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sexta-feira, março 29, 2024

A Competência Interdisciplinar do Superior frente a uma Proposta Renovada

Este estudo é de natureza bibliográfica, para ampliar nossos conhecimentos enquanto profissionais comprometidos com uma educação renovadora.

O foco desta reflexão é o papel do Supervisor através da Ação Interdisciplinar. Promovendo uma nova postura diante do conhecimento, uma mudança de atitude em busca da unidade do pensamento.

O ponto de partida e de chegada de uma prática interdisciplinar está na ação. Desta forma através do diálogo que se estabelece entre as disciplinas e entre os sujeitos das ações, a interdisciplinaridade “devolve a identidade às disciplinas, fortalecendo-as” e evidenciando uma mudança de postura na prática pedagógica. Tal atitude embasa-se no reconhecimento da provisão do conhecimento, no questionamento constante das próprias posições assumidas e dos procedimentos adotados, no respeito à individualidade e na abertura à investigação em busca da totalidade do conhecimento.

Não se trata de propor a eliminação de disciplinas, mas sim da criação de movimentos que propiciem o estabelecimento de relações entre as mesmas, tendo como ponto de convergência a própria ação. Se engajar num processo de investigação, re-descoberta e construção coletiva de conhecimento, que ignora a divisão do conhecimento em disciplinas.

Ao compartilhar idéias, ações e reflexões, teremos mudanças positivas no processo pedagógico da escola, buscando uma unidade de trabalho.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………………………………………….

CAPÍTULO I
INTERDISCIPLINARIDADE ………………………………………………………………………………………..
1.1UMA POSTURA INTERDISCIPLINAR…………………………………………………………………….
1.2A INTERDISCIPLINARIDADE AO ALCANCE DA ESCOLA……………………………………

CAPÍTULO II
A AÇÃO DO SUPERVISOR NA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO SÉCULO XXI…..
2.1 SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA EDUCATIVA………………………………………………
2.2 A COMPETÊNCIA PARA ENSINAR: PROFESSOR NO SECÚLO XXI………………………

CAPÍTULO III
A EDUCAÇÃO EM TEMPOS MODERNOS……………………………………………………………………
3.1 A ESCOLA E A CRISE DOS IDEAIS DA MODERNIDADE……………………………………….
3.2 O SUPERVISOR ESCOLAR COMO ARTICULADOR………………………………………………..

CAPÍTULO IV
SUPERVISOR FRENTE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS……………………………………………………..
4.1 O NOVO PERFIL DO SUPERVISOR ESCOLAR………………………………………………………..
4.2 A AÇÃO DO SUPERVISOR NA PRESENÇA CONSTANTE DOS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO……………………………………………………………………………………………………………

CONSIDERAÇÕES FINAIS………………………………………………………………………………………….

BIBLIOGRAFIA…………………………………………………………………………………………………………..

INTRODUÇÃO

Este estudo visa atender a exigência do curso de Pós-Graduação em Supervisão Escolar das Faculdades Integradas Jacarepaguá. Bem como ampliar nossos conhecimentos, enquanto profissionais comprometidos com uma educação renovadora. Que vise buscar novos conhecimentos para formação de indivíduos letrados, promovendo uma ponte de libertação e autonomia de ser pensante e atuante na sociedade.

A essa busca, temos o desafio de assegurar a abordagem global da realidade, para um campo aberto de uma prática interdisciplinar. Permitindo o desenvolvimento do sujeito como um todo, de acordo com suas condições, possibilidades e entendimento.

É nessa perspectiva que a ação pedagógica de efetivação da interdisciplinaridade se dá pelo desenvolvimento da sensibilidade de uma formação adequada e necessária na arte de entender e esperar. Uma postura única, engajada e comprometida frente aos fatos da realidade educacional e pedagógica.

Inicialmente será apresentada no primeiro capítulo, uma síntese do que se entende por interdisciplinaridade. Nessa síntese, destaca-se como se dá nossa relação com o mundo social, natural e cultural, como se dá o conhecimento e como se realiza um fazer docente pautado no conceito de interdisciplinaridade.

Analisa-se também a postura interdisciplinar diante do conhecimento, uma mudança de atitude em busca da unidade do pensamento. Apresenta-se também a interdisciplinaridade ao alcance da escola, capaz de formar novos educadores a uma nova pedagogia.

Dessa forma, no segundo capítulo, abordará a ação do Supervisor na formação dos professores no séc.XXI. Uma ação que deve estar pautada nos quatro pilares da educação. O profissional da área da educação deve ter o espírito crítico e sempre em busca de novos conhecimentos.

Ressaltam-se características relevantes que os educadores devem possuir para que eles consigam uma prática inovadora, diante de uma postura interdisciplinar.

Apresenta-se, no terceiro capítulo, a educação em tempos modernos, o despertar de um novo formato para a escola. Um trabalho de criatividade e responsabilidade, pois a escola incorpora elementos significativos do projeto da modernidade.

Analisa-se o Supervisor Escolar como articulador, desenvolvendo um trabalho participativo, comprometido com os demais profissionais da educação.

Outras questões no quarto capítulo fizeram parte deste estudo, como: o novo perfil do Supervisor Escolar, a competência do Supervisor frente às novas tecnologias e a ação do Supervisor Escolar na presença constante dos quatro pilares da educação. Enfatizando que a sua ação e contribuição no objetivo de ajudar os professores a uma prática renovadora em suas atividades interdisciplinar, a fim de nortear seu trabalho em sala de aula.

Sem dúvida diante desse estudo o ponto importante será a competência interdisciplinar do Supervisor Escolar em sua ação pedagógica, tornando-se uma ferramenta indispensável para os educadores.

CAPÍTULO I

INTERDISCIPLINARIDADE

Que se entende por interdisciplinaridade? Como se dá nossa relação com o mundo social, natural e cultural? Como se dá o conhecimento? E como se realiza um fazer docente pautado no conceito de interdisciplinaridade?

Entre os princípios pedagógicos que estruturam as áreas de conhecimento destaca-se como eixo articulador, a interdisciplinaridade. Para observância da interdisciplinaridade é preciso entender que as disciplinas escolares resultam de recortes e seleções arbitrários, historicamente constituídos, expressões de interesses e relações de poder que ressaltam, ocultam ou negam saber.

Alguns campos de saber são privilegiados em sua representação como disciplinas escolares e outros não. Historicamente são valorizados determinados campos do conhecimento escolar, sob o argumento de que se mostram úteis para resolver problemas do dia a dia. A forma de inserção e abordagem das disciplinas num currículo escolar é em si mesma indicadora de uma opção pedagógica de e propiciar ao aluno a construção de um conhecimento fragmentário ou orgânico e significativo, quanto à compreensão dos fenômenos naturais, sociais e culturais.

O desenvolvimento das ciências e os avanços da tecnologia, no século XX constataram que o sujeito pesquisador interfere no objetivo pesquisado, que não há neutralidade no conhecimento, que a consciência da realidade se constrói num processo de interpenetração dos diferentes campos do saber.

É necessário um planejamento conjunto que possibilite a eleição de um eixo integrador, que pode ser um objeto de conhecimento, um projeto de intervenção e, principalmente, o desenvolvimento de uma compreensão da realidade sob a ótica da globalidade e da complexidade, uma perspectiva centrada na realidade.

1.1. UMA POSTURA INTERDISCIPLINAR

Interdisciplinaridade é um termo que não tem significado único, possuindo diferentes interpretações, mas em todas elas está implícita uma nova postura diante do conhecimento, uma mudança de atitude em busca da unidade do pensamento.

Nesse sentido, não estou me referindo à interdisciplinaridade como uma teoria geral e absurda do conhecimento, nem a compreendo como uma ciência aplicada, mas sim como o estudo do desenvolvimento de um processo dinâmico, integrador e, sobretudo, diálogo.

O ponto de partida e de chegada de uma prática interdisciplinar está na ação. Dessa forma, através do diálogo que se estabelece entre as disciplinas e entre os sujeitos das ações, a interdisciplinaridade “devolve a identidade as disciplinas, fortalecendo-as” e evidentemente uma mudança de postura na prática pedagógica. Tal atitude embasa-se no reconhecimento da provisão do conhecimento, no questionamento constante das próprias posições assumidas e dos procedimentos adotados, no respeito à individualidade e na abertura à investigação em busca da totalidade do conhecimento.

Não se trata de propor a eliminação de disciplinas, mas sim da criação de movimentos que propiciem o estabelecimento de relação entre as mesmas, tendo como ponto de convergência a ação que se desenvolve num trabalho cooperativo e reflexão.

A partir de todos esses referenciais, é importante que os conteúdos das disciplinas sejam vistas como instrumentos culturais, necessários para que os alunos avancem na formação global e não como fim de si mesmos.

  • Expressar-se através de múltiplas linguagens e novas tecnologias;
  • Posicionar-se diante da informação;
  • Interagir, de forma crítica e ativa, com o meio físico e social;

A interdisciplinaridade, atualmente, está sendo tratado com a solução para o restabelecimento de uma nova ordem na educação ensino, no país.

O terno interdisciplinaridade significa uma relação de reciprocidade, de mutualidade, que pressupõe uma atitude diferente a ser assumida rente ao problema do conhecimento, ou seja, é a substituição de uma concepção fragmentária para uma concepção unitária de ser humano.

A Interdisciplinaridade pressupõe:

  • Uma atitude de abertura, não preconceituosa, onde todo o conhecimento é igualdade importante, onde o conhecimento individual anula-se frente ao saber universal.
  • Uma atitude coerente, sendo que é na opinião crítica do outro que se fundamenta a opinião particular, supondo uma postura única, engajada e comprometida frente aos fatos da realidade educacional e pedagógica.

A ação pedagógica de efetivação da interdisciplinaridade se dá pelo desenvolvimento da sensibilidade, de uma formação adequada e necessária na arte de ensinar e esperar, em desenvolvimento da criação e imaginação.

1.2. A INTERDISCIPLINARIDADE AO ALCANCE DA ESCOLA

Em nosso atual sistema educacional, devido a diversos fatores, praticamente é inexistente o trabalho interdisciplinar. Ainda não conseguimos superar o positivismo presente tanto no ensino quanto na pesquisa. O máximo que têm conseguido realizar são encontros disciplinares, fruto da imaginação criadora, da curiosidade, do espírito mais aberto e (porque não dizer?) da coragem de alguns docentes que ousam desafiar o autoritarismo.

A interdisciplinaridade constitui um motor de transformação, capaz de formar novos educadores a uma nova pedagogia.

Embora ensinar a ler e escrever seja tarefa da escola, que prioriza a modalidade culta da língua, não basta ao professor de português conhecer gramática tradicional. O conhecimento de outras disciplinas que convergem para o estudo da língua também é necessário.

A fragmentação do saber através da especialização está a exigir uma nova interação das disciplinas.

É importante deixar claro que a prática docente, ao adotar a interdisciplinaridade como metodologia no desenvolvimento do currículo escolar, não significa o abandono das disciplinas, nem supõe para o professor uma “pluri-especialização”.

Temos então a interdisciplinaridade como um campo aberto para que de uma prática fragmentada por especialistas possamos estabelecer novas competências e habilidades através de uma postura pautada em uma visão do conhecimento e a capacidade de auto-aprendizagem.

Conclui-se que a Interdisciplinaridade pode ser vista como uma nova concepção do saber e do processo de ensinar, ou seja, um novo princípio norteador da reorganização dos diversos objetos de estudo e de reformulação das estruturas pedagógicas. Na prática, para superar a fragmentação do saber decorrente de especialização, a interdisciplinaridade representa uma possibilidade de diálogo e de interação entre as disciplinas.

CAPÍTULO II

A AÇÃO DO SUPERVISOR NA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO SEC.XXI

Ao longo de toda a história da educação, observa-se que muito tem sido feito no intuito de melhorar os padrões educacionais brasileiros. Entretanto nota-se, nos dias atuais, que esse padrão está longe de ser alcançado.

O século XXI está apenas começando e ainda tem a mesma marca do século anterior. Posto que durante muito tempo concebeu-se a docência como uma prática imediata de metodologia já formulada, sendo a sala de aula um campo de ação onde o agir descobre o pensar.

As reflexões feitas frente às inúmeras questões que perpassam o processo educativo proporcionam aos professores e pedagogos, uma mudança em sua prática, resultando na busca de alternativas para a concretização e o aprimoramento de sua formação permanente, com a prática pedagógica exercida pelos professores, possibilita que estes questionem reelaborem suas práticas docentes. Na formação de educadores faz-se necessário que este busque participar de forma crítica e compromissada com a educação. A ação do Supervisor Escolar deve estar pautada nos quatro pilares da educação.

As práticas da formação de professores também devem considerar estes quatros pilares. Uma cultura científica crítica como suportes teóricos ao trabalho docente, conteúdos instrumentais que assegurem o saber-fazer, uma estrutura de organização e gestão das escolas que propiciem espaço de aprendizagem e de desenvolvimento profissional.

Essa formação há que considerar a importância da formação teórica, de uma cultura crítica. A escola é um dos lugares específicos do desenvolvimento de capacidades e competências, implicando sempre a reflexividade. Tanto em relação ao professor crítico reflexivo, quanto ao prático reflexivo ou intelectual crítico, não atingiremos o objetivo sem o desenvolvimento de capacidades e competências do pensar-raciocínio, análise e julgamento que propicia a autonomia, autodeterminação, condição de luta pela emancipação intelectual.

O educador é o dirigente da ação pedagógica, e é na prática da educação que o educador se educa. Mesmo freqüentando uma escola de Educação não está garantido o êxito do professor. A função do educar é peculiarmente relevante e exige de nós um esforço incessante de atenção e renovação de si mesmo. Ele não se educa antes, para exercer, depois a prática da educação.

Diante dessa realidade questiona-se: A atividade docente é uma prática para a qual se pode preparar em poucas centenas de horas ou ao contrário. Naturalmente, é preciso definir aqui o que se entende como sendo a atividade do professor: um sujeito que está inserido no processo de humanização, que faz a educação por meio do ensino, que está implicando na tarefa propiciar a apropriação crítica, criativa, como mediação para a construção da consciência, do caráter e da cidadania plena para todos, então, certamente, o encaminhamento será outro.

2.1 SABERES NECESSÁRIOS Á PRATICA EDUCATIVA

“Paulo Freire” no livro: Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à prática Educativa: nos mostra que formar alunos é muito mais que depositar conhecimentos é o aproveitamento do que o aluno trás de seu cotidiano em sua comunidade, para o convívio escolar.

Onde o profissional da área da educação deve ter o espírito crítico, ético, coerente que deve estar presente na prática educativa. Devendo ser sem interesse lucrativo, ou seja, o professor deve lecionar por amor e por querer ser uma pessoa mais atuante numa sociedade, pois assim ele irá estar influenciado em vidas e podendo ser a sua influência construtiva ou destrutiva, dependendo do modo que agir.

Para que isso ocorra o educador deve ir à busca de novos conhecimentos, ter vontade de aprender, mais para se aprimorar, deve demonstrar interesse em sempre estar se atualizando e assim contribuirá cada vez mais no seu trabalho de formação de indivíduos, pois, para “Paulo Freire” o homem e a mulher são capazes de aprender demonstrando alegria e esperança se esses formem estimulados, na convicção de que a mudança é possível.

Aprender é uma descoberta criadora, com abertura ao risco e a aventura do ser, pois ensinando se aprende e aprendendo se ensina.

O ensino é muito mais que uma profissão, ele exige variados saberes no seu processo dinâmico de promoção da autonomia de todos os educadores, ou seja, o educador deve estar preparado para que em qualquer momento o aluno possa perguntar ou demonstrar interesse na atividade que estiver sendo proposta para ser trabalhada, sem deixar o aluno constrangido frente de seus condiscípulos, dando espaço para que o mesmo possa perguntar ou expor sua idéia em determinado assunto.

O professor promove a inclusão de todos os alunos numa sociedade letrada, ou seja, ele promove uma ponte de libertação e autonomia de ser pensante e influente no seu próprio desenvolvimento. Com isso o individuo passa a poder ter um papel mais atuante em sua sociedade, podendo assim ter o direito de escolher com maior lucidez, pois o individuo que depende de outras pessoas para que leiam para eles em seu cotidiano, não consegui assim expor sua necessidade e seu pensamento com maior facilidade.

Segundo Freire, a sociedade é composta por homens e mulheres, estão na sociedade os seres atuantes são homens e mulheres, profissionais como, por exemplo, os professores e as professoras, a educação não depende somente do professor (homem), mais de todo os indivíduos que fazem parte de uma sociedade, a mulher também tem um amplo papel na sociedade, pois nessa profissão existem muitas mulheres que se tornam bastante influente na área da educação. Então devemos tratar todas as pessoas com igualdade, todos têm seu papel na sociedade em que vivem e assim são seres insubstituíveis, todos são necessários no processo de formação de indivíduos.

2.2. A COMPETÊNCIA PARA ENSINAR: PROFESSOR NO SÉCULO XXI

O início deste milênio aponta um panorama educacional que apresenta pequenas mudanças, o panorama na educação no Brasil demanda a necessidade de se estabelecer uma prática mais reflexiva.

A noção de competência, do Latim, refere-se à capacidade de compreender uma determinada situação e reagir adequadamente frente a ele, ou seja, estabelecer uma avaliação dessa situação de forma proporcionalmente justa para com a necessidade que ela sugerir a fim de atuar da melhor maneira possível.

A competência relaciona-se ao “saber fazer algo” que por sua vez envolve uma série de habilidades, a competência manifesta-se num conjunto, por meio da articulação de diversas habilidades.

Uma competência sempre está associada a uma mobilização de saberes, não é um conhecimento “acumulado”, mas a virtualidade de uma ação a capacidade de recorrer do que se saber para realizar o que se deseja.

As competências constituem, portanto padrões de articulação do conhecimento a serviço da inteligência. A relação entre conhecimento focal que se pode explícita, e o conhecimento subsidiário, não é a mesma que existe o que se pode conhecer constantemente e o que se tem registrado de alguma forma do consciente.

Propor ao professor uma prática inovadora é uma tarefa desafiadora para o Supervisor. Acompanhar esse trabalho possibilita desencadear um processo de reflexão na ação, durante o qual o professor vivência um novo jeito de ensinar e aprender e mediante essa nova experiência, revê sua maneira de ser e fazer.

A formação do professor é também resultado de uma atividade interdisciplinar, à medida que exige dele o domínio de conhecimentos que extrapolam a sua mera especialização disciplinar. No ensino de Língua Portuguesa, o professor deve conhecer, por exemplo, Psicologia, para nortear seu trabalho em sala de aula, pois a metodologia a ser empregada dependerá de sua visão sobre aquisição da linguagem. Pode-se dizer que somente assim terá condições de estabelecer um trabalho coerente entre teoria e prática.

Assim, a formação do professor de língua deve ocorrer nessa perspectiva interdisciplinar. A fragmentação do saber através da especialização está a exigir uma nova interação das disciplinas. Nessa ação a relevância metodológica é indiscutível, “porém” é necessário não fazer-se dela um fim, pois interdisciplinaridade não se ensina nem se aprende, apenas vive-se, exerce-se e por isso exige uma nova Pedagogia.

“Interdisciplinaridade” não são ciência, nem ciência das ciências, mas é o ponto de encontro entre o movimento de renovação de atitude frente aos problemas de ensino.

Também não é uma maneira que garantirá um ensino adequado, ou um saber unificado, mas um ponto de vista que permite uma reflexão aprofundada, crítica e salutar sobre funcionamento do mesmo.

CAPÍTULO III

A EDUCAÇÃO EM TEMPOS MODERNOS

A educação é uma exigência da vida em sociedade. O homem tem consciência dos seus instintos, porque esta não repete uma programação hereditária, ele tem que inventar uma forma de viver. Se a educação não existisse, seriamos como animais. A nossa cultura precisa ser transmitida, e isto é feito através da educação. A falta da educação é um desrespeito as normas de boas convivências. Na escola, chamamos a falta de educação de atitudes indisciplinadas. Se na escola há falhas na informação e formação, é por causa da falta de educação ou indisciplina por partes dos educados.

Quem é responsável pela educação das crianças é a família. Depois a escola. Um problema na família repercute na escola. Em nossos dias a família está projetando suas responsabilidades sobre a escola, temos percebido que a escola não tem tido tanto êxito na formação coletiva. Os pais simplesmente encaminham seus filhos à escola no intuito que esta os programe. Percebemos que a família projeta esta responsabilidade na escola, porque não tem conseguido conciliar a busca de sustento com sua formação.

Nas leis brasileiras surge a tendência ao aumento do tempo e das responsabilidades da escola. Em meio às dificuldades os professores se dão conta de suas responsabilidades como educadores, percebem-se despreparados e coagidos a mostrarem resultados positivos para sociedade, bem como as escolas, para cumprirem as novas tarefas. Manifesta-se ai a expectativa de que, além dos papeis convencionais, aspectos ligados a comportamento sexual, afetividade, padrões de convivência social e cidadania, familiarização com novas tecnologias e outros mais sejam também sistematicamente tratados pela escola.

Pensar um novo formato de escola é sempre um trabalho de imaginação pedagógica e sociológica. Mesmo que inspiradas em experiências concretas, tal reflexão é um exercício de criatividade e extrapolação.

3.1. A ESCOLA E A CRISE DOS IDEAIS DA MODERNIDADE

A generalização da escolarização no mundo ocidental liga-se aos pressupostos básicos do
esclarecimento, liberdade, autonomia, maioridade, humanidade, progresso, emancipação, direitos humanos, razão social e outros.

Emerge desses pressupostos a concepção de que este mundo será aquilo o que dele decidiremos fazer. Não há como negar ter sido até aqui a escola, simbolicamente, a depositária privilegiada desta visão que tem na ciência e no trabalho, ou seja, na dominação humana sobre a natureza, o referencial, por excelência da própria humanidade.

A educação escolar incorpora os elementos mais significativos do projeto da modernidade, tanto aqueles aparentemente cumpridos, como o conhecimento a serviço do bem estar humano. Por isso outro lado, a educação escolar oferece imensas possibilidades de uma atuação liberada, pois é em si mesmo, um exemplo de planejamento e racionalização de ações. Está ao nosso entorno e em nosso coração um dos maiores fracassos da modernidade, a igualdade de oportunidades.

Alem do mais, tem encarado o desvinculamento entre o saber e o uso que dele se pode fazer, ou seja, entre conhecimento e vista. Uma escola com função ampliada não deixa de carregar os elementos contraditórios. Constitutivos dessa tradução. Mas a nosso ver, pode ainda conter algo mais: esclarecidos os nossos objetivos, e as formas que assumirão suas práticas, também pode conter elementos críticos a essa mesma tradição.

Ou seja, também pode vir a compor um conjunto de ações sociais que levam à superação dos aspectos da experiência da modernidade hoje vulneráveis a uma teoria crítica radical. Essa formação, entretanto, só se torna possível na medida em que compartilhamos um tipo de crítica à tradição da modernidade que, mesmo quando reconhece rupturas, rejeita a negação radical dessa tradução.

Entretanto, muitos autores desenvolvem argumentação críticas à modernidade e suas categorias, que caminham em direções mais complexas e menos céticas. Essas, ao invés de reduzirem, ampliam a possibilidade de se pensar uma educação escolar que contenha elementos críticos.

A partir dessa visão, a escola precisa reformular-se em profundidade, mas estaria mantendo a possibilidade de permanecer cumprindo o papel central de formação das novas gerações.

Essa reformulação implicaria mudanças, criando caminhos rápidos e desimpedidos entre ela e a vida que corre fora dela, em sua maneira de lidar com o conhecimento, rejeitando uma abordagem unidimensional do saber. E em sua maneira de receber reformulação estaria juntamente uma nova compreensão daquele que é o pressupor fundamental de todos os valores da modernidade: a razão universal.

3.2. O SUPERVISOR ESCOLAR COMO ARTICULADOR

O trabalho do Supervisor Escolar diz respeito ao Cotidiano escolar que, por sua vez, deve estar relacionado com o movimento da sociedade local e mundial. O Supervisor possui um comprometimento com a formação da cidadania dos alunos. Ele precisa estar atento ao trabalho coletivo da escola atuando harmoniosamente com os demais profissionais da educação, realizando um trabalho interdisciplinar.

Precisa desenvolver através de um trabalho participativo e conjunto, onde todos estão comprometidos com o processo e os resultados. Essa função deve ser exercida por um pedagogo devidamente habilitado em Supervisão Escolar, com profundo conhecimento de suas atribuições na rotina diária de uma escola, procurar cumprir dentro das normas legais, as determinações do Núcleo Gestor.

Esse profissional além da formação em pedagogia deve possuir uma vivencia com a comunidade, pois as suas ações vão influir na formação moral e profissional de cada escola, seu papel é de suma importância para a escola e para o processo educativo.

A educação socializa e permite a humanização do homem. O objetivo primário da Socialização dos alunos na escola é a preparação para a sua incorporação no mundo de trabalho. Esta é a função primordial imposta pela sociedade. Essa preparação exige não só o desenvolvimento de idéias e capacidades, mas também a formação de atitudes e comportamentos.

A função secundária da socialização na escola é a formação do cidadão. Preparar o aluno para a vida.

O papel da escola vai além da reprodução de idéias convencionais e deve sim amenizar as desigualdades sociais, capacitar todos os indivíduos de conhecimento e senso crítico para que possam inserir-se na Sociedade em igualdade com os demais.

A escola introduz idéias e conhecimentos que a sociedade adulta requer. Os alunos assimilam os conteúdos dos currículos escolares e das comunicações que se dão na sala de aula.

A função educativa deverá ir mais além do processo de reprodução conservador imposto pela cultura dominante.

A função educativa da escola deve centrar-se em dois pontos descritos por Sacristán e Gómez (2000). Organizar o desenvolvimento radical da função compensatória das desigualdades de origem mediante a atenção e o respeito pela diversidade. Provocar e facilitar a reconstrução dos conhecimentos, das disposições e das pautas de condutas que a criança assimila em sua vida paralela e anterior à escola.

A escola não pode anular discriminações, mas pode amenizar os seus efeitos e acabar com a idéia de que as desigualdades sociais fazem parte do cenário e de que nada se pode fazer.

A sua contribuição é adotar um modelo flexível e plural que atenda as diferenças, ou seja, adotar um currículo escolar com igualdade de oportunidades, onde a organização da aula, escola e do profissional docente garantam o tratamento das diferenças com cada aluno e sua responsabilidade, e não no nível homogêneo. Outro objetivo da escola é a participação na formação do individuo, suas atitudes e formas de conduta.

A escola deve proporcionar a comparação aberta de idéias para estimular o pensamento critico e a ação dos alunos, e cobrar a participação de todos de forma efetivas diferentes tarefas que se desenvolve na escola e que constitui o modo de viver em comunidade. Para tanto se exigir uma transformação das praticas pedagógicas e sociais, assim como das diferenças e atribuições dos educadores.

A vida escolar ganha sua alma e atratividade pela ação acolhedora, conciliadora e estimulante do Supervisor Escolar.

Cabe ao Supervisor Escolar, juntamente com professores e demais membros do Núcleo Gestor, as atividades e o ensino consolidados sobre o conceito de formação do comportamento, que tem por objeto a preparação do aluno para seu autoconhecimento e autocompreensão, e o desenvolvimento de sua capacidade para o relacionamento interpessoal

CAPÍTULO IV

SUPERVISOR FRENTE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS

O mundo vive uma mutua mudança de paradigma, desconforto de todos em busca de respostas diante de tantas mudanças, que se deve em grande parte ao avanço da tecnologia.

O que o professor ou o Supervisor Escolar tem a ver com isso? Muita coisa. Por quê? Pelo simples fato de que as pessoas com as quais eles lidam direta ou indiretamente, estão vivendo essa mudança e precisam do auxilio do professor e do supervisor para saber como aproveitar essa mudança. Os alunos, crianças e adolescentes, estão dentro desse mundo repleto de informações, novidades tecnológicas convivendo diariamente com isso, e os professores supervisores não podem excluir-se, mostrar-se descrentes ou amedrontados diante de tudo isso.

A busca de novas técnicas ou métodos que auxilia o aprendizado do aluno é algo constante na ação do supervisor, dessa forma o uso da tecnologia é algo que vem auxiliar essa ação. Professor e Supervisor devem caminhar juntos procurando conhecer todas as possibilidades oferecidas pela tecnologia que os auxiliem a desenvolver o ensino e uma aprendizagem em que a criatividade e a interação sejam as principais características.

O Supervisor Escolar na questão do uso adequado da tecnologia deve ser parceiro do professor no sentido de conhecer todos os recursos disponíveis, buscando a sua melhor utilização. Nada adianta fazer uso dessa tecnologia se isso não é feito da melhor maneira possível. As crianças, os adolescentes até podem apresentar, muitas vezes, um conhecimento bem adiantado de todas as ferramentas tecnológicas hoje existentes, mas o conhecimento não será útil se ele não for utilizado de maneira criativa pelo supervisor e professor que deve caminhar junto, procurando desenvolver todos os trabalhos envolvendo a tecnologia, a competência critica dos alunos.

O uso adequado da tecnologia no ambiente escolar requer cuidado e atenção por parte do professor para avaliar o que vai ser usado e reconhecido que pode ou não ser útil para facilitar a aprendizagem dos seus alunos tornando-os críticos, cooperativos, criativos. Alem disso, requer do Supervisor Escolar uma disposição para aceitar o novo, conhecê-lo se não profundamente, por parte, para ser capaz de julgá-los e procurar encaixá-lo sua pratica e na vida do professor da sua escola.

De essa forma concluir-se que o uso das novas tecnologias na educação, no ambiente escolar é algo que existe e deve ocorrer. No entanto, é algo que deve ser feito com cuidado para que a tecnologia (computador, internet, programas, CD-ROM, televisão, vídeo ou DVD) não se torne para o professor apenas mais uma maneira de “enfeitar” as suas aulas, mais sim uma maneira de desenvolver habilidades e competências que serão úteis para os alunos em qualquer situação de suas vidas. Os usos das tecnologias devem proporcionar dentro do ambiente escolar uma mudança de paradigmas, uma mudança que vise à aprendizagem e não o acumulo de informações.

4.1 O NOVO PERFIL DO SUPERVISOR ESCOLAR

O novo perfil do supervisor deve ser baseado em princípios, que representam um paradigma, e uma supervisão de personalidade, que é muito diferente do tradicional.

A atuação do supervisor dos tempos atuais deve ter na ação diária a presença constante dos quatros pilares da educação: aprender a conhecer aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser.

Uma supervisão capaz de criar diretrizes, que sejam facilitadoras do processo ensino aprendizagem bem como a busca de uma educação aberta ao novo, com os olhos voltados para o futuro, uma educação de qualidade, que se tornam necessárias devido a essas transformações. O ser humano deve ser educado não somente visando sua capacidade intelectual, mas o conjunto que forma e faz de cada individuo um ser complexo e maravilhoso.

O supervisor deve estar atento as relações pessoais e adotar uma postura de problematiza-dor docente assumindo com o grupo atitude de indagar, comparar, responder, opinar, duvidar, questionar, apreciar e desnudar situações de ensino.

Através da “Ação Interdisciplinar”, as atitudes surgem de forma a promover o diálogo, a reflexão e a comunicação entre o grupo, bem como o respeito pelos conhecimentos advindos do nosso senso comum de diferentes áreas, possibilitando a obtenção de novos saberes, assim como a reelaborarão e compreensão de conhecimentos anteriores, ou seja, assumir novos paradigmas necessários.

O Supervisor Escolar como mediador alem de desempenhar um papel teórico importante no projeto político pedagógico deve programar novos processos de aprendizado.

Existem muitas maneiras e oportunidades de contribuir para que as pessoas se desenvolvam em suas atividades escolares.

O Supervisor mediador deve buscar e ter a seguinte visão:

  • Acompanhar o professor no planejamento de atividades diárias, tomada de decisões, resoluções de problemas e revisão de conteúdos de forma interdisciplinar.
  • Instrumentalizar o professor na ação docente, avaliando os acertos e desacertos na pratica tendo como base referencial teórico, visando o replanejamento.
  • Realizar o levantamento de dificuldades encontrado no desenvolvimento da proposta metodológica da escola, refletindo e buscando alternativa para a superação das mesmas com o grupo.
  • Registrar sistematicamente a sua praxe na Supervisão Escolar, bem como o trabalho pedagógico desenvolvido, incentivando os diferentes registros como instrumento de reflexão, analise e construção do fazer pedagógico.
  • Incentivar o grupo de professores a buscar novas informações, atividades diversificadas e atualização na disciplina de atuação, aplicando os novos conhecimento e técnicas, visando um ensino contextualizando.

Esse novo estilo da Supervisão Escolar, comprometido com a construção do projeto político pedagógico, tem a marca da participação. Sendo mediador encaminha contribuindo com o grupo para atingir objetivos e resultados.

A figura do Supervisor Escolar que, apenas da às ordens e exige obediência esta ultrapassada. O moderno conceito Supervisão esta associado, ao Supervisor Escolar como gestor de qualidade, a capacidade de fazer acontecer, mobilizar, motivar, debater, transmitir informações, buscar o consenso e orientar funcionários.

Em suma, o Supervisor Escolar tem a sua disposição um amplo repertorio comportamental capaz de lhe oferecer flexibilidade e adaptabilidade e mudança. Mais do que isso: algumas ferramentas essências para uma Supervisão participativa.

4.2 A AÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR NA PRESENÇA CONSTANTE NOS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO

A educação ao longo de toda vida basea-se nos quatro pilares. O Supervisor Escolar,
portanto deve ter sua ação diária pautada nesses pilares. Aprender a conhecer aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver.

APRENDER A CONHECER

Aprender a conhecer, esse tipo de aprendizagem que visa não tanto à aquisição de um repertório de saberes codificados, mas antes os domínios dos próprios instrumentos podem ser considerados, simultaneamente, como um meio e uma finalidade da vida humana. Meio, porque se pretende que cada um aprenda a compreender o mundo que o rodeia, pelo menos na medida em que isso lhe é necessário para viver dignamente, para resolver as suas capacidades profissionais, para comunicar. Finalidade, porque seu fundamento é o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir.

O aumento dos saberes, que permite compreender melhor o ambiente sobre os seus diversos aspectos, favorecem o despertar da curiosidade intelectual, estimula o sentido critico e permite compreender o real, mediante aquisição de autonomia na capacidade de discernir.

Aprender para conhecer supõe, antes de tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento. Desde a infância, sobre tudo na sociedade dominada pela imagem televisiva, o jovem deve aprender a aprender prestar atenção as coisas e as pessoas.

O processo de aprendizagem do conhecimento nunca esta acabada e pode enriquecer-se com qualquer experiência. Nesse sentido, liga-se cada vez mais a experiência do trabalho à medida que esse se torna menos rotineiro. A educação primaria pode ser considerada bem sucedida, se conseguir as pessoas o impulso e as bases que façam com que continuem aprender ao longo de toda vida, no trabalho, mas também fora dele.

APRENDER A FAZER

Aprender a conhecer e aprender a fazer é, em larga medida, indissociáveis. Mas a segunda aprendizagem esta mais estreitamente ligada à questão da formação profissional: como ensinar o aluno a por os seus conhecimentos e, também, como adaptar a educação, ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será sua evolução?

Exprime aquisição não somente de uma qualificação profissional, mas de competência que torne a pessoa apta a enfrentar variadas situações e trabalhar em equipe. Aprender a fazer envolve assim o âmbito das diferenças sociais e de trabalho.

Aprender a fazer não pode, pois, continuar a ter um significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, parta fazê-lo participar no fabrico de alguma coisa. Como conseqüência as aprendizagens devem evoluir e não podem mais ser consideradas como simples transmissão de pratica mais ou menos rotineira, embora essas continuem a ter um valor formativo que não é de desprezar.

APRENDER A SER

A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. Todo ser humano deve ser preparado, especialmente graças à educação que recebe na juventude, para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida.

Mas do que preparar as crianças para uma dada sociedade, o problema será então fornecer-lhe constantemente forças e referencias intelectuais que lhes permitam compreender o mundo em que as rodeia, e comportarem-se nele como autores responsáveis e justos. Mas do que nunca a educação parece ter um papel essencial, conferir a todos os seres humanos a liberdade de pensamento, discernimento, sentimentos e imaginações que necessitam, para desenvolverem seus talentos e permanecerem, tanto quanto possível dono do seu próprio destino.

APRENDER A CONVIVER

Sem duvida, esta aprendizagem representa, hoje em dia, um dos maiores desafios da vida. O mundo atual é, muitas vezes, um mundo de violências que se opõem as esperanças postas por alguns no progresso da humanidade. A História humana sempre foi conflituosa, mas há elementos novos que se acentuem o perigo, especialmente, o potencial de autodestruição criado pela humanidade criada no século XX.

A idéia de não ensinar a não violência na escola, continua valendo, mesmo que apenas constitua um instrumento, entre outros, para lutar contra os preconceitos geradores de conflito.

A tarefa é árdua porque, muito naturalmente, os seres humanos têm tendências a supervalorizar as suas qualidades e as do grupo a que pertencem e alimentar preconceitos desfavoráveis aos outros.

A educação, portanto deve utilizar duas vias complementares. Num primeiro nível, a descoberta progressiva do outro. Num segundo nível, ao longo de toda vida, a participação em projetos comuns.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme se procurou demonstrar neste estudo, a interdisciplinaridade pode ser vista como uma nova concepção do saber e do progresso de ensinar, ou seja, um novo princípio norteador da reorganização dos diversos objetos de estudo.

A interdisciplinaridade representa uma possibilidade de diálogo e interação entre as disciplinas. Uma atitude de abertura, onde todo o conhecimento é igualmente importante.

Conclui-se, portanto a interdisciplinaridade esta ao alcance da escola e constitui um motor de transformação, capaz de formar novos educadores a uma nova pedagogia.

Diante dessa inovação a educação, as reflexões feitas frente a estas questões que perpassam o processo educativo proporcionam aos professores e pedagogos, uma mudança em sua pratica, resultando na busca de alternativas para a concretização e o aprimoramento de sua formação.

Articular os conhecimentos teóricos, obtidos através da formação permanentes, com a prática pedagógica exercida pelos professores, possibilita que estes questionem e reelaborem suas praticas docentes. E na formação de educadores faz-se necessário que este busque participar de forma critica e compromissada com a educação.

Desta forma o novo perfil do Supervisor Escolar, teve ter ação diária dos quatro pilares. Nesse sentido, a educação é antes de tudo uma viagem interior, cujas etapas correspondem à maturação continua da personalidade.

Os tempos e as áreas da educação devem ser repensados, completar-se e interpenetrar-se de maneira a que cada pessoa, ao longo de toda a sua vida possa tirar o melhor partido de um ambiente educativo em constante ampliação.

Essa perspectiva deve, no futuro, bem próximo, inspirar e orientar as reformas educativas, a uma nova proposta pedagógica.

Reestruturar e atualizar os métodos educacionais empregados nas escolas brasileiras é um desafio para os profissionais envolvidos com a educação.

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Os Quatro Pilares da Educação. Disponível em: <http:// educalara.vilabol.wol.com.br/pilares.

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