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sábado, outubro 12, 2024

PROCESSO DE INCLUSÃO DE JOGOS E BRINCADEIRAS NA ESCOLA

CURSO DE PEDAGOGIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
COMO JOGOS E BRINCADEIRAS PODEM AUXILIAR NO PROCESSO DE INCLUSÃO DENTRO DAS ESCOLAS
Raeulan Barbosa da Silva
TOCANTINÓPOLIS – TO
2010

Resumo

O objetivo deste artigo é refletir sobre a prática do professor em sala de aula. Na qual é muito importante que o educador reflita sobre suas metodologias, pois para ensinar as crianças e as mesmas possam desenvolver suas potencialidades e habilidades, é necessário conhecer profundamente o fundamento da educação. A educação é condição formadora necessária ao desenvolvimento natural do ser humano. Este, por sua vez, não iria desenvolver suas estruturas, mentais mais essenciais, sem a intervenção de situações exteriores. Os conjuntos de relações de reciprocidade e de cooperação facilitam e motivam as crianças na ampliação de seus conhecimentos para formação de sua autonomia. O educador deve dirigir sua tarefa em conjunto com a família. Dessa forma, jogos e brincadeiras além de um fator importante no desenvolvimento da criança, pode proporcionar-lhe uma inclusão no sistema de idéias e conhecimentos. Quando falamos em educação infantil, lembramos muitas vezes da fase em que a criança vai a escola, rabiscar, brincar, ou para muitos os pais levam as crianças, pois não tem com quem deixar em casa. Onde a escola na vida inicial da criança é apenas uma brincadeira. Nesse sentido, esse trabalho tenta mostrar que a realidade hoje é outra, em que a brincadeira na educação infantil não é apenas para a criança passar o tempo, mas também uma forma de inclusão social.
Palavras-chave: jogos, brincadeiras, aprendizagem, inclusão, educador, criança.

1.INTRODUÇÃO

Hoje, o educador pode pensar em diferentes formas de brincar, e uma delas é proporcionar uma atividade dirigida, em que ensina uma dinâmica para as crianças para que elas possam adquirir um repertório. Isso porque, mesmo que o brincar seja natural da infância, os pequenos não nascem sabendo como fazer isso, eles só brincam porque interagem com alguém.
Nesse contexto, podemos dizer que a educação precisa ser repensada de forma interligada, escola e família, só assim poderemos diminuir essa complexidade que existe na educação. Mas, a família também podem ajudar na aprendizagem. O ideal seria que os pais brincassem com seus filhos, porque muitas das brincadeiras estão se perdendo ao longo do tempo, já que eles não tem tempo de transmiti-los.
Em uma perspectiva teórica na área educacional o que se percebe é um esforço teórico empreendido por um grupo significativo de autores para identificar o processo de desenvolvimento do modo de brincar e a aprendizagem através de jogos e brincadeiras, principalmente seu envolvimento com a educação das crianças.
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. Desde muito cedo a criança já passa a se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira, faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papeis sociais.

2 – A importância do brincar para aprendizagem

O brincar é extremamente importante no desenvolvimento do ser humano. É uma atividade que persiste, praticamente, desde o tempo em que o homem vive sobre a face da terra. Só que existem formas e momentos diferentes de realizá-la, que dependem da cultura de cada país e região. A brincadeira é uma forma através da qual a criança constrói o próprio conhecimento, principalmente nas etapas iniciais da infância.
Fracionar fenomenicamente a criança as brincadeiras, jogos e o contato da criança com brinquedos, não resolvem a questão. O brincar não se reduz às diferenças etapas e tipos de brincadeiras infantis. O brincar ultrapassa estes processos e se institui como uma categoria nova para a criança. ( KISHIMOTO, 2002:171)
Em todo o contexto social, a atividade de brincar aparece diante dos nossos olhos como um microcosmo da cultura, uma unidade de análise e interpretação histórica, que nos possibilita desvendar formas arcaicas de nossos modos de pensar e agir. Conforme VYGOSTSKY (1984), a natureza motivadora dos objetos para uma criança muito pequena é tamanha que os objetos ditam à criança o que ela tem que fazer.
Atualmente a educação transcorre caminhos abertos. Ela propicia ao educando o desenvolvimento dinâmico de suas habilidades e autonomias. De maneira que as atividades que eram realizadas isoladamente, sem metodologias diversificadas, hoje o lúdico, o teatro, os jogos e as brincadeiras estão diretamente ligados a vida escolar das crianças como mecanismos de ajuda, de canal para facilitar a aprendizagem.
Quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto com vistas a estimular certos tipos de aprendizagem, surge a dimensão educativa. Desde que mantidas as condições para a expressão do jogo, ou seja, a ação intencional da criança brincar, o educador está potencializando as situações de aprendizagem. ( KISHIMOTO, 2007: 36)
Nessa perspectiva, é necessário que o educador insira o brincar em um projeto educativo, o que supõe ter objetivos e consciência da importância de sua ação em relação ao desenvolvimento e à aprendizagem das crianças, ou seja, o brincar por brincar em sala de aula em nada ou quase nada irá contribuir para o desenvolvimento cognitivo das crianças e aqui é importante fazer o seguinte questionamento: Qual a importância do brincar em sala de aula para os professores que lançam mão deste recurso, e como eles vêem o ato de brincar no mundo infantil?
Assim, podemos dizer que a criança aprende a se organizar, a respeitar normas e regras, a conviver em sociedade e a progredir intelectualmente. Muitas vezes, para brincar é necessário estabelecer hipóteses, se desenvolver do ponto de vista psicomotor e perceber a relação espaço, movimento e corpo. Por isso, o educador precisa ter a sensibilidade de que, não é porque está lidando com crianças, que serve qualquer coisa.

3. Os jogos e as brincadeiras em sala de aula

Em todo contexto social, a educação de crianças através de jogos e brincadeiras vem demostrando que a imagem do jogo como inútil a aprendizagem é ultrapassada. Contudo, o processo de brincar evoluiu, e com ele a forma de encarar as brincadeiras e jogos em sala de aula. Quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto com vistas de aprendizagem, surge a dimensão educativa. ( Ksihimoto, 2007: 36). Mas apesar, das situações de aprendizagem, muitas vezes não temos a certeza se a brincadeira e o jogo realizado pela criança será realmente a construção de conhecimento que o professor deseja.
Nessa perspectiva, percebe-se que a brincadeira e os jogos em sala de aula desenvolve-se culturalmente em relação ao aprendizado das crianças, e as brincadeiras muitas das vezes podem proporcionar ou mesmo ajudar a criança, para que ela não só se divirta, mas também se desenvolva.
Certos meios de aquisição de conhecimento são facilitados quando tomam a forma aparente de uma atividade lúdica. O jogo não é o fim, visado, mas eixo que conduz a um conteúdo didático determinado. Ele resulta de um empréstimo da ação lúdica para servir à aquisição de informações. (DECROLY, 1978, Apud KISHIMOTO, 1993: 113) .
Portanto, a utilização do jogo potencializa a exploração e a construção de conhecimentos, mas para que possa constituir-se um trabalho pedagógico, requer oferta de estímulos e influência por parte do professor, assim, percebe-se que a utilização dos jogos e brincadeiras em sala de aula possibilitará a criança à construção e aquisição de conhecimentos.

4.Processo de inclusão através dos jogos e brincadeiras

Muitas escolas contratam pessoas que não são habilitadas para trabalhar com crianças. Outras estão preocupadas em desenvolver mais o conteúdo do que os próprios alunos. Não que as matérias não precisem ser abordadas, mas elas não devem ser o único objetivo. O ideal em todo contexto escolar é que a criança construa o seu conhecimento, mas que tenha instrumentos para isso.
Nessa perspectiva, surge a idéia de inclusão, em que o jogos me brincadeiras seriam o elo entre o brincar e a educação. Segundo Dewey (Apud Kishimoto, 2002), grande parte da vida das crianças é gasta brincando, quer com jogos, quer aquelas inventadas por elas mesmas. Já o valor educacional dessas brincadeiras torna-se óbvio, na medida que os adultos ensinam à s crianças a respeito do mundo em que vivem. Pois quando brincam elas observam mais atentamente a sua vida ao seu redor. A vida social da criança é a base do desenvolvimento infantil e a escola deve dar oportunidade para exprimir em suas atividades a vida em comunidade. (Ksihimoto, 2002).
Segundo Wajskop (2001), a maioria das escolas tem didatizado a atividade lúdica das crianças, em que apenas restringe a criança a realizar exercícios repetidos de discriminação viso motora e auditiva, e o brinquedo é usado em desenhos coloridos e mimeografados e músicas ritmadas. Onde a utilização dessa técnica apenas bloqueia a organização independente das crianças para a brincadeira na utilização do conhecimento.
Concorda-se com Wajskop, pois ao emite a criança algo pronto, o professor apenas faz com que a criança torne se um receptor de idéias, deixando que a criança construa novas idéias. Pois as crianças que brincam geralmente não estão sós. Porque ao usar jogos e brincadeiras na sala de aula, o professor estará contribuindo de forma prática para a inclusão.
Como enfatiza Kishimoto (2002:149), o jogo livre oferece à criança a oportunidade inicial e a mais importante para atrever-se a pensar, a falar e ser ela mesma. Combinar momentos de brincadeira livre e atividades orientadas parece ser estratégia recomendada. Daí a importância da escola oferecer um local confortado, com vários tipos de brinquedos, onde elas possam ficar a vontade, se sentir relaxada e que também possam mexer, malinar nas coisas sem serem incomodadas, só assim elas conseguirão desenvolver-se.
Não podemos esquecer de que uma criança que não se sente bem em determinado local, ou que é chamada atenção por mexer em alguma coisa, ela consequentemente não irá se desenvolver jamais será sempre uma criança constrangida, o que não é bom. A cada dia que se passa, as escolas estão deixando de lado um fator no qual é muito importante para o desenvolvimento e a formação das crianças, que é o fator brincar. Não preocupados com a má formação das crianças, as escolas não estão se preocupando com está questão tão fundamental na vida delas e consequentemente mais tarde lhe trará conseqüências.
Graças a alguns pesquisadores e educadores, está situação já está começando a mudar. Com a criação da Ludoteca ou brinquedoteca que veio a somar e com a publicação do Referencial Curricular nacional par a Educação Infantil ( RCNEI).
A ludoteca e a brinquedoteca é identificada como espaço organizado em função da criança, contendo uma grande diversidade de materiais entre brinquedos e jogos, suas atividades estão relacionadas à promoção do lúdico, ao resgate das brincadeiras tradicionais e à socialização da criança e do adulto. (SILVA, 1996).
As características de cada criança, seja no âmbito afetivo, seja no emocional, social ou cognitivo, devem ser levadas em conta quando organizam situações de trabalho, jogos em grupos ou em momentos de brincadeiras que ocorrem livremente.
O desenvolvimento da capacidade de se relacionar depende entre outras coisas de oportunidades de interação com crianças da mesma idade ou de idades diferentes em situações diversas. Cabe ao professor promover atividades individuais ou em grupo, respeitando as diferenças e estimulando a troca entre as crianças. (RCNEI II p. 32).
É por conta dessas, que é correto afirmar que é necessário um espaço educativo estruturado, com condições adequado, planejado e organizado com tempo e espaço que possibilitem às crianças e aos adultos a apropriação e a produção do conhecimento, que propicie a criação coletiva da cultura infantil.

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabemos que hoje a educação caminha rumo a uma sociedade que visa construir uma educação de qualidade. Tem procurado quebrar paradigmas, romper barreiras que dificultam o trabalho democrático, dialógico e coletivo de uma sociedade.
Compreender que a escola e a família unidas garantem sucesso educacional, uma vez que é na família que o jovem vai se espalhar para o resto da vida. O bom desenvolvimento de uma criança onde o jogos e brincadeiras podem auxiliar na construção de novos conhecimentos e a escola e família usando esta parceria assegura a formação integral do educando, tornando-o cidadão crítico, consciente e capaz de viver com dignidade e transformar a sociedade em que está inserido. Compreendendo assim o papel da escola e de família.
Também é preciso que os professores tenham tempo disponível, o que sabemos que ele não dispõe deste tempo, pois que corre contra o tempo e contra todos e, principalmente contra o tempo para poder exercer sua profissão. Como também sabemos que a educação é de grande importância para a formação do cidadão, para que ele possa pensar e agir diante de uma determinada situação, é preciso que ele saiba como e que tenha jogo de cintura.
Porém, deve-se investir e muito na Educação Infantil, pois já é bem claro que ela é o fator decisivo na formação do ser humano. E é esta formação que irá fazer com que o cidadão haja corretamente ou erradamente no seio da sociedade em que se encontra.
Assim, ao realizar este trabalho construiu-se um espaço para que pudéssemos entender a verdadeira situação do processo de inclusão dentro da escola, principalmente com jogos e brincadeiras. Sendo não apenas mais uma mera distração para as crianças, mas como meio de aprendizagem e formação social e aquisição de noivos conhecimentos. E que a criança é a peça fundamental na construção desse conhecimento. Porém como futuros profissionais deveremos trabalhar em prol dessa cultura, de que o brincar não é apenas uma mera diversão, mas uma das formas de aprendizagem que a criança aprende a desenvolver.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, Rosita Edler. Removendo barreiras para a aprendizagem: educação inclusiva. Porto Alegre: Mediação, 2000.
BRASIL, Referencial Curricular nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEE, 1998.
DECROLY, Ovide. Revista Nova escola. Edição Especial (Grande Pensadores).
KISHIMOTO, Tizuko M.(Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 10º ed. São Paulo: Cortez. 2007.
Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. 3º ed. Petrópolis, RJ:Vozes, 1993.
O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
SILVA, Helen de Castro. Ludoteca: espaço lúdico ou instrumental pedagógico? Marília ( Dissertação de Mestrado em Educação Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências), 1996.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Tradução de J. Cipolla Neto; L.S. Menna Barreto e S.C. Afeche. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
WAJSKOP, Gisele. Brincar na pré-escola. 4º ed. São Paulo: Cortez, 2001 ( Coleção Questões da Nossa Época, v. 48).

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