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sexta-feira, março 29, 2024

Geografia do Brasil

O Brasil é o quinto país do mundo em área total, superado apenas por Rússia , Canadá , China e Estados Unidos. Ocupa 20,8% das Américas e 47,7% da América do Sul. Medições mais recentes, feitas com novas tecnologias, concluíram que a área total do território brasileiro é maior do que se pensava antes: 8.547.403,5 km². Esse número abrange a soma das cinco grandes regiões e as ilhas de Trindade e Martim Vaz, com 10,4 km².

Localização

Porção centro-oriental da América do Sul , entre as latitudes +5o16’20’’ N e -33o44’32’’ S e entre as longitudes -34o47’30’’.O e -73o59’32’’ O. É cortado ao Norte pela linha do equador, que atravessa os Estados de Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, e pelo Trópico de Capricórnio, que passa pelos Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, aos 23o27’30’’ de latitude sul. A maior parte do território brasileiro fica no hemisfério Sul (93%) e na zona intertropical (92%).

Fuso horário

O Brasil tem quatro fusos horários a oeste do meridiano de Greenwich, com 2 a 5 horas a menos em relação à hora média de Greenwich (GMT). O primeiro, nas ilhas oceânicas a 30o O de Greenwich, tem 2 h de atraso. O segundo fuso, a 45o O e com 3 h de atraso, abrange Brasília (hora oficial do Brasil), Minas Gerais, Goiás,Tocantins e todos os Estados litorâneos, do Amapá ao Rio Grande do Sul. No terceiro fuso, a 60o O e com 4 h de atraso, estão Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Roraima e oeste do Pará. No quarto fuso, a 75o O e com 5 h de atraso, está o Acre e o sudoeste do Amazonas.

Limites

Estendem-se por 23.086 km. Os limites com países da América do Sul são de 15.719 km. A maior fronteira é com a Bolívia (3.126 km) e a menor com o Suriname (593 km). Os únicos países sul-americanos sem fronteiras com o Brasil são Chile e Equador. Os restantes 7.367 km são banhados pelo oceano Atlântico, desde a foz do rio Oiapoque , no cabo Orange, fronteira Amapá/Guiana Francesa, até a foz do arroio Chuí, fronteira Rio Grande do Sul/Uruguai.
Pontos extremos – Ao norte, a nascente do rio Ailã, na serra de Caburaí, a 5o16’20’’ N, fronteira Roraima/Guiana. Ao sul, o arroio Chuí, a 33o44’32’’ S, fronteira Rio Grande do Sul/Uruguai. A leste, a ponta de Seixas, a 34o47’30’’ O, na Paraíba. A oeste, a nascente do rio Moa, na serra de Contamana, a 73o59’32’’ O, fronteira Acre/Peru. O centro geográfico fica na margem esquerda do rio Jarina, em Barra do Garças, Mato Grosso.

Estrutura geológica

A estrutura geológica é descrita pelos diferentes tipos de minerais e rochas que compõem a crosta terrestre . Sua formação é antiga: primeiro formaram-se os escudos (embasamento cristalino), na era geológica pré-cambriana; depois, uma ação erosiva prolongada desgasta as montanhas, transporta os detritos e os deposita nas depressões, formando as bacias sedimentares . Cerca de 64% do território está recoberto por sedimentos e 36% apresenta ainda na superfície as antigas rochas cristalinas. Não existem, no Brasil, dobramentos modernos do tipo andino (cenozóicos terciários).

ESCUDOS CRISTALINOS
Áreas onde afloram as rochas cristalinas: granitos, gnaisses. Exemplo: serra do Mar. Esses terrenos estão associados a riquezas minerais, como o ferro e o manganês.

BACIAS SEDIMENTARES
Locais que recebem os sedimentos provenientes de outras áreas, adquirindo o formato de bacia. Exemplo: bacia Amazônica. Seus terrenos apresentam minérios, como o carvão e o petróleo.
Produção mineral
O Brasil é rico em minerais metálicos, grande parte deles em reservas não exploradas. O petróleo explorado, apesar do surgimento de novos poços, não é suficiente para atender a todas as necessidades do país.

PETRÓLEO
Existem 5.511 poços de petróleo em produção no país, sendo 4.872 terrestres e 639 marítimos. As reservas nacionais de óleo somam 2.816 milhões de barris e as de gás 109 bilhões de metros cúbicos. Cada barril tem 159 litros. Aproximadamente 6,29 barris correspondem a 1 metro cúbico. Pelos processos conhecidos, só é possível retirar 25% em média do petróleo de uma jazida. Portanto, 75% do petróleo fica esperando que sejam criadas novas técnicas capazes de aumentar a extração.
A plataforma continental possui subsolo rico em jazidas de petróleo, de onde são extraídos 60% da produção nacional. A maior parte vem da bacia de Campos (RJ), descoberta em 1974. Para assegurar a posse e o controle das áreas petrolíferas e pesqueiras, o governo estende as águas territoriais de 12 para 200 milhas, em 1971. Foi incorporada ao território uma faixa de 307,4 km de largura ao longo da costa, totalizando uma superfície de 2,75 milhões de km². Maiores campos:
Bacia de Campos – Localizada no Estado do Rio de Janeiro . Produz 52.600 m³ (330.000 barris) por dia, sendo Namorado o campo mais produtivo, com 7.750 m³ (48.000 barris) por dia.
Água Grande – Localizado no Estado da Bahia . O campo que mais produziu até hoje, com um total de 42,9 milhões de m³ (274 milhões de barris). No Recôncavo Baiano já foram produzidos mais de 1 bilhão de barris de petróleo.

MINERAIS METÁLICOS
Os principais minerais metálicos encontrados no Brasil são bauxita, alumínio, cobre, cassiterita, ferro, manganês, ouro e prata. As áreas de maior concentração são a região Norte (ferro, ouro, diamantes, cassiterita, estanho, manganês) e Minas Gerais (ferro e manganês). No Centro-Oeste, na região do pantanal, estão as maiores reservas do país, ainda pouco exploradas.

Relevo

É o conjunto das diferenças de nível na superfície terrestre, que resultam nos acidentes geográficos: montanhas, planaltos, planícies, depressões. As terras emersas brasileiras representam 5,77% do planeta.

Formação do relevo

Seu aspecto é conseqüência da ação de duas forças: as internas (tectonismo e vulcanismo), que dão origem às montanhas, e as externas (águas correntes, chuvas, ventos, geleiras e oceanos), que têm ação modeladora. Como o Brasil não tem falhas de placas tectônicas, os ocasionais tremores de terra sentidos no país são resultado de abalos sísmicos em pontos distantes. As chuvas tropicais são as principais responsáveis pelas alterações de relevo.

PLANALTOS
No relevo brasileiro predominam os planaltos – o das Guianas e o Brasileiro, subdividido em Atlântico, Central, Meridional e Sul-Rio-Grandense. As regiões de 201 a 1.200 m ocupam 4.976.145 km², ou 58,46% do território. As regiões acima de 1.200 m representam apenas 0,54% da superfície, ou 42.267 km².
Planalto das Guianas – Ocupa o norte do País e estende-se pelos países vizinhos. Divide-se em escarpa Serrana e planalto Norte-Amazônico. Na fronteira Amazonas/Venezuela destaca-se a serra Imeri, onde estão os dois pontos mais elevados do território brasileiro: os picos da Neblina e 31 de Março.
Planalto Brasileiro – Por causa de sua extensão e diversidade de características, é dividido em quatro partes:
Planalto Atlântico – Ocupa o litoral desde a divisa Ceará/Piauí até o norte do Rio Grande do Sul. Na região Nordeste, predominam altitudes entre 200 e 500 m, com destaque para as chapadas e serras. Na região Sudeste tem suas maiores altitudes médias e aparecem os “mares de morros”, com formações características de “meias-laranjas” e “pães-de-açúcar” .
Planalto Central – Domina a região Centro-Oeste do país. É formado por planaltos sedimentares (chapadões) e planaltos cristalinos bastante antigos e desgastados . Possui solo muito ácido e pouco fértil.
Planalto Meridional – Ocupa a maior parte da bacia dos rios Paraná e Uruguai, nas regiões Sudeste e Sul e extremidade sul do Centro-Oeste. É formado basicamente por terrenos sedimentares, recobertos, parcialmente, por derrames de lavas basálticas (era Mesozóica). Divide-se em duas partes: Depressão Periférica, com terrenos areníticos, na divisa com o planalto Atlântico, e o planalto Arenito-Basáltico, formado por camadas alternadas de arenitos e lavas basálticas. Entre eles aparecem paredões abruptos chamados cuestas . O relevo é suavemente inclinado em direção ao rio Paraná, a oeste.
Planalto Sul-Rio-Grandense – No extremo sul do Rio Grande do Sul, também é conhecido como Campanha Gaúcha. Com um relevo bem suave, tem pequenas colinas recobertas por gramíneas.

PLANÍCIES
Planície do Pantanal – Ocupa a depressão onde correm o rio Paraguai e seus afluentes. Sua formação recente (Quaternário) apresenta baixa declividade, provocando grandes enchentes. As partes baixas, ocupadas por lagoas, são chamadas de baías e, as partes altas, de cordilheiras. Na época das cheias a região se transforma em um grande lago e a maior parte das cordilheiras fica submersa.
Planícies Costeiras – Estendem-se pelo litoral, desde o Maranhão até o Rio Grande do Sul, numa faixa de largura variável. Em alguns trechos da região Sudeste os planaltos chegam até o mar, formando falésias (costões) .

BAIXOS PLATÔS AMAZÔNICOS
Ocupam a bacia sedimentar situada entre os planaltos das Guianas (N) e o Brasileiro (S), a cordilheira dos Andes (O) e o oceano Atlântico (NE).Terrenos sedimentares de baixa altitude – planícies somente ao longo dos rios e baixos platôs com altitudes de até 200 metros. Divide-se em três partes: igapó (áreas ao longo dos rios, inundadas boa parte do ano); várzeas (terraços mais altos, inundáveis nas cheias); e terras firmes (terrenos mais antigos, do período Terciário e elevados, fora do alcance das cheias).

TERRENOS VULCÂNICOS
Hoje o Brasil não apresenta vulcanismo. O Planalto Meridional, contudo, já sofreu grandes derramamentos de lavas, que deram origem à fértil terra roxa. Sua área coberta por derrames de lava é a maior do mundo (cerca de 1 milhão de km²).
A cidade de Poços de Caldas está localizada numa caldeira (um vulcão extinto) de 30 km de diâmetro. As ilhas de Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo, Abrolhos e Trindade são todas resultado do vulcanismo que atingiu o Brasil no final do período Terciário e início da era Cenozóica.

Águas

O país possui 55.457 km² de águas internas, equivalentes a 1,66% da superfície do globo.
Bacias hidrográficas
São as áreas banhadas por um rio e seus afluentes. O clima úmido propicia uma rede hidrográfica numerosa. A origem das águas dos rios (regime fluvial) são as chuvas (regime pluvial), exceto nas nascentes do rio Amazonas, que recebem águas provenientes do derretimento de neve e de geleiras (regime nival). A maioria dos rios é perene, ou seja, não se extingue na estação seca; apenas no sertão nordestino existem rios temporários. O tipo de drenagem é exorréica (deságuam no mar). As nascentes situam-se em áreas elevadas, chamadas divisores de águas.

FORMAÇÃO DAS BACIAS
No Brasil, as bacias se formam a partir de três grandes divisores: o planalto Brasileiro, o planalto das Guianas e a cordilheira dos Andes. De acordo com a forma de relevo que atravessam, as bacias hidrográficas podem ser divididas em dois tipos. As planálticas, que permitem aproveitamento hidrelétrico, e de planície, de correnteza fraca, usadas para navegação.

PRINCIPAIS BACIAS
Amazônica – É a de maior superfície drenada do mundo (3.889.489,6 km²). O rio Amazonas é o segundo mais extenso do planeta, com 6.515 km, e o de maior vazão de água (100.000 m³/s). Nasce no planalto de La Raya, Peru, com o nome de Vilcanota, e desce as montanhas recebendo os nomes de Ucaiali, Urubanda e Marañón. No território brasileiro recebe o nome de Solimões e, a partir da confluência com o rio Negro, próximo de Manaus, é chamado de Amazonas. Embora seja uma bacia de planície com 23 mil km navegáveis, possui o maior potencial hidrelétrico total. Dos seus mais de 7 mil afluentes, os principais são: Negro, Trombetas e Jari (na margem esquerda); Madeira, Xingu e Tapajós (direita).
Prata ou Platina – Ocupa 1.393.115,6 km². É composta pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, que nascem no Brasil e formam o rio da Prata, na fronteira Argentina/Uruguai. O rio Paraná nasce da união dos rios Paranaíba e Grande, na divisa Mato Grosso do Sul/Minas Gerais/São Paulo, e possui o maior potencial hidrelétrico instalado no país, com destaque para a usina binacional de Itaipu , na fronteira com o Paraguai. O rio Uruguai é formado pelos rios Canoas e Pelotas, na divisa Santa Catarina/Rio Grande do Sul, e possui potencial hidrelétrico em seu alto curso. O rio Paraguai nasce na serra de Araporé, Mato Grosso, e atravessa a planície do Pantanal, muito utilizado para navegação regional.
São Francisco – Ocupa área de 645.876,6 km². Seu principal rio, o São Francisco , é o único fornecedor de água na região semi-árida do sertão. Desde a nascente, na serra da Canastra (MG), até a foz, na divisa Alagoas/Sergipe, recebe diferentes apelidos: rio da Unidade Nacional, dos Currais e Velho Chico. Possui bom potencial hidrelétrico e a importante usina de Paulo Afonso, BA. Apesar de ser um rio de planalto, tem 2 mil km navegáveis entre as cidades de Pirapora (MG) e Juazeiro (BA).
Tocantins – Desmembrada da bacia Amazônica pelo IBGE, é a maior bacia em território nacional, com 808.150,1 km². Seu rio principal, o Tocantins, nasce em Goiás, na confluência dos rios Marañón e Paraná, e deságua na foz do Amazonas, Pará. Seu potencial hidrelétrico é parcialmente aproveitado pela usina de Tucuruí, Pará.

BACIAS SECUNDÁRIAS
Norte/Nordeste – Ocupa área de 981.661,6 km². É formada por rios perenes, como o Parnaíba (PI/MA), Grajaú, Gurupi (MA), Araguari (AP) e rios temporários na área da caatinga, como o Capibaribe (PE) , Acaraú e Jaguaribe (CE). Abriga a hidrelétrica de Boa Esperança ou Castelo Branco, no rio Parnaíba.
Leste – Área de 570.714,8 km², de Sergipe até São Paulo. Seu rio mais importante é o Paraíba do Sul, entre Rio de Janeiro e São Paulo. Inclui também os rios Jequitinhonha (MG/BA), Vaza-Barris (BA/SE), Paraguaçu e Contas (BA). É uma bacia de planalto, com usinas de pequeno porte.
Sudeste/Sul – Ocupa uma área de 222.988 km². É formada por rios de pouca extensão e baixo potencial hidrelétrico, entre eles o Ribeira de Iguape (PR/SP), o Itajaí (SC) e o Jacuí (RS), com trechos navegáveis.

HIDROVIA TIETÊ-PARANÁ
A hidrovia Tietê-Paraná corresponde aos trechos canalizados dos rios. No rio Tietê há seis barragens: Barra Bonita, Bariri, Ibitinga, Promissão, Nova Avanhandava e Três Irmãos. As três primeiras, com eclusas em operação desde 1982, formaram a hidrovia do álcool, com 273 km. Com a operação de Promissão e Nova Avanhandava e com a conclusão do canal de Pereira Barreto, a hidrovia passa a ter agora 1.040 km. A próxima conclusão de obras nas barragens e eclusas Três Irmãos e Jupiá permitirá a ampliação do trecho navegável a 2.400 km, até Itaipu.
Área – A área do projeto em São Paulo , seguindo a calha do rio Tietê, vai de Itu até Ilha Solteira, já no rio Paraná. Seguindo a calha do rio Paraná, vai desde Iporã (fronteira de São Paulo com Minas Gearais) até Rosana (fronteira de São Paulo com Paraná). Estende-se por 630 km ao longo dos vales dos rios Tietê e Piracicaba, e por 490 km ao longo do vale do rio Paraná. Os municípios envolvidos ocupam área de 40.172 km², com uma população de 2.172.440 habitantes, cerca de 6,89 da população do Estado de São Paulo. A hidrovia serve ao transporte de cargas, pessoas e veículos, e também ao turismo.
Capacidade de transporte – Antes da hidrovia do álcool, em 1980, as cargas oscilavam em torno de 200.000 t/ano. A partir de 1981 esse volume cresceu para cerca de 500.000 t/ano. Em 1986 superou 1 milhão de toneladas, chegando a 1,7 milhão em 1991. A Cesp estimou em 1992 um transporte de 2,2 milhões de toneladas. Para 1995, a meta é transportar 4 milhões de toneladas. Para o ano 2000, a perspectiva é de 10 milhões de toneladas.

Litoral

Com uma extensão total de 7.408 km banhados pelo oceano Atlântico, recebe influência das correntes marítimas brasileiras e das Guianas (quentes) e das Falkland (frias).

DIVISÕES DO LITORAL
O litoral tem poucos acidentes geográficos distribuídos por suas três divisões: setentrional, oriental e meridional .
Litoral setentrional – Do cabo Orange, na foz do Oiapoque, fronteira Amapá/Guiana Francesa, até o cabo de São Roque (RN). A região da foz do rio Amazonas caracteriza-se pela presença de lagoas sujeitas a inundações fluviais, manguezais e numerosas ilhas, incluindo Marajó. No litoral maranhense estão as baías de São Marcos e São José.
Litoral oriental – Do cabo de São Roque até o cabo de São Tomé, Rio de Janeiro. Sua maior reentrância é a baía de Todos os Santos (BA), a de maior perímetro do país. Nesse trecho está a embocadura do rio São Francisco.
Litoral meridional – Do cabo São Tomé à foz do arroio Chuí, fronteira Rio Grande do Sul/Uruguai, com as baías de Guanabara e da Ilha Grande (RJ), a de Paranaguá (PR) e o complexo de lagoas do Rio Grande do Sul. Esse trecho do litoral é bastante recortado na parte que vai de Marambaia (RJ) a São Sebastião (SP) e no Paraná.

Ilhas

As ilhas mais distantes da costa dividem-se em cinco grupos. O atol da Rocas, os penedos de São Pedro e São Paulo, Fernando de Noronha e Trindade e Martim Vaz apóiam-se diretamente no fundo do oceano (ilhas oceânicas). Abrolhos apóia-se na plataforma continental (ilha costeira) .
Penedos de São Pedro e São Paulo – Cerca de 900 km a nordeste do Rio Grande do Norte, na posição 0o59′ S e 29o15′ O. São rochedos em forma de meia-lua, cobertos de guano (fezes de aves marinhas) e cercados de perigosos recifes.
Atol das Rocas – Cerca de 240 km a nordeste do Rio Grande do Norte, na posição 3o52′ S e 33o52′ O. É uma ilhota formada por corais, de acesso difícil devido aos recifes. A primeira reserva biológica do país, criada em 1979.
Fernando de Noronha – A 345 km do Rio Grande do Norte, na posição 3o50’25″ S e 32o24’39″ O. É um arquipélago transformado em Parque Nacional Marinho e anexado ao Estado de Pernambuco em 1988. Tem 18,4 km² com 19 ilhas.
Abrolhos – A 80 km da costa sul da Bahia, centrado na posição 17o40′ S e 38o50′ O, em área de intensa navegação. O arquipélago possui cinco ilhotas de coral, com um farol de 1861, e uma população de cerca de 15 pessoas.
Trindade e Martim Vaz – A 1.100 km de Vitória (ES), na posição: Martim Vaz – 20o29’10’’ S e 28o50’22’’ O; Trindade – 20o30’16’’ S e 29o18’46’’ O. São as ilhas mais distantes do litoral, utilizadas como base da marinha e estação meteorológica, devido à sua posição na área do anticiclone do Atlântico Sul (mTa). Pertencem ao Brasil desde 1897.

Plataforma continental

É a parte do relevo submarino que está em contato com o litoral. Apresenta profundidade média de 200 m e largura média de 90 km. É mais larga da costa do Amapá até o Pará, alcançando 400 km na foz do rio Amazonas. Na costa do Nordeste é mais estreita, voltando a se alargar ao sul do Espírito Santo. É formada principalmente por depósitos sedimentares terrígenos (cascalho, lama e areia) de origem continental, muito ricos em recursos alimentares para a fauna marinha, que a tornam uma importante área pesqueira. Também é rica em petróleo.

Lagos

A antiguidade do relevo e a ausência de glaciações recentes impediram a formação de lagos, exceto na faixa litorânea, resultantes do fechamento de restingas. É o caso de Patos, Mirim e Mangueira (RS) e Araruama (RJ). Na Amazônia, surgem pela sedimentação de meandros dos rios locais.

Clima

A localização da maior parte do país em zona intertropical e o predomínio de baixas altitudes são responsáveis pelas variedades climáticas quentes (médias superiores a 20o C), controladas por algumas massas de ar e frentes.

EQUATORIAL
Domina os cerca de 5 milhões de km² da Amazônia Legal. Caracteriza-se por temperaturas médias entre 24o e 26o C, com amplitude térmica anual de até 3 graus, chuvas abundantes (mais de 2.500 mm/ano) e bem distribuídas. A ação da massa equatorial continental (mEc) produz as chuvas locais (ou de convecção) por meio da evapotranspiração. No inverno, ocasionalmente, a região recebe frentes frias originárias da massa polar atlântica (mPa), ocasionando as friagens.

TROPICAL
Domina extensas áreas do planalto Central e das regiões Nordeste e Sudeste. Apresenta inverno quente e seco e verão quente e chuvoso. As temperaturas médias são superiores a 20o C, com amplitude térmica anual de até 7 graus e precipitações de 1.000 a 1.500 mm/ano.

TROPICAL DE ALTITUDE
Predomina nas partes altas do planalto Atlântico do Sudeste, estendendo-se pelo norte do Paraná e sul do Mato Grosso do Sul. Temperaturas médias entre 18o e 22o C, com amplitudes térmicas anuais de 7 a 9 graus e precipitações entre 1.000 e 1.500 mm/ano. O verão tem chuvas mais intensas, devido à ação úmida da massa tropical atlântica (mTa). No inverno, as massas frias originárias da massa polar atlântica (mPa) podem provocar geadas.

TROPICAL ATLÂNTICO
Atua na fachada atlântica desde o sul do Rio Grande do Norte até o sul do Rio Grande do Sul. Temperaturas médias entre 18o e 26o C, com amplitudes térmicas crescentes à medida que aumenta a latitude. As chuvas abundantes superam 1.200 mm/ano, mas têm distribuição desigual. No litoral do Nordeste, concentram-se no outono e inverno e mais ao sul no verão.

SEMI-ÁRIDO
Predomina nas depressões interplanálticas semi-áridas do sertão nordestino e no vale do rio São Francisco, até o norte de Minas Gerais. Caracteriza-se por médias térmicas elevadas, em torno de 27o C, com amplitude térmica anual em torno de 5 graus. Chuvas poucas e irregulares (menos de 800 mm/ano).

SUBTROPICAL
Predomina na zona temperada ao sul do Trópico de Capricórnio, exceto no norte do Paraná. Caracteriza-se por temperaturas médias inferiores a 20o C, com amplitude térmica anual entre 9 e 13 graus. Nas áreas mais elevadas, o verão é suave e o inverno rigoroso, com nevascas ocasionais. Muitas chuvas (entre 1.500 e 2.000 mm/ano), e bem distribuídas.

Vegetação
Cada tipo de clima corresponde a uma paisagem vegetal com suas espécies típicas. A vegetação original, da época do descobrimento do Brasil, é chamada de paisagem natural.

FLORESTA AMAZÔNICA
Divide-se em três tipos: asmatas de terra firme, as matas de igapó e as matas de várzea.

Matas de terra firme – Possuem as árvores mais altas, de 60 a 65 metros. Em muitos locais as copas se tocam, formando um anteparo à luz capaz de reter até 95% da iluminação. Por isso, o interior da floresta é escuro, mal ventilado e úmido. Localizando-se nos solos mais altos, longe dos rios, essas matas são perenifólias (as folhas renovam-se pouco a pouco e não todas de uma vez), latifoliadas (folhas largas) e higrófilas (vivem na umidade). Suas principais espécies são a castanheira-do-pará, caucho (extração de látex), guaraná, timbó (que os índios usam para envenenar os peixes).
Matas de igapó – Localizam-se nos terrenos mais baixos, próximos aos rios, permanentemente alagadas. As árvores podem atingir 20 metros, mas o comum é de 2 a 3 metros, com ramificação baixa e densa, de difícil penetração. Sua espécie mais famosa é a vitória-régia.
Matas de várzea – Localizadas entre a terra firme e o igapó, possuem uma composição variável, de acordo com a maior ou menor proximidade dos rios. São comuns árvores de grande porte, como a seringueira (Hevea brasiliensis), produtora de borracha , palmeiras e o jatobá.

FLORESTA TROPICAL

Estendem-se ao longo do litoral, penetrando na região Sudeste, e encontram-se hoje muito devastadas. São semelhantes às matas amazônicas, mas vão ficando um pouco diferentes à medida que se distanciam do equador. Em áreas de serras e planaltos (superiores a 800 m), essas florestas retêm a umidade do oceano Atlântico e são caracterizadas como perenifólias, latifoliadas e higrófilas. Mas, diferente das matas amazônicas, suas árvores só chegam aos 30 metros. Na parte das serras de litoral é conhecida como Mata Atlântica. Suas espécies principais são: ipês (roxo, branco, amarelo), imbaúba, palmito, canelas, cedro.

MATAS DE ARAUCÁRIA

Com relevo bastante acidentado e estações do ano bem distintas (verão quente e inverno muitas vezes rigoroso), têm como principal espécie o pinheiro-do-paraná. Essas árvores podem alcançar de 25 a 30 metros, com folhas em forma de agulha (Aciculifoliada) para não reter a neve e também para não evaporar água no verão. Diferente da floresta tropical, a mata de araucárias não é fechada, com espaços grandes entre as árvores.Também tem erva-mate.

MATA DOS COCAIS

Zona de transição entre a floresta Amazônica e a caatinga, com inúmeras palmeiras, é a região do Brasil de vegetação mais uniforme. Há duas espécies principais: babaçu e carnaúba. Associadas a estas duas aparecem o buriti e a buritirana. O babaçu permite extração de óleo dos seus cocos e construção de casas com suas folhas trançadas. Da carnaúba faz-se cera, e as folhas são aproveitadas em tecidos. Do buriti extrai-se uma polpa para produção de doces.

CAATINGA

A palavra caatinga, de origem tupi, significa mata branca. De fato, a caatinga apresenta-se verde somente no curto período das chuvas de inverno. Suas árvores têm troncos grossos, tortuosos e com espessas cascas, folhas grossas e com espinhos.Talvez a melhor forma para designar a caatinga seja utilizar o exemplo da planta chamada jericó. Na seca, ela chega a esfarinhar-se quando tocada, mas bastam poucas chuvas para que volte a ficar verde. A vegetação da caatinga possui a capacidade de perder as folhas para reter a água.

PANTANAL

A alternância entre a época das cheias e a época da seca faz o Pantanal ter uma vegetação bastante diversificada. Há espécies típicas de florestas, cerrado, campos, caatinga. Na área que é inundada com freqüência crescem gramíneas no período seco, muito usadas para pastagem. Poucos metros acima do nível das cheias crescem espécies do cerrado. Nas áreas alagadas mais fundas nascem a vitória-régia e a taboa.

CERRADO

Com muita água no subsolo, apresenta árvores e arbustos de galhos tortuosos, cascas grossas, folhas cobertas por pêlos e raízes muito profundas. Tendo duas estações bem definidas, uma seca e outra chuvosa, é na estação seca que parte das árvores perde as folhas e vai buscar água no subsolo. Diferente da caatinga, que possui pouca água, o cerrado tem muita água. Seu solo, contudo, é ácido, tem alto teor de alumínio e é pouco fértil.

CAMPOS

Característico do extremo sul do Brasil, também chamado de Campanha Gaúcha, os campos são formados por gramíneas, apenas cortados por matas galerias (florestas que seguem os cursos dos rios). Sob escassa pluviosidade e com intensa exposição aos ventos e à luz, e com solos quentes e secos, só as gramíneas conseguem se desenvolver nesse ambiente.

MANGUES

Localizados nas desembocaduras dos rios no oceano Atlântico, têm alto teor de sais. Predominam os solos alagados e movediços, pouco arejados. As poucas plantas que se desenvolvem nesse ambiente só o conseguem graças a adaptações, como raízes de escoro – ramificações do tronco partem em direção ao solo para melhorar a fixação ao terreno movediço.

Regiões

São áreas formadas por extensos blocos territoriais caracterizados por traços comuns (físicos, humanos, econômicos e sociais), que as tornam bem distintas umas das outras. Essa é a definição oficial do IBGE para a divisão regional brasileira, que no entanto, não apresenta muito rigor do ponto de vista científico. Isso acontece porque cada região coincide com as fronteiras dos Estados, e as atividades da sociedade não são regidas por fronteiras administrativas. Mas, como todos os dados publicados pelo IBGE seguem o critério das cinco regiões, é a divisão mais adotada.

Norte

Área – 3.869.637,9 km² (45,27% do território nacional).
Estados – Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia , Roraima e Tocantins.

CARACTERÍSTICAS
Ocupa uma extensa bacia sedimentar encravada entre o maciço das Guianas ao N, o planalto Central ao S, a cordilheira dos Andes a O e o oceano Atlântico a NO. Clima equatorial , com rios das bacias Amazônica, do Norte e do Tocantins . O relevo possui três patamares de altitude, definidos pelas cheias dos rios.
Igapós – Área de inundação permanente, com floresta do tipo caá-igapó, fechada e com espécies adaptadas para ficar com suas raízes sob a água.
Várzeas – Mais elevada e inundável apenas nas cheias dos rios, apresenta a mata das várzeas, cuja espécie mais característica é a seringueira.
Baixos platôs – Parte mais elevada e fora do alcance das cheias fluviais, tem como vegetação típica a mata caá-etê (ou mata dos firmes), com madeiras de lei e castanheiras.

POPULAÇÃO
Com 10.597.305 habitantes (7%), é a região de menor densidade demográfica , com 2,73 hab./km². A maioria da população é urbana (57,8%), e a metrópole regional é Belém.

OCUPAÇÃO
A ocupação, iniciada ao longo dos rios, concentra o povoamento nas margens. A partir da década de 60, a construção de rodovias como a Belém-Brasília, Transamazônica, Cuiabá-Santarém e Marechal Rondon facilita a interiorização. A distribuição de terras para o assentamento rural atrai migrantes, que ocupam as margens das estradas dando início ao acelerado processo de desmatamento. Nos anos 80 o governo oferece incentivos fiscais para grandes projetos agropecuários, que devastam extensas áreas para formação de pastagens. O manejo incorreto do solo, a ocupação indiscriminada e a poluição química dos garimpos provocam grande dano ambiental. Também são graves os conflitos de terra entre garimpeiros e indígenas, que têm causado inúmeras mortes na região.

ECONOMIA
Baseia-se no extrativismo vegetal (látex , açaí, madeiras, castanha) e mineral (garimpos de ouro , diamantes, cassiterita, estanho), além da exploração de minérios em grande escala, como na serra dos Carajás, PA (ferro), e serra do Navio, AP (manganês). O maior problema para o desenvolvimento é a falta de infra-estrutura energética: a única grande usina é Tucuruí, no rio Tocantins (PA), leste da região. As demais usinas são pequenas – como Balbina, no rio Uatumã (AM), e Samuel, no rio Madeira (RO) – e atendem parcialmente à parte oeste da região. O abastecimento depende de geradores movidos a óleo diesel, combustível de alto custo. Na época das cheias, só alguns trechos das estradas são trafegáveis, e há apenas duas ferrovias, ambas para escoar minérios: a E.F. Carajás, de Marabá (PA) a São Luís (MA), leva o ferro de Carajás para os portos de Itaqui e Ponta da Madeira, e a E.F. do Amapá transporta o manganês extraído na serra do Navio até o porto de Santana, em Macapá (AP).
Suframa – Superintendência da Zona Franca de Manaus, prevê incentivos fiscais para instalação de parque industrial baseado principalmente em montadoras de produtos eletrônicos. A atual Constituição prorrogou os incentivos até 2003, mas há uma revisão prevista para 1997.

Nordeste

Área – 1.561.177,8 km² (18,26% do território nacional).
Estados – Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

CARACTERÍSTICAS
É constituída por extenso planalto , antigo e aplainado pela erosão, formando as chapadas sedimentares de Diamantina, Araripe e Ibiapaba, e os planaltos cristalinos das serras de Borborema e Baturité. A diversidade das características físicas, que condicionam sua ocupação e economia, a subdivide em quatro sub-regiões.
Zona da Mata – Faixa litorânea de até 200 km de largura, do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia, com clima tropical úmido , chuvas concentradas no outono e inverno, exceto no sul da Bahia, onde se distribuem ao longo do ano. O solo, escuro e fértil, é o massapê, formado por gnaisses e calcários. A vegetação natural, praticamente extinta, é a Mata Atlântica, substituída pela cana-de-açúcar no início da colonização. Metrópoles regionais: Salvador e Recife.
Agreste – Área de transição entre a úmida Zona da Mata (brejos) e o sertão semi-árido. Os terrenos mais férteis são ocupados por minifúndios, com culturas de subsistência e pecuária leiteira.
Sertão – Na maior parte das depressões interplanálticas semi-áridas do interior, chega até o litoral no Rio Grande do Norte e Ceará. Metrópole regional: Fortaleza, de maior crescimento no Nordeste. O clima é semi-árido , as chuvas escassas e maldistribuídas. Os solos rasos e pedregosos dificultam a agricultura. A vegetação típica é a caatinga . Nas partes mais úmidas há bosques de palmeiras, especialmente a carnaubeira (a “árvore da providência”, pois todas as suas partes são aproveitadas). O maior rio é o São Francisco, única fonte perene de água para as populações ribeirinhas, com várias usinas, como a represa de Sobradinho, em Juazeiro (BA), e a hidrelétrica de Paulo Afonso. A economia baseia-se em latifúndios de baixa produtividade, com pecuária extensiva e culturas de algodão seridó. Apresentando más condições de vida, é a região de onde sai o maior número de migrantes.
Polígono das Secas – Criado em 1951 para combater as secas do Nordeste, essa área só não abrangia originariamente o Estado do Maranhão e o litoral leste do Nordeste, e incluía ainda o norte de Minas Gerais. Desde 1951 a área de Polígono tem aumentado muito em função dos desmatamentos e das secas.
As secas de 1979 a 1984 e 1989 a 1990 atingiram 1.510 municípios, com 439 em estado crítico e 336 em estado de emergência. O combate tradicional às secas é feito com a construção de açudes e distribuição de verbas aos prefeitos dos municípios atingidos. Com fins eleitoreiros, essa política é chamada indústria da seca, beneficiando fazendeiros com a construção de açudes em terras privadas, ou prefeitos pela manutenção de currais eleitorais.
Meio-norte – Transição entre o sertão semi-árido e a região amazônica, com clima mais úmido e vegetação exuberante à medida que avança para oeste. Principal rio: Parnaíba, na divisa Maranhão/Piauí, represado pela hidrelétrica de Boa Esperança. A vegetação natural é a mata dos cocais, com a palmeira babaçu (óleo para cosméticos, margarinas, sabões, lubrificantes). A economia é agrícola, com plantações de arroz nos vales úmidos do Maranhão. A industrialização só começou nos anos 80, com a instalação da Alumar e da Usimar, extensão dos projetos minerais na Amazônia e construção dos portos de Itaqui e Ponta do Madeira, em São Luís (MA), que exportam o minério de ferro de Carajás.

POPULAÇÃO
Possui 43.792.133 habitantes (28,9% do total do país) e densidade demográfica de 28,05 hab./km², com maioria urbana (60,6%). Metrópoles regionais: Salvador, Recife e Fortaleza. Em 1991, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou Recife como a quinta pior cidade do mundo em indicadores sociais.

ECONOMIA
Baseia-se na agroindústria do açúcar e do cacau, praticada em grandes latifúndios, com métodos primitivos. No litoral e na plataforma continental, há exploração de petróleo, que é processado na refinaria Landulfo Alves, em Salvador, e no pólo petroquímico de Camaçari (BA). O desenvolvimento estimulado pelos incentivos fiscais é dificultado pela pouca disponibilidade de energia elétrica, falta de matérias-primas e de mão-de-obra qualificada, ineficácia dos meios de transporte e baixo poder aquisitivo da população. Um setor em crescente desenvolvimento é o turismo no litoral.

Sudeste

Área – 927.286,2 km² (10,85% do território nacional).
Estados – Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

CARACTERÍSTICAS
Localiza-se na parte mais elevada do planalto Atlântico de sudeste , onde se destacam as serras da Mantiqueira, do Mar e do Espinhaço. Entre as formações típicas da região encontram-se os “mares de morros” (extensões arredondadas) e os “pães-de-açúcar” (agulhas graníticas). O clima varia do tropical atlântico (litoral) ao de altitude (planaltos), com geadas ocasionais . A mata tropical , que originalmente cobria a região, foi devastada durante a ocupação, especialmente durante a expansão do café. Em Minas Gerais, surge a vegetação de cerrado (arbustos e gramas) e, no vale do São Francisco e norte do Estado, a caatinga. Abriga as nascentes de duas importantes bacias hidrográficas: a do rio Paraná, da união dos rios Paranaíba e Grande, próximo ao Triângulo Mineiro, e a do São Francisco, que nasce na serra da Canastra (MG). O relevo planáltico fornece alto potencial hidrelétrico, quase totalmente aproveitado. A maior usina é Urubupungá, no rio Paraná, na divisa São Paulo/Mato Grosso do Sul.

POPULAÇÃO
Com 64.603.032 habitantes, é a mais populosa, equivalente a 42,63% do total do país. É a região de maior densidade demográfica , com 69,66 hab./km², e urbanização mais elevada, com 88%, atraindo grande número de migrantes. Possui as duas metrópoles nacionais – São Paulo e Rio de Janeiro –, além da metrópole regional de Belo Horizonte.

ECONOMIA
É a mais desenvolvida e industrializada do cenário nacional e concentra mais da metade de toda a produção do país. Na agropecuária possui os maiores rebanhos bovinos (de corte e leiteiro), além de destacadas produções em cana-de-açúcar, laranja e café, cultivados com bom padrão técnico e razoável produtividade. Conta com reservas de ferro e manganês na serra do Espinhaço (MG), e de petróleo, na bacia de Campos (RJ).

Sul

Área – 577.214,0 km² (6,75% do território nacional).
Estados – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

CARACTERÍSTICAS
A menor região em superfície. O clima subtropical, exceto no norte do Paraná (tropical), caracteriza-se pela diversidade de temperaturas – mais baixas e com nevascas, nos planaltos, e elevadas, nos Pampas. A vegetação acompanha essa variação, com matas de araucárias (pinhais) nos planaltos, e os campos nos pampas. Os rios de menor porte correm para o mar: são eles o Jacuí (RS), o Itajaí e o Tubarão (SC). Os demais (Iguaçu , Ivaí) desaguam na bacia do Prata . A região possui grande potencial hidrelétrico graças ao volume do débito de águas do rio Paraná (Itaipu). O relevo é dividido em três partes.
Planície Platina ou Pampa – Terrenos sedimentares e ondulados (coxilhas), no interior, e lagoas de restingas, no litoral.
Planalto Atlântico – Terrenos cristalinos próximos ao litoral, que se estendem do Paraná ao norte do Rio Grande do Sul.
Planalto Meridional – De formação vulcânica com rochas basálticas, situa-se no interior. Subdivide-se em Depressão Periférica (estreita faixa de arenitos a oeste do planalto Atlântico) e planalto Arenito-Basáltico, que se estende até o rio Paraná, formando degraus cujas bordas são as chamadas cuestas.

POPULAÇÃO
Possui 22.653.700 habitantes, equivalentes a 14,95% da população do país. A densidade demográfica é de 39,24 hab./km², com maioria urbana (74,1%). Influências da imigração açoriana, alemã e italiana.

ECONOMIA
A base inicial da agropecuária capitaliza recursos e permite a implantação, nas últimas décadas, de um ativo parque industrial com centros nas áreas metropolitanas de Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR). A agricultura comercial caracteriza-se pelo uso de boa técnica aplicada às principais culturas: trigo, soja, arroz, milho, feijão e tabaco. A pecuária se destaca nos Pampas, com rebanhos de linhagens européias (hereford, charolês). A suinocultura é praticada no oeste de Santa Catarina e do Paraná, em associação com o cultivo de milho para ração. O extrativismo explora a madeira de pinho, no Paraná, e o carvão mineral, no sul de Santa Catarina. Destaca-se, ainda, o oeste catarinense, com grande concentração de frigoríficos.

Centro-Oeste

Área – 1.612.077,2 km² (18,86% do território nacional).
Estados – Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal.

CARACTERÍSTICAS
O relevo se caracteriza pela predominância do extenso planalto Central . Terrenos antigos e fortemente aplainados pela erosão, que deu origem a chapadões, como os dos Parecis, dos Guimarães e dos Veadeiros. A parte oeste do Mato Grosso do Sul e sudoeste do Mato Grosso é ocupada pela depressão do Pantanal Mato-Grossense, cortada pelo rio Paraguai , cujas cheias inundam a depressão. O clima é tropical semi-úmido, com chuvas de verão. A vegetação é de cerrado nos planaltos e complexa no Pantanal.

POPULAÇÃO
É a menor do Brasil, com 9.871.279 habitantes, equivalentes a 6,5% do país. A densidade demográfica é de 6,12 hab./km², com predomínio urbano (81,3%).

ECONOMIA
Baseada inicialmente nos garimpos de ouro e diamantes, é substituída pela pecuária extensiva, praticada em grandes latifúndios. Na década de 60, a transferência da capital federal para Brasília e a construção de rodovias aceleram o povoamento. A formação de colônias agrícolas, como Ceres (GO) e Dourados (MS), marca o início da agricultura extensiva em escala comercial. A extração de madeira de lei se extingue, junto com a mata natural. Possui as maiores reservas de manganês do país, no maciço de Urucum, no Pantanal, ainda pouco exploradas devido ao difícil acesso.

Divisão geoeconômica

O Brasil também pode ser dividido em três complexos regionais ou regiões geoeconômicas, que possuem mais afinidades, apesar de suas diversidades, do que na divisão tradicional do IBGE. Como exemplo podemos citar o caso da Amazônia, que não termina na fronteira dos Estados do Amazonas e Pará com Mato Grosso. Outro exemplo é o caso do sertão semi-árido, que não termina na fronteira da Bahia com Minas Gerais, mas prolonga-se ao norte de Minas Gerais.

REGIÃO AMAZÔNICA
Compreende toda a atual região Norte, mais parte oeste do Maranhão, grande parte do Mato Grosso e pequena parte noroeste de Goiás. O traço mais marcante dessa região é a natureza. Apesar de atualmente a ocupação ser intensa, a densidade demográfica ainda é muito pequena.

REGIÃO NORDESTE

Compreende a atual região Nordeste, incluindo o norte de Minas Gerais e excluindo o oeste do Maranhão. Apesar de considerarmos a seca o problema comum do Nordeste, há enormes disparidades econômicas e naturais entre as suas sub-regiões.

REGIÃO CENTRO-SUL
Abrange as atuais regiões Sul; a maior parte da região Sudeste, excluindo o norte de Minas Gerais; e inclui o sul do Mato Grosso do Sul, Goiás e extremo sul do Tocantins. Nessa grande região vive a maioria da população brasileira e está concentrada a maior parte das indústrias, bancos, universidades, comércio, agricultura mais moderna e o centro econômico do país: o eixo Rio de JaneiroSão Paulo.
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