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sexta-feira, novembro 15, 2024

Evolução da Hotelaria em Natal – RN

Autoria: Carolina Malleb

A EVOLUÇÃO DA HOTELARIA NO BRASIL E EM NATAL

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo principal relatar a evolução da hotelaria a partir da década de 90, tanto no Brasil como na cidade do Natal. Nos dois, foi dado um tópico superficial no seu histórico, justamente para esclarecer a importância do setor hoteleiro, que beneficia tanto quem precisa dos serviços prestados pelos mesmo, como para quem presta os serviços.

1. HISTÓRIA DA HOTELARIA NO BRASIL

O Brasil ainda é considerado um país jovem e nossa tradição em hospedagem foi baseada nos modelos europeus e posteriormente, norte-americano.

Os primeiros grandes hotéis brasileiros erguidos por imigrantes, que viam na nova terra boas possibilidades de sucesso logo no início , quase toda a estrutura dos hotéis era importada, pois o Brasil era um país não industrializado e por esse motivo tinha que comprar no exterior os materiais que não fabricava.

A hotelaria brasileira começou a crescer meados do século XIX, quando muitas capitais e cidades principais de nosso país ganharam grandes e elegantes hotéis. No entanto, só após a II Guerra Mundial é que a atividade hoteleira foi intensificada e hoje encontra-se quase lado a lado da hotelaria internacional.

1.1 HISTÓRICO DA HOTELARIA

Não é de hoje que a hotelaria corre atrás de algum tipo de conforto para o próprio bem estar, em 1703 um anônimo viajante francês, de passagem pelo Rio de Janeiro disse que foi obrigado a dormir a bordo do seu navio porque não havia como na França, hospedarias nem quartos mobiliados para alugar.

Já em 1787, o cirurgião inglês John White, considerou o maior incômodo não achar café ou hotéis onde pudéssemos tomar refresco ou passar uma ou duas noites em terra.

Apenas no ano de 1870 que começa a aparecer em São Paulo os primeiros estabelecimentos hoteleiros dignos dessa dominação, em 1984, 1.711 hotéis já tinham sido classificados pela EMBRATUR. Em 1986 é fundada a

Associação Paulista de Albergues da Juventude, até então este tipo de hospedagem alternativa (Albergues) era desconhecida no Brasil.

1.2 EVOLUÇÃO DA HOTELARIA A PARTIR DA DÉCADA DE 90

A hotelaria é uma indústria que cresce a cada dia que passa, devido as exigências dos consumidores, pois, os mesmos procuram cada vez mais conforto, comodidade e qualidade a um preço mais acessível. Todos os dias a concorrência aumenta, pois, o mercado só emprega profissionais capacitados a tender as necessidades do consumidor, pelo simples fato de serem eles os principais produtos da hotelaria. Além de visar lucros o setor hoteleiro se preocupa principalmente com a qualidade do serviço que está sendo prestado, estando sempre correndo atrás de um diferencial que venha satisfazer seus clientes tanto os atuantes, como os não atuantes, ou seja, aqueles que por um motivo qualquer estão ali por acaso.

Os meios de hospedagem variam bastante podendo ser divididos e classificados em diversos tipos; a forma de registro, localização, o porte e a destinação dos serviços oferecidos.

1.3 O DIFERENCIAL DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM

Dentre os diversos meios de hospedagem o principal é o diferencial. Podendo ser uma pousada mais aconchegante, com comidas diferentes a um hotel de luxo, o qual não economiza nas novidades. É o caso do L´Hotel, de São Paulo, a suíte tem lençóis de algodão egípcio, cadeiras inglesas e espelhos venezianos. No Sheraton Morfarrej, também de São, cada andar tem um mordomo poliglota 24 horas à disposição. O Copacabana Palace, do Rio de Janeiro, passou por uma reforma em 1997, que custou 30 milhões de dólares, os hóspedes recebem à beira da piscina uma toalha umedecida com lavanda para se refrescar do calor carioca. Todos os apartamentos são equipados com aparelho de som a laser e videocassete. No Transamérica, o único hotel brasileiro com certificado de qualidade ISSO 9002, há campo de golfe e um dos maiores centros de convenções do país. No Inter-Continental de São Paulo, o sistema de segurança é tão eficiente que, em caso de incêndio, as escadas de emergência são pressurizadas, impedindo o avanço do fogo.

Devido a grande diversificação nos meios de hospedagem serão demonstrados alguns:

Pousadas e Albergues, são meios de hospedagem mais simples, com um certo tipo de conforto o qual algumas vezes é proporcionado por nós mesmos. Ressaltando que no albergue não é oferecido nenhum serviço que os hotéis também oferecem, só que nas pousadas os preços são mais acessíveis.
Flat e apart-hotéis, são meios de hospedagem mais procurados por executivos. Estes meios de hospedagem oferecem moradia, cuidados e diversão. E nos dias de hoje está sendo construído sobretudo em São Paulo e Rio de Janeiro, edifícios de flats e apart-hotéis destinados à chamada terceira idade, onde menor de 65 anos só entra para visitar e tudo, do cardápio do restaurante ao tamanho das letras nos avisos, é programado para atender pessoas idosas.
Hotéis em geral, os hotéis são classificados a partir de suas estrelas, ou seja, quanto mais estrela tiver, mais conforto e qualidade ela oferece nos seus serviços dentro da hotelaria.
O diferencial entre os hotéis é feito através de como os serviços são oferecidos e como o cliente é tratado. Por exemplo, em um hotel de categoria média, tipo 3 estrelas, eles tem menos serviços do que os de luxo, mas são limpos e funcionais e possuem algum charme. Atraem tanto os executivos que viajam a trabalho quanto os turistas que desejam um serviço correto e mais barato. O grupo ACCOR, que atua em 48 países, deve construir no Brasil 43 novos estabelecimentos da marca Íbis, conhecida por estar dentro desse segmento.

Outro exemplo é a americana Choice Atlântica Hotels, a maior cadeia franqueadora do ramo no mundo, com suas quatro marcas – Sleep Inn, Comfort, Quality e Clarion. Até 2003, a empresa quer ter setenta hotéis no país. O principal foco da Choice são os executivos em viagem por São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, que no ano passado já recebeu um hotel da rede Caesar Park no bairro Moinhos de Vento. A Choice inaugurou em setembro/98 seu primeiro hotel no Brasil, um Comfort com 115 apartamentos em São Paulo, e administrará outros dois junto a aeroportos internacionais, em Guarulhos e Porto Alegre.

Em Gramado, no Rio Grande do Sul o Kur Hotel, acrescentou a seus serviços um centro dedicado exclusivamente ao controle do stress, devido a sua procura. O diretor técnico da clínica diz que essa é uma nova tendência nos principais centros de emagrecimento do país: aproveitar a tranqüilidade das instalações e a estrutura da hotelaria para recarregar as baterias de quem enfrenta uma rotina estafante nas grandes cidades.

Resorts, são aqueles hotéis que oferecem tudo para que o turista nem precise sair dali, da comida a esportes náuticos, são um sucesso no mundo inteiro. No Brasil, por muito tempo existiam apenas meia dúzia de empreendimentos, como o Transamérica da Ilha de Comandatuba, o Club Méd de Itaparica e o Praia do Forte EcoResort, todos na Bahia, além do Club Med rio das Pedras, em Mangaratiba, no Rio de Janeiro. Agora tudo está mudando rapidamente, dezenas de projetos para a construção de novos resorts estão saindo do papel, no embalo da retomada do turismo interno e na perspectiva de atração de mais turistas estrangeiros. A maioria será no Nordeste, devido a paisagem, o clima e a proximidade com a Europa e os Estados Unidos, a região concentra todos os apelos para concorrer com outros resorts do mundo que oferecem sol, areia e mar.
Em parte, os resorts são ainda um negócio pouco explorado no Brasil, porque exigem investimento alto, planejamento cuidadoso e mão-de-obra qualificada. Por exemplo, o Costa do Sauípe na Bahia, é um conjunto de cinco resorts e um campo de golfe de dezoito buracos. Este tipo de hotel, atende a clientes estrangeiros acostumados com resorts de alto luxo.
Só na Bahia, há outros cinco novos resorts planejados para a região de Trancoso, um em Porto Seguro e dois na Praia de santo André. No Ceará, será construída uma pequena Cancun em litoral brasileiro. Será o projeto Aquiraz, com catorze condomínios residenciais, hípica, marina e lugar para um futuro cassino. A primeira etapa será inaugurada em 2001. Existem ainda projetos para resorts em Barra de São Miguel, na Praia do Francês e em Maragogi, em Alagoas; em Pipa e Extremoz, no Rio Grande do Norte; em Angra dos Reis e Búzios no Rio de Janeiro; e Maria Farinha, em Pernambuco. Os empreendimentos que já existem também planejam expandir-se. O Praia do Forte construiu um spa, que foi inaugurado em 2000. o Blue Tree, de Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, tem planos para aumentar a sua área de lazer.

2. A HOTELARIA EM NATAL

Natal é uma cidade que sempre teve um grande potencial para a atividade turística, devido seus atrativos naturais, históricos entre outros, e que até hoje ainda são explorados lugares desconhecidos.

Em 1º de abril de 1948, foi fundado o Hotel Bom Jesus, pelo sr. Mário Cabral que alugou a casa do sr. José Tavares por 500 mil réis e passou a desenvolver a atividade de hoteleiro. Na época de sua fundação só existiam algumas pensões, posteriormente surgiram o grande Hotel e o Hotel Natal.

O Grande Hotel foi construído entre os anos de 1937 – 1938, e inaugurado no dia 13 de maio de 1939. Ele veio para satisfazer os anseios da elite potiguar que clamava já algum tempo, por um hotel luxuoso e de grande porte, o que não havia ainda na cidade, não tendo assim nenhum concorrente a altura. O seu declínio começou a partir da inauguração do Hotel Reis Magos, que passou a ser seu concorrente, além do boom turístico de Natal com a abertura de vários outros estabelecimentos em locais mais atraentes da cidade.

O Hotel Internacional dos Reis Magos, foi inaugurado em setembro 1965, sendo o primeiro hotel de lazer da cidade do Natal. Na sua fundação o hotel dispunha de uma suíte presidencial e 59 apartamentos de luxo, constantemente lotados, fazendo com que a clientela excedente procurasse hospedagem no grande Hotel e no Hotel Samburá (posteriormente). Atualmente, o Hotel Internacional dos Reis Magos dispõe de 91 unidades habitacionais. O seu declínio começou em 1978, com a chegada da Via Costeira com seu primeiro hotel, o Natal Mar Hotel, e os empreendimentos seguintes, mais modernos cada vez mais.

Em 1984, foi inaugurado o primeiro hotel da Via Costeira – o Natal Mar Hotel, que foi construído inicialmente com 100 apartamentos e depois de inaugurado, com a alta taxa de ocupação que apresentava, foi ampliado para 149 apartamentos. Com a inauguração do Natal Mar Hotel, a capital potiguar ganhou um entusiasmo pelo turismo na cidade e com isso houve maior divulgação.

Em 1999, foi inaugurado o Pirâmide Palace Hotel, o maior hotel do Rio Grande do Norte, e tem todos os detalhes e requintes das grandes cadeias internacionais de hotéis padrão 5 estrelas. Ao todo são, 315 unidades, sendo 300 apartamentos e 15 suítes. O parque aquático do hotel está sendo considerado por profissionais da área de turismo como um dos mais bonitos do Brasil. Ele possui uma área de 10 mil metros quadrados, um bar e um restaurante grill, área de lazer para crianças, além de uma piscina integrada com jardins e dotada de cascata e hidromassagem. No lobby do hotel, destacam-se 3 características: o espaço físico na entrada do hotel, o maior tapete persa do Brasil, com 70 metros quadrados e a pirâmide de vitrais, que marca todos ao chegarem ao lobby.

As cadeias internacionais de hotéis também estão descobrindo o potencial turístico do Rio Grande do Norte. A grife portuguesa Carlton, vai administrar o hotel Praiabela Costeira. O Carlton Praiabela Costeira, é o mais novo hotel da Via Costeira, e entrará em operação em maio. São 194 apartamentos e suítes, amplo e moderno parque aquático, restaurantes, centro de convenções e uma série de serviços típicos da hotelaria mundial de ponta.

O contrato com a rede Carlton vai propiciar não só um novo padrão de qualidade no atendimento como a garantia da vinda de turistas europeus através de vôos charters. Os empreendedores estão confiantes no salto de qualidade que a própria hotelaria no Rio Grande do Norte vai experimentar a partir do funcionamento do Carlton Praiabela Costeira.

CONCLUSÃO

No passado o setor hoteleiro tinha uma única ocupação que era a acomodações das pessoas que procuravam pernoitar durante o seu deslocamento, os cômodos que eram oferecidos eram simples e com o mínimo de conforto.

Nunca no Brasil, os hotéis se esforçaram tanto para tratar melhor os seus hóspedes. Até pouco tempo os hotéis brasileiros eram muito parecidos entre si, mas, isso começou a mudar , as pessoas passaram a se preocupar mais com a qualidade dos serviços prestados, muitas vezes pagando até mais para obterem o conforto necessário. Jamais esquecendo dos avanços tecnológicos, pois, os mesmos ajudam a rede hoteleira, oferecendo uma qualidade ainda melhor aos clientes, seja em qualquer parte do Brasil e até mesmo no mundo.

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