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segunda-feira, outubro 14, 2024

Sistema de Acumulação de Custos

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
1.1. JUSTIFICATIVA
1.2. OBJETIVOS
1.2.1. OBJETIVO GERAL
1.2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO
1.3. PROBLEMA
1.4. METODOLOGIA REVISÃO DA LITERATURA
2. Contabilidade Geral
2.1. ESPECIALIZAÇÕES DA CIÊNCIA CONTÁBIL
2.2. Origem e Evolução da Contabilidade
2.3. Objetivos da Contabilidade
2.4. CONTABILIDADE DE CUSTOS
2.4.1. ESPECIALIZAÇÃO 
2.4.2. Objetivos, objeto e finalidades
2.4.3. CLASSIFICAÇÕES E NOMENCLATURAS DE CUSTOS
2.4.3.1. QUANTO A UNIDADE DO PRODUTO OU APURAÇÃO
2.4.3.2. Quanto à apuração
2.4.3.3. QUANTO AO COMPORTAMENTO EM RELAÇAO AO VOLUME DE ATIVIDADE
2.4.3.4. QUANTO A CONTROLABILIDADE
2.4.3.5. QUANTO A BASE MONETÁRIA
2.5. DEPARTAMENTALIZAÇÃO
2.5.1. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
2.5.2. PORQUE DEPARTAMENTALIZAR
2.5.3. DEPARTAMENTO E CENTRO DE CUSTO
2.5.4. CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS COM A DEPARTAMENTALIZAÇÃO
2.5.5. CRITÉRIO DE RATEIO DOS CIF PELOS DEPARTAMENTOS
2.5.6. MATERIAIS DIRETOS
2.5.7. MÃO DE OBRA DIRETA
2.5.8. APLICACACAO DOS CIF
2.6. SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS
2.6.1. SISTEMAS
2.6.2. SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS
2.6.2.1. TIPOS DE SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS
2.7. SISTEMAS DE CUSTEAMENTO
2.7.1. POR RESPONSABILIDADE
2.8. ANALISE DA RELAÇÃO CUSTO/VOLUME/LUCRO
2.8.1. PONTO DE EQUILÍBRIO
2.8.2. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
2.8.3. ALAVANCAGEM OPERACIONAL
2.9. MÉTODOS DE CUSTEIO
2.9.1. DIRETO
2.9.2. ABSORÇÃO
2.9.3. MISTO
2.10. FORMAS DE CUSTEIO – MENSURAÇÃO
2.10.1. PADRÃO
2.10.2. REAL OU HISTÓRICO
2.10.3. ESTIMADO
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. A EMPRESA
2.2. ORGANOGRAMA
2.3. FLUXOGRAMA
2.4. PLANILHA DE GASTOS
2.5. PLANILHA DE CUSTOS
2.6. RELAÇÃO CUSTO/VOLUME LUCRO
2.6.1. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
2.6.2. PROBLEMAS DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL
2.6.3. PONTO DE EQUILÍBRIO
2.6.3.1. PONTO DE EQUILÍBRIO COM LUCRO DESEJADO
2.6.4. O MÉTODO DOS MÍNIMOS QUADRADOS
2.7. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
2.8. SISTEMAS DE CUSTEAMENTO
2.8.1. MÉTODO MISTO
2.8.2. MÉTODO DIRETO OU VARIÁVEL
2.8.3. MÉTODO POR ABSORÇÃO
2.9. CONTABILIZAÇÃO POR RAZONETES 
2.10. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
4. ANEXOS
5. ASSINATURAS
6. TERMO DE RENÚNCIA
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. INTRODUÇÃO

Segundo LEONE, “os sistemas de acumulação de custos destinam-se a coletar os dados de custos, direta ou indiretamente, identificados através de algum objeto de custeio, a organizá-los de forma que possam contribuir para o desenvolvimento de informações que se destinam ao atendimento de alguma necessidade gerencial diferente ou especial” (1997,p.186).

Esta definição mostra como é importante o conhecimento dos tipos de sistemas de acumulação de custos, pois é através deste, que é possível controlar todos os gastos da empresa. Porém, para um bom sistema de acumulação, é necessário conhecimento de todo funcionamento da empresa, como veremos a seguir nas de planilhas, macrofluxogramas e fluxogramas, bem como os principais conceitos utilizados na contabilidade de custos e suas aplicações.

Este trabalho visa, através de aplicação prática numa empresa industrial e pesquisa bibliográfica, analisar toda a estrutura desta empresa e, após a resolução de alguns exercícios, tirar conclusões sobre a eficácia dos sistemas utilizados e definir a melhor maneira de agir para a tomada de decisões.

1.1. JUSTIFICATIVA.

A elaboração do presente trabalho, justifica-se pela necessidade de conhecer e avaliar os custos da empresa, bem como a implantação de um sistema que venha a atender as exigências dos usuários de modo especifico à tomada de decisões gerenciais, num menor espaço de tempo possível e máxima qualidade.

O estudo realizou-se na empresa Óleobom Indústria e Comércio Ltda, empresa que atua na industrialização e comércio de óleo e farelo de soja, na cidade de Ponta Grossa, região predominantemente agrícola. Num mercado competitivo como este, um sistema de acumulação de custos bem aplicado, será de grande valia para tomada de decisões, cujos objetivos poderão ajudar a empresa a identificar melhor seus custos durante o processo produtivo.

Justifica-se ainda, pela necessidade de se distinguir custos e despesas aplicados à produção, bem como tomada de decisões sobre a viabilidade do processo produtivo, ou seja, por que produzir ou cortar determinado produto e se o mesmo não está onerando muito a empresa e acumulando os custos dos outros produtos.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. OBJETIVO GERAL

Tem como principal objetivo, implantação de um sistema de acumulação de custos na empresa Óleobom Industria e Comércio Ltda

1.2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO

– Identificar e coletar os dados para implantação de um sistema de acumulação de custos;
– Separar e classificar os custos e despesas da empresa;
– Identificar os custos diretos e indiretos de fabricação;
– Apresentar os custos da empresa e separá-los por departamento;
– Fazer o rateio dos custos dentro de cada departamento;
– Mostrar as vantagens e desvantagens de um sistema de acumulação de custos;
– Identificar a viabilidade da implantação de um sistema de acumulação de custos.

1.3. PROBLEMA

Busca-se através da implantação de um sistema de acumulação de custos, sanar a falta de informações gerenciais no que tange a custos e controles internos dentro da empresa e durante todo o processo produtivo.

Identificar em cada departamento o quanto cada produto despende do total de custos acumulados na empresa, bem como a viabilidade da produção de determinado produto ou o corte ou aumento da produção de outro, onde os empresários, de modo geral, não conseguem ter acesso direto a essas informações.

Como a empresa não possui um sistema apropriado de informações gerenciais e de controle de custos, faz-se necessário a implantação de um sistema ágil e eficaz, onde os usuários destas informações possam, de maneira imediata, avaliar o desempenho de seus custos, bem como a situação geral da empresa no mercado em que atua.

1.4. METODOLOGIA

O presente trabalho será realizado em duas fases a saber:

Num primeiro momento, apresentaremos os procedimentos atinentes à obtenção do embasamento teórico necessário para o desenvolvimento global do trabalho, tais sejam:

 Levantamento bibliográfico e coleta de informações referente ao tema proposto, bem como consulta a dissertações, periódicos, livros e demais meios de informação;
 Analise dos procedimentos adotados durante o estudo do caso apresentado;

Na segunda fase, apresentaremos os dados para execução do estudo de caso em pauta, através de contato direto com a empresa:

Estudo e conhecimento dos dados referente à produção e funcionamento do sistema;
Coleta dos dados a serem trabalhados durante o estudo de caso;
Análise das informações colhidas, visando atingir os objetivos do trabalho.
Apresentar a estrutura organizacional da entidade, visando conhecer cada nível hierárquico e funcional;
Identificar qual o método de custeamento utilizado dentro da entidade;
Demonstrar a viabilidade da continuidade das operações dentro deste ramo de atividade.

REVISÃO DA LITERATURA

2. CONTABILIDADE GERAL

Segundo FAVERO (1997, p. 13) a Contabilidade tem por finalidade analisar, interpretar e registrar os fenômenos que ocorrem no patrimônio das pessoas físicas e jurídicas, busca demonstrar a seus usuários, através de relatórios próprios (Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ou Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimonial, Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e outros), as informações sobre o comportamento dos negócios para tomada de decisões.

Para IUDÍCUBUS (1998, p. 24) a contabilidade é um conjunto integrado de princípios e normas para fornecer informações, visando duas finalidades principais que seriam o controle e o planejamento.

2.1. ESPECIALIZAÇÕES DA CIÊNCIA CONTÁBIL

A Contabilidade já existia desde os primórdios da civilização e, durante um longo tempo, foi tida como a arte da escrituração mercantil. Utilizava técnicas específicas, que foram se aperfeiçoando e se especializando, sendo algumas delas aplicadas até hoje.

Com a passar dos tempos, a contabilidade foi se aperfeiçoando, dando forma e adaptando-se as necessidades de cada usuário, realizada apenas para efeito de controle interno e fiscal.

Como pode se observar, a Ciência Contábil, pode ser estudada sob diversos enfoques particulares, denominados de especializações da Contabilidade. A informação já existia desde a origem da contabilidade até os dias atuais, a qual foi se adaptando a cada necessidade do usuário.

A partir da necessidade de atender seus (vários) usuários, a contabilidade ramificou-se em várias especializações:

Alguns autores, em obras de Contabilidade mais especializadas, chegam a distinguir dois grandes ramos ou ênfase pelos quais a Contabilidade pode desempenhar seu papel informativo. A Contabilidade Financeira, cujos relatórios finais básicos são o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultados, a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e os Fluxos de Caixa, teria maior utilidade ou visaria mais diretamente aos agentes econômicos externos à empresa, assim como aos sócios desligados da direção, ao passo que a Contabilidade Gerencial, mais analítica, incluindo em seu campo de atuação também a Contabilidade de Custos, visaria primeiramente à administração da empresa (Contabilidade Introdutória, 1998, p. 23).

A partir da Revolução Industrial, segundo MARTINS (2000, p.19), “(…) houve então a necessidade de avaliar os estoques, custos da produção e também a depreciação, dando espaço à contabilidade de custos para controle de produção”.

Para LEONE (1995, p.7), “(…) a contabilidade geral prende-se aos requisitos legais e fiscais, às convenções e padrões. A contabilidade administrativa tem a função precípua de registrar as operações internas, controlar tais operações e despesas relacionadas, e informar o administrador, quando este necessita tomar decisões”.

2.2. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

Para IUDÍCIBUS, “(…) a Contabilidade teve evolução relativamente lenta até o aparecimento da moeda. Na época da troca pura e simples de mercadorias, os negociantes anotavam as obrigações, os direitos e os bens perante terceiros, porém, obviamente, tratava-se de um mero elenco de inventário físico, sem avaliação monetária” (1997, p. 30).

Não se sabe ao certo ainda quando a Contabilidade iniciou, mas muitos pesquisadores e historiadores acreditam, que com o surgimento do homem na Era Primitiva a Contabilidade começou a dar seus primeiros passos.

IUDÍCIBUS (1997, p. 30), “(…) afirma que alguns historiadores fazem remontar os primeiros sinais objetivos da existência de contas aproximadamente a 4.000 anos a.C.”.

Percebe-se ainda que não foi precisamente descoberto quando a Contabilidade teve seu início, mas alguns autores acreditam que a contabilidade teve surgimento a mais ou menos 20.000 anos a.C.

Desde seu surgimento, o homem sempre teve a necessidade de possuir, controlar e aumentar seu patrimônio. Na antiguidade o homem fazia o controle patrimonial de uma forma rudimentar.

Para IUDÍCIBUS (1997, p. 30) “(…) o homem primitivo, ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos, ao contar suas ânforas de bebidas, já estava praticando uma forma rudimentar de Contabilidade”.

À medida que o homem passou a desenvolver e aprimorar as atividades mercantis a contabilidade também acompanhou seu desenvolvimento.

Os registros contábeis mais importantes de que se tem conhecimento foram encontrados na Suméria, da civilização egípcia e da civilização pré-helênica, que demonstram que a Contabilidade já era considerada um importante instrumento de controle pelas principais civilizações do mundo antigo.

A Contabilidade começou a dar seus primeiros passos com o surgimento do homem, mas segundo IUDÍCIBUS (1997, p. 30), “(…) teve evolução relativamente lenta até o aparecimento da moeda”.

Com o surgimento da moeda, ficou mais fácil adquirir bens, produtos e mensurá-los em valor. Antes disso as transações mercantis eram feitas através do escambo, ou seja, troca de produtos por bens e vice-versa.

Para alguns autores, a Contabilidade teve seu marco evolutivo através do método das partidas dobradas, quando em 1494, Luca Pacioli, publicou, a obra Summa de Aritmética, Geométrica, Proportioni et Proportionalitá, na qual está inserido seu tratado.

Como afirma HENDRIKSEN (1999, p. 39):

“A Summa era principalmente um tratado de matemática, mais incluía uma seção sobre o sistema de escrituração por partidas dobradas, denominada Particularis de Computis et Scripturis. Esta seção foi o primeiro material publicado que descrevia o sistema de partidas dobradas, e apresentava o raciocínio em que se baseavam os lançamentos contábeis”.

A Contabilidade teve seu florescer, como disciplina adulta e completa, nas cidades italianas de Veneza, Gênova, Florença, Pisa e outras. Estas cidades e outras da Europa fervilharam de atividade mercantil, econômica e cultural, mormente a partir do Século XIII até o início do Século XVII. Representaram o que de mais avançado poderia existir, na época, em termos de empreendimentos comerciais e industriais incipientes. Foi nesse período, obviamente, que Pacioli escreveu seu famoso Tractatus de Computis et Scriptuis, provavelmente o primeiro a dar uma exposição completa e com muitos detalhes, ainda hoje atual, da Contabilidade. IUDÍCIBUS (1997, p. 31):

2.3. OBJETIVOS DA CONTABILIDADE

No capítulo anterior, percebe-se que o homem desde seu surgimento, teve a necessidade de anotar, controlar e evidenciar, mesmo que de uma forma rudimentar, todos os seus bens patrimoniais.

HENDRIKSEN, (1999, p. 39), destaca que “(…) o principal objetivo da contabilidade era produzir informação para o proprietário – geralmente proprietário único. Em conseqüência, as contas eram mantidas em sigilo, e não havia pressão externa, como hoje, no sentido de exatidão ou da adoção de padrões uniformes de divulgação”.

Já para IUDÍCIBUS (1997, p. 28), “(…) o objetivo principal da Contabilidade é fornecer informação econômica relevante para que cada usuário possa tomar suas decisões e realizar seus julgamentos com segurança”.

Segundo, FRANCO (1997, p. 19), “(…) sua função é registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer informações, interpretações e orientações sobre a composição e as variações desse patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores”.

De acordo com os autores que elaboraram o Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações, (…) “a Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização” (FIPECAFI, 1995, p. 58).

Hoje, a contabilidade é essencialmente um sistema de informação, no qual demonstra diversas situações, seja ela econômica, financeira, física ou de produtividade da empresa.

2.4. CONTABILIDADE DE CUSTOS

2.4.1. ESPECIALIZAÇÃO:

Custos que é um dos ramos da contabilidade e será tratada a seguir:
A contabilidade de custos é um importante ramo da área contábil, entre suas funções está a apresentação e análise dos fatores que interferem na produção de determinado bem ou serviço.

Contabilidade de custos é o processo ordenado de usar os princípios da contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio, de tal maneira que, com os dados da produção e das vendas, se torne possível à administração utilizar as contas para estabelecer os custos de produção e de distribuição, tanto por unidade como pelo total para um ou para todos os produtos fabricados ou serviços prestados e os custos das outras diversas funções do negócio, com a finalidade de obter operação eficiente, econômica e lucrativa.(W. B. Lawrence).

CALDERELLI (1999, p.175), define a contabilidade de custos como sendo:

Aquela destinada ao controle dos custos operacionais de uma empresa de finalidades industriais. Todavia, ela se aplica também a outras empresas que determinam o custo de suas operações, como custos administrativos, custos de entrega, custos de serviços etc”.
Nas indústrias, registra o movimento de gastos, quer sejam diretos ou indiretos; serve também como elemento retificador dos custos padrões (estimativos ou posterior). Em sua nomenclatura estrutural, mantém contas que registram as aplicações diretas e a e apropriação de gastos gerais, de um lado; de outro, o controle de produção já concluída, entregue ao almoxarifado com o preço real.
Funciona com um plano de contas paralelo à escrituração patrimonial, por meio do qual, oferece o resultado industrial.
1. A contabilidade de custos é o ramo da Contabilidade que se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões.
2. A Contabilidade de Custos coleta, classifica e registra os dados operacionais das diversas atividades da entidade, denominados de dados internos, bem como, algumas vezes, coleta e organiza dados externos.
3. Os dados coletados podem ser tanto monetários como físicos. Exemplos de dados físicos operacionais: unidades produzidas, horas trabalhadas, quantidade de requisições de materiais e de ordens de produção, entre muitos outros. Neste ponto, reside uma das grandes potencialidades da Contabilidade de Custos: a combinação de dados monetários e físicos resulta em indicadores gerenciais de grande poder informativo.
4. Em seguida a Contabilidade de custos acumula, organiza, analisa e interpreta os dados operacionais, físicos e os indicadores combinados no sentido de produzir, para os diversos níveis de administração e de operação, relatórios com as informações de custos solicitadas.
5. Outra particularidade da Contabilidade de Custos é aquela que trabalha dados operacionais de vários tipos: os dados podem ser históricos, estimados (futuros), padronizados e produzidos. Aqui reside, também, uma das fortes vantagens da Contabilidade de Custos. Ela pode (e deve) fornecer informações de custos diferentes para atender a necessidades gerenciais diferentes. São muitas as necessidades gerenciais (…).

LEONE faz uma abordagem dos meios em que a Contabilidade de Custos atua, como são tratadas e coletadas as informações, e a importância do deslocamento de dados para os processos decisórios, gerenciais ou de controle.

2.4.2. OBJETIVOS, OBJETO E FINALIDADES

HORNEGREN (1978, p.39) apresenta duas finalidades consideradas principais: “(…) 01- planejamento e controle, doravante freqüentemente chamados controle, por questão de brevidade e 02- custeio de produto”.

Pode se encontrar três objetivos básicos a seguir:
(…) Determinação do lucro utilizando os dados dos registros convencionais de contabilidade, ou compilando-os de maneira diferente para que sejam m,ais úteis à administração.
Controle das operações e dos estoques, estabelecimento de padrões e orçamentos, comparações ente o custo real e o custo orçado e ainda provisões.
Tomada de decisões, formação de preços, quantidade a ser produzida, que produto produzir, corte de produtos, comprar ou fabricar. (CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1992, p. 15-16).

Analisando os dois autores percebe-se que os objetivos e finalidades da contabilidade de custos estão voltados para o controle e planejamento fornecendo importantes recursos para as tomada de decisões, é através da contabilidade de custos na qual defini-se qual produto devemos manter e qual podemos eliminar de modo que não afete o objetivo principal da empresa que é o lucro.

2.4.3. CLASSIFICAÇÕES E NOMENCLATURAS DE CUSTOS

Algumas classificações de custos:

2.4.3.1. QUANTO A UNIDADE DO PRODUTO OU APURAÇÃO

– Diretos: são aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos.São os materiais diretos usados na fabricação do produto e mão-de-obra direta. Os custos diretos têm a prioridade de ser perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva (…)
– Indiretos: são aqueles que apenas mediante aproximação podem ser atribuídos por algum critério de rateio. São os materiais indiretos (como cola e verniz, consumidos na fabricação de móveis), a mão-de-obra indireta (chefia, supervisão, operários que cuidam da manutenção de equipamentos) e os demais custos da fabricação (seguros, impostos, aluguel de fábrica). Incluem-se nos materiais indiretos, os diretos por natureza, mas irrelevantes ou de difícil mensuração (…).
– Primários: são apenas a matéria-prima e a mão de obra direta.
– De transformação (também chamados de custos de conversão ou custos de agregação): representam o esforço agregado pela empresa na obtenção do produto. São todos os custos, exceto as matérias-prima, os componentes adquiridos prontos e as embalagens compradas. Portanto, compreendem a mão-de-obra direta e os custos indiretos de fabricação. (CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1992, p. 18-19).

Em relação à unidade do produto o autor distinguiu os custos de acordo com sua participação no processo, ou seja, alguns custos são apropriados diretamente na fase de produção outros são agregados após a produção mas continuam relacionados com o mesmo produto.

2.4.3.2. QUANTO À APURAÇÃO

– Direto – É aquele que pode ser diretamente apropriado a cada tipo de bem ou órgão, no momento da usa ocorrência, isto é, está ligado diretamente a cada tipo de bem ou função de custo.
– Indireto- É aquele que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo através de um critério de rateio. É um custo comum a muitos tipos diferentes de bens, sem que se possa separar a parcela referente a cada um, no momento da sua ocorrência. Tal separação é efetuada através de um critério especial, denominado rateio.
– Rateio é uma divisão proporcional por uma base que tenha valores conhecidos em cada função e que se julga que o custo ocorre nas mesmas proporções da base. Assim, uma das maneiras de efetuar o rateio é: eleger a melhor base de rateio, entre as disponíveis para o custo; dividir o total a ser rateado pelo total da base escolhida, para obter o coeficiente de rateio; multiplicar o coeficiente de rateio por cada um dos valores componentes do total da base, obtendo-se a parcela de custo indireto atribuível a cada função.(DUTRA,1991, p.35)

Na concepção de Dutra ele aborda os custos em dois grandes grupos com relação à apuração, que são os custos diretos e os indiretos, definindo-se entre um e outro pelo critério de rateio, explica ainda que é necessário a escolha do melhor critério para que sejam bem definidas as diferenças e entre os custos, direto e indiretos.

2.4.3.3. QUANTO AO COMPORTAMENTO EM RELAÇAO AO VOLUME DE ATIVIDADE

Em relação ao volume de atividade os autores dividem os custos em: fixos, variáveis, semi-fixos, semi-variáveis e as despesas em: fixas e variáveis, como veremos a seguir:

– Fixos: são os custos que num certo período de tempo e numa certa capacidade instalada não variam, qualquer que seja o volume de atividade da empresa, estes dividem-se em: custo fixo de capacidade que é o custo relativo às instalações da empresa e reflete a própria capacidade instalada, como depreciação, amortização, etc. e custo fixo operacional é o relativo às operações das instalações da companhia como seguro, imposto predial, etc.
– Variáveis: o valor dos custos variáveis modifica-se em proporção direta à quantidade produzida.
– Semi-fixos: são os custos fixos que podem variar de tempo em tempo, como aluguel reajustado, depreciação pela soma dos dígitos, etc.
– Semi-variáveis: são os custos variáveis que não acompanham linearmente a variação da produção, mas aos saltos, mantendo-se fixos dentro de estreitos limites. Exemplo contratação de supervisores.

As despesas também se classificam em fixas e variáveis:

– Despesas fixas: não variam em função do volume de vendas (…)
– Despesas variáveis: variam de acordo com o volume de vendas (…)

Como pode-se observar de acordo com a intensidade de produção, local e período os custos recebem uma denominação específica.

Dutra aborda custos em relação ao volume a seguir:

Quanto `a formação, os custos podem ser classificados em fixos, variáveis e mistos.

Define-se custos fixos como os custos de estrutura que ocorrem período após período sem variações ou cujas variações não ocorrem como conseqüência de variação no volume de atividade em períodos iguais. O exemplo característico é o aluguel de imóvel ocupado por indústria, cujo valor mensal é o mesmo em cada período considerado. Mesmo quando o valor do aluguel é reajustado, o custo continua fixo porque houve apenas uma atualização do valor contratado, em função da desvalorização do poder aquisitivo da moeda. Outro exemplo é a depreciação acumulada pelo método de linha reta, em que o valor de cada período é sempre o mesmo independentemente do volume produzido pelo equipamento que está sofrendo depreciação.

Defini-se custos variáveis como os custos que variam em função do volume de atividade, ou seja, da variação da quantidade produzida no período. Quanto maior o volume de atividade no período, maior será o custo variável e, conseqüentemente, quanto menor o volume de atividade no período, menor será o custo variável.

O custo variável apresenta-se subdividido em progressivo, constante e regressivo. (DUTRA,1991, p. 37).

2.4.3.4. QUANTO A CONTROLABILIDADE

Os custos podem ser classificados em controláveis e não controláveis:

– Controláveis: quando os itens de custo podem ser controlados por alguém dentro de sua escala hierárquica. Podem ser previstos, realizados e organizados pelo responsável da unidade, o qual poderá ser cobrado por desvios apurados.
– Não controláveis: fogem ao controle do chefe do departamento, como pr exemplo o salário do chefe. (CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1992, p. 20).

2.4.3.5. QUANTO A BASE MONETÁRIA

Em relação à base monetária os custos dividem-se em:

– Históricos: custos originais da época em que ocorreu a compra, pela nota fiscal.
– Históricos corrigidos: custos trazidos para o valor monetário atual.
– Correntes (ou de reposição): é um custo pra repor um item no total (…)
– Estimados: custos previstos, olhando para o futuro.
– Custo-padrão: custo estimado com maior eficiência, o custo ideal a ser perseguido numa empresa.(CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1992, p. 20).

2.5. DEPARTAMENTALIZAÇÃO

2.5.1. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO

Para VICECONTI (1993, p. 45) (…) “a Departamentalização consiste em dividir a fábrica em segmentos, chamados Departamentos, aos quais são debitados todos os custos de produção neles incorridos”

Segundo, MARTINS (2000, p.70) (…) “departamento é a unidade mínima administrativa para a Contabilidade de Custos, representada por homens e máquinas (na maioria dos casos), que desenvolve atividades homogêneas. Diz-se unidade mínima administrativa porque sempre haverá um responsável para cada Departamento”.

Conforme descreve o autor VICECONTI (1993, p. 45) (…) “os departamentos podem ser divididos em dois grupos: Departamentos de Produção e Departamento de Serviços”.

Para MARTINS (2000, p. 70 e 71) (…) “os Departamentos de Produção (também conhecidos por Produtivos) têm seus custos jogados sobre os produtos, já que estes passam inclusive fisicamente por eles”.

“Os Departamentos de Serviços (impropriamente chamados às vezes de Não-produtivos e também conhecidos por Auxiliares) geralmente não têm seus custos apropriados diretamente aos produtos, pois estes não passam por eles. Por viverem esses Departamentos para a prestação de serviços a outros Departamentos, têm seus custos transferidos para os que deles se beneficiam”. (MARTINS, 2000, p. 71).

Como descrito pelos autores, a Departamentalização de uma organização é e suma importância para que os custos diretos e indiretos sejam atribuídos aos produtos de uma forma justa.

2.5.2. PORQUE DEPARTAMENTALIZAR

Existem dois objetivos principais para a departamentalização dos custos, sendo eles:

1. Para haver uma melhoria no controle dos custos; 
2. Determinar com maior precisão o custo dos produtos.

VICECONTI (1993, p. 46), destaca que (…) “o objetivo de melhor controle dos custos é atingido porque a departamentalização torna a incorrência dos custos de produção no âmbito do Departamento como sendo de responsabilidade do respectivo chefe ou Supervisor”.

Quanto a determinação mais precisa do custo dos produtos, isto é devido que a departamentalização “diminui a arbitrariedade dos critérios de rateios” (VICECONTI, 1993, p. 46).

Para esta maior precisão existem dois casos:

– determinados custos, apesar de serem considerados indiretos em relação aos produtos, são diretos em relação aos departamentos.
– não são todos os produtos que tramitam por todos os Departamentos, e quando passam por todos, o fazem em proporções diferentes.

“Os produtos foram mais trabalhados em alguns Departamentos de Produção do que em outros”. (VICECONTI, 1993, p. 47)

Departamentalizar é acumular os CIF por departamento e rateá-los adequadamente aos produtos, em virtude de que a distribuição dos CIF aos produtos não é homogênea, entre estes departamentos.

Muitas organizações, efetuam o rateio dos CIF, ignorando o controle mais apurado que a departamentalização pode oferecer, efetuando o seguinte cálculo: apuram-se as horas trabalhadas nos produtos, e os custos totais indiretos são rateados pelo total destas mesmas horas trabalhadas, gerando um determinado valor final, o que não seria uma distribuição justa dos custos aos produtos.

Por outro lado, utilizando-se do processo de departamentalização, como por exemplo, efetua-se a análise da evolução das horas trabalhadas que cada produto levou para ser fabricado, verificam-se os gastos (exemplos) de: MOI, energia, manutenção e Outros CIF, que foram utilizados em cada produto durante o processo de produção em cada departamento.

Somando-se estes custos por departamento, dividindo-se pelo número de horas trabalhadas, também por departamento, efetua-se a apropriação do rateio aos produtos,

Podemos efetuar os cálculos sem a Departamentalização e com a Departamentalização, e comparando-se os rateios verificamos que (…) “a diferença é significativa e pode ter conseqüências, por exemplo, na fixação do preço de venda dos produtos. O rateio com departamentos e, sem dúvida, mais acurado” (VICECONTI, 1999, p. 48).

2.5.3. DEPARTAMENTO E CENTRO DE CUSTO

Para VICECONTI (1993, p. 45 e 46) (…) “na maioria das vezes o departamento é um Centro de Custos, ou seja, nele são acumulados os custos para posterior alocação aos produtos (Departamentos de Produção) ou a outros Departamentos (Departamento de Serviços). Em alguns, casos podem existir mais de um Centro de Custos num mesmo Departamento”.

É o caso que, apesar das atividades operacionais serem homogêneas, podem existir máquinas com diversas capacidades produtivas e operadas por pessoal especializado, e que seria correto, criar-se Centro de Custos por máquinas, para apuração e controle mais justo dos custos que deverão ser agregados a um determinado produto.

Centro de Custo, conforme define HORNGREN, (1972, p. 691) (…) “é a menor fração de atividade ou área de responsabilidade para a qual é feita a acumulação de custos”.



2.5.4. CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS COM A DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Podemos dizer que na prática, os custos dos departamentos de serviços necessitam ser alocados aos departamentos de produção e os custos comuns da fábrica ( aluguel, seguros, depreciação do prédio, impostos, etc) devem ser rateados a todos os departamentos.

Para que isto aconteça é preciso o seguinte:

– identificar os custos indiretos que podem ser alocados diretamente aos departamentos;
– ratear os custos comuns entre os departamentos;
– transferir os custos dos departamentos de serviços para os departamentos de produção, levando-se em conta os que tem mais custos a ratear;
– após a alocação dos custos aos departamentos de produção, atribuir aos produtos, utilizando-se de algum critério de rateio (MOD, horas trabalhadas, etc).

2.5.5. CRITÉRIO DE RATEIO DOS CIF PELOS DEPARTAMENTOS

Além de utilizarmos o sistema de departamentalização para acumularmos os custos e efetuarmos rateio destes, existem critérios que devemos analisar de cada situação, para que possamos descobrir uma medida para desdobro destes custos apropriando-se adequadamente aos produtos.

Para MARTINS (2000, p. 84) (…) “todos os Custos Indiretos só podem ser apropriados, por sua própria definição, de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateios, previsão do comportamento de custos etc. Todas essas formas de distribuição contêm em menor ou maior grau, certo subjetivismo; portanto, a arbitrariedade sempre vai existir nessas alocações, sendo que às vezes ela existirá em nível bastante aceitável, e em outras oportunidades só a aceitamos por não haver alternativas melhores. (Há recursos matemáticos e estatísticos que podem ajudar a resolver esses problemas, mas nem sempre é possível sua utilização.)”

MARTINS (2000, p. 84), comenta em seu livro Contabilidade de Custos, (…) “que a primeira medida a ser tomada é a separação entre Custos e Despesas”. VICECONTI (1999, p. 51) descreve que (…) “para efetuar o rateio dos CIF que são indiretos em relação aos departamentos e dos que representam custos comuns a todos eles, cada empresa deve estudar a sua situação específica para escolher critérios adequados que efetivamente reflitam a carga de custos que devam ser descarregados em cada um deles”.

Existem alguns exemplos amplamente utilizados pelas empresas na prática, que, mas que não deverão ser tomados como base única, conforme a seguir:

• Gastos relacionados com o edifício da fábrica como: Aluguel, Depreciação, seguros, Limpeza, Reparos e Imposto Predial
• Iluminação da Fábrica
• Gastos com escritório da Fábrica (inclusive os relativos à Contabilidade de Custos)
• Material Indireto
• Mão de Obra Indireta
• Almoxarifado
• Manutenção das máquinas
• Custo de Refeitório, Transporte e Assistência Médica dos empregados
• Energia Elétrica (força)

Área ocupada

Área ocupada, número de lâmpadas ou de pontos de luz.

Número de empregados, horas máquina trabalhadas ou horas trabalhadas / MOD

Material Direto

Número de empregados, horas trabalhadas / MOD

Custos do Materiais

Horas-máquina trabalhadas

Número de empregados

Kilowatt-hora consumido

2.5.6. MATERIAIS DIRETOS

2.5.7. MÃO DE OBRA DIRETA

2.5.8. APLICACACAO DOS CIF

2.6. SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS

2.6.1. SISTEMAS

Inicialmente, para podermos tratar deste assunto, devemos ter uma preocupação geral, do que vem a ser um sistema(1) .

O sistema aberto pode ser compreendido como um conjunto de partes em constante interação (o que ressalta um dos aspectos fundamentais da idéia de sistemas: a interdependência das partes), constituindo um todo orientado para determinados fins e em permanente relação de interdependência e com o ambiente externo (ou seja, influenciando e sendo influenciado pelo ambiente externo). Uma das implicações críticas dos conceitos de sistemas na Administração é justamente a concepção da empresa como ,um sistema aberto, pois tal visão ressalta que o ambiente em que vive a empresa é essencialmente dinâmico, fazendo com que um sistema organizacional, para sobreviver, tenha de responder eficazmente às pressões exercidas pelas mudanças continuas e rápidas do ambiente. (BIO. 1985, p.18)

Desta forma, como veremos neste trabalho, um sistema de acumulação de custos deve estar em constante interação com todas as partes, setores, departamentos e pessoas envolvidas, de modo que possa atingir um modelo ou padrão mínimo desejado. O autor cita acima, que os sistemas influenciam e são influenciados pelo ambiente externo, no sentido mais amplo. Mas especificamente em custos, o acompanhamento de todo o processo, deste a implantação até o início da operação e a colocação em prática deste sistema, vai sofrer muita influência externa, de modo que deve ser totalmente flexível e interagir com os outros sistemas dentro da entidade (financeiro, administrativo, contábil, etc) e principalmente ter um controle dentro de cada fase de implantação, ter um planejamento mínimo necessário de como acontecerão estas fases e, como veremos a seguir, a relação custo beneficio deste sistema.

A interdependência das partes fica bem explícita nos sistemas de acumulação de custos, no momento em que este, já implantado e em pleno funcionamento, começa a fornecer as informações detalhadas dentro de cada departamento e principalmente no que diz respeito ao seu objeto principal, a ACUMULAÇÃO DOS CUSTOS, procurando identificar onde cada custos esta inserido, qual processo está despendo mais ou menos recursos e se este altera as funções de cada departamento dentro do processo produtivo, ou seja, existe uma continuidade coerente dentro do ciclo produtivo? Um setor está usando todo tempo necessário para terminar uma operação? Um certo departamento não esta com “sobras de tempo”, enquanto outro falta? Essas perguntas, entre outras, devem estar presente sempre durante a “administração” do sistema que, desde o seu planejamento deve se procurar atingir o objetivo principal já prescrito nos planejamentos e nos controles do sistema.

No livro publicado pela Editora Atlas (BERNARDI. 1996, p.96), o autor refere-se a um projeto de implantação de sistema de acumulação de custos, e diz que o mesmo só será um bom projeto quando: “(…) é desenvolvido com base em informação aberta, motivação, treinamento e principalmente conscientização da importância dos dados, dos detalhes, da precisão por parte das operações. Os avanços no projeto devem ser gradativos, bem consolidados, etapa por etapa, de modo que assegure qualidade e confiabilidade nas informações”. Ou seja, todo projeto que irá envolver um número significativo de pessoas, materiais e que ocorrerão mudanças nos sistemas aplicados pela entidade até o inicio do mesmo, devem, ser bem planejados, localizar quais as partes envolvidas, e principalmente quais os objetivos que se devem alcançar.

Antes de se iniciado, o projeto deve conter os objetivos e os seguintes pontos:

• Quem são os usuários da,informação?
• O que se espera do sistema?
• Qual o principal objetivo
• Que informações são necessárias?
• Qual a freqüência das informações?

Para BERNARDI (1996, p.96) só serão alcançados os objetivos propostos e para se ter um bom sistema, deve-se fazer as seguintes perguntas acima, tendo em mente sempre as limitações, os recursos necessários, um bom planejamento e principalmente um acompanhamento durante todo o projeto.

2.6.2. SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS

Desta forma, um sistema de acumulação de custos é tão somente a forma, o método e o tipo como serão acumulados estes custos durante o processo produtivo de uma entidade. Faz-se necessário conhecer os custos de produção de um determinado produto pela entidade, pois é através destes métodos e sistemas adotados é que poderemos identificar a viabilidade desta produção, quanto desembolso, por quanto devo vender o produto além de inúmeras informações importantes.

PADOVEZE (1997, p.217) descreve estes métodos, sistemas e formas de acumulação em três segmentos básicos, conforme figura 01 abaixo:

Pode-se seguir como modelo, para nosso trabalho o esquema ora apresentado, dando a cada método, conceituações e formas de interpretação de outros autores.

PADOVEZE (1997, p.217), explica o esquema do sistema de acumulação de custos, dizendo que:

(…) a empresa tem condições de escolher o sistema de acumulação de custos que se coordena com seu processo produtivo. Uma indústria cujos produtos são manufaturados por encomenda deverá utilizar o sistema de acumulação por ordem. Uma indústria que fabrica seus produtos num fluxo contínuo de operações deverá utilizar o sistema de custeamento por processo. Quando os produtos de uma empresa iniciam-se num processo continuo e posteriormente, nas fases subseqüentes , tenham características de produção em lotes diferentes, esta deverá utilizar o sistema híbrido , acumulando os dados de custos pelo sistema por processo para as fases iniciais e por ordem ou encomenda para as fases finais.

O que o autor refere-se no parágrafo acima, é que primeiramente deve se definir ou identificar qual a forma de sistema que a empresa utiliza, ou seja, se ela trabalha com ordens especificas no seu ciclo operacional ou tem um processo continuo, onde faz produtos em escala e continuamente, sem se preocupar em alocar os custos diretamente àqueles produtos.

Para melhor entendimento e implantação de um Sistema de Acumulação de Custos, devemos seguir alguns passos e levantamentos preliminares e um profundo conhecimento de alguns aspectos, como cita PEREZ JR. (1999, p.87):

• Estrutura organizacional da empresa seja industria ou prestadora de serviços;
• Procedimentos operacionais ou processos de manufatura para confecção dos produtos acabados ou para a prestação dos serviços contratados;
• Controles físicos em níveis gerais e em nível de departamentalização;
• Tipos de informação de custos desejadas pela administração e demais usuários e
• Sistemas – ou métodos – adotados para a acumulação de custos nos diversos períodos e para os diversos produtos ou serviços.

Quando o autor fala em estrutura organizacional da empresa, devemos ter em mente qual o tipo de empresa que estamos trabalhando e que vai ser implantado o Sistema de Acumulação de Custos, conhecer o produto de sua área fabril (industrial ou prestadora de serviços). Devemos ainda, conhecer o caminho que percorre cada produto, desde sua origem, na aquisição das matérias primas até sua colocação para a venda e os problemas advindos de todo esse processo, como as limitações e os métodos de controle dos custos.

O principal objetivo da implantação de um sistema de acumulação de custos é de se conhecer quanto custa cada produto em cada fase da produção ou em um determinado período e principalmente quais os tipos de informações que este sistema irá fornecer aos seus usuários. Se o sistema for bem aplicado na indústria ou prestadora de serviços, este poderá contribuir muito para a sobrevivência das operações da entidade, bem como para o investimento e abertura de novos caminhos pra tomada de decisões. De outro lado, um sistema falho, poderá deixar informações importantes e relevantes, como por exemplo, se é viável ou não a produção em escala de determinado produto ou faz-se necessário trabalhar somente com pedidos por ordem; devemos cortar ou aumentar a produção deste ou daquele e avaliar ainda, qual fase da produção temos maior custo ou qual departamento despende maior gasto operacional.

Outra pergunta muito freqüente e que jamais poderia ser deixada de lado é o porque da implantação de um sistema de custos e os custos para a implantação deste sistema, ou seja, a relação custo-benefício que o mesmo trará para a entidade.

MARTINS (2000. p.378), responde esta pergunta de modo a ser entendido que o custo desta implantação poderá ser alto, mais deve-se pensar primeiramente nos benefícios que o mesmo trará.

A informação é generosamente cara. Cara porque consome tempo para ser obtida, tempo, às vezes, de equipamento para ser processada e tempo pra ser lida. Consome horas deste setores mais baratos até a Alta (e Cara) Administração.

A tendência é de, para se obterem as primeiras informações, gastar-se uma quantia razoável com a designação ou contratação de algumas pessoas especializadas. Após isso, a adição de numero de informações, bem como de sua qualidade, acaba por assumir o seguinte comportamento: o custo de algumas a mais é relativamente irrelevante até determinado ponto, por entrarem quase que automaticamente no Sistema; mas, a partir de certo momento, passam a exigir certo grau de sofisticação e de aumento de pessoal e papéis, que acabam por ter um acréscimo de custo muito grande.

Existem dois sistemas básicos de acumulação de custos, e temos inúmeros autores para citar, mas para ilustrar estes dois sistemas, que vem a ser a forma como a entidade aplica e controla seus custos, tomaremos, inicialmente, o conceito de LEONE (1997, p. 186), que diz:

Os dois sistemas básicos de acumulação de custos que se destinam a custear produtos e serviços são os seguintes: o sistema de custeamento por ordem de produção e o sistema de custeamento por processo. Estes dois sistemas são empregados amplamente e produzem informações para a determinação da rentabilidade (o custo dos produtos ou serviços vendidos), informação dirigida à Demonstração de Resultados do Exercício e para avaliação de estoques de fim de período (informação que vai compor o Ativo do Balanço Patrimonial). A diferença fundamental entre os dois sistemas está no objeto de custeio. Enquanto que para o sistema de ordens de Produção o objetivo e determinar o custo do produto ou serviço, para o sistema por processo, a finalidade primeira é acumular os custos do processo.

Esta definição traz claramente a distinção entre os dois sistemas, pois diz no sistema por ordem é determinar o custo direto do produto ou alocar os custos destes e no sistema por processo é de acumular os custos do processo.

Já MAHER (2001, p.189), cita três tipos de sistemas de acumulação de custos, de acordo com o tipo de organização.

(…) organizações que fabricam produtos individualizados – construtoras, por exemplo -, que utilizam o custeio por ordem; organizações em que a produção é realizado em um processo contínuo – fabricantes de refrigerantes por exemplo -, que utilizam o custeio por processo; e organizações que trabalham com base em operações – fabricantes de automóveis, por exemplo -, que utilizam o custo por operação. O custeio por operação combina aspectos de custeio por ordem – a atribuição de materiais diferentes a produtos diferentes -, com aspectos de custeio por processo – a atribuição do mesmo custo de conversão à mesma operação.

2.6.2.1. TIPOS DE SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS

Veremos agora, separadamente os dois métodos de custeio mais utilizados pelas empresas, o sistema de custeio por ordem e por processo:

Segundo PADOVEZE (1999, p.218), o sistema de custeio por ordem, os custos são alocados diretamente aos produtos e são anotados, especificamente para o mesmo produto ou uma série igual de produtos que irão despender os mesmos materiais, em fichas de controle.

(…) um sistema de custeio por ordem coleta os custos de cada serviço ou partida de produção fisicamente identificável, à medida que se muda através da fábrica, sem levar em conta o período que se realiza o trabalho. Para a apuração do custo total da ordem, a acumulação dos custos vai desde o início até o fim da produção dessa ordem, mesmo que ultrapassem o final do exercício contábil convencionado. É claro que no encerramento desse exercício serão levadas em conta as ordens em aberto.

Poderemos ter ainda varias definições de sistemas de custeio por ordem, onde todos os custos são alocados às ordens especificas e irão receber todos os custos até o término do lote ou dos produtos referentes a encomenda.

Outra definição que traz este tipo de custeio é a definição de LEONE (1997, p.192), que descreve o sistema por ordem como sendo:

(…) é um sistema pela qual cada elemento de custo é acumulado separadamente, segundo ordens específicas de fabricação, emitidas pela área industrial, de serviços ou comercial. A cada Ordem de Produção (lembre-se que este é um termo genérico) é atribuído um código que identifica um trabalho, ou serviço, a ser executado. Todos os documentos relacionados as operações e transações que envolvem a ordem de produção , sobretudo o consumo dos fatores de produção ou a realização de serviço, devem ser identificados à Ordem de Produção por meio daquele código.

O autor diz claramente que, ao solicitar um produto ou serviço especifico, o setor comercial ou de serviços, autoriza a área fabril, através de seus responsáveis, a executar todas as tarefas necessárias para execução da referida ordem, ou seja, abre-se uma “ficha” para o lote ou produto a ser vendido e começa-se a alocar todos os custos.

Utiliza-se para isso, criação de códigos específicos desde a cotação dos elementos necessários para cumprir o pedido até o término do mesmo. Caso o lote ou o produto ultrapasse o exercício social da empresa, faz-se o fechamento das fichas de controle até aquele determinado momento, somente para fins contábeis e de controle, mas continua-se a alocar todos os custos até o termino da produção do mesmo, como diz PADOVEZE (1997, p.219), (…) “para apuração dos custos totais da ordem, a acumulação dos custos vai desde o inicio até o fim da produção dessa ordem, mesmo que ultrapasse o exercício contábil convencionado. É claro que no encerramento desse exercício serão levadas em conta as ordens em aberto”.

Vários autores trazem modelos de folhas de controle de custo ou fichas de controle de custos para controle das ordens de produção. Estes modelos não são convencionados ou utilizados como obrigatório para as empresas, mas estas devem ter seus modelos de referência de acordo com suas necessidades e forma de trabalho.

Trazemos, a seguir, um modelo segundo PADOVEZE (1997, p.220), onde o autor traz os principais elementos que irão compor estas ordens ou fichas, sendo ainda, mais especifico, porque separa os custos por departamentos até chegar no custo final das ordens.

No sistema de custos por processo, não se atribui custo a determinado lote ou produto especifico, mas são alocados igualmente a cada processo de fabricação a um determinado período de tempo, num processo contínuo.

A forma de acumular os custos – o Si8stema de Acumulação – depende fundamentalmente das características do Sistema Produtivo, no que se refere à complexidade de tratamento dos dados.

Tradicionalmente, a maior importância do Sistema de Acumulação é conferida ao Custeio dos Produtos para valorização do Ativo e apuração de resultados (DRE).

Neste contexto, a clássica distinção entre Produção por ordem versus Produção por Processo não é relevante sob o ponto de vista lógico. A importância do Sistema de Custos, neste sentido, destaca-se nos processos de Avaliação de Resultados e de Desempenhos, quando a preocupação com a acumulação linear dos gastos, por ordem ou por processo, é substituída pela Identificação dos gastos a alguma unidade cuja relação seja objetivamente mensurável: Produtos, Lote, Eventos, Atividade, Área, Turno, etc. A escolha da unidade específica, em determinada circunstância, depende dos objetivos de custos perseguidos naquele instante.

A produção por ordem ocorre quando a empresa programa a sua atividade produtiva a partir de encomendas específicas de cada cliente. È o caso, por exemplo, da industria produtora de maquinas e equipamentos e dos fabricantes de piscinas. Cada pedido tem características especiais de tamanho, de capacidade e de outros atributos que o tornas praticamente único (diferente dos demais).

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COGAN, Samuel. Custos e preços: formação e análise. São Paulo: Pioneira, 1999.

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Contabilidade Introdutória. Equipe de professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP; coordenação Sérgio de Iudícibus. 9 ed. São Paulo: Atlas, 1998.

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LUFT, Celso Pedro. Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa. 7 ed. São Paulo: Scipione,1988.

MAHER, Michael. Contabilidade de Custos: criando valor para a administração. São Paulo: Atlas, 2001.

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VICECONTI, Paulo Eduardo V, NEVES, Silvério das. Contabilidade de Custos: Um Enfoque Direto.

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