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terça-feira, abril 16, 2024

PERÍODO COMPOSTO

PERÍODO COMPOSTO

Ao período formado por, no mínimo, duas orações (verbos), dá-se o nome de composto. O seu estudo é importantíssimo, principalmente para o uso adequado dos conectivos e dos sinais de pontuação.

TIPOS DE ORAÇÕES

Há, basicamente, dois tipos de orações: as subordinadas e as coordenadas. Enquanto aquelas sempre exercem uma função sintática em relação a outra oração (chamada de principal), estas têm existência sintática independente. Exemplos:

É muito importante que você se prepare para a prova. (a oração “que você se prepare para a prova” é subordinada à primeira, funcionando como sujeito)

Havia poucas pessoas no local; a música estava baixa. (as duas orações são sintaticamente livres, ainda que, em termos semânticos, haja conexão entre elas)

ORAÇÕES SUBORDINADAS

A Nomenclatura Gramatical Brasileira prevê três tipos de orações subordinadas: as substantivas, as adjetivas e as adverbiais.

As primeiras são aquelas que exercem alguma função substantiva. As adjetivas, por seu turno, têm função adjetiva e geralmente são introduzidas por pronomes relativos. Já as últimas equivalem a adjuntos adverbiais, indicando circunstâncias em que ocorre o evento expresso pela oração principal.

Orações subordinadas substantivas

A NGB prevê seis tipos:

a) Oração subordinada substantiva objetiva direta: exerce função sintática de objeto direto da oração principal. Exemplo: Disseram que fui aprovado.

b) Oração subordinada substantiva objetiva indireta: exerce função sintática de objeto indireto da oração principal. Exemplo: Lembre-se de que estou aqui.

c) Oração subordinada substantiva subjetiva: exerce função sintática de sujeito da oração principal. Exemplo: É importante que isso fique claro.

d) Oração subordinada substantiva completiva nominal: exerce função sintática de complemento nominal da oração principal. Exemplo: Estou certo de que vencerei.

e) Oração subordinada substantiva apositiva: exerce função sintática de aposto da oração principal. Exemplo: Lembre-se de uma coisa: que eu estou aqui.

f) Oração subordinada substantiva predicativa: exerce função sintática de predicativo da oração principal. Exemplo: A verdade é que nós mentimos.

Orações subordinadas adjetivas

A NGB prevê dois tipos:

a) Oração subordinada adjetiva restritiva: restringe o significado do termo nominal a que se liga, funcionando como adjunto adnominal. Exemplo: Os países que não investem em educação têm sérios problemas sociais.

b) Oração subordinada adjetiva explicativa: explica o termo nominal a que se liga, sem restringi-lo. Funciona como aposto explicativo. Exemplo: O Brasil, que tem sérios problemas sociais, não investe adequadamente na educação.

Orações subordinadas adverbiais

A NGB arrola nove tipos:

a) Oração subordinada adverbial temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo da oração principal. Exemplo: Assim que o vir, darei o recado.

Principais conectivos: quando, assim que, logo que, depois que, antes que, desde que, mal, até que, sempre que, etc.

b) Oração subordinada adverbial final: funciona como adjunto adverbial de finalidade da oração principal. Exemplo: Ele agrediu o amigo para ficar com todo o dinheiro.

Principais conectivos: para, para que, a fim de, a fim de que, etc.

c) Oração subordinada adverbial proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção da oração principal. Exemplo: À medida que escurece, o perigo se aproxima.

Principais conectivos: à medida que, à proporção que, ao passo que, etc.

d) Oração subordinada adverbial causal: funciona como adjunto adverbial de causa da oração principal. Exemplo: Gosto dela porque entre nós existe respeito.

Principais conectivos: porque, já que, visto que, haja vista que, uma vez que, desde que, porquanto, desde que, como, na medida em que, em virtude de, se, etc.

e) Oração subordinada adverbial condicional: funciona como adjunto adverbial de condição da oração principal. Exemplo: Se ficarmos aqui, seremos assaltados.

Principais conectivos: se, caso, a, desde que, contanto que, etc.

f) Oração subordinada adverbial comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação da oração principal. Exemplo: Ele mente como o pai. (o verbo “mentir” está implícito na segunda oração)

Principais conectivos: como, tal qual, assim como, que nem, etc.

g) Oração subordinada adverbial concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão da oração principal. Exemplo: Ainda que nos detestemos, gosto de trabalhar com ela.

Principais conectivos: ainda que, embora, conquanto, não obstante, mesmo que, apesar de, a despeito de, posto que, etc.

h) Oração subordinada adverbial conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade da oração principal. Exemplo: Conforme eles disseram, vai chover hoje.

Principais conectivos: conforme, segundo, consoante, como, etc.

i) Oração subordinada adverbial consecutiva: funciona como adjunto adverbial de conseqüência da oração principal. Exemplo: Falei tanto que perdi a voz.

Principais conectivos: que, de modo que, de forma que, de maneira que, etc.

Observação: o valor semântico de alguns conectivos varia de frase para frase. Exemplos:

Moro aqui desde que sou pequeno. (tempo)

Irei com você desde que nada de ruim ocorra comigo. (condição)

Como já estamos aqui, façamos o que deve ser feito. (causa)

Como disse a sua mãe, somos irmãos na verdade. (conformidade)

ORAÇÕES COORDENADAS

A NGB prevê dois tipos: as assindéticas e as sindéticas.

Orações coordenadas assindéticas

São aquelas que não são introduzidas por conectivo. Exemplo:

O homem parou. Fez uma cara estranha.

Orações coordenadas sindéticas

São introduzidas por conectivo. Podem ser, consoante a NGB, de cinco tipos:

a) Oração coordenada sindética aditiva: indica adição de idéias. Exemplo: O ladrão invadiu a casa e agrediu os moradores.

Principais conectivos: e, nem, tanto… quanto, não só… mas também, etc.

b) Oração coordenada sindética alternativa: indica alternância de idéias. Exemplo: Serei preso ou, no mínimo, levarei uma multa.

Principais conectivos: ou, ora… ora, já… já, quer… quer, etc.

c) Oração coordenada sindética explicativa: indica explicação. Exemplo: Façamos algo, pois a situação está insuportável.

Principais conectivos: porque, que, pois, etc.

d) Oração coordenada sindética adversativa: indica oposição de idéias. Exemplo: O material já está aqui, mas ainda não podemos iniciar a obra.

Principais conectivos: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, não obstante, etc.

e) Oração coordenada sindética conclusiva: indica conclusão. Exemplo: Você tem saúde; logo, pode fazer esse tipo de exercício.

Principais conectivos: logo, portanto, assim, então, pois (posição não-inicial da oração), etc.

Observações:

a) O valor semântico de alguns desses conectivos varia. Exemplos:

Ela tem as melhores condições e conta com o apoio da família. (adição)

Ela tem as melhores condições, e mesmo assim não faz nada. (oposição)

b) Algumas orações subordinadas e coordenadas podem aparecer sob a forma reduzida, ou seja, sem conectivo e com o verbo no infinitivo, no gerúndio ou no particípio. Exemplos:

Feitas as observações iniciais, já podemos iniciar a reunião. (oração subordinada adverbial causal reduzida de particípio)

Alguns diziam não sentir fome. (oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo)

Ele apontou todas as falhas da empresa, sugerindo ótimas alternativas. (oração coordenada sindética aditiva reduzida de gerúndio)

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