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domingo, outubro 6, 2024

Lazer e Jogos

Autoria: Laura Wanderley

Lazer e Jogos

I – Introdução

A palavra “lazer” vem do latim licere: “ser lícito”. Significa na língua portuguesa “descanso, folga, ócio”.

O lazer tem se mostrado um tema de grande importância a ser estudado, graças as suas qualidades que são proporcionadas a vida do indivíduo.

Tem funções educativas, de ensino, integrativas, recreativas, culturais e compensadoras, produzindo descarga e eliminação de cansaço psíquico das tensões e estresse e assegurando a tranqüilidade.

O lazer pode ser promovido no trabalho (mesmo sendo em minoria), com a família, ou sozinho, em qualquer lugar que seja considerado prazeroso ao individuo e propicio ao seu descanso.

Promove um fator fundamental no aumento do turismo como forma de relaxamento e descontração (o turismo de lazer), e da procura de hotéis que não sejam apenas para se passar a noite e sim aqueles que proporcionam um momento de lazer, de descanso e prazer para seu cliente e seus possíveis acompanhantes.

Os jogos competitivos e cooperativos podem ser meios para o consumo do lazer, cada um com suas propriedades de importância em sua prática, porém apresentando conteúdos totalmente diferentes.

II – Desenvolvimento do tema

1. Lazer

1.1 – O que é lazer?

Para o sociólogo francês Dumazedier,1976, o lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais(http://www.cds.ufsc.br/~valmir/cl.html).

Camargo,1989, considera lazer um conjunto de atividades gratuitas, prazerosas, voluntárias e liberatórias, centradas em interesses culturais, físicos, manuais, intelectuais, artísticos e associativos, realizadas num tempo livre roubado ou conquistado históricamente sobre a jornada de trabalho profissional e doméstico e que interferem no desenvolvimento pessoal e social dos indivíduos( http://www.cds.ufsc.br/~valmir/cl.html)

Segundo Rolin,1989, o indivíduo se libera à vontade do cansaço, repousando; do aborrecimento, divertindo-se; da especialização funcional, desenvolvendo de forma intencional as capacidades de seu corpo e espírito(http://www.cds.ufsc.br/~valmir/cl.html).

Para a geóloga Mônica Lopes Gonçalves,lazer é ócio, descanso, folga e pode se dar de várias formas: contemplação, esportes (inclusive caminhadas), gastronomia, cultura e aquisição de bens (http://an.uol.com.br/jville2002/pg04.htm)

Rodrigues,1999,relata que um dos conceitos de lazer pode ser o de se praticar alguma atividade prazerosa durante um determinado tempo do dia. Essas atividades podem ser desde ler um livro, ver TV, ouvir uma música, até dançar, fazer um cooper, jogar boliche, tenis…. O importante é que se pratique uma atividade de lazer ao, dia.

(http://www.leisurerecreation.com.br/lazer.htm)

Para Dahl, o lazer de que as pessoas precisam, não é tempo livre, mas espírito livre.

O lazer se traduz por uma dimensão privilegiada da expressão humana dentro de um espaço de um tempo conquistado, materializada através de uma experiência pessoal criativa, de prazer e que não se repete no tempo/espaço, cujo eixo principal é a ludicidade. Ela é enriquecida pelo seu potencial socializador e determinada, predominantemente, por grande motivação intrínseca e realizada dentro de um contexto marcado pela percepção de liberdade. É feita pelo amor, pode transcender a existência e, muitas vezes, chega a aproximar-se de um ato de fé. Sua vivência está relacionada diretamente às oportunidades de acesso aos bens culturais, os quais são determinados, via regra, por fatores sócio-político-econômico e influenciados por fatores ambientais (Bramante,1998).

Goldbey considera que o lazer é um espaço onde se vive uma relativa liberdade em relação às forças compulsivas externas do ambiente físico e cultural, de forma a ser capaz de agir também a partir da vontade interna em caminhos que são pessoalmente agradáveis e que intuitivamente valham a pena.

Para Sturion e Cabral (2003),nas relações modernas o lazer se apresenta como um elemento central da cultura das sociedades, o homem busca ansiosamente transformar o resultado do seu trabalho árduo em algo que lhe traga compensações prazerosas.

(http://www.faculdade.nobel.br/?action=revista&id=32).

1.2 – Atividades de lazer

A realização de qualquer atividade de lazer envolve satisfação de aspirações dos praticantes, tendo em mente procurar atender as pessoas no seu todo.

A escolha está diretamente ligada ao conhecimento das alternativas que o lazer oferece, dividido em áreas fundamentais que são:

O campo de domínio dos interesses artísticos é o imaginário (as imagens, emoções e sentimentos; seu conteúdo é estético e configura a busca da beleza e do encantamento). Abrangem todas as manifestações artísticas, como ir ao teatro, cinema, museu, a uma exposição de arte.

Já os interesses intelectuais, o que busca é o contato com o real, as informações objetivas e explicações racionais. A ênfase é dada ao conhecimento vivido, experimentado, como na leitura de livros, de revistas, de jornais, participação de cursos, participação de eventos relacionados à profissão atuante.

No campo dos interesses físicos são todas as atividades onde prevalece o movimento, ou o exercício físico, incluindo diversas modalidades esportivas que podem ser práticas esportivas, passeios, pesca, ginástica, caminhadas.

Já os interesses manuais, são as capacidades de manipulação, quer para transformar objetos ou materiais, quer para lidar com a natureza como a prática do artesanato, da bricolage, jardinagem, cuidado com os animais.

Nos interesses turísticos, a quebra da rotina temporal e espacial pela busca de novas paisagens, de novas pessoas e costumes são as aspirações mais presentes. Alguns exemplos são passeios, viagens, excurções escolares, acampamento, ecoturismo.

Nos interesses sociais do lazer, o fundamental é o relacionamento, os contatos face-a-face,o contato social propiciado nos bailes, bares e cafés, boates, churrascos, festas.

O ideal seria que cada pessoa praticasse atividades que abrangessem os vários grupos de interesses, procurando, dessa forma, exercitar, no tempo disponível, o corpo, a imaginação, o raciocínio, a habilidade manual, o contato com outros costumes e o relacionamento social, quando, onde, com quem e da maneira que desejar.

Também há propriedades de diferenciação de atividades de lazer através de propriedades diversas. Elas são escolha pessoal, gratuidade, prazer e liberação.

Na escolha pessoal se refere ao peso que os determinantes sociais, culturais, políticos e econômicos sobre todas as atividades do cotidiano, inclusive sobre o lazer. Há uma influência da mídia e dos amigos.

Porém, há um grau de liberdade nas escolhas dentro do lazer, maior que nas escolhas no trabalho, no ritmo familiar, na vida sócio-religiosa e sócio-política.

Por livre escolha do lazer entende-se assim a existência de um tempo precioso onde pode exercitar com mais criatividade as alternativas de ação ou de participação.

No que se refere a gratuidade,é importante ressaltar que nem todo lazer é gratuito e desinteressado. Toda ação obedece a algum interesse, mesmo que disfarçado. Como exemplo, sonhar com o sucesso ao cantar ou dançar em frente ao espelho; escrever e esperar que alguém o reconheça como um grande escritor.

O lazer nunca é inteiramente gratuito, mas é um tempo onde se pode exercitar o fazer-por-fazer, sem que necessariamente haja um ganho financeiro em vista ou um preço a pagar.

As atividades de lazer são hedonísticas, prazerosas, por isso tem uma propriedade de prazer em seu desenvolvimento. Porém,algumas observações são feitas para discutir aonde se encontra o prazer nestas circunstância, por exemplo, a criança ao fim de sua festa, o torcedor ao fim de um jogo em que seu time foi derrotado, o adolescente ao fim da festa que não ficou com ninguém.

O lazer é sempre liberatório de obrigações: busca compensar e substituir algum esforço que a vida social impõe, graças a isso a última propriedade é a liberação.

Esta é a propriedade mais óbvia do lazer. Para muitos trabalhadores com extenuantes jornadas de trabalho, mais transportes e obrigações domésticas, o lazer é compensatório, pois ajuda na liberação da fadiga e repõe energias para o trabalho no dia seguinte. Exemplos como ir ao clube para descansar das tensões da escola, andar de bicicleta ao final de um dia cansativo e cheio de preocupações.

Por mais interessante que seja o lazer, acaba sendo interrompido pelo sono.

1.3 – Barreiras e preconceitos no lazer

Falta de tempo;
Trânsito;
Casa;
Filhos;
Cansaço;
Falta de dinheiro e recursos;
Violência;
“Falta de opção”;
Stress;
Sedentarismo;
Preocupações;
Comodidade.
1.4 – Tempo de lazer

É verdade que as aspirações ao lazer na sociedade moderna, ainda estão concentradas nas classes sociais mais abastadas, o tempo livre destinado ao lazer é privilégio daqueles que detêm o poder do capital e conseqüentemente uma expressão social de destaque na sociedade. Enquanto que nas classes sociais mais altas o tempo livre é liberado com o acúmulo da riqueza produzida, nas classes menos abastadas, o pseudo tempo livre é liberado pelo subemprego ou desemprego, onde o indivíduo marginalizado pelo mercado de trabalho transforma este tempo livre em ações nocivas à sociedade, aumentando a violência e a marginalidade.

Naturalmente o lazer não está restrito a estes dois extremos, considerando como um todo, o tempo livre permite estabelecer a escolha de tipo de lazer para cada segmento social. Por outro lado, o mundo do desemprego, onde o tempo livre é imposto sem opções de capital, é traçado por ações violentas e de revolta por não encontrar soluções para seus conflitos. Todavia, nas classes sociais que permeiam estes dois extremos os indivíduos buscam satisfação no tempo livre disponível em ações prazerosas, que os aliviem da tensão social imposta pelo meio da rotina do trabalho e que geram stress e cansaço. Para essa outra área é que enfocamos nossa discussão, buscando elucidar em que o indivíduo hoje pode concentrar as atividades no seu tempo livre.

Para isto precisamos distinguir as relações e as interações entre tempo e o trabalho. Para muitos, lazer seria todo tempo livre disponível, sabemos,entretanto,que tempo socialmente ocupado com o trabalho familiar, tempo socialmente compromissados com práticas (políticas, religiosas e sociais), nem sempre pode ser chamado de tempo livre para lazer, da mesma forma que o tempo inocupado (desemprego, subemprego) gerado pela incapacidade da economia em fornecer formas de empregabilidade não pode ser considerado tempo de lazer. Lazer seria todo tempo livre ocupado em ações que são capazes de gerar satisfações e prazer, pessoal ou coletivo

Pode-se ter o tempo livre ocupado com ações que não geram satisfações ou prazer, às vezes levando ao tédio e ao stress, desta forma é importante frisar que o tempo livre, ou tempo livre ocupado, não é necessariamente caracterizado como tempo de lazer.

Nos últimos cinqüenta anos ocorreu um aumento considerável do tempo livre e uma redução da carga de trabalho, entretanto, este aumento de tempo livre não se transformou em tempo de lazer para todas as camadas sociais, apenas uma parcela deste tempo foi preenchido por atividades consideradas essencialmente de lazer. Para as classes mais abastadas ou para àquelas compostas de aposentados com um bom nível salarial, ou em países desenvolvidos onde o poder aquisitivo permite aproveitar este tempo livre em atividades de lazer, se observa esta realidade. O tempo de repouso permanece inalterado no decorrer dos últimos 150 anos e ocupa em média um terço do tempo total.

Comparando-se os três componentes do tempo total, verifica-se com facilidade a constante do tempo de repouso, o declínio no decorrer dos anos do tempo dedicado ao trabalho e o crescimento do tempo livre do homem, todavia não podemos nos equivocar e generalizar que este tempo livre tem o mesmo significado para todas as classes sociais, enquanto para as classes abastadas o tempo livre é quase totalmente dedicado ao lazer, para as classes sociais de menor poder aquisitivo este tempo livre significa desemprego e subemprego.

(http://www.faculdade.nobel.br/?action=revista&id=32).

2. Jogos

2.1 – O que é jogo?

Para Dhome, 2003,o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentido de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida quotidiana.

Bruneer relata que o jogo tem interpretação semelhante ao ato lúdico de poder criar situações exploratórias propícias para a solução de problemas.

(http://www.jogoscooperativos.com.br/entendendo_os_jogos.htm)

A teoria dos jogos é uma teoria matemática sobre conflito e colaboração, de situações nas quais se pode favorecer ou contrariar um ao outro,ou ambos ao mesmo tempo. Para alguns jogos, a teoria pode indicar uma “solução” para o jogo, isto é, a melhor maneira a proceder para cada pessoa envolvida. No entanto, na maioria dos jogos que descrevem problemas reais, ela só nos fornece uma visão geral da situação, descartando algumas “jogadas” que não levarão a bons resultados (http://www.mat.puc-rio.br/~inicient/3_jogos/index_jogos.htm).

Para Barros,1970,o jogo constitui uma atividade primária do ser humano. É principalmente na criança que se manifesta de maneira espontânea; alivia a tensão interior e permite a educação do comportamento, o aumento da coeficiência de auto-confiança e suficiência,a expansão do eu, e, ás vezes, a sublimação das tendências instintivas; faz as crianças agirem contra o medo; favorece o desenvolvimento físico, mental, emocional e social.

Segundo Gramigna,1993,o jogo é uma atividade espontânea, realizada por mais de uma pessoa, regida por regras que determinam quem o vencerá, ou seja, em sua concepção necessariamente deve haver um vencedor e um vencido. Nas regras do jogo, segundo ela, estão o tempo de duração, o que é permitido e proibido, valores das jogadas e indicadores de como terminar a partida”.

(http://www.jogoscooperativos.com.br/entendendo_os_jogos.htm)

Celso Antunes relata que o jogo é uma relação interpessoal definida por regras”,enquanto Falcão, 2003,que”Jogo é toda e qualquer interação entre dois ou mais sujeitos dentro de um conjunto definido de regras”e Gustavo Trípode que jogo é aprender a lidar com a competitividade existente dentro de nós. Compreender a competição e as emoções relacionadas a ela num ambiente assistido, no espaço da aprendizagem, é uma oportunidade para que as crianças passem a lidar com a realidade do mundo competitivo de maneira mais serena e equilibrada”.

(http://www.jogoscooperativos.com.br/entendendo_os_jogos.htm)

Jogo é toda brincadeira que tem objetivos competitivos, ou seja, no final, há sempre um vencedor; é algo estruturado e com regras e tem forma eficaz de aprendizado, de descanso, relaxamento, permite grande mobilidade física e imaginária, descobertas de coisas novas e de si mesma, forma de gastar energia, coordenação motora, pode-se trabalhar o respeito, a coletividade, a colaboração, estimulam o imaginário e iniciativa para solução de problemas e trazem satisfação e alegria.

2.2 – Classificação dos jogos:

2.2 – 1 – Jogos tradicionais infantis

Filiados ao folclore que incorporam a mentalidade popular, expressando-se, sobretudo, pela oralidade. Desenvolvem formas de convivência social e resgata a cultura.

Se dividem em :

a) Sociológico:

Influência do contexto social no qual os diferentes grupos de crianças brincam

b) Educacional:

Contribuição do jogo para a educação; desenvolvimento e/ou aprendizagem da criança.

c) Psicológico:

Jogo como meio para compreender melhor o funcionamento da psique, das emoções e da personalidade dos indivíduos.

d) Antropológico:

A maneira como o jogo reflete, em cada sociedade, os costumes e a história das diferenças culturais

e) Folclórico:

Analisando o jogo como expressão da cultura infantil através das diversas gerações, bem como as tradições e costumes através dos tempos nele refletidos.

(http://www.jogoscooperativos.com.br/entendendo_os_jogos.htm)

Exemplos: escravos de Jó, ciranda cirandinha, cabra cega, balança caixão, gato mia, etc.

2.2 – 2 – Jogos de regras

Estipulam normas as quais a criança ou adulto não pode violar. Caso isto aconteça, ela será penalizada. Ajuda no caráter e no senso crítico, coletividade, companheirismo e respeito. Os mais conhecidos são os jogos esportivos.

Com intervenções qualificadas, desenvolvem habilidades cognitivas como a quantificação e o cálculo, a percepção das relações espaciais, o planejamento e atitudes de respeito ao colega.

Exemplos: Carimbada, basquete, queimada, handbol, futebol, voley, tênis, etc.

2.2 – 3 – Jogos de faz-de-conta

A criança imagina viver uma situação, estimulando a criatividade e a imaginação. Envolvem brincadeiras em que os participantes imitam situações, animais, etc.

Exemplos: casinha, bang-bang, mocinha e vilão, * gavião, a galinha e os pintinhos, etc.

*Gavião, galinha e os pintinhos

Um dos jogadores é o gavião, o outro a galinha e os restantes são os pintinhos. Ficam todos em linha, uns atrás dos outros, colocando as duas mãos sobre os ombros do que lhe está em frente. À testa de todos se acha a galinha. O gavião, que permanece afastado, aproxima-se dos pintinhos, procurando roubar um ou mais deles. Para isso, ora salta, ora corre, negaceia com o corpo, etc. A missão da galinha é defender os pintos, pondo-se sempre em frente ao gavião, embargando-lhe o passo. Os pintinhos obedecem aos manejos da galinha, imitando-a em tudo quanto fizer, sem jamais saírem da ordem em que ficaram colocados, mesmo no caso em que tenham de desprender as mãos dos ombros do companheiro em frente.

Se, por acaso, conseguir o gavião agarrar um dos pintos, todos os outros que ficarem depois desse lhe pertencerão; e, tornando-se gaviõezinhos são obrigados a imitar o gavião. Decorrido algum tempo, se vir que o gavião não consegue apanhar nenhum pinto, outro o substituirá (Pimentel,1959).

2.2 – 4 – Jogos de construção

Destina-se ao livre manuseio de peças onde a criança constrói o seu mundo. Ajuda na expressão do imaginário no desenvolvimento afetivo e intelectual.

Jogos que pressupõem a construção de algo, como exemplo, um brinquedo.

Exemplos: Lego, Zimfarm (jogo de administrar uma fazenda), Simcity (jogo de construir uma cidade), dominó, etc.

2.3 – Teoria sobre a origem dos jogos

O jogo é uma atividade típica do homem. O homem inventa jogos e se diverte com eles desde que se tem conhecimento de sua existência.

Para PIAGET, a atividade lúdica surge, inicialmente sob forma de simples exercícios motores. Sua finalidade é o próprio prazer do funcionamento. No período entre dois e seis anos, a tendência lúdica se manifesta sob forma de jogo, a criança tenta reproduzir as atitudes e as relações predominantes no seu meio ambiente; ela será autoritária ou liberal, carinhosa ou agressiva, conforme o tratamento que recebe dos adultos com os quais convive. Dos sete aos doze anos, conforme PIAGET, as crianças aprendem o jogo de regras, que predomina durante toda a vida do indivíduo. Esta é uma conduta lúdica, que supõe relações sociais, pois as regras são controladas pelo grupo, sendo que sua violação é considerada uma falta. Para ele, o jogo na criança, inicialmente egocêntrico e espontâneo, via se tornando cada vez mais uma atividade social, na qual as relações interindividuais são fundamentais.

Sabe-se que impressões arqueológicas e pinturas rupestres demonstram a existência de certos jogos na antiguidade. Fala-se dos jogos entre os gregos, romanos e incas, e traz a década de 1950 como marco histórico: a introdução dos jogos simulados como instrumentos de aprendizagem, nos Estados Unidos.

Os gregos deixaram para a humanidade um legado único na história de todas as civilizações: o esporte. Não só diversas modalidades de competição que acabariam por tirar o sentido trágico das arenas que sacrificavam pessoas, como a noção da integração dos povos a partir das competições esportivas.

A cada quatro anos, os gregos das mais diversas cidades-estado reuniam-se na cidade de Olímpia para a realização de várias competições esportivas. O evento era, por isso, chamado de Jogos Olímpicos ou Olimpíadas.

Os jogos funcionavam como uma celebração em honra a Zeus, o mais importante deus grego. O evento incluía provas de diversas modalidades esportivas, muitas delas ainda hoje praticadas em todo o mundo, como corridas, saltos, arremessos e lutas corporais.

Para a Grécia, os Jogos Olímpicos tinham tamanha importância que chegavam a interromper as guerras entre as cidades, num ritual conhecido por trégua sagrada. O argumento era para não prejudicar a realização das competições.

O significado ia além. Todos os atletas que participavam das competições eram considerados em toda a Grécia invioláveis como pessoa. Diferentemente de hoje, quando se distribui três categorias de medalhas – ouro, prata e bronze – o prêmio para os vencedores era uma simples coroa, feita com ramos da árvore oliveira.

Mesmo sem valor material, a coroa de louros, como era também conhecida, tinha um significado muito especial para cada atleta e, conseqüentemente, para sua cidade, pois representava principalmente a suprema glória para a alma grega.

Apesar de certa rivalidade entre as polis, os jogos funcionavam num contexto muito mais amplo, pois representavam a unidade do Estado grego. Enquanto isso, as cidades recebiam os atletas vitoriosos com grandes festas, construindo estátuas em homenagem aos vencedores.

Tempos mais tarde estes, os jogos Olímpicos foram abolidos por serem considerados pagãos em meados de 390 d.C. pelo imperador Theodosius.

Mas em 1894 um homem que lutou muito pela melhoria no sistema educacional de seu país, o francês Pierre de Coubertin, teve em seu estudo – Os exercícios físicos no mundo moderno – aceito após muito tempo de incompreensão, já que o estudo também sugeria a volta dos Jogos Olímpicos.

Após a aceitação de todos os congressistas, estava criado o COI (Comitê Olímpico Internacional). Sendo assim, logo em 1896 os Jogos Olímpicos voltaram a serem disputados e em seu país de origem. Já no século XX os jogos começaram viajar o mundo, sendo disputados em diversos países de culturas, costumes e crenças diferentes, espalhando cada vez mais o verdadeiro objetivo dos jogos: a união e igualdade entre os povos.

(http://mitosdagrecia.vilabol.uol.com.br/jogos_olimpicos.htm)

Em uma pesquisa realizada na Inglaterra, se constatou, que a causa maior de acidentes com crianças era a falta de espaço para brincar. Toda criança sã tem disposição para jogar e se não lhe proporciona local adequado, ela vai para a rua desprezando o perigo. A aspiração dos ingleses é que cada bairro possua um campo próprio para jogos instalado próximo a uma escola. Para a Inglaterra são os jogos que mantém a tradição

(http://www.agperformance.com.br/esporte.html).

Já na Alemanha, os jogos datam desde o século VXIII, onde serviam para resolver grandes problemas sociais da época.

Os jogos não só eram realizados ordinariamente no programa de trabalho, mas constituiam a principal atividade das festas escolares nas datas nacionais, pois John (1778 – 1852) julgava que os jogos são o melhor meio para quebrar as diferenças existentes entre as classes sociais.

FROEBEL (1782 – 1852) que junto com Pestalozzi que é considerado o pai da pedagogia moderna considerava que a educação mais eficiente é aquela que proporciona atividade, auto expressão e participação social das crianças.

Os franceses acreditam que a medida em que as massas são conquistadas pelos jogos, cresce o número de turmas esportivas e modifica o espírito dos jovens.

A Itália não acompanhou o progresso dos outros países europeus no que se refere aos jogos, por motivos políticos, somente a partir de 1900 é que vem se valorizando os jogos, após a criação da instituição “Instituzione dei Giovani esploratori”, que cuida para que o lazer seja preservado.

Nos Estados Unidos, a velha doutrina rígida e formal apenas tolerava os jogos, desconfiando do seu valor educativo, mas, graças ao progresso da psicologia, que vem mostrando que a motivação do jogo pode transferir-se para a motivação do trabalho e a vida em sociedade, acredita-se que o jogo proporciona saúde física e mental das crianças, do adolescente e do adulto.

(http://www.brazcubas.br/professores/sdamy/mfcnm02.html)

2.4 – Imaginário, criativo em jogo

Segundo Samulski (1998) criatividade é a capacidade de produzir novas ações (originais e inesperadas) ou ações apropriadas (úteis, adaptáveis sobre tarefas). Este mesmo autor conceitua inteligência, no contexto do jogo, como um pensamento estratégico, operativo e intuitivo cuja complexidade abrange processos cognitivos como a atenção, percepção, concentração, imaginação e memória. Estas duas capacidades, associadas aos conhecimentos de ordens técnicas, táticas e normativas dos esportes coletivos, constituem os pilares norteadores para a formação do jogador criativo.

Neste contexto, não se pode admitir um processo de iniciação esportiva, conforme afirma Korsakas (2002), que privilegie a exigência pela perfeição do gesto técnico e o rigor tático, ignorando as potencialidades e limitações individuais na medida em que oferece uma única possibilidade de resposta correta. Ao contrário disto, deve-se buscar oferecer uma ampla rede de atividades motoras que permita a cada jogador vivenciar experiências múltiplas de movimentos ao nível das habilidades motoras locomotoras, habilidades motoras não-locomotoras e habilidades motoras manipulativas, indispensáveis ao vocabulário motor do ser humano e que irão contribuir significativamente no ponta-pé inicial do processo de Educação Esportiva, que é a Educação Motora (desenvolvimento das habilidades motoras básicas e específicas). Como afirma Roth (2003) quem dispõe de uma plataforma ampla de experiências, percepções e emoções tem a vantagem de poder recorrer e procurar em um grande reservatório criativo, fornecendo um tipo de solo fértil para a formação do jogador criativo. Este trabalho deve ser realizado de forma lúdica implícita, privilegiando os aspectos socioeducativos de cooperação, participação e emancipação, porém não esquecendo de abordar aspectos técnicos, táticos e normativos dos esportes coletivos. Neste momento os jogos surgem como uma ótima alternativa pedagógica de ensino pois possuem um caráter lúdico e ao mesmo tempo podem agir como facilitadores para os jogadores compreenderem a lógica técnica-tática dos esportes coletivos. Neste contexto, Paes (2002) aponta o que ele denomina de “jogo possível” como um importante instrumento visto que o mesmo:

(…)”é um meio que permite aos professores promover intervenções no processo de educação dos alunos, possibilitando-lhes o aprendizado dos fundamentos e das regras; trabalhando em espaços físicos que possam ser adaptados e com o uso reduzido de materiais, permitindo a interação de quem sabe jogar com quem quer aprender. Afinal, o aluno não precisa aprender para jogar, e sim jogar para aprender. Além dos aspectos técnicos e táticos, o “jogo possível” pode ser facilitador das intervenções relativas aos princípios norteadores, aos valores e aos modos de comportamento de crianças e jovens” (…)

Porém, para que o “jogo possível funcione em toda a sua plenitude no sentido de desenvolver no jogador as capacidades de criatividade e inteligência contribuindo assim para a formação do jogador criativo, 4 elementos essenciais devem ser trabalhados: velocidade, antecipação, versatilidade e universalidade.

2.5 – Lazer no jogo

Vygotsky(1971) já dizia que jogo é uma atividade livre, conscientemente tomada como não séria e exterior a vida habitual, mas ao mesmo tempo capaz de absorver o jogador de maneira intensa e total. É uma atividade desligada de todo e qualquer interesse material, com a qual não se pode obter lucro, praticado dentro de limites espaciais e temporais próprios, segundo uma certa ordem e certas regras. Promove a formação de grupos sociais com tendência a rodearem-se de segredo e a sublimarem sua diferença em relação ao resto do mundo por meio de disfarces ou outros meios semelhantes, ou seja, explicando um pouco da ligação entre o Lazer e o jogo. Porém é importante ressaltar, também citado por Vygotsky, que nem sempre o jogo possui estas características, por que em certos casos “há esforço e desprazer” na busca do objetivo do jogo.

Os jogos são atividades que os participantes possuem uma maneira formal de proceder e estão sujeitos a regras. Se direcionados e conduzidos de maneira adequada, favorecem momentos de confraternização, participação e integração, aliviando o cansaço físico e mental, proporcionando um certo tipo de lazer a este indivíduo. Proporciona aos participantes entendimento das expressões como jogar, busca pela vitória, cooperação, aceitação da derrota e equilíbrio durante a realização das atividades, com os adversários de jogo ou companheiros.

Do ponto de vista da forma, pode-se definir o jogo em breves palavras como um momento de lazer, uma ação livre sentida como fictícia e situada à margem da vida quotidiana, capaz, contudo, de absorver totalmente ao jogador. Uma atividade desprovida de todo o interesse material e de toda utilidade, que acontece num tempo e num espaço expressamente determinados, desenvolve-se obedecendo a regras estabelecidas e suscita na vida as relações entre grupos que deliberadamente, rodeia-se de mistério ou acentuam mediante o disfarce, sua estranheza face ao mundo habitual.

Segundo Carvalho (1999), os jogos e brincadeiras representam um elo na construção de novos conhecimentos, estabelecendo um maior dinamismo e criatividade no processo de ensino-aprendizagem. A autora acredita que é necessário além de buscar um novo sentido para este processo, descobrir o elo de ligação entre a sala de aula e a realidade social em que se encontram inseridas as crianças, para que o ato de aprender deixe de ser apenas memorização ou repasse de conteúdos para ser a construção do conhecimento.

Oberteuffer e Ulrich (1977) consideram que uma pessoa, jogando, reage totalmente a experiência, expressando seu mundo interior e exterior.

A atividade diária, na residência, na escola, na rua e mesmo no trabalho, pode e ser considerada como um jogo. Quase sempre há uma competição ou uma imitação e sempre ocorre uma interação com o meio e um aprendizado, enfim, sempre há jogo.

(http://www.asselvi.com.br/natur/jogos_brincadeiras.php)

2.6 – Lazer no turismo

O turismo, em sua maior parte, é uma forma de lazer. Ele abriga a visita de praias, dunas , montanhas, camping, hotéis, pousadas, resorts, restaurantes, boates, festas típicas, entre milhares de outros. Tudo que leve um ser a sair de sua cidade local pode ser considerado turismo. E tudo que este ser fizer para obter um momento de descontração, conhecimento, relaxamento, diversão pode ser considerado como lazer. As cidades tanto brasileiras quanto estrangeiras oferecem todas as opções para proporcionar ao seu turista um momento de lazer. Porém o a relação de lazer e turismo, muda de acordo com os gostos e necessidades de cada indivíduo.

A melhor maneira para se explicar esta relação entre turismo e lazer é o próprio turismo de lazer. Categorizar turismo de lazer não é tarefa fácil. Muitas vezes em viagens de lazer o turista hospeda-se em hotéis comerciais. Ocorre também o contrário, ou seja, em viagens comerciais hospedar-se em estabelecimentos tipicamente de lazer.

Alguns dos melhores meios de hospedagem que podem ser apresentados e que possuem uma imensa proporção de lazer em uma estadia são Hotéis 5 estrelas, Balneários, Resorts, Hotéis Fazenda, Parque-Hotel, Pousadas Rurais (que instaladas em sítios ou chácaras não se caracterizam como Hotéis Fazenda), SPA´s, e também áreas de camping, organizadas e com infra-estrutura adequada ao seu conforto.

Através destes relatos é fácil entender a necessária conecção entre o Lazer e o Turismo, já que a sobrevivência do turismo se torna dependente de um momento de lazer de seus hóspedes.

(http://www.desvendar.com/turismo/lazer/default.asp)

2.7 – Lazer no hotel

Com o advento da tecnologia e com a competição cada vez mais acirrada entre as empresas e entre as pessoas na busca de reconhecimento profissional, que exige incansáveis horas de trabalho dos homens, houve a necessidade dos mesmos de passarem algum tempo em contato com o lazer e com o descanso, como forma de aliviar o estresse rotineiro.

Nada melhor para exemplificar o lazer no hotel do que os hotéis de lazer, que tem a finalidade de proporcionar às pessoas, juntamente com suas famílias, momentos de prazer, num ambiente totalmente voltado ao lazer e à diversão.

Os hotéis de lazer, na sociedade atual, são empreendimentos turísticos de grande importância, pois agem no intuito de integrar as pessoas, fazendo-as sair de sua rotina e a participarem de atividades em conjunto, tornando os homens mais sociáveis. Segundo estudiosos, o homem moderno está vivendo cada vez mais de maneira individualista, se empobrecendo social e emocionalmente. Participar de atividades conjuntas de lazer e recreação é uma maneira de reverter essa situação; pois estas ampliam os espaços para a vida social e conduzem as pessoas para a experimentação conjunta de sentimentos.

Os Hotéis de lazer podem contar então com:

Quadras de tênis (mais de uma, pois o esporte é praticado em duplas; e o máximo número de hóspedes deve ser contemplado ao requisitarem esse esporte);
Quadra poliesportiva (uma basta, pois vários esportes podem ocorrer na mesma durante o dia);
Quadra/ Campo de areia (indicada para modalidade de futebol de areia, vôlei de praia, frescobol, etc.; além de suprir a carência de esportes desenvolvidos na praia em hotéis longe do mar);
Campo de futebol society (um dos esportes mais requisitados pelo público masculino);
Piscinas (onde se desenvolvem as atividades voltadas principalmente para adultos: hidroginástica, pólo aquático, biribol; e também gincanas aquáticas infantis. Deve haver mais de três, pois uma deve ser reservada só para crianças – profundidade rasa – e enquanto há atividades em uma piscina, quem não quiser delas participar pode se relaxar nas outras livres de agitação);
Salão de jogos;
Salas de ginástica e musculação;
Sauna;
Espaço para shows e apresentações.
Para crianças: piscina infantil, playground e demais espaços físicos adaptados com dimensões reduzidas.
Porém para que as pessoas participem efetivamente das recreações existentes nos hotéis de lazer, estes terão que contar com profissionais qualificados (monitores de lazer), com uma vasta grade de programação para atrair diversos tipos de pessoas e também com uma infra-estrutura física que ofereça lugares apropriados para a prática de recreação.

Estudar os programas de lazer e recreação existentes hoje nos hotéis de lazer do Brasil é uma forma de qualificar a prestação destes serviços, bem como de aprimorar as práticas já existentes; para uma futura modelagem adequada de uma efetiva estrutura de lazer e recreação apropriada para o público brasileiro; segundo seus gostos e costumes.

As pessoas quando saem de férias, exigem o melhor. Hoje, um bom hotel de lazer, deve contar com uma programação de atividades recreativas ampla, segura e com profissionais competentes para realizá-la da melhor forma, satisfazendo as necessidades de lazer e diversão dos hóspedes.

O diferencial de um hotel de lazer para um hotel qualquer é a parte da recreação e esta deve ser completa para atrair e satisfazer cada vez mais os clientes que escolhem entre diversas atividades turísticas, um hotel de lazer.

Este projeto de estágio tem por finalidade estudar os programas de lazer e recreação dos hotéis de lazer do Brasil a fim de modelar/desenvolver uma estrutura completa de lazer e recreação, dentro dos padrões da sociedade brasileira.

Para proporcionar diversão a essa fatia de mercado e também para explorar o turismo no Brasil, estão surgindo com muita rapidez os resorts, ou seja, hotéis de lazer providos de grande infra-estrutura com o objetivo de oferecer aos hóspedes estadias com conforto e serviços agregados, entre eles, os programas de lazer e recreação.

Existem vários tipos de lazer e também existem várias personalidades unidas em um mesmo hotel. Um bom programa de lazer e recreação deve abranger, senão todas as pessoas, mas a grande maioria dos hóspedes; e para que isso aconteça as atividades contidas no programa devem ser as mais diversas possíveis.

O lazer se relaciona mais ao conceito de experiência. Modernamente, o lazer pode ser considerado como um fenômeno pessoal, com dois atributos básicos: a criatividade e o prazer. O lazer possui certa relatividade: uma sessão de hidroginástica, na piscina de um hotel, pode ser lazer para uns, mas não para outros. O que era lazer há poucos minutos pode já não possuir mais este significado, devido a existência de inúmeros fatores pessoais, ambientais e circunstanciais. Assim sendo, por mais que se recrie o ambiente de uma experiência de lazer bem sucedida, ela é sempre nova. Pode ser até mais enriquecedora, mas nunca igual.

Há vários tipos de atividades que podem ser desenvolvidas no contexto do lazer e da recreação em geral; porém sabemos que na hotelaria a recreação ativa é a mais habitualmente usada nas grades de programação.

Jogo é a atividade física ou mental organizada por um sistema de regras que apenas definem a perda ou o ganho. É um brinquedo, um passatempo, uma forma de divertimento.

Na hotelaria é a ferramenta mais usada para criar ludicidade; pois existem vários tipos de jogos e estes podem ser alterados a qualquer momento para trazer mais prazer.

Podemos subdividir os diversos tipos de jogos, segundo suas características principais:

Grandes Jogos: São aqueles que envolvem muitos participantes, com regras anteriormente estabelecidas; onde já existem normas pré-desportivadas, como exemplo, o voley, o futebol, entre outros.

Os jogos Ativos são aqueles que mantém a freqüência cardíaca mais alta, incluindo movimentação ampla, como exemplo, os piques (pique-pega, pique-esconde, pique-agaixa).

Os jogos para Aquecimento são aqueles que predispõem atividades subseqüentes mais intensas, como exemplo, as brincadeiras de mãos dadas.

Os jogos para Volta à Calma: São aqueles que mantém menor freqüência cardíaca, finalizando as atividades, como exemplo, os jogos que incluem mímicas.

Todos os jogos existentes no contexto da recreação em geral, podem ser desenvolvidos nos complexos hoteleiros; claro que algumas adaptações se tornam relevantes para se aumentar o número de participantes e para uma melhor integração dos mesmos.

Em programações amplas de lazer e recreação, é de fundamental importância a inclusão de jogos intelectuais. Estes jogos se baseiam na utilização de elementos cognitivos, tais como a inteligência, a memória, o raciocínio lógico e o nível de conhecimentos gerais. Os jogos intelectuais podem ser aplicados em quaisquer momentos circunstanciais, mas pode-se destacar: horário após o almoço, à noite, em climas extremos (alta e baixa temperatura) e para hóspedes que não gostam de praticar exercícios físicos. Estes jogos são democráticos, mas podem ser adequados às faixas etárias para nivelar o grau de conhecimento dos participantes. São jogos com elevado fator de socialização, sobre tudo quando realizados em sistemas “grupo X grupo”.

Os Jogos de Salão tem grande procura nos hotéis e estão entre eles a sinuca,as cartas, as damas, o bingo, o pebolim, o futebol de botão e tênis de mesa.

Podem ser executados em um hotel Grandes Jogos, Jogos Ativos, Jogos para Volta à Calma, Jogos para Aquecimento: Queimada, piques (pique-pega, de esconder, por tempo, pique-bandeira), frescobol, biribol (vôlei na água ), basquete aquático, béti, salve-cadeia, salve-latinha, dica, batalha naval, adedonha, imagem e ação, mímica de filmes, jogo dos nomes, banana boat, toboágua, passeios de bicicleta, gincanas, confecção de artes, desfiles temáticos e inúmeros outros.

2.8– O jogo e a criança

O jogo é uma necessidade infantil, tem uma finalidade educacional porque começa como exercício funcional. A criança que joga, torna-se um adulto preparado. O jogo tem um papel amplo: leva a criança a pensar (Macedo, 1991).

Conforme Mariotti (1996), os professores primários devem utilizar-se do jogo como meio para desenvolver as capacidades pessoais e sociais, permitindo a criança manifestar-se com liberdade e que no jogo espontâneo as crianças protagonizam situações criativas e escolhem ser as promotoras e condutoras das atividades que realizam.

TEIXEIRA e MAZZEI (1967), colocaram os jogos como base na educação física da criança, sendo uma atividade formativa bio-psico-espiritual imposta pela própria natureza servindo de motivo para atividades absolutamente indispensáveis na obra educativa. No desenvolvimento, um seguro natural que serve para despertar as capacidades de educando, cria situações através das quais o indivíduo revela o seu caráter e descobre sua alma permitindo intervenções diretas e oportunas.

Já Piaget coloca 3 níveis necessários para a criança passar da ação à operação ( dos 2-3 anos aos 6-7 anos), onde ela ultrapassará certos obstáculos por 5 ou 6 anos. Seria o período pré-operatório. Ela precisa concluir o processo de reconstituição de acontecimentos no plano da representação, o que já fora adquirido no da ação. Em segundo lugar ela precisa concluir o processo de descentração também no plano da representação. Essa descentração não se baseará mais somente num universo físico, mas agora também inter individual e social. Estas novas construções e descentrações são inseparáveis das construções e descentrações afetivas e sociais. Este período inicial seria de organização e preparação, enquanto que o período de 7-8 a 11-12 anos é o do remate das operações concretas.

No período pré-operatório há a ausência de noções de conservação: um líquido que passa para um recipiente mais estreito aumenta de volume. A criança ainda está presa às configurações, desprezando as transformações. Ela não ignora, apenas ainda não consegue conceber a modificação das formas sem alteração na quantidade. No das operações concretas a criança dirá “é a mesma água, pode-se despejá-la de volta e fica como estava antes” (reversibilidade por inversão). Ou ainda “é mais alto e mais estreito, por isso é a mesma coisa” (reversibilidade por compensação). A criança não fica mais presa à ação, os estados subordinam-se às transformações que são sempre relativas a um invariante. A isso Piaget denominou de esquemas de conservação.

A seriação consiste em um outro processo de construção da realidade. A criança é capaz de ordenar os elementos segundo grandezas crescentes ou decrescentes, como é o caso de jogos de construção. Crianças no sensório-motor já apresentam algumas noções de seriação quando empilham blocos para fazer uma torre, colocando os maiores em baixo e os menores em cima. No entanto quando estas diferenças não são imediatamente perceptíveis, exige um método mais elaborado de procurar entre os elementos, o menor deles, depois o menor dos que ficaram, etc. Só crianças por volta dos sete anos, no operatório concreto conseguem fazer estas comparações.

A classificação se completa também no operatório concreto. Se apresentarmos a uma criança no pré-operatório um conjunto de 12 flores sendo que destas 12, 6 são margaridas e lhe pedirmos que nos mostre primeiro as flores e depois as margaridas ela responderá corretamente, pois consegue designar o todo (todas as flores) e a parte (só as margaridas). No entanto se lhe pedirmos se há mais flores ou mais margaridas, a criança não saberá responder, pois se pensa na parte, o todo deixa de conservar-se como unidade. Ela responderá portanto, que é a mesma coisa. Este encaixe de classes só é conseguido cerca dos 8 anos. É a classificação operatória.

A noção de velocidade se estabelece quando a criança concebe que um móvel é mais rápido que o outro se o ultrapassa. Uma criança no pré operatório considera apenas os pontos de chegada. A criança começa a julgar o tempo primeiro independente da velocidade. Assim achará que um móvel andou mais tempo se chegou mais longe. Depois disso ela conseguirá relacionar a distância com a velocidade e perceber o tempo também dentro desta relação.

Em 1932, no inicio de sua carreira de epistemólogo e de psicólogo, Jean Piaget publicou “Le jugement moral chez l’enfant” (aqui no Brasil publicado sob o título de “O Julgamento Moral na Criança”). Este livro tornar-se-ia um clássico da literatura psicológica contemporânea, referência obrigatória para todos os pesquisadores da moralidade humana e das interações sociais.

Conforme Piaget (1977), “toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras”. La Taille (1992) aponta que inspirado por esta definição Piaget inicia suas pesquisas, escolhendo um campo muito peculiar da atividade humana: o jogo de regras. Para ele, os jogos coletivos de regras são paradigmáticos para a moralidade humana. La Taille indica três razões, pelo menos:

Em primeiro lugar, apresentam uma atividade inter-individual necessariamente regulada por certas normas que, embora geralmente herdadas das gerações anteriores, podem ser modificadas pelos membros de cada grupo de jogadores, fato esse que explica a condição de “legislador ” de cada um deles. Em segundo lugar, embora tais normas não tenham em si caráter moral, o respeito a elas devido é, ele sim, moral (e envolve questões de justiça e honestidade). Finalmente, tal respeito provém de mútuos acordos entre os jogadores, e não da mera aceitação de normas impostas por autoridades estranhas à comunidade de jogadores.

No estudo sobre regras em jogos como bolinha de gude e amarelinha, para cada sujeito, Piaget (1977) pesquisou a prática e a consciência da regra, pedindo-lhes, num primeiro momento, que o ensinasse a jogar e jogasse com ele, e, em seguida, que lhe dissesse de onde vinham estas regras, quem as tinha inventado, se poderiam ser modificadas, etc.

Assim, para Piaget (1977, citado em La Taille, 1992), a evolução da prática e da consciência da regra pode ser dividida em três etapas. A primeira delas é a etapa da anomia. Crianças de até cinco, seis anos de idade não seguem regras coletivas. Interessam-se, por exemplo, por bolas de gude, mas antes para satisfazerem seus interesses motores ou suas fantasias simbólicas, e não tanto para participarem de uma atividade coletiva.

A segunda etapa é chamada heteronomia. Nota-se, agora, um interesse em participar de atividades coletivas e regradas. Todavia, duas características desta participação explicitam a heteronomia da criança de até nove, dez anos em média. A primeira delas refere-se à interpretação que tem das origens das regras e da possibilidade de modificá-las: foram “senhores” ou até Deus que, muito tempo atrás, conceberam e impuseram as regras do jogo, e qualquer modificação destas regras, mesmo que recebesse o acordo dos vários jogadores, é proibida ou vista coma “trapaça”. La Taille ressalta que a criança desta fase não concebe tais regras como um contrato firmado entre jogadores, ma como sagradas e imutáveis, impostas pela “tradição”. E não concebe a si própria coma possível legisladora, ou seja como possível inventora de regras que possam ser, por mútuo acordo, aceitas por todos.

Uma segunda característica vem confirmar tal heteronomia. La Taille aponta que embora demonstre um respeito muito profundo pelas regras quando interrogada, a criança, quando joga, ainda se mostra bastante “liberal” no que tange à aplicação das regras: freqüentemente introduz, sem consultar o adversário, alguma variante que lhe possibilita ter melhor desempenho e não acha estranho afirmar no final de uma partida que “todo mundo ganhou”.

Segundo uma expressão famosa, as crianças desta fase jogam mais umas ao lado das outras do que realmente umas contra ou com as outras. Tal desrespeito prático pode parecer contraditório com as concepções sobre a inviolabilidade das regras, porém, a criança heterônoma não assimilou ainda o sentido da existência de regras: não as concebe como necessárias para regular e harmonizar as ações de um grupo de jogadores e por isso não as segue à risca. E justamente por não as conceber desta forma, atribui-lhes uma origem totalmente estranha à atividade e aos membros do grupo, e uma imutabilidade definitiva que faz as regras assemelharem-se a leis físicas.

A terceira e última etapa é a da autonomia. Suas características são justamente opostas às da fase de heteronomia, e correspondem à concepção adulta do jogo. Em primeiro lugar, as crianças jogam seguindo as regras com esmero. Em segundo lugar, o respeito pelas regras é compreendido como decorrente de mútuos acordos entre os jogadores, cada um concebendo a si próprio como possível “legislador”, ou seja, criador de novas regras que serão submetidas à apreciação e aceitação dos outros. Deve-se acrescentar que a autonomia demonstrada na prática da regra aparece um pouco mais cedo do que aquela revelada pela consciência da mesma.

Em função desses dados, Piaget formulou a hipótese de que o desenvolvimento do juízo moral – quer dizer, aquele da prática e da compreensão das regras propriamente ditas morais – seguiria as mesmas etapas.

Um fato interessante, que pode influenciar nos jogos e as crianças é, segundo Kamii,, que não é possível dissociar os objetivos sociais, afetivos e cognitivos, particularmente na primeira infância. As crianças que confiam na sua capacidade de tirar conclusões próprias constroem o conhecimento mais depressa do que aquelas que não tem essa confiança, e o mesmo se pode dizer para as posteriores fases da vida. Indivíduos autoconfiantes tentam mais incisivamente chegar a uma resposta. Quando conseguem uma resposta, não têm medo de expressá-la, e se a opinião deles se mostra diferente das dos outros, tentam convencer os outros ou admitem estar errados. Em contraste, as crianças que têm medo de errar ficam de boca fechada e com a mente isenta de opiniões, permanecendo passivas.

Algumas vezes as crianças resolvem modificar uma regra ao invés de segui-la. Numa sala de crianças de cinco anos, por exemplo, a professora introduziu o jogo Pega-Varetas da maneira usual, demonstrando que cada jogador deveria pegar uma vareta após outra, tentando não mover mais nenhuma, do contrário perderia a vez. Quem pegasse o maior número de varetas seria o vencedor. Depois de jogar esse jogo algum tempo, a professora saiu da sala por alguns minutos e, quando voltou, encontrou as crianças jogando com regras diferentes.

Estavam jogando em turnos curtos, cada um pegando uma vareta por vez. Quando um jogador fazia uma vareta mexer, punha aquela na mesa e mais uma outra das suas como penalidade. Ao invés de obedecer cegamente ao professor, as crianças começaram a modificar o jogo. Haviam conseguido um nível de cooperação entre si, do contrário não poderiam ter concordado a respeito dessa modificação. A versão que fizeram maximizou o potencial do jogo para seu desenvolvimento. Pequenos turnos permitiram que cada jogador fosse mais ativo e a penalidade de pagar com uma vareta tinha mais sentido para as crianças, para as quais vencer, no momento, era irrelevante, até pelo estágio de desenvolvimento em que se encontravam.

A autonomia não tem somente aspectos político, intelectuais e morais, mas também aspectos emocionais. Sem um forte sentido de si mesmo (autoconceito positivo e auto-estima), não pode haver autonomia moral, intelectual e política, e vice-versa. Quando a criança obedece apenas a regras feitas por outra pessoa, permanece indiferenciada em relação àquela pessoa. Sua vontade é apenas uma extensão da vontade daquela pessoa. Nas divergências em relação a regras, se a professora intervém de modo a encorajar o desenvolvimento da autonomia, contribui para que a criança desenvolva um autoconceito e uma auto-estima positivos.

Além de contribuir para a construção de regras, os jogos em grupo têm a vantagem de estimular ações físicas e encorajar as crianças a manter-se mentalmente ativas. A possibilidade de as crianças pequenas se manterem mentalmente ativas se relaciona de perto à possibilidade de ação física, pois o seu pensamento ainda não pode ser completamente diferenciado de suas ações.

2.9– O jogo e o adolescente

A adolescência compreende o período da segunda década de vida (Chipkevitch, 1995), e é marcada por um período de intensas transformações físicas e psicossociais. É o período da chamada “segunda individuação” e da construção da identidade. Na adolescência surgem questionamentos sobre “quem sou”, sobre a moral e valores paternos, sobre a realidade do mundo e o papel que se exercerá nesse mundo. Assim, são comuns os conflitos, as crises e a rebeldia, com quais uma personalidade em formação precisa lidar. É importante uma resolução ótima desses conflitos, de forma que esses comportamentos não se perpetuem na continuidade da vida do indivíduo.

É evidente que na adolescência não serão resolvidos todos os conflitos da vida de um homem, mas nesta fase se erguerá a base que permitirá a construção da vida adulta.

A passagem para a vida adulta não se dá num salto. O adolescente, então, vive num “ir e vir” de atitudes maduras e infantis. Isto se deve à transformação do modo de encarar o mundo, e pode ser compreendida pela teoria do desenvolvimento de Piaget.

Depois de desenvolvidos os principais esquemas do período sensório motor (formação de hábitos, inteligência prática, noção de objeto permanente até o “insight”) e da função simbólica (jogo simbólico, as imagens mentais, desenho, linguagem), seria de esperar uma rápida transformação das ações em operações. Entretanto é necessário esperar até os 7 ou 8 anos para que isto aconteça.

Por
volta dos 11-12 a 14-15 anos o adolescente vai passando não só por modificações físicas, mas também por modificações na estrutura de seu pensamento; o “estirão cognitivo”. Estas modificações podem influenciar no entendimento da regra.

O estágio operatório formal caracteriza-se pelo adolescente libertar-se do concreto e situar o real num conjunto de transformações possíveis, e marca o final da infância. Dessa forma, este modo de pensamento dinâmico (no sentido de que não precisa do palpável para ocorrer) vai fazer o adolescente não só adaptar-se ao real e ao cotidiano, mas também a formular grandiosas teorias e idéias. É importante ressaltar também, que para Piaget, as transformações emocionais que ocorrem na adolescência dependem das transformações cognitivas. Uma das grandes transformações que marcam o estágio operatório formal é o surgimento do pensamento hipotético-dedutivo. No estágio anterior (operatório concreto) o sujeito apenas raciocinava sobre proposições que ele julgasse verdadeiras, apoiando-se no concreto para isso. Já no estágio em discussão, torna-se capaz de raciocinar corretamente sobre proposições em que não acredita, ou ainda não acredita, isto é, que considera como hipóteses, tornando-se assim capaz de inferir as conseqüências necessárias, de verdades simplesmente possíveis.

A habilidade combinatória também constitui-se numa das grandes transformações cognitivas. No estágio anterior, o sujeito somente conseguia ligar dois elementos vizinhos, já no estágio presente, através da habilidade combinatória, ele consegue ligar um elemento a cada um dos outros. Esta nova faculdade permite ao sujeito não só combinar entre si objetos ou fatores mas também idéias ou proposições ( o que engendra uma nova lógica). Conseqüentemente, ele pode raciocinar em cada caso sobre a realidade dada, considerando-a não mais sob seus aspectos limitados e concretos, mas em função de um número qualquer de combinações possíveis. Isto reforça consideravelmente os poderes dedutivos da inteligência.

É importante destacar que estas transformações são mais ou menos gerais para todos os indivíduos. Entretanto, eles estão sob influência dos meios escolares, familiares, etc. Por isso, nem todos os adolescentes se desenvolverão de modo igual, podendo uns estarem mais desenvolvidos que outros. Deste modo, os profissionais interessados no jogo a nível terapêutico ou educativo devem estar atentos a esta questão, levando em consideração que geralmente em determinados estágios piagetianos, as pessoas podem realizar certas ações concretas ou no nível do pensamento, porém podem haver excessões. Tornando-se, assim, estas informações ferramentas para o bom andamento do jogo, e não para nivelar todos os participantes igualmente.

Em relação ao aprendizado, deve-se estimulá-los a serem alertas, curiosos, críticos e confiantes na sua capacidade de imaginar coisas e dizer o que realmente pensam. Seria importante também que elas tivessem iniciativa, elaborassem idéias, perguntas e problemas interessantes e relacionassem as coisas umas com outras.

Não é preciso demonstrar o quanto se aprende, e com muito prazer, remando, esquiando, brincando e consertando bicicletas e carros. As crianças aprendem física quando esquiam e remam e enquanto consertam e mexem com bicicletas, carros e outras máquinas. O fato de termos freqüentado uma escola autoritária e obtido sucesso no sistema educacional obedecendo a um currículo imposto vertical e autoritariamente não significa que a educação deva permanecer nesse estágio para sempre.

As crianças (e adolescentes) se desenvolvem não apenas social, moral e cognitivamente, mas também politica e emocionalmente através de jogos com regras. Um jogo não pode começar a não ser que os jogadores concordem com as regras. Uma vez começado, não pode continuar a não ser que os jogadores concordem na interpretação das regras.

A inteligência se desenvolve com o uso, o cumprimento da regra requer seu uso ativo.

Do ponto de vista da criança, e principalmente do adolescente existe uma grande diferença entre desistir de um desejo par vontade própria e desistir dele sob a pressão de ordens. O ego não é violado se a pessoa desiste voluntariamente. Ela pode se convencer autonomamente de que isso era necessário e significativo naquele memento (Piaget,1977;Piaget, 1985; Kamii e Devries, 1991; La Taille et al.,1992;Chipkevitch, 1995;Mc Kinnon e Renner, 1971;Schwebel, 1975; http://orbita.starmedia.com/ente6/rpg/adrpg.htm#resumo).

2.10 – O jogo e o adulto

Os seres humanos parecem ter um desejo intrínseco de crescer que pode ser observado nos bebês ao aprenderem a andar e falar e no orgulho que têm de suas conquistas. Os seres humanos também parecem gostar de estar mentalmente ativos. Nas prisões, os adultos sentem necessidade de trabalhar, jogar jogos ou praticar esportes. Na vida normal, os adultos também sentem necessidade de trabalhar e ter passatempos. O currículo escolar freqüentemente destrói esse desejo intrínseco de trabalhar e crescer graças à imposição de lições e exercícios sem significação. Como relata Kamii, muitos pais percebem que seus filhos estavam motivados para aprender quando entraram na escola, mas que essa motivação acabou pouco depois. São esses pais talvez as pessoas indicadas a nos ajudar a convencer a todos de que os jogos em grupo são um dos meios mais naturais de preservar e estimular a capacidade que a criança tem de desenvolver-se.

Para um adulto, uma das maiores formas de se salvar do estresse cotidiano é pra ticando o jogo na forma de esporte, como, no caso dos homens, o futebol do fim de semana (mais conhecido com “pelada”) e as mulheres no carteado. É uma forma de prática de lazer, que os faz descansar, mesmo que depois dos jogos se sentirem cansados fisicamente ou mentalmente.

Tem prioridade em jogos de mesa e jogos de sorte e azar (apostas).

2.11– O jogo e o idoso

Com o declínio gradual das aptidões físicas, o impacto do envelhecimento e das doenças, o idoso tende a ir alterando seus hábitos de vida e rotinas diárias por atividades e formas de ocupação pouco ativas. Os efeitos associados à inatividade e a má adaptabilidade são muito sérios. Pode acarretar numa redução no desempenho físico, na habilidade motora, na capacidade de concentração, de reação e de coordenação, gerando processos de auto-desvalorização, apatia, insegurança, perda da motivação, isolamento social e a solidão.

Os efeitos da diminuição natural do desempenho físico podem ser atenuados se forem desenvolvidos com os idosos, programas de atividades físicas que visem a melhoria das capacidades motoras que apóiam a realização de sua vida cotidiana, dando ênfase na manutenção das aptidões físicas de principal importância no seu bem estar como: a força muscular, a flexibilidade, a mobilidade articular e a resistência.

A força dos membros inferiores é muito importante para a prevenção de quedas. A força dos músculos abdominais e lombares para a manutenção da estática corporal e no andar, evitando dores crônicas e muita incapacidade.

A mobilidade articular, está diretamente relacionada com a amplitude do movimento, a flexibilidade com sua qualidade. A resistência esta ligada à freqüência com que o idoso se dedica a ocupações ativas. A redução desses fatores prejudica a performance de muitas atividades do dia a dia.

A promoção de saúde e a qualidade de vida são os objetivos mais importantes numa atividade física com idosos. É fundamental que o idoso aprenda a lidar com as transformações de seu corpo e tire proveito de sua condição, prevenindo e mantendo em bom nível sua plena autonomia. Para isso é necessário que se procure estilos de vida ativos, integrando atividades físicas como os jogos a sua vida cotidiana.

Fazer atividades moderadas de forma sistemática dão melhor resultado do que atividades intensas durante um curto espaço de tempo. O aumento da carga de exercícios deve ocorrer de forma gradual, evitando o cansaço intenso e a dor, objetivando desenvolver a resistência e manter níveis aceitáveis de capacitação física.

Um controle médico regular é fundamental para se saber as atividades mais aconselháveis e estabelecer eventuais restrições sobre o que se faz.

Os jogos mais adequados para os idosos são aqueles que envolvem o alongamento sendo feitos sob medida, segundo sua estrutura muscular, sua flexibilidade, e segundo os diversos níveis de tensão. O ponto-chave é a regularidade com relaxamento. O objetivo é a redução da tensão muscular, o que em decorrência promove movimentos mais soltos, e não um esforço concentrados para conseguir-se a extrema flexibilidade que freqüentemente conduz a superestiramentos e a lesões, relacionados à caminhada, sendo indicados pelos médicos e praticados por gente de todas as idades. O simples ato de andar vem sendo considerado uma das melhores atividades físicas, pois além de proporcionar benefícios orgânicos, posturais e psíquicos, é uma atividade agradável e acessível, que não tem contra-indicações e contribui de forma significativa para a integração social, a hidroginástica, que propõe atividades no meio líquido adequadas às necessidades de movimento, contribuindo para uma melhor qualidade de vida, os que envolvem atividades físicas que oportunizam a prática de exercícios físicos, resgatando a auto-confiança, a sociabilização e a melhora das capacidades físicas necessárias à independência e a adaptação dos idosos ao cotidiano social, relacionados a dança, proporcionando um movimento de sociabilização, lazer e alegria, contribuindo para uma melhora qualidade de vida, relacionados a atividades manuais, artísticas e corporais.

Praticam esportes (com adaptação das regras à faixa etária); jogos de salão em potencial e jogos de mesa em potencial.

(www.maisde50.com.br; www.bemvividos.com; www.felizidade.com.br

www2.uol.com.Br/maturidade;www.uol.com.br/sesconline;
www.melodiaonline.com.br,Faria Junior, 1977;Faria Junior et al.,1998)

2.12 – O jogo e o deficiente

O Professor Vilson Bragattini (1982 ), dedicou uma obra tendo como proposta a Educação Física Especial, onde seus alunos “especiais” passam por uma série de situações educativas, onde a criança tem o seu devido valor e realiza tarefas concretas e úteis, onde a prática de determinados gestos e movimentos, melhorará e muito sua adaptaçã

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