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sexta-feira, abril 12, 2024

HISTORIA DA FILOSOFIA

Trabalho apresentado como requisito parcial à obtenção de menção na disciplina de Filosofia, sob a orientação do professor José Ferreira da Costa, primeiro semestre do curso de Direito da Faculdade Católica Rainha da Paz (FCARP).
Sumário:

– Introdução
– Desenvolvimento
– Conclusão
– Referências Bibliográficas

Introdução

A palavra filosofia é de origem grega e significa amor à sabedoria. Ela surge desde o momento em que o homem começou a refletir sobre o funcionamento da vida e do universo, buscando uma solução para as grandes questões da existência humana, através de explicações racionais para tudo aquilo que era explicado através da mitologia, oferecendo caminhos, respostas e, sobretudo, propondo novas perguntas, num diálogo permanente com a sociedade e a cultura do tempo em que faça parte.

As constantes transformações nos modos de conhecer podem ampliar os campos de investigação da Filosofia, fazendo com que venha surgir novas disciplinas filosóficas, assim como podem diminuir esses campos, como no século XVIII, onde se desligam da Filosofia a biologia, a física e a química, e no século XX, as chamadas ciências humanas como a psicologia, a antropologia e a história.

Filosofia Antiga

A filosofia costuma ser apresentada em grandes períodos que a acompanham. Devemos primeiro conhecer os períodos principais da filosofia grega, pois tais períodos definiram os campos da investigação filosófica na Antigüidade, onde o apogeu da filosofia acontece durante o apogeu da cultura e das sociedades gregas, durante a Grécia clássica.

A filosofia grega vem a dividir-se em quatro períodos: o período pré-socrático ou cosmológico que apresenta filósofos como Tales de Mileto, Pitágoras de Samos, Parmênides de Eléia, Anaxágoras de Clazômena, dentre outros; podemos afirmar que foi a primeira corrente de pensamento, surgida na Grécia Antiga por volta do século VII a.C., vem a explicar de modo racional e sistemático a origem, o ordenamento e a transformação da natureza já que explicando a natureza, a filosofia também explica a origem e as mudanças dos seres humanos, afirmando que não existe criação do mundo, isto é, nega que o mundo tenha surgido do nada. Buscando explicar tudo através da razão e do conhecimento científico.

O período socrático ou antropológico (século V e IV a.C.) foi de grande desenvolvimento cultural e científico. O esplendor das cidades, e do sistema político democrático grego, proporcionou o terreno propício para o desenvolvimento do pensamento; época dos sofistas e do grande pensador Sócrates. Esse período é voltado para o conhecimento do homem, particularmente do seu espírito e da sua capacidade para conhecer a verdade.

Sócrates e Platão consideram as opiniões e as percepções sensoriais, ou imagens das coisas, defendidas pelos sofistas, como fonte de erro, mentira e falsidade, formas imperfeitas do conhecimento que nunca alcançam a verdade plena da realidade. Como Sócrates não deixou textos suas idéias foram difundidas por seus discípulos, sendo Platão o mais importante deles.

Aristóteles de Estagira, discípulo de Platão, é marcado como o principal filosofo do período sistemático, onde a filosofia não é um saber específico sobre algum assunto, mas uma forma de conhecer todas as coisas, possuindo procedimentos diferentes para cada campo de coisas que conhece, estabelecendo uma diferença entre esses conhecimentos, distribuindo-os numa escala que vai dos mais simples e inferiores aos mais complexos e superiores.

Aristóteles classifica os campos de conhecimento filosófico em ciências produtivas onde todas as atividades humanas técnicas e artísticas resultam num produto ou numa obra; a ciência pratica que estuda o comportamento ético do ser humano; a ciência teoréticas, contemplativas ou teóricas, que são as coisas divinas e da natureza, como exemplo temos a física, a biologia, a psicologia, a matemática, a metafísica, a teologia. Segundo Aristóteles a metafísica e a teologia são o ponto forte da filosofia, pois são destas que derivam todos os outros conhecimentos.

O último período da Filosofia antiga denomina-se período helenístico, época da filosofia constituída por grandes sistemas ou doutrinas, com explicações totalizantes sobre a natureza, o homem, as relações entre ambos e deles com o divino, predominando a preocupação com a ética. Data-se nesse período quatro sistemas, que são o ceticismo (a dúvida deve estar sempre presente, pois o ser humano não consegue conhecer nada de forma exata e segura); o epicurismo (defendiam que o bem era originário da prática da virtude.

O corpo e a alma não deveriam sofrer para chegar-se ao prazer); o estoicismo (defendiam a razão a qualquer preço. Os fenômenos exteriores a vida deviam ser deixados de lado, como a emoção, o prazer e o sofrimento) e o neoplatonismo (caracteriza-se pelas teses da absoluta transcendência do ser divino, da emanação e do retorno do mundo a Deus pela interiorização progressiva do homem). Esse período representa o final da hegemonia política e militar grega, onde Roma passa a ampliar seus territórios, provocando a orientalização da filosofia, já que os filósofos helênicos passam a ter contato com a cultura oriental.

Filosofia Patrística

A Filosofia Patrística (do século I ao século VII), inicia-se graças aos esforços dos Padres e Apóstolos para conciliar o Cristianismo com o pensamento filosófico dos gregos e romanos, tendo como finalidade a evangelização. Divide-se em Patrística Grega ligada a Igreja de Bizâncio e Patrística Latina ligada a Igreja de Roma, sendo obrigada a introduzir idéias desconhecidas para os filósofos greco-romanos, tais como a idéia de criação do mundo, de pecado original, de Deus como trindade una, de encarnação e morte de Deus, e introduziu também sobre a idéia de “homem interior”, isto é, da consciência moral e do livre-arbítrio, pelo qual o homem se torna responsável da existência do mal no mundo.

Os Padres impunham, naquela época, as idéias cristãs através de dogmas, e é dessa forma que surge a possibilidade de conciliar razão e fé, através de três posições principais: os que julgavam fé e razão irreconciliáveis e a fé superior à razão (Creio porque absurdo); os que julgavam fé e razão conciliáveis, mas subordinavam a razão à fé (Creio para Compreender); os que julgavam razão e fé irreconciliáveis, nas afirmavam que cada uma delas tem seu campo próprio de conhecimento e não deve misturar-se.

Filosofia Medieval

Filosofia Medieval ou Escolástica (do século VIII até o século XIV) discutia os mesmos problemas que a Filosofia Patrística juntamente com alguns outros acrescidos. Surge nesse período a Filosofia Cristã ou Teologia que tinha como temas as provas da existência de Deus e da alma, isto é, demonstrações racionais da existência do infinito criador e do espírito humano imortal.

A Disputa foi uma característica marcante desse período, que tinha por finalidade expor as idéias filosóficas, onde se apresentava uma tese e esta devia ser refutada ou defendida por argumentos bíblicos ou pelas autoridades reconhecidas que eram Platão, Aristóteles, um Papa ou um Santo.

Filosofia da Renascença

A Filosofia da Renascença vai desde o século XIV ao Século XVI, dividida em três grandes linhas de pensamento: a primeira prove de Platão, do neoplatonismo e da descoberta dos livros do Hermetismo; nela se destaca a idéia da Natureza como grande ser vivo; a segunda é originaria dos pensadores florentinos, que valoriza a vida ativa, isto é, a política; a terceira é a que propunha o ideal do homem como artífice de seu próprio destino, tanto através dos conhecimentos quanto através da política, das técnicas e das artes.

Filosofia Moderna

A Filosofia Moderna (do século XVII até meados do século XVIII), também conhecida como o Grande Racionalismo Clássico é marcada por três grandes mudanças intelectuais: a conhecida como o “surgimento do sujeito do conhecimento”, isto é, a Filosofia começa pela reflexão, pela volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer sua capacidade de conhecer; a segunda é que para os modernos as coisas exteriores (natureza, vida social e política) podem ser conhecidas desde que sejam consideradas representações, ou seja, idéias ou conceitos formulados pelo sujeito do conhecimento;a terceira vem da realidade a partir de Galileu, que é conhecida como um sistema racional de mecanismos físicos, cuja estrutura profunda e indivisível é matemática.A realidade é um sistema de casualidades racionais que podem ser conhecidas e transformadas pelo homem.

Filosofia da Ilustração

Filosofia da Ilustração ou iluminismo (meados do século XVIII ao começo do século XIX), período de grande interesse pelas ciências que se relacionam com a idéia de evolução, a biologia terá um lugar central no pensamento ilustrado pois pertence ao campo da filosofia da vida, as artes são as expressões por excelência do grau de progresso de uma civilização.

Filosofia Contemporânea

A filosofia contemporânea inicia desde meados do século XIX até os dias atuais. No século XIX, Hegel afirma que a razão, a verdade e os seres humanos são essencial e necessariamente históricos, levando a idéia de progresso, onde o presente é melhor e superior, se comparado ao passado, e o futuro será melhor e superior, se comparado ao presente.

No século XX, a idéia de historicidade dos seres humanos, da razão e da sociedade cai por terra, pois passa a ser criticada também a idéia de progresso, mostrando que em cada época histórica e para cada sociedade, os conhecimentos e as praticas possuem sentido e valor próprios e esses valores desaparecem a cada época que se sucede, não havendo, portanto, transformação contínua, acumulativa e progressiva da humanidade.

Durante o século XX várias correntes de pensamentos agiram ao mesmo tempo. O surgimento da filosofia analítica marcou uma nova divisão entre modos de se fazer filosofia. Os próprios filósofos analíticos forjaram o termo Filosofia continental para descrever várias tradições filosóficas procedentes da Europa Continental, principalmente da Alemanha e da França.

A historia nos mostra como a filosofia se adapta de acordo com os fatos historicos ocorridos em cada época da nossa historia, por isso da sua divisão em periodos, para que se possa ter um melhor entendimento das mudaças filosoficas. A mudança de foco de estudo, também pode ser percebido em cada sociedade, para cada sociedade existe uma filosofia distinta ou melhor existe uma fase, um periodo filosofico distinto,mais ou menos avançado.

Referências Bibliográficas

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2005.

CORPORATION, Microsoft. Encarta en Español. 13ª ed. España, 2007.

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