, nesses paises, adotam muito de repente um estilo de vida de grandes centros industriais. De um lado passam a viver pressionados por novas ambições e critérios de sucesso e, de outro, perdem o contato com seus hábitos, rituais, relações humanas e familiares mais próximos. Resultado: pressa, sedentarismo, estresse, má alimentação e cigarro, muito cigarro.
Países de alimentação civilizada como França e Japão estão aderindo em massa, ao Hambúrger, à pizza, ao refrigerante. Espera-se que o estrago não venha perturbar a feliz dieta mediterrânea do sul da França e da Itália, toda ela à base de grãos, peixes, legumes, frutas, azeite de oliva, um copo de vinho tinto e uma vida relaxada.

Uma vida longa e de boa qualidade exige o programa dos três “AS”: Alimentação sadia, com mais brócolis e menos filé. Atividade física prazerosa, e aqui vale a que dá mais gosto praticar – natação, bicicleta, dançar, passear com o cachorro. Terceiro: atitude mental positiva, uma filosofia que mantenha de bem com vida.

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