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quarta-feira, julho 24, 2024

Nossa Lingua Portuguesa

Um dos comentários mais freqüentes que ouvimos de nossos alunos, amigos e colegas é “a língua mais difícil do mundo é a nossa – português”.O que há de errado em frases do tipo “você não fez nada pra mim comer?” ou “me dê um abraço bem apertado” ou “tu foi lá mesmo?” ou até mesmo “sobe pra cima logo, menino, que já tá pra chover”.

Aparentemente nada. Não são dessas maneiras que as pessoas, os bons brasileiros, como diria Oswald de Andrade, se expressam nas ruas, casas, escritórios, morros e até em repartições públicas, privadas e federais?

Até concordamos que a sintaxe – estudo das relações das palavras no interior de uma oração – da língua portuguesa é meio complicada, com suas terminologias assustadoras, com suas regras quase que indecoráveis etc. Mas se olharmos para a fonética da língua inglesa também teremos razões de sobra para vivermos em desespero. Uma mesma vogal “a” pode ter, em média, cinco fonemas diferentes, dependendo da palavra na qual ela vier inserida (compare-a nas palavras wait, at, boat, cause, an ou consulte o dicionário online da Cambridge em http://dictionary.cambridge.org/help/phonetics.htm).

Isso tudo está inserido no contexto da gramática.
Mas o que vem a ser gramática?

Segundo o dicionário Houaiss, quer dizer “conjunto de prescrições e regras que determinam o uso considerado correto da língua escrita e falada “. Em outras palavras, gramática é o conjunto de leis que regem a língua de um povo. Nesse contexto, há, lingüisticamente falando, dois tipos de gramática: a que vem da cultura, do ambiente social do povo, que não se prende às regras, mas vem do ambiente em que o falante desenvolve suas atividades diárias de comunicação e expressão, que é chamada de gramática descritiva. É comum, nesse tipo de gramática, frases do tipo “a gente fizemos tudo que podia”, ou, “eu vi ela entrando pra dentro do carro”. “Por ser de natureza científica, não está preocupada em estabelecer o que é certo ou errado no nível do saber idiomático”, e sim na relação adequado ou inadequado. O outro tipo, que é cheio de regras, nas quais se baseia a variedade padrão da língua, também chamada de norma culta, é a gramática normativa. Esse último é que é a base das provas de língua portuguesa de concursos.Também é o tipo adotado e explicado nas gramáticas e ensinado nas escolas. Aqui, sim, cabe uma preocupação quanto ao que é certo ou errado dentro do campo da comunicação pelo seu caráter totalmente pedagógico, pois agora há um respaldo de renomados escritores de nossa literatura e de dicionaristas esclarecidos, segundo afirmou Bechara em sua Gramática Escolar da Língua Portuguesa.

O que propomos nesses encontros com a língua portuguesa é levar os internautas a uma reflexão de como o nosso idioma tem sido falado e escrito por esse “Brasilzão”.
Evitaremos, portanto, manifestar nossa opinião sobre determinado ponto gramatical; quando o fizermos, assinalaremos com uma nota que demonstrará a nossa posição referente ao assunto em estudo.
Então temos um encontro marcado aqui para discutirmos, conversarmos, analisarmos e tiramos dúvidas sobre a nossa língua portuguesa.

Um cordial abraço,

Prof. Luiz Mesquita (Lewry)

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