27.3 C
Sorocaba
quarta-feira, abril 17, 2024

O Rei da Vela – Oswald de Andrade

O Rei da Vela – Oswald de Andrade

Escrita em 1933 e publicada em 1937, em tres atos, O Rei da Vela constitui- se no texto teatral mais importante de Oswald de Andrade. A Peça demorou trinta anos para ser apresentada em São Paulo, pelo Grupo Oficina, sob a direção de José Celso Martinez Correa; a encenação marcou época na história do teatro brasileiro. As protagonistas Abelardo I e Heloisa, da tradição medieval. Abelardo I é um representante da burguesia ascendente da época. Seu oportunismo, aliado à crise da Bolsa de Valores de Nova Iorque, de 1929, permite- lhe todo tipo de especulação:’com o café , com a indústria etc. Sua caracterização como o “Rei da Vela”é extremamente irônica e significativa: ele fabrica e vende velas, pois “As empresas elétricas da luz”. Também é costume popular colocar uma vela na mão de cada defundo, assim Abelardo I “herda um tostão de cada morto nacional”. Abelardo torna – se então o símbolo da exploração, à custa da pobreza e das superstições populares. Como personagem, ele também denuncia a invasão do capital estrangeiro; daí a irônica consideração sobre “a chave milagrosa da fortuna, uma chave vale” . Seus devedores se apresentam , na peça , dentro de uma jaula. Heloísa representa a ruína da classe fazendeira. Seu pai , coronel latifundiário, vai à falência, num retrato em que predomina a perversão e o vício, símbolos de uma classe social em decadência. A aliança de Abelardo e Heloísa pode assim, representar a fusão de duas classes sociais corruptas pelo sistema capitalista. Uma terceira personagem vem a completar o quadro social do Brasil da época: Mr Jones, que simboliza o capital americano; sua presença revela um país endividado: “Os ingleses e americanos temem por nós. Estamos ligados ao destino deles. Devemos tudo o que temos e o que não temos.

Outros trabalhos relacionados

RESUMO LIVRO VIDAS SECAS – GRACILIANO RAMOS

A obra se classifica entre o conto e o romance e fala do drama do retirante diante da seca implacável e da extrema pobreza...

O Homem do Furo na Mão – Ignácio de Loyola Brandão

O Homem do Furo na Mão e outras histórias - Ignácio de Loyola Brandão Contos são pequenas histórias, porém densas, psicológicas. Essas são fantásticas e...

Histórias e Sonhos – Lima Barreto

Histórias e Sonhos - Lima Barreto A sombra do Romariz é uma pequena alfinetada no hábitos políticos do tempo. Nela um tipógrafo explica que não...

DEPOIS DAQUELA VIAGEM

Análise do contexto histórico Na linguagem dos jovens, a autora retrata com bom humor as farras da turma; o despertar para a sexualidade, a angústia...