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quarta-feira, abril 24, 2024

ERA DOS IMPÉRIOS

Era dos Impérios

O período entre 1875-1914, foi provavelmente o da história moderna, onde mais governantes se autodenominaram “imperadores”. Sendo uma era de um novo tipo de império, o colonial.

A maior parte do mundo com exceção da Europa e da América, foi dividida, sob governos diretos ou sob dominação política indireta de outro Estado. Os principais países a exercerem sua dominação foram: Grã- Bretanha, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda, EUA e Japão.

A África e o Pacífico foram divididos. A Ásia conservava uma extensa área nominalmente independente, contudo, potências ocidentais delimitaram zonas de influência ou mesmo de administração direta na região.

Na América Latina, a dominação econômica e a pressão política ocorriam sem uma conquista formal. Nenhuma nação européia desejava hostilizar os EUA desafiando a doutrina Monroe.

O colonialismo foi a penas um dos aspectos das transformações mundiais, contudo foi o de impacto mais imediato.

O termo imperialismo passou a fazer parte do vocabulário político e jornalístico nos anos 1890. Era um termo novo, criado para descrever um fenômeno novo.

O fato maior do século XIX é a criação de uma economia global única, uma rede cada vez mais densa de transações econômicas, comunicações e movimentos de bens, dinheiro e pessoas, ligando os países desenvolvidos entre si e ao mundo não desenvolvido.

O desenvolvimento de uma malha de transportes cada vez mais fina incorporou até países atrasados e anteriormente marginais à economia mundial e criou nos velhos centros de riqueza e desenvolvimento um interesse novo por essas áreas remotas, que agora eram acessíveis.

O desenvolvimento tecnológico agora dependia de matérias-primas, principalmente petróleo e borracha entre outros como o cobre, que seriam encontrados nessas regiões remotas.

Independente do avanço tecnológico, o crescimento do consumo de massa nos países metropolitanos gerou um mercado para produtos alimentícios.

Um motivo geral mais convincente para a expansão colonial foi à procura de mercados,para escoar a superprodução da Grande depressão, por meio da exportação.

Contudo, o ponto crucial da situação econômica global foi que certo número de economias desenvolvidas sentiu simultaneamente a necessidade de novos mercados. As medidas protecionistas adotadas pelos estados, favoreceram a busca por novos mercados.

Torna-se difícil separar os motivos econômicos para aquisição de territórios coloniais da ação política necessária para este fim.

As grandes potências eram: Estados que adquiriam colônias, as pequenas nações não tinham “ nenhum direito” a elas.

A política e a economia não podem ser separadas na sociedade capitalista.

Imperialismo social era a tentativa de usar a expressão imperial para diminuir o descontentamento interno por meio de avanço econômico ou reforma social. O imperialismo trazia benefícios políticos.

O imperialismo encorajou as massas, sobretudo as descontentes, a se identificarem com o Estado, dando a este legitimidade ao sistema político e social. A idéia de superioridade racial e cultural era popular e beneficiava a política imperialista.

Essa foi à época clássica do trabalho missionário, que muitas vezes se opôs às autoridades coloniais, colocando os interesses dos convertidos em primeiro lugar, contudo não há dúvida que a conquista colonial abriu caminho à ação missionária.

O imperialismo do final do século XIX foi produto de uma era de concorrência entre economias industrial-capitalistas rivais.

O impacto econômico do imperialismo teve como mais significativo a grande desigualdade, pois as relações entre metrópoles e países dependentes eram muito assimétricas.

Para a Grã-Bretanha o imperialismo teve grande importância , na medida em que sua supremacia econômica dependia da sua relação com os mercados ultramarinos e as fontes de produtos primários. Para a economia britânica preservar seu acesso ao mundo não europeu era de importância vital.

A era dos impérios não foi apenas um fenômeno econômico e político, mas também cultural. O imperialismo trouxe às elites efetivas ou potenciais do mundo dependente, a “ocidentalização”.

O mais poderoso legado cultural do imperialismo foi uma educação em moldes ocidentais para as minorias.

O impacto do imperialismo nas classes dirigente e média dos países metropolitanos foi de destacar os triunfos dessas classes. Apesar do número de pessoas diretamente envolvidas com o império era relativamente pequeno, mas seu significado simbólico era enorme.

O imperialismo gerou um tempo de incertezas e problemas, na medida em que a contradição entre o governo das classes dirigentes metropolitanas em seus impérios foi se tornando insolúveis. Nas metrópoles prevalecia à política democrática, nos impérios coloniais governava a autocracia, combinando a coerção física à submissão passiva a uma superioridade legitimada. Incertezas, na medida em que confrontou uma pequena minoria de brancos.

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