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sexta-feira, dezembro 13, 2024

Atuação do Enfermeiro na Assistência de Criança Portadora de Diabetes

1- INTRODUÇÃO

O Diabete Mellitus (DM) Tipo 1 é o distúrbio metabólico mais comum da infância e da adolescência, com importantes conseqüências para o desenvolvimento físico e emocional. O paciente com Diabete Mellitus Tipo 1 defronta-se com importantes alterações no estilo de vida, que incluem a exigência absoluta e diária de insulina exógena, a necessidade de monitorar sua própria glicemia e a necessidade de prestar atenção a sua ingestão alimentar.

A doença não é comum em crianças nas idades de 1 a 4 anos, sendo diagnosticada entre as idades de 5 a 15 anos. O Diabete Mellitus Tipo 1 incide em homens e mulheres em números iguais, o diagnóstico e/ou tratamento é verificado através das manifestações clínicas citadas pelo cliente no histórico familiar e apresenta como fatores de risco, o sedentarismo, obesidade, etc.

Após confirmado o diagnóstico de Diabete Mellitus Tipo 1 a assistência de enfermagem é desenvolvida através da realização do processo de enfermagem, iniciando pelo histórico do paciente no qual se levanta os problemas e diagnósticos de enfermagem, afim de buscar elementos que possam subsidiar à assistência de enfermagem que se define como um ato ou efeito de assistir, presença constante, proteção, amparo, auxílio e ajuda. Preconiza-se que qualificar a assistência ao cliente diabético principalmente à criança, faz-se necessário buscar estratégias efetivas, mediante uma abordagem integral, envolvendo os elementos fisiopatológicos, psicossociais, educacionais e de reorganização da atenção a saúde.

Este estudo justifica-se pela nossa observação em campos de estágio de um crescente número de crianças portadoras de diabetes, sem orientação de como lidar com a doença e suas vertentes, sendo então a motivação para a escolha dessa temática a importância que se deva ter em especial com esta clientela.

A referida pesquisa tem como objeto de estudo às ações de enfermagem a criança portadora de Diabetes Melittus, tendo como objetivo descrever a atuação da enfermagem à criança portadora de Diabetes Mellitus tipo 1, problematizando de que forma a enfermagem atua e orienta na educação à saúde, a criança portadora de Diabetes Melittus.

Diante do exposto, a relevância do estudo se traduz em demonstrar que uma boa assistência de enfermagem a uma criança portadora de Diabete Mellitus vai muito além de ações que permeiam a doença, pois colabora com um estilo de vida melhor de cada paciente e de seus familiares.

Este estudo pretende contribuir para conscientização dos profissionais e acadêmicos de enfermagem sobre a importância da educação/orientação, como norteadores das ações de enfermagem a criança portadora de Diabetes Mellitus, estimulando também a busca de uma especialização do profissional enfermeiro nesta área, como também contribuir para futuras pesquisas relacionadas ao tema.

2 – METODOLOGIA

Trata-se de um estudo bibliográfico, exploratório, descritiva de abordagem qualitativa, pois esta visa buscar a realidade que não pode ser quantificada (crenças, valores, atitudes etc.). Esta abordagem não trabalha com dados numéricos, preocupa-se com significados, com freqüência, embora, não podendo ser traduzidos em números e indicadores.

A pesquisa teve como cenário, artigos científicos encontrados na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), BDENF, livros e revistas, onde buscou-se identificar na literatura científica a atuação do enfermeiro na assistência à criança portadora de Diabete Mellitus Tipo 1. Para seleção das obras, foram utilizados os descritores: cuidados de enfermagem, criança e diabete. Selecionamos os que mais correspondem a nossa temática de pesquisa.

Analisamos os artigos e escolhemos os que tiveram mais afinidade com o objetivo proposto neste estudo. Realizado como primeiro passo uma leitura pré-seletiva, o qual permite eliminar o dispensável, para fixar-se no que é de real interesse, além da coleta de dados com informações sobre intervenções de enfermagem, e suas avaliações concomitantes. Foram encontrados 1.400 artigos. 

O próximo passo foi realizar um refinamento dos artigos encontrados, devido o excessivo número de estudos encontrados sendo escolhidos os que tiveram mais afinidade com o objetivo proposto no estudo, utilizando descritores em duplas. Encontrados 34 artigos que corresponderam às indagações da pesquisa.

Por fim utilizou-se uma leitura critica, interpretativa do material encontrado visando subsidiar a pesquisa, realizando a categorização dos dados, de forma a responder o problema do estudo. Desta forma chegamos a 08 artigos que constituiu a bibliografia potencial. De posse deste material realizamos uma leitura analítica que será discutida a seguir.

3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

Baseado no resultado da pesquisa encontramos 3 categorias, que serão abordadas a seguir.

3.1 CONTEXTUALIZANDO A DIABETES MELLITUS INFANTIL.

O Diabete Mellitus (DM) é uma doença do metabolismo, caracterizada por deficiência total ou parcial do hormônio insulina, que por sua vez causa hiperglicemia. É resultado da adaptação metabólica ou alteração fisiológica em quase todas as áreas do organismo. Trata-se do distúrbio mais freqüente da infância, verificando-se uma incidência máxima no início da adolescência.

As formas principais do Diabetes Mellitus são divididas nas que são causadas por deficiência de secreção de insulina devido a uma destruição das células β pancreáticas e as que são conseqüência de uma resistência à insulina ao nível dos músculos esqueléticos, fígado e tecido adiposo com vários graus de distúrbios das células β.1

Sendo assim, podemos classificar o Diabetes em três tipos: Diabetes tipo 1, Diabetes tipo 2, Diabetes gestacional. No Diabetes tipo 1, também chamado de Diabetes juvenil ou Diabetes insulinodependente, ocorre uma destruição parcial ou total das células produtoras de insulina do pâncreas, fazendo com que a criança necessite de insulina exógena para sua sobrevivência. Aproximadamente 5 a 10% das pessoas que têm diabetes, é do tipo 1. O tipo mais comum do diabetes é o tipo 2 no qual o pâncreas produz insulina, mas as células do corpo não respondem a ela. O tipo 3 é chamado de Diabete gestacional, pois aparece durante a gestação, causado por resistência à insulina provocada pela secreção de hormônios pela placenta e pelo aumento dos níveis de estrogênio, progesterona e cortisol.

O Diabete Mellitus (DM) afeta populações de vários países, em todos os estágios de desenvolvimento. Mesmo com os atuais avanços tecnológicos e científicos, esta doença ainda promove profundas alterações orgânicas, emocionais e sociais, que suscitam necessidades constantes de cuidado, principalmente o tipo 1, onde falaremos com mais detalhes daqui para frente.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Diabete Mellitus tipo 1 é uma das mais importantes doenças crônicas na infância em esfera mundial. Nos Estados Unidos da América dos 651.000 casos novos são diagnosticados a cada ano, 11.000 são em crianças e adolescentes, constituindo-se assim na segunda mais importante doença crônica, nestas faixas etárias, neste país No Brasil, estima-se que haja mais de 8 milhões de pacientes diabéticos sendo 10% desses casos o Diabete Mellitus tipo 1.

O Diabete Mellitus tipo 1, outrora designado Diabete Mellitus insulinodependente, ou, ainda, Diabete juvenil, é caracterizado por níveis baixos ou ausentes de insulina endógena e dependência de insulina exógena para evitar o desenvolvimento de cetoacidose, uma complicação aguda do DM tipo 1. O início ocorre predominantemente na infância com a média da idade entre 5 e 15 anos, mas pode apresentar em qualquer idade. O DM tipo 1 é caracterizado por distribuição auto-imune das células β das ilhotas pancreáticas.1

Os pacientes com DM tipo 1 defrontam-se com importantes alterações do estilo de vida, que incluem a exigência absoluta e diária de insulina exógena, a necessidade de prestar atenção à sua ingesta alimentar. A morbidade e a mortalidade derivam de desequilíbrios metabólicos agudos e das complicações em longo prazo (geralmente na idade adulta) que afetam os pequenos e os grandes vasos resultando em retinopatia, nefropatia, neuropatia, doença cardíaca isquêmica e obstrução arterial com gangrena das extremidades. As manifestações clínicas agudas são devidas à cetoacidose, que acompanha a hiperglicemia e a hipoinsulinemia. A etiopatogemia do DM tipo1 é relacionada com fatores auto-imunes; as complicações em longo prazo são relacionadas com distúrbios metabólicos (hiperglicemia).

Os sintomas normalmente aparecem de repente e com toda força e incluem polidipsia, polifagia, cansaço, boca seca, perda de peso sem perda do apetite, poliúria e nictúria.

Também pode manifestar “cetoacidose diabética”, onde aos sintomas acima se associa a desidratação intensa, náuseas, vômitos e dor na barriga, podendo evoluir rapidamente para um quadro de coma na falta de atendimento rápido. O Diabetes tipo 1 instala-se geralmente de forma aguda, em dias a semanas.

O diagnóstico é feito através de coleta do sangue para dosagem dos níveis da glicemia. Essa dosagem deve ser feita em jejum e, se a glicemia for maior ou igual a 126mg/dl, deverá ser repetido para confirmação. O Diabetes é confirmado quando o valor da glicemia, mesmo em jejum, persiste em ficar igual ou acima de 126mg/dl somados aos sintomas ditos acima.

O tratamento consiste no controle da glicemia e é obtido com dieta sem alimentos que contenham açúcar, exercícios físicos regulares e aplicações diárias de injeções de insulina. A auto-monitorização, através de testes feitos em casa, e exames laboratoriais de rotina são indispensáveis para o sucesso do tratamento, bem como para evitar crises de hipoglicemia.O objetivo do tratamento é conseguir que a glicemia de jejum permaneça entre 80 – 120 mg/dl e as demais glicemias do dia, inferiores a 140mg/dl, mas estes objetivos podem variar de acordo com circunstâncias individuais.

O tratamento do DM interfere no estilo de vida, é complicado, doloroso, depende de autodisciplina e é essencial à sobrevida. A abordagem terapêutica envolve vários níveis de atuação, a aquisição de conhecimento sobre a doença, a habilidade de auto-aplicação da insulina e o autocontrole da glicemia, a manutenção da atividade física regular e o apoio psicossocial.

Reconhecendo a gravidade da situação e relação existente entre o grau de controle glicêmico e o aparecimento de complicações e seqüelas, esforços têm sido empreendidos na tentativa de elucidar os mecanismos etiológicos da doença, e os avanços no tratamento, objetivando buscar soluções de impacto sobre a doença e melhoria da qualidade de vida das pessoas acometidas.

Segundo PUPO et al para se conseguir um bom controle do Diabete é extremamente importante à educação do paciente e da família, deixando explícito que esta deva ser introduzida no início do tratamento, tão logo tenha passado o primeiro impacto do diagnóstico.

3.2 A FAMÍLIA JUNTO À CRIANÇA NO ENFRENTAMENTO A DIABETES MELLITUS TIPO 1.

As doenças crônicas são caracterizadas pela longa duração de seu tratamento, além de imporem limitações e mudanças no estilo de vida, envolvendo, não somente o portador, mas também o núcleo familiar; esta participação da família poderá interferir positivamente nos comportamentos de adesão a regimes terapêuticos.

Ainda segundo Brito no tocante à criança, o esperado é que ela viva situações de saúde, para crescer e desenvolver-se dentro dos limites da normalidade. No entanto, quando esta se encontra na condição de doente, seu comportamento necessita ser modificado, devido a alteração que ocorre no seu cotidiano, com limitações físicas provenientes da doença, podendo ser freqüentemente submetido a hospitalizações, que podem ocasionar alterações no seu complexo biopsicossocial.

A doença crônica não age só na criança, afetando também os demais membros da família, mesmo indiretamente e em graus variados, fazendo com que as organizações habituais e funcionais familiares sejam modificadas. Nesse contexto observamos que se faz necessário que a enfermagem tenha além do conhecimento científico, uma sensibilização que proporcione um ambiente de equilíbrio entre as modificações necessárias ao controle da doença e a estabilidade e conforto do paciente.

Portanto corroboramos com o Guedes quando diz ser o resultado positivo da cooperação dos membros familiares com o portador de doença crônica em que perpassa pelo entendimento da doença em si, do tratamento, dos cuidados específicos, de sensibilização e sentimentos positivos como amor, carinho, responsabilidade, afetividade, dentre outros e assim a enfermagem estará possibilitando o despertar do familiar, para participar no cuidado, de forma consciente e reflexiva, sem um cunho totalmente paternalista assistencialista.

3.3 A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO À CRIANÇA PORTADORA DE DIABETES MELLITUS TIPO 1.

O processo pelo qual a enfermagem poderá chegar a desenvolver uma ação competente, se faz por meio da ótica do cuidar de forma integral, visualizando o ser em seu contexto biopisicossocioespiritual. Considerando o cuidado, não apenas como uma atividade ou tarefa executada no sentido de tratar uma lesão, aliviar um desconforto e auxiliar na cura de uma doença. A atividade de cuidar procura ir além, tentando captar o sentido mais amplo: o cuidado como forma de expressão, de relacionamento com o outro ser e com o mundo, enfim, como forma de viver plenamente.

Quanto às intervenções de enfermagem que envolve a criança no aprendizado sobre sua doença, entendemos no decorrer do curso de graduação assim como a literatura revela, que à medida que a criança adquire um maior conhecimento sobre os conceitos relacionados às doenças e as habilidades cognitivas, tornam-se mais capazes de relatar sintomas da doença com precisão, concordar com regimes de tratamento prescrito, adaptar-se as doenças e tomar decisões esclarecidas sobre medidas de saúde preventiva, o qual encontramos também enfatizado pelo estudo do Guedes.

Em relação à baixa auto-estima situacional, os cuidados de enfermagem estão voltados para facilitar a exteriorização dos sentimentos de tristeza e ansiedade, para isso, podemos utilizar recursos lúdicos, como desenhos, pinturas e uso de fantoches, estas atividades proporcionam momentos de descontração e alegria para a criança e seus familiares.

A equipe de enfermagem deve estar atenta ao rodízio na aplicação da insulina para evitar complicações, tais como fibroses, tumorações, hipertrofias, nódulos e placas. Os locais preferenciais para aplicação de insulina em pediatria são: parte externa e superior dos braços, partes laterais e frontais das coxas e abdome. Geralmente a injeção de insulina é subcutânea, mas em certas eventualidades, como no coma, a insulina pode ser feita diretamente na veia.

A prática de enfermagem implica em cuidar do outro. Já que a palavra cuidar hoje em dia é tão mencionada, deve ser também compreendida para que possamos entender o próximo, construir laços e para que haja eficácia quando nos referimos ao cuidado. O grande desafio do ser humano é combinar trabalho com cuidado. Eles não se opõem, mas se compõem juntos constituem a integralidade da experiência humana. Logo, na assistência à criança com Diabete Mellitus não se pode perder essa dimensão do cuidar, pois a essência do ser humano é o cuidar na sua integridade.

O enfermeiro deve desenvolver atividades educativas junto aos clientes e as famílias, principalmente em relação as suas dúvidas sobre a doença e a forma de aplicação de insulina, focando os horários das aplicações de insulina, explicando detalhadamente a técnica asséptica, administração correta, locais e ângulo de aplicação, dosagens, formas de acondicionamento e rodízio dos locais de aplicação.

De acordo com Silva, a assistência de Enfermagem junto ao cliente portador de Diabetes Mellitus consiste de um conjunto de orientações para a saúde visando à conscientização e mudança de comportamento frente a sua problemática, com o propósito de levá-lo a atuar preventivamente, diminuindo os danos decorrentes da evolução natural da doença, investindo no desenvolvimento da capacidade e das habilidades do indivíduo para o auto cuidado. O Enfermeiro pode contribuir ativamente para que ele possa levar uma vida mais independente.

Ainda na abordagem a pesquisa de Silva et al, corroboramos com o mesmo que só se pode esperar o cumprimento das orientações dadas ao cliente/família à medida que lhes é dado oportunidade real para conhecer os problemas e aprender a lidar com eles. A Consulta de Enfermagem é um momento através do qual, pode-se ajudar na conscientização dos clientes diabéticos a respeito da doença e seu controle tornando-os mais ativos no próprio tratamento.10

Atualmente os clientes de diversas patologias estão mais exigentes e pouco a pouco mais participativos no seu próprio tratamento. Em relação aos portadores de diabetes isto é fundamental, visto que envolve, entre outros aspectos, a mudança de comportamento e o desenvolvimento de ações de auto cuidado. O Enfermeiro como membro da equipe de saúde é um elemento multiplicador de conhecimentos através da promoção de educação em saúde aos clientes diabéticos que então proporcionará o desenvolvimento de hábitos sadios de vida que possibilitem maior segurança e melhor aceitação da doença.

É de fundamental importância que o Enfermeiro desperte no cliente a motivação para o exercício de ações de auto cuidado, buscando mudança de idéias, concepções, comportamentos e atitudes a fim de conquistar a auto – estima, vontade de aprender, controlar e conviver com o diabetes. Segundo o Ministério da Saúde, a educação é a chave para a melhoria da qualidade de vida dos clientes diabéticos e o objetivo mais importante da educação em diabetes seria fazer o cliente mudar de atitude internamente, tomando – o mais consciente e ativo no controle da doença. Logicamente através do engajamento em ações de auto cuidado, eles podem aprender a satisfazer suas necessidades individuais.

Conforme Silva et al, o papel da Enfermagem em educar, controlar e prevenir as complicações do Diabetes Mellitus nos clientes, objetiva a melhoria do seu estilo de vida e dos seus familiares. Em decorrência da falta de orientações, as grandes maiorias dos clientes confundem as complicações do diabetes com os sinais e sintomas que apresentam no seu dia-a-dia, demonstrando não ter consciência dos riscos que a patologia poderá acarretar.

O prognóstico desses pacientes depende fundamentalmente do controle da glicemia, do tempo de doença e da presença de complicações. Ainda não é possível evitar o aparecimento do Diabete Mellitus tipo 1, entretanto suas complicações podem ser prevenidas através do empenho do paciente, na realização da dieta, nas aplicações diárias de insulina conforme recomendação médica, na auto monitorização da glicemia e na prática regular de exercícios físicos.

4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Diabetes Mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por alterar a homeostase da glicose provocando aumento da glicose sangüínea, sendo esta secundária a distúrbios na secreção e/ou ação da insulina no organismo. Por ser uma doença crônica, a eficácia de sua terapêutica depende da adesão do paciente e da participação dos profissionais de saúde no processo de controle do DM, através da implementação de atividades voltadas para educação e orientação ao auto-cuidado do diabético.

De acordo com a visão da assistência à saúde na contemporaneidade, empenhada na promoção à saúde e prevenção de doenças através da educação continuada, o Ministério da Saúde afirma que a educação é a parte essencial do tratamento e constitui um direito e dever do paciente sendo por isso um dever dos profissionais de saúde oferecer-lhe informações necessárias para “formar” atitudes positivas de saúde ou “modificar” comportamentos negativos em saúde. Neste contexto, destaca-se o profissional de Enfermagem como o principal ator social no Programa de controle da DM, cujo papel de elaborar e implementar estratégias para promoção do auto-cuidado nesses pacientes é permanente.

A análise dos estudos evidenciou também, que a enfermagem tem papel fundamental na equipe multidisciplinar, que atende o paciente diabético, que suas atividades visam a promoção da saúde, através de orientações quanto a prevenção das complicações da doença. Através da consulta de enfermagem, o enfermeiro consegue êxito na adesão do paciente diabético ao esquema terapêutico, representado pela redução da pressão arterial, controle da glicemia e início de prática de exercícios, além de conseguir rastrear casos de dislipidemia e distúrbios oftalmológicos. Mediante aos resultados encontrados, concluímos que a educação na assistência à saúde do paciente portador de DM tipo 1 é um processo necessário e comprovadamente responsável por grandes mudanças no processo saúde-doença, diminuindo os números de internações desnecessárias pela doença e suas complicações.

Pela literatura pesquisada, verificou-se que portadores de Diabetes Mellitus ressentem da falta de orientações quanto à doença e tratamento. Contudo, mesmo entre aqueles que se consideram informados, existe a falta de conscientização quanto à necessidade de alterações pessoais no estilo de vida. Entretanto, conseguir a adesão do cliente a tratamentos que exigem mudanças de comportamento nem sempre é uma tarefa fácil para os profissionais da área de saúde.

O Enfermeiro é um profissional apto a realizar consulta de enfermagem, diagnosticando e orientando, sobretudo adaptando o tratamento ao que o cliente necessita, também é capacitado no sentido de esclarecer a importância na mudança de estilo de vida, implementando, modificando e melhorando esta qualidade aos clientes em geral e em especial como visto neste estudo, a criança portadora de Diabetes Mellitus tipo 1, assim cabe a enfermagem baseado numa visão holística, um desenvolvimento de uma reflexão critica, para que possa ser atuante e transformadora de comportamentos, promovendo o auto-cuidado, através do processo educativo em relação ao conhecimento da doença e o entendimento das dificuldades encontradas.

REFERÊNCIAS:

1- Behrman, Kliegman, Jenson. Tratado de Pediatria. Tradução da 17ª Ed. Vol. 2 Elsevier.

2- Brito Daniele, Guedes Tatiane, Victor Janaína, Medeiros Adriana. O Cuidado de Enfermagem em uma Criança com Diabetes Mellitus Tipo 1. [on line] [Acesso em 2009 Mai 11] Disponível em: <http://www.portalbvsenf.eerp.usp.br/scielo>. Revista de Rede de Enfermagem do Nordeste.

3- Góes Anna, Vieira Maria, Júnior Raphael. Diabete Mellitus tipo 1 no Contexto Familiar e Social.[On line] [Acesso em 2009 Mai 25]. Disponível em:<http://www.medicinacursos.com.br>.

4- Leite Mário. Diabetes Juvenil – Diabetes Tipo 1. [on line] [Acesso em 2009 Jun 02]. Disponível em: <http://www.policlin.com.br/drpoli/049>.

5- Antonia Cristina, Zanetti Maria. Auto Aplicação de Insulina em Crianças Portadoras de Diabetes Mellitus tipo1. [on line] [Acesso em 2009 Jun 05]. Disponível em: <http://www.portalfarmacia.com.br>.

6- Rocha Luciano. Crescimento e Composição Corporal de Crianças com Diabetes Mellitus tipo1. [on line] [Acesso em 2009 Mai 11]. Disponível em: <http://pt.shvoong.com/medicine-and-health>.

7- Edilza Maria Schmitz. A Enfermagem em Pediatria e Puericultura. System ad North American Nursing Diagnostic Association (NANDA). Ed. Atheneu.

8- Faeda Alessandra, Martins Cassandra, Leon Ponce. Assistência de Enfermagem a um Paciente Portador de Diabetes Mellitus. Revista Brasileira de Enfermagem. Nov- dez 2006.

9- SILVA, H. M. Programa de Assistência Ambulatorial de Enfermagem para Pacientes Diabéticos. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, 2005, pág. 289-299.

10- SILVA, M. O. et al. Participação do Enfermeiro na Equipe Multiprofissional do Plano de Educação, Controle e Prevenção do Diabetes Mellitus no HUCFF-RJ.Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, 2005, pág. 133-144.

11- O Enfermeiro na Orientação ao Cliente Portador de Diabetes Mellitus DM-1 Tipo 1. [on line] [Acesso em 2009 Jun 15]. Disponível em: <www.uniandrande.edu.br >.

12- BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de diabetes – O Atendimento do Diabético na Rede Básica de Saúde. pág. 86-89. 2000.

13- Guimarães Valéria, Castro Cláudio, Sampaio Mariângela, Borges João. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. [on line] [Acesso em 2009 Jun 15]. Disponível em: <http://www.sempr.org.br/saibamais>.

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