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quinta-feira, abril 25, 2024

REQUISITOS BÁSICOS PARA CONSTRUÇÃO DE UMA BOA REDAÇÃO

1ª. A (minúsculo).
Faça-o um pouco achatado, com os contornos fechados (e não abertos), sem qualquer traço no meio dele.
2ª. ABAIXO-ASSINADO.
É um documento assinado por várias pessoas, que contém pedido, reivindicação ou manifestação de protesto.
3ª. ABREVIAÇÕES.
Escreva as palavras por extenso. As abreviações são consideradas incorretas. Portanto, não use abreviações quando no corpo do texto de sua redação.
ERRADO CERTO
P/, c/, tá, pra, qdo Para, com, está, para, quando
Prof., edif., pop Professor, edifício, população
Fone, cine Telefone, cinema
4ª. ABSURDO.
Use o raciocínio absurdo, a percepção exagerada dos fatos, para sugerir a visão alterada da personagem.
Embriagado, achou que a mulher estava conversando com o amante e atirou no seu próprio cunhado.
Achava que o cãozinho estava silencioso apenas para ludibriá-lo, que preparava um ataque feroz; talvez até saltasse no seu pescoço em um momento de distração.
5ª. AÇÃO.
Quando quiser, em narrações, fazer sentir a atenção dada pela personagem às próprias ações, mostre os pormenores da cena.
Colocou cuidadosamente o cristal sobre a mesa, pegando a taça com a ponta dos dedos, pressionando-a levemente, mas com firmeza. Aproximava-a da mesa muito lentamente, quase sem fazer barulho algum ao tocá-la.
Se desejar mostrar ações sucessivas da personagem, efetuadas sem pressa e valorizadas uma a uma, separe-as em períodos diferentes.
Entrou na sala. Caminhou lentamente em direção ao cofre. Observou se o sistema de segurança estava desativado.
Tirou o quadro da parede. Passou a girar lentamente o segredo do cofre, escutando atentamente quando daria o estalo que lhe permitiria abri-lo com segurança.
Para construir na narrativa a idéia de rapidez, use períodos curtos. Se buscar transmitir a sensação de um longo tempo transcorrido, use frases extensas.
Correu até o outro lado da rua. Girou a chave na fechadura. Entrou no prédio. Acenou para o porteiro. Entrou no elevador.
Estacionou o carro na frente do prédio, observando se a esposa já havia descido. Abriu a caixa de discos, escolhendo o que faria a mulher lembrar dos tempos de namoro. Reclinou o banco do automóvel, baixando o volume do rádio; pensou que a mulher estava atrasada; devia estar escolhendo seu melhor vestido ou talvez terminando de fazer a maquiagem com o cuidado que a ocasião merecia.
6ª. ACENTOS.
Coloque-os com clareza e corretamente, e não simples traços displicentes (em pé ou deitados). O acento grave, levemente voltado para a esquerda; o agudo, levemente inclinado para a direita.
Tanto o acento grave, quanto o agudo e o circunflexo, devem ser colocados bem próximos das respectivas letras e bem centralizados (e não distantes e de lado).
O acento não pode ser um risquinho qualquer, torto, deformado, ilegível. Tem que ser escrito de maneira correta, clara e precisa.
Faça-os de tamanho normal, nem demasiado grandes, nem demasiado pequenos.

7ª. ACENTUAÇÃO.
Verifique sempre a acentuação dos vocábulos.
Procure conhecer as regras de acentuação sem, contudo, decorá-las como papagaio.
Uma técnica de aprendizagem infalível: Estude o assunto, por exemplo, em mais de dois autores, fazendo, depois, os respectivos exercícios. Proceda da mesma forma com os demais assuntos de gramática, que jamais precisará tomar curso de Português desse capítulo.
8ª. ALFABETO.
Procure não inovar, por sua conta, o alfabeto da língua portuguesa, a ponto de tornar sua letra praticamente irreconhecível.
9ª. ALITERAÇÃO.
É a repetição de fonemas-consoantes, que resulta num resultado sonoro específico.
Velho vento vagabundo…
Chove chuva choverando.
Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando.
10ª. AMBIGÜIDADE OU ANFIBOLOGIA.
Evite frases ambíguas (confusas) ou de duplo sentido. Ocorrem em conseqüência da má pontuação ou da má colocação das palavras.
A ambigüidade deve ser evitada com a utilização de termos que expressem clara e objetivamente o que se pretende mostrar.
FRASES AMBÍGUAS CORRIJA AS EXPRESSÕES GRIFADAS PARA OU

Alice saiu com sua irmã. A irmã dela A irmã de uma amiga
Vi José beijando sua namorada. A namorada dele A namorada de um amigo
Um ladrão foi preso em sua casa. Na casa dele Na casa da vítima
João ficou com Mariana em sua casa. Na casa dela Na casa dele
Pintaram o quarto da casa em que durmo. No qual durmo Na qual durmo

11ª. ANULADA.
A redação poderá ser anulada, ou receber nota zero, se:
Estiver ilegível.
Fugir do assunto.
For escrita a lápis.
For escrita com rasuras e sem título.
For apresentada sob a forma de verso.
Não obedecer ao espaço e ao número de parágrafos determinados.
Não seguir as instruções relativas ao tema escolhido.
Tiver menos ou mais linhas do que a quantidade preestabelecida.
Contiver cópias das idéias do texto de motivação, quando este for dado.
Contiver elemento que identifique o candidato (como letra de forma ou de imprensa, por exemplo).
12ª. APOSTO.
Use o aposto — explicação sobre um termo ou expressão da frase — quando, ao mesmo tempo que caracterizar, você pretender explicar a própria atitude da personagem.
Mariana, enfurecida, arremessou o valioso colar no rio.
A Universidade pública deve ser defendida por todos, ricos ou pobres.
O estudo do Romeno, língua neolatina como o Português, pode ser bastante facilitado com o uso de uma gramática comparativa.
13ª. ARGUMENTAR.
Não comece a redação com períodos longos. Exponha logo suas idéias.
Não fundamente seus argumentos com fatos que não sejam de domínio público.
Os argumentos do desenvolvimento da redação devem surpreender o leitor. Suas idéias precisam ser saborosas para atrair sua atenção.
Dê sua opinião, argumentando. Não use expressões como eu acho, eu penso, para mim ou quem sabe, pois denotam imprecisão em suas ponderações. É preciso mostrar conhecimento e domínio sobre o tema que está escrevendo.

14ª. ARTIGO, PREPOSIÇÃO: A, À, PARA, PARA A.
A (artigo): Fui a Salvador (fui e voltei logo).
PARA (preposição). Fui para Salvador (fui e vou passar alguns dias ou morar lá).
À (craseado): Fui à fazenda (fui e voltei logo).
PARA A (preposição + artigo): Fui para a fazenda (fui e vou passar alguns dias ou morar lá).
15ª. ASPAS.
Vêm entre aspas:
Os estrangeirismos (as palavras estrangeiras): “Pizzaria”, “mobylette”, “show”, “vídeo game”. Observação: Matinê, buate e pingue-pongue, no entanto, não vêm entre aspas, por serem estrangeirismos aportuguesados.
Os apelidos: “Zezinho”, “Juca”, “Nice”.
As citações que não sejam de sua autoria: “Oxalá não se me fechem os olhos sem que o queira Deus”. (Rui Barbosa). “Se viveres com dignidade, não melhorarás o mundo, mas uma coisa é certa, haverá na terra um canalha a menos” (Confúcio). Observação: As citações, quando não colocadas entre aspas, constituem plágio, o que é errado e desonesto. Plagiar, segundo o dicionário do Aurélio, é “assinar ou apresentar como sua obra artística ou científica de outrem” (de outro autor).
As gírias. Isto é, as palavras usadas em sentido figurado. A festa foi um “barato” (ótima, “legal”). Não “saquei” (entendi) nada. Aliás, evite usar gírias.
16ª. ASPECTO VISUAL.
Qualidade da letra, margem, espaços entre as palavras, legibilidade, limpeza, pontuação, facilidade de leitura, parágrafos (espaços), períodos (se não deixou períodos longos).
17ª. ASSÍNDETO.
É a ausência de conjunções coordenativas no período composto.
Cheguei, vi, venci.
O barco veio, chegou, atracou, chegamos.
18ª. AVALIAÇÃO.
A autocrítica pode ser essencial quando se deseja melhorar o texto.
Avalie o texto. Verifique se as frases soam bem, se não contêm cacófatos ou rimas. Começou bem a redação e terminou-a melhor ainda?
A avaliação de uma redação segue um critério rigoroso, pois está relacionada à norma culta da língua portuguesa. Além da parte específica de gramática, muitas vezes recorre-se à grafologia para verificar-se o perfil psicológico e pendores vocacionais do candidato à função que pleiteia.
19ª. BARBARISMO OU ESTRANGEIRISMO.
É a utilização de palavras ou construções estranhas à língua portuguesa. Evite usá-lo.
ESTRANGEIRISMOS PREFIRA
Show Espetáculo
Jeans Calça de brim
20ª. BATE-PAPO.
Evite a projeção de bate-papo, ou seja, escrever com estilo coloquial numa redação.
A Guerra do Iraque foi duramente criticada, vai daí que os americanos tiveram abalado seu conceito de democracia.
A expressão “vai daí que” é da fala coloquial, devendo ser substituída por uma construção mais adequada:
A Guerra do Iraque foi duramente criticada e, em função de sua postura, os americanos tiveram abalado seu conceito de democracia.
Ele repetia tudo o que dizia, que nem um papagaio de madame.
A palavra adequada é como; “que nem” desmerece o texto em que está inserido, a não ser que represente a fala popular da personagem.
21ª. BILHETE.
É uma forma de comunicação da língua escrita, bastante simples e breve.
22ª. BOM SENSO.
Evite construções complexas. Leia o texto várias vezes para ter certeza de que ficou claro e preciso.

23ª. BRANCO.
Em caso de dar branco, procure relaxar e tente escrever qualquer coisa, desde que dentro do assunto e com um mínimo de sentido.
24ª. CABEÇALHO.
Não há pontuação após os dados do cabeçalho.
Faça o cabeçalho de sua redação completo, com todos os dados indispensáveis, dentro da estética, ou seja, organizado, perfeitamente alinhado um embaixo do outro e no centro do papel.
25ª. CACOFONIA OU CACÓFATO.
É o encontro de sílabas que formam palavras de sentido ridículo ou obsceno, com a produção de som desagradável.
ORAÇÕES COM CACÓFATOS ESCREVA-AS ASSIM
Meu coração por ti gela. Meu coração gela por ti.
Vou-me já para casa. Já estou indo para casa.
O noivo beijou a boca dela. O noivo beijou-a na boca.
Nunca gaste dinheiro com bobagens. Jamais gaste dinheiro com bobagens.
26ª. CALIGRAFIA.
Escreva com capricho e nitidez, procurando tornar sua grafia clara, uniforme e bem legível.
Se tiver a grafia ruim, faça de tudo para melhorá-la, porque uma redação escrita com capricho e grafia bonita impressiona favoravelmente.
Não invente traços novos nas letras e não enfeite demais as maiúsculas, pois o leitor do texto pode não compreender o que você está escrevendo.
27ª. CARACTERÍSTICO.
Observe os seres no que têm de mais característico. Procure traduzir essas impressões ou os fatos sem se alongar em considerações desnecessárias, que nada acrescentem de importante à cena ou ao fato.
Ombros curvados, cabelos escuros que o pente mal vira, passos arrastados – um homem ainda moço, levando consigo a carga de uma pesada e infeliz vida.
Em um canto, calada, estava Maria, com seus grandes olhos negros, cabelos que caíam em cascata pelos ombros, dona de uma beleza intrigante e misteriosa. Para ela tudo era novo e assustador.
28ª. CARTA.
É uma das formas de comunicação da língua escrita, usada desde a antiguidade. Por meio dela você (remetente) pode dizer às pessoas (destinatários) o que faz, o que pensa, o que deseja.
A primeira carta de que se tem registro foi escrita há 4 mil anos, na Babilônia e se tratava de uma correspondência amorosa.
29ª. CENA.
Para descrever aspectos de uma cena, veja se deve empregar pronomes indefinidos ou adjuntos adverbiais, de modo a ordená-la.
A escada já lhe era conhecida. No entanto, uma passadeira nova cobria os degraus desgastados, tentando trazer um pouco de claridade e alegria ao ambiente envelhecido e quase sem vida.
Uma mulher ainda jovem procurava o endereço que trazia nas mãos. Seu olhar vagava aflito. Quem a observasse poderia confundir aquela expressão ansiosa… Na verdade, o que ela esperava é que, realmente, o tal endereço não existisse.
30ª. CHAVÕES, CLICHÊS, FRASES FEITAS, JARGÕES, LUGARES COMUNS, MODISMOS.
Evite-os, pois empobrecem o texto e demonstram a ausência de originalidade, falta de imaginação e de bom gosto.
A inflação galopante, rigoroso inquérito, vitória esmagadora, astro-rei.
Caixinha de surpresas, nos píncaros da glória, encerrar com chave de ouro, nos primórdios da humanidade.
Não é fácil falar a respeito de… Bem, eu acho que… A esperança é a última que morre. …um dos problemas mais discutidos da atualidade.
31ª. CLAREZA.
Redija frases curtas e, portanto, use ponto à vontade.
Escreva com toda a simplicidade e clareza, sem embolar o assunto. Ser claro é ser coerente, conciso, não se contradizer.
São inimigos da clareza: a desobediência às normas da língua, os períodos longos e o vocabulário difícil, rebuscado ou impreciso.
O segredo está em não deixar nada subentendido, nem imaginar que o leitor sabe o que se quer dizer. Evidencie todo o conteúdo da escrita.
Lembre-se de que está dando uma opinião, desenvolvendo idéias, narrando um fato. O mais importante é fazer-se entender.
TEXTOS EMBOLADOS—CONFUSOS CORREÇÃO
Participei de um campeonato tirei segundo lugar em ping-pong e ganhei medalha de prata. Participei de um campeonato de “ping-pong”, no qual tirei segundo lugar, tendo ganhado uma medalha de prata. NOTA: “Ping-pong”, entre aspas, por ser estrangeirismo.
Comemoramos o aniversário de meu pai que foi uma surpresa para ele, fizemos um churrasco com muitas bebidas. Comemoramos o aniversário de meu pai e, como surpresa para ele, fizemos-lhe um churrasco com muitas bebidas.
Na hora de ir embora nós fomos pela canoa, a mesma começou a balançar, eu na ponta da canoa fazendo a danada balançar, teve uma vez que a canoa quase emborcava, eu tomei um choque. Na hora de voltarmos, viemos numa canoa que começou a balançar, sendo que eu, que estava na ponta da canoa, fi-la balançar mais ainda. Houve um momento em que ela quase emborcava, quando tomei um grande susto. ATENÇÃO: “Tomar um choque” é receber uma descarga elétrica. Portanto, a expressão está usada indevidamente. No caso, a expressão adequada é “tomar um susto”.
32ª. COERÊNCIA.
A coerência entre todas as partes do texto é fator primordial para se escrever bem. É necessário que elas formem um todo, ou seja, que estabeleçam uma ordem para as idéias, se completem e formem o corpo da narrativa. Explique, mostre as causas e as conseqüências.
Em muitas redações fica patente a falta de coerência. O candidato apresenta um argumento e o contradiz mais adiante. As idéias contidas no texto devem estar interligadas de maneira lógica. O vestibulando não pode expor uma opinião no início do texto e desmenti-la no final. Deve-se ter cuidado redobrado para não se cometer esse tipo de erro.
Em vestibular da FUVEST, o candidato saiu-se com a seguinte frase: “… a palidez do sol tropical refletia nas águas do rio Amazonas”. Convenhamos que o sol tropical pode ser acusado de muitas coisas, menos de palidez. O riso provocado pela leitura do texto poético é derivado de um caso de incoerência no uso da imagem.
33ª. COESÃO.
A falta de coesão provoca a redundância. Fica-se dando voltas num assunto, sem acrescentar-lhe nada de novo. É típico de quem não tem informação suficiente para compor o texto.
Em lugar de: Comprei sorvetes. Dei os sorvetes a meus filhos.
Deve-se usar: Comprei sorvetes. Dei-os a meus filhos.
34ª. COLISÃO.
É a seqüência desagradável de consoantes ou sílabas idênticas.
ORAÇÕES COM COLISÃO REDAÇÃO MELHOR
Jorge já jantou. Jorge acabou de jantar.
O rato roeu a roupa da rainha. O rato roeu os nobres tecidos que compunham os trajes da rainha.
35ª. COLOQUIALISMO.
Uso da língua na forma como é escrita, ou seja, é uma armadilha para o aluno o emprego de termos coloquiais, gíria e jargão. Expressões coloquiais só são aceitas na reprodução de diálogos. Isso não significa que o texto tenha de ser empolado, de difícil entendimento.
Evite usar as expressões: só que, que nem, é o seguinte, etc.
36ª. COLORIDA.
Procure dar, às suas personagens, uma linguagem não só adequada, mas, também, colorida por imagens pertinentes, ligadas a elas e ao assunto.
A senhora soltou um pequeno grito, e o rapaz, de vermelho que estava, fez-se cor de cera; mas Botelho procurou tranqüilizá-los.
O primeiro raio do sol encontrou Tapirapé moreno, pele molhada, com cabelo e olho bem cor de noite sem lua, sentado na folha redonda do mururu.
37ª. COMEÇO.
Uma redação não é nenhum bicho de sete cabeças. Respire fundo. Três vezes. Devagarinho. Deixe o ar chegar lá em baixo, no fundão da barriga. Visualize o umbigo. Sorria para ele. Por dentro e por fora. Escolha uma frase bem atraente. Pode ser uma declaração, uma citação, uma pergunta, um verso, a letra de uma música. Depois desenvolva o seu tema. Cada idéia num parágrafo. Por fim, conclua. Com fecho de ouro.
38ª. COMPARAÇÃO.
É a aproximação de dois termos entre os quais existe alguma relação de semelhança, como na metáfora.
Quando usar comparações, escolha a conjunção que as introduz em função do tipo de linguagem que está empregada.
Use a comparação, hipotética ou não, quando perceber que estabeleceu entre o ser que você descreve e outro uma semelhança interessante e que ela vai enriquecer seu texto.
A liberdade das almas, frágil, frágil como o vidro.
A chuva caía como lágrimas de um céu entristecido.
As chamas, como língua de monstro, saíam pelas janelas.
39ª. COMUNICAÇÃO.
Em situações de comunicação descontraída e, sobretudo, oral, você pode, conforme o caso, substituir o futuro do presente pelo imperativo.
Não saia (sairás) até que tenhamos concluído esta conversa.
Eu não sabia que ele era o meu pai. Veja (verás) que não minto, basta que me dê a oportunidade de provar.
40ª. CONCISÃO.
Elimine palavras ou expressões desnecessárias.
Escreva com clareza e, na medida do possível, diga muito com poucas palavras.
Concisão, clareza, coesão e elegância: palavras-chaves que definem um texto competente num exame vestibular.
Seja claro, preciso, direto, objetivo e conciso. Use frases curtas e evite intercalações excessivas ou ordens inversas desnecessárias.
O aluno deve expressar o pensamento com o menor número de palavras possível. Aquilo que é desnecessário deve ser eliminado. A concisão dá ênfase ao estilo. O prolixo prejudica e enfraquece o texto, além de tirar o brilho de suas idéias.
EM VEZ DE EMPREGUE
…neste momento nós acreditamos. …acreditamos.
Travar uma discussão. Discutir.

41ª. CONCLUSÃO.
Não conclua sua redação, jamais, com as seguintes terminologias: concluindo, em resumo, nada mais havendo, poderia ter feito melhor, como o tempo foi curto, etc.
Termine-a, sim, com conclusões consistentes (e não com evasivas).
42ª. CONCORDÂNCIA.
Cuidado para não cometer erros gramaticais, como de concordância.
Lembre-se de que o verbo sempre concordará com o sujeito e os nomes devem estar concordando entre si.
ERRADO CERTO
Falta cinco alunos. Faltam cinco alunos.
Fazem dez dias que não chove. Faz dez dias que não chove.
Minas férias começou. Minhas férias começaram. (plural, com plural, isto é, férias concordando com começaram).
Os meninos saltavam descalço sobre as poças d´água da rua. Os meninos saltavam descalços sobre as poças d´água da rua.
43ª. CONHECIMENTO LINGÜÍSTICO.
Use todo o seu conhecimento gramatical. Faça um rascunho e ao passar o texto a limpo, observe se faltam acentos, sinais de pontuação, se há erros de grafia, termos de gíria, impropriedade vocabular.
44ª. CONJUNÇÃO.
Seja cauteloso ao utilizar as conjunções como, entretanto, no entanto, porém. Quase sempre são dispensáveis.
Evite o exagero de conectivos (conjunções e pronomes relativos) para evitar a repetição e para não alongar períodos.
Para mostrar hipóteses diferentes, as dúvidas e conflitos de reflexão da personagem, explore as conjunções alternativas e adversativas.
Sim, sou homem e deixei-me levar por meus instintos. Como a senhora deve saber, sou respeitador. Nada farei que desabone a minha conduta.
Elvira era simplesmente uma entre as outras empregadas domésticas da mansão. Tinha, no entanto, seus sonhos, alguns até mesmo ousados, e uma quase certeza de conseguir alcançá-los. Mas como? Decidiu, após muito pensar.
Se ficasse mais algum tempo naquele trabalho, poderia conseguir uma promoção para chefe das serviçais ou, pelo menos, um aumento no ordenado, já que desempenhava com esmero suas funções. E, a partir dessa convicção, tornou-se exemplar.
45ª. CONJUNTO.
Quando quiser descrever um conjunto, empregue termos indicadores de lugar que revelem posição, aproximação ou afastamento de aspectos diferentes do conjunto.
Estavam todos os cavaleiros em volta da mesa. Nem todos, porém, tinham o mesmo prestígio na corte. Perto do rei estavam os mais destacados nobres: Marcelo, à esquerda; Eduardo, à direita. O primeiro trajava negro com as insígnias reais e o brasão de família. O segundo trajava azul e não trazia insígnias. Uma armadura reforçada cobria seu tórax.
46ª. CONSTRUÇÕES.
Não escreva construções como lá em Recife, aqui em Salvador mas, sim, em Recife, em Salvador.
47ª. CONTEÚDO.
Um bom texto não é apenas o texto correto, sem erros gramaticais. Ele deve ter conteúdo.
O conteúdo, que vale, no mínimo, 5 (cinco) pontos numa redação, não pode ser ridículo, nem infantil, mas deve ser simples.
Tome-se, como exemplo, o seguinte tema: O Acidente Nuclear de Chernobyl. Ao redigir sobre esse tema, não se pode esquecer, de forma alguma, de abordar os seguintes assuntos:
Nos próximos 30 (trinta) anos ainda vão morrer mais de 5 mil pessoas na Rússia e em países circunvizinhos, em conseqüência desse acidente.
A economia dos países vizinhos foi enormemente prejudicada, porque eles foram contaminados pela radioatividade.
Mais de 100 mil habitantes da cidade de Kiev foram evacuados, para que ela fosse despoluída, tornando-se uma cidade fantasma.
Os programas de energia nuclear foram quase totalmente paralisados, em todo o mundo, em razão dessa terrível tragédia.
Ficou comprovado, com esse acidente, que o homem ainda não está dominando, inteiramente, com segurança, a tecnologia da energia nuclear. A sua utilização e expansão, portanto, precisa ser repensada.
Faça sempre uma análise crítica do que escreveu, como, por exemplo, através das seguintes perguntas: Sua redação é interessante? A leitura do texto é agradável? Tem boas idéias? O texto dá uma boa idéia daquilo que foi descrito? O texto está bem organizado?
Presume-se que o candidato prestes a ingressar numa universidade tenha certa cultura. Assim sendo, não pode encarar o tema da redação de modo infantil ou rasteiro. É por meio do conteúdo, especialmente, que o professor irá aquilatar a capacidade ou o grau de conhecimento do aluno.
48ª. CONTO.
É a mais breve e simples narrativa, centrada em um episódio da vida.
49ª. CONTRADIÇÃO.
Para desenvolver a impressão de contradição, use conjunções adversativas. Se for o caso, varie as conjunções, observando as que se prestam a determinada situação.
Um homem gordo, bem vestido, porém sem pompa, saiu logo a seguir. Dirigiu-se ao carro, com passo leve e animado, mas não entrou.
O caso estava praticamente resolvido, mas alguma coisa ainda perturbava o Inspetor. A testemunha jurara ter dito a verdade, contudo sua voz não parecia firme como deveria estar naquela circunstância.
50ª. CONTRASTE.
Para manter a curiosidade do leitor com relação a personagens (ou cenário) contrastantes, oponha um a um os elementos em contraste.
Letícia, bonita, rica e cheia de preconceitos, olhava com desprezo a jovenzinha mirrada e pobremente vestida que tentava vender doces, aproveitando o sinal fechado.
A magreza e a palidez da jovem que se inspirava nas modelos de passarela, contrastava violentamente com as faces coradas e cheias de vida da amiga saudável, cujos padrões de estética divergiam frontalmente das de sua companheira.

51ª. COORDENAÇÃO.
Coordene suas idéias como se estivesse contanto uma história: o seu texto deve ter início (introdução), meio (desenvolvimento) e fim (conclusão).
52ª. COR.
Escreva apenas com caneta preta ou azul. O rascunho ou o esboço das idéias podem ser feitos a lápis e rasurados. O texto não será corrigido em caso da utilização de lápis ou caneta vermelha, verde, etc. Na redação definitiva.
53ª. CORREÇÃO GRAMATICAL.
A linguagem utilizada na redação precisa estar de acordo com a norma culta, ou seja, deve obedecer aos princípios estabelecidos pela gramática.
Tenha o máximo de cuidado para que sua redação não apresente, principalmente, nenhum erro de ortografia, acentuação, pontuação e concordância, seja ela verbal ou nominal.
Conhecer as normas que regem o uso da língua é fundamental para a produção de um texto correto. Em caso de dúvidas na redação, consulte sempre um bom livro de gramática.
54ª. CRASE.
Expressões com crase: À beça, à toa, etc.
Uso corriqueiro da crase, mas absolutamente errado: Marcelo reside à Rua (Avenida, Praça, etc). O correto é: Marcelo reside na Rua, na Avenida, na Praça, etc. (Quem reside, reside em algum lugar).
55ª. CRIATIVIDADE.
É claro que uma abordagem original do tema valoriza seu texto. No entanto, o vestibulando deve ter cuidado para não confundir criatividade com idéias esdrúxulas. Na gíria estudantil, não viaje.
Lembre-se: Ninguém pode exigir que escreva bem, como um escritor, pois isto pressupõe talento; as faculdades querem que se escreva certo.
56ª. CRÍTICA.
É um tipo de redação que aprecia e avalia livros de caráter científico ou literário, além de manifestações artísticas ligadas ao cinema, ao teatro, à música, etc.
Habitue-se a criticar sua redação, procurando ver se todos os seus pormenores colaboram para criar a idéia que tem em mente.
Solicite a uma terceira pessoa, de bom conhecimento técnico ou nível escolar, para ler e fazer críticas sobre o seu texto, pois a leitura demasiada de nossos próprios trabalhos torna-nos cegos para determinados pontos.
57ª. CRÔNICA.
É uma narrativa curta que retrata, em geral, fatos do cotidiano, presenciados ou não pelo narrador, escrita numa linguagem leve, de caráter jornalístico.
58ª. CURRÍCULO.
É um documento que reúne as informações profissionais para alguém que se candidata a um emprego. Contêm objetivo, formação escolar, idiomas que domina, experiência profissional, pretensão salarial, etc.
59ª. DESCRIÇÃO.
Descrever é fazer um retrato com palavras, isto é, apresentar, detalhadamente, características de pessoas, animais, objetos, lugares, etc.
Quando quiser estabelecer uma ordem cronológica na sua descrição, mostrando as mudanças sucessivas da paisagem, use termos que indicam sucessão (sobretudo adjuntos adverbiais de tempo).
60ª. DESENVOLVIMENTO.
É a redação propriamente dita. No desenvolvimento, o aluno deverá discutir os argumentos apresentados na introdução. Em cada parágrafo, escreve-se sobre um argumento.
Tenha sempre em mente que o examinador de sua dissertação provavelmente seja uma pessoa culta, que lê bons jornais e revistas e tem bastante conhecimento geral, portanto não generalize.
É a parte mais importante em qualquer texto. É quando podemos nos aprofundar nas idéias que, por enquanto, foram apenas mencionadas na introdução. Os argumentos devem ser apresentados em função da idéia e organizados com clareza para não confundir o leitor. Devemos ser cuidadosos para que o texto não se torne inconsistente e imaturo por falta de informação de nossa parte. Para isso, é preciso que nos ilustremos, lendo revistas, jornais e livros; assistindo a noticiários na televisão; freqüentando o maior número possível de produções culturais a que tivermos acesso – teatro, “shows”, exposições, etc.

Em qualquer uma dessas atividades, assuma uma posição crítica questionadora que resultará em análises objetivas e, conseqüentemente, em julgamentos coerentes. Evite radicalismos, ofensas pessoais, nacionalismos piegas e “achismos” (eu acho, eu penso)
61ª. DIÁLOGO.
É a conversa entre duas ou mais pessoas. A fala de cada personagem é indicada, na escrita, por um travessão.
Ao apresentar um diálogo, ou a personagem pensando, use o presente do indicativo para sugerir a proximidade do fato futuro.
62ª. DIÁRIO.
É uma das formas do registro do mundo interior, ou seja, das confissões, dos segredos, etc, de uma pessoa.
63ª. DICAS.
Ao escrever uma redação, faça, primeiramente, uma lista de tudo o que lhe vier à memória.
Quanto mais idéias, melhor.
Não se preocupe em saber se as idéias são boas ou más. Escreva-as, simplesmente.
Anote tudo, sem ordem, sem critério, sem censura.
Use palavras simples e frases curtas.
Selecione as idéias e estruture o seu texto.
64ª. DICIONÁRIO.
Em vez de sair por aí “chutando” palavras cujos significados você não conhece bem, utilize-se de um bom dicionário, em livro ou disquete, para aumentar o vocabulário.
65ª. DIMINUTIVO.
Use o diminutivo com muito cuidado, e sempre quando for importante marcar a dimensão dos seres, ou a afetividade (carinho, desprezo) da personagem com relação a esses seres.
Pegou o banquinho para apoiar o pé enquanto tocaria violão.
Disse para a avozinha que lhe traria o doce de goiaba de que tanto gostava.

66ª. DISCUSSÃO.
Falar e ouvir são meios de desenvolvimento do espírito humano. O debate de idéias pode levar a um resultado enriquecedor.
67ª. DISSERTAÇÃO.
Nunca se inclua em sua dissertação, principalmente para contar fatos de sua vida particular.
É uma redação que, através do raciocínio, expõe idéias, doutrinas, impressões, pontos de vista.
Utilize sempre, em suas dissertações, a primeira pessoa do plural em vez da primeira pessoa do singular.
A dissertação é a forma mais comum de redação. É a mais solicitada nos exames vestibulares e provas de colégio.
Dissertar é defender uma opinião a respeito de determinada questão. Para isto, precisamos conhecer o assunto e refletir sobre ele.
É analisar um assunto proposto, emitindo opiniões gerais. Deve ser feito de modo impessoal e com total objetividade. Essa visão imparcial perde-se quando o autor confunde a problemática que está analisando com os problemas particulares que possa ter.
68ª. DIVAGAR.
“Estou sem inspiração para fazer uma redação. Escrever sobre a situação dos sem-terra? Bem que o professor poderia propor outro tema.”
Não fale de sua redação dentro do próprio texto, porque isso demonstra insegurança e vazio de idéias. Ademais, sua nota ficará seriamente comprometida quando da avaliação do conteúdo.
69ª. DOIS PONTOS.
As citações vêm sempre após dois pontos.
Lá, fiz diversas coisas: tomei banho de piscina, na sauna, montei cavalo e charrete, comi cacau, etc.
Use dois pontos, antes de uma enumeração, se quiser valorizar os termos que a constituem.
Descobri a grande razão da minha vida: você.
Já dizia o poeta: Deus dá o frio conforme o cobertor.
70ª. E (minúsculo).
Faça-o um pouco aberto, para não ficar parecendo “i”, de forma que o seu interior apareça com toda a nitidez.

71ª. ECO OU ASSONÂNCIA.
É a repetição desnecessária de palavras terminadas pelo mesmo som, provocando rimas desagradáveis, com um ritmo batido e monótono.
FRASES COM ECO ESCREVA-AS ASSIM
Neste momento eu tive um aumento de vencimento. Tive aumento de salário.
Clemente, certamente, está descontente com o parente. Clemente, com certeza, está aborrecido com o primo dele (como poderia ser irmão, etc.).
72ª. EDITORIAL.
É um artigo que exprime a opinião do órgão jornalístico. É o jornalismo opinativo.
73ª. ELEGÂNCIA.
A leitura de um texto elegante, que deve ser criativo e original, torna-se agradável ao leitor.
Fuja de gírias e palavrões. Mantenha certa elegância no seu texto, sem cair em pedantismos exagerados.
A elegância começa pela própria apresentação do texto, ou seja, limpo, sem borrões ou rasuras, e com letra bem legível. Importantíssimo atentar, também, para a correção gramatical, a clareza, a concisão e para o conteúdo da redação, que deve ser original e criativo.
74ª. ELIPSE.
É a omissão de um termo previsível, subentendido, que deixa de ser expresso por ser óbvio, mas também confere elegância à frase.
Vida interessante, a dele…
Na rua, um malvado; em casa, um santo.
A casa era pobre. Os moradores, humildes.

75ª. EM, NO, AO, NA, À.
ERRADO CERTO
Fui em Jequié, na fazenda, no jogo. Fui a Jequié, à fazenda, ao jogo. A regência do verbo ir exige preposição “a” e não “em”. (Quem vai, vai a algum lugar, e não em algum lugar).

76ª. EMBROMAÇÃO.
É o famoso enche lingüiça. Fica-se dando voltas no mesmo lugar, usando-se palavras vazias e embromatórias.
A vida, única e exclusivamente, é tão complexa que, apesar de tudo, não obstante o que possam dizer, torna-se altamente problemática.
77ª. EMOÇÃO OU LINGUAGEM EMOCIONAL.
Não analise os temas propostos movido por emoções exageradas. Mantenha-se imparcial em quaisquer circunstâncias.
Não transforme seu texto em desabafo nem em panfleto, com linguagem apaixonada. A emoção deve ficar no rascunho, enquanto que no texto definitivo você deve chamar a razão para auxiliá-lo.
Quando nos exaltamos a respeito de determinado assunto ou sobre a pessoa de quem estamos falando, infringimos a boa norma da escrita padrão, por fazermos uso de juízos de valor sobre os fatos. A objetividade é imprescindível, a fim de que o texto se mantenha imparcial e claro.
Existem alguns temas dissertativos que envolvem a análise de assuntos dramáticos, que causam revolta e indignação pela própria gravidade de sua natureza. Porém, por mais revoltante que se mostre o assunto tratado, ele deve ser abordado de modo comedido e, se possível, imparcial. Não devemos deixar nossas emoções interferirem demasiadamente na análise equilibrada e objetiva que precisa transparecer em nossas redações, porque elas impedem que ponderemos outros ângulos da questão. Só assim, com a predominância da argumentação lógica, ela se mostrará convincente.
Os noticiários apresentam-nos todos os dias crimes bárbaros cometidos por verdadeiros animais, que deveriam ser exterminados, um a um, pela sua perversidade sem fim.
Muitos menores que perambulam pelas ruas e se tornam delinqüentes são vítimas indefesas de um governo ineficiente, que não se preocupa e não respeita o direito que eles têm à educação.
78ª. ENCHE LINGÜIÇA.
Não espiche o assunto, isto é, não diga com 8 (oito) palavras o que pode dizer com 5 (cinco). Seja objetivo e direto.
Encher lingüiça é, também, repetir idéias, a saber, tornar a abordar um assunto com palavras diferentes sobre o qual já tinha escrito anteriormente.

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