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sábado, outubro 12, 2024

História dos Jogos Olímpicos

Autoria: Tatiana Ferreira

Os Doze Trabalhos de Hércules
Depois de realizar façanhas incríveis, ele recebeu de Zeus o dom da imortalidade.
As olimpíadas começaram anteriormente ao nascimento de Cristo. Tão antes que há sérias dúvidas sobre a data exata de seu início.
Por causa dessas dúvidas, surgiram algumas lendas. A mais famosa tem Hércules como personagem principal. Hércules foi um dos heróis da mitologia grega, cujo deus supremo, Zeus, era justamente seu pai.
Sendo seu filho, ele nasceu com muita força e muitos poderes. Para mostrar que não viera ao mundo para brincadeiras, ainda no berço, em vez de ficar mamando como todo bebê, ele estrangulou duas serpentes que sua tia Hera, uma mulher muito ciumenta e perversa, colocara no berço para matá-lo.
Hera não sossegou enquanto não o apanhou de jeito, utilizou um de seus feitiços mágicos, e conseguiu enlouquecer o sobrinho que, fora de si, matou a própria mulher e também os filhos.
Passado o Encanto, Hércules viu o que fizera e ficou desesperado. Decidiu então procurar o rei Eristeu. – O que devo fazer para pagar pelos meus pecados? – perguntou-lhe Hércules. O rei Eristeu disse-lhe: Hércules, só há um caminho.
Deixar o Olimpo para sempre… – conformou-se Hércules. O Olimpo, montanha inacessível era o lugar onde viviam os deuses gregos. Abaixo ficava Olímpia na antiga Élida, à margem direita do rio Alfeu.
Não – tranqüilizou-se o rei. Para purificar seus pecados, você deverá executar doze trabalhos, e eram eles:
1. Matar o terrível leão de Neméia;
2. Matar a não menos terrível hidra de Lerna, de 09 cabeças;
3. Capturar, vivinho, o javali de Erimento;
4. Capturar a corça de Cerínia;
5. Matar os medonhos pássaros carnívoros do lago Estínfale;
6. Limpar as cavalariças giganteescas do rei Áugias;
7. Capturar o touro branco de Creta;
8. Capturar os cavalos carnívoros de Diomedes;
9. Roubar o cinto mágico de Hipólita;
10. Capturar os bois do gigante Gerião;
11. Colher os pomos de ouro das Hespérides;
12. Finalmente o último, descer ao Inferno e raptar de lá seu guardião, o assustador cão cérebro.
Hércules concluiu todas as suas tarefas, e insatisfeito com as recompensas que recebera, resolveu criar os Jogos Olímpicos para homenagear Zeus e a si mesmo.

Atenas, 1896
Umas 80 mil pessoas lotavam o Estádio de Atenas naquela tarde de 6 de abril de 1896. Eram pessoas muito diferentes das que você vê hoje nas arquibancadas de um estádio de futebol. A data entraria para a história do esporte, porque naquele momento renasciam oficialmente os Jogos Olímpicos.
No gramado, estavam presentes 285 atletas de 13 países. Muito pouco, em comparação com os milhares de participantes das últimas olímpiadas. Em 1896 um navio a vapor demorava dias para ir da América até a Europa atravessando o Atlântico.Além do mais eram apenas as primeiras Olímpiadas Modernas, por isso mesmo, nem todos os atletas estavam bem preparados, ao exemplificar a corrida dos 100 metros, o Campeão, Thomas Burke, dos U.S.A. concluiu a prova com o tempo de 10 segundos, imcomparável com os tempos atuais.

Paris, 1900

Paris já era uma cidade importante, cheia de vida e agitação, mas em 1900 tornou-se ainda mais alegre e movimentada. Só que isso não aconteceu exatamente por causa da realização na capital francesa, dos 2° Jogos Olímpicos.
É que junto com as olimpíadas estava sendo promovida em Paris a Exposição Universal, mostrando o que havia de mais moderno e sensacional na época, como os primeiros automóveis de quatro rodas.
Dessa maneira os jogos olímpicos acabaram ficando em segundo plano e pouca gente foi ver as provas de atletismo, disputadas no Racing Club, ou as de natação improvisadas numa piscina adaptada nas águas do Sena. Apesar do pequeno interesse despertado, essas olimpíadas conseguiram reuir 1060 atletas.
Mesmo assim, não apareceu nenhum grande campeão entre eles e as marcas alcançadas não chegaram a entusiasmar ninguém. Exceto, é claro, o rei de Coubertin. Ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, as olimpíadas iriam entusiasmar o mundo todo.

St. Louis, 1904

Ainda não foi em 1904, na cidade norte-americana de St. Louis, que as olimpíadas se transformaram num estrondoso êxito mundial. Dessa vez, somente nove países compareceram.
Como ocorrera em Paris, os organizadores fizeram os 3° Jogos Olímpicos coincidirem com a Feira Mundial de St. Louis. E, mais uma vez, não deu certo: os visitantes preferiam conhecer os novos artigos em exposição a torcer nas provas de atletismo.
Mesmo assim, as olimpíadas de St. Louis se tornariam famosas por causa de um incidente muito engraçado que aconteceu na maratona. A maratona exige que seus participantes sejam superatletas, afinal, eles tem que realizar um percursso de 42 Km. Pois lá, um dos corredores, o americano Fred Lorz, perdeu o folego no meio da competição e pediu que o motorista lhe desse carona até ao estádio em seu calhambeque.
Pouco antes de chegar, ele desceu do carro e entrou correndo no estádio. Foi aplaudidíssimo e ia receber a sua medalha de campeão, quando apareceu o motorista e contou aos juízes a verdade.

Londres, 1908
Dizem que nunca choveu tanto em Londres como naquelas duas semanas de verão em 1908. Para azar dos ingleses as chuvas coincidiram com as olimpíadas de Londres. Por isso, eles acabaram conhecidos como os Jogos do Dilúvio.
Só que o dilúvio maior de protestos dos países participantes, que não gostaram muito dos resultados. Estão nos roubando, diziam várias delegações estrangeiras.
Na verdade não houve propriamente roubo. O que aconteceu foi que os ingleses resolveram adotar, para cada esporte, as suas próprias regras.
O resultado disso, é que nunca na história das olimpíadas, tenha havido um número tão grande de queixas.

Estocolmo, 1912
Finalmente, o barão de Coubertin pode sorrir de felicidade. Em 1912, na fria cidade de Estocolmo, capital da Suécia, foram realizados com absoluto sucesso o 5° Jogos Olímpicos.
Não houve má organização, protestos, falta de participantes ou atletas pouco esforçados. Nada disso: em Estocolmo, tudo correu conforme o previsto.
O êxito dessas olimpíadas, começou pelo número de inscritos: nada menos que 2541 atletas quase dez vezes mais do que em Atenas em 1896.
Quanto à organização, praticamente não houve falhas, os suecos demonstraram empenho e muita competência.
Mas o que entusiasmou o barão e todos os amantes do esporte foi o aparecimento de grandes atletas autênticos campeões.
Hannes Kolehmainem, o filandês voador, ele ganhou três medalhas de ouro nas provas de fundo que a importância da resistência era fundamental.

Antuérpia, 1920

Não houve a sexta olimpíada, elas estavam previstas para 1916, e foi quando no período de 1914 a 1918 ocorreu a Primeira Guerra Mundial, e por este motivo, todos os eventos esportivos, inclusive as olimpíadas, dessa época forma cancelados.
Apesar disso, o comitê olímpico internacional decidiu manter a numeração original sendo assim em Antuérpia os 7° Jogos Olímpicos.
Em virtude da guerra, entretanto, em Antuérpia não foi obtido o mesmo sucesso que o em Estocolmo.
Mas mesmo assim em Antuérpia houveram duas novidades, a primeira introdução do Juramento Olímpico e a introdução da Bandeira Olímpica com os seus cinco anéis entrelaçados.

Paris, 1924
As olimpíadas de 1900 foram realizados em Paris, mas em virtude de serem realizadas juntamente com uma exposição internacional foram um fracasso.
Vinte e quatro anos depois os franceses novamente sediaram as olimpíadas.
Além de organizadas com maior cuidado, as olimpíadas de 1924 revelaram ao mundo atletas excepcionais. Entre eles o maior de todos foi Paavo Nurmi, um maravilhoso corredor da Finlândia.
Outro que se tornaria famos chamava-se Jhonny Weissmuller, um sensacional nadador americano.
Mais trade era o remador John Kelly, da equipe dos Estados Unidos.
Amsterdã, 1928
Foram as últimas olimpíadas assistidas pelo barão de Coubertin, ele chegou muito feliz a Amsterdã, a principal cidade da Holanda, afinal, a chama olímpica que ele acendera ao lado das ruínas dos templos gregos, agora parecia estar acesa para sempre.
Depois de Encontrar as dificuldades já conhecidas, os jogos olímpicos finalmente haviam dado certo, os jornais do mundo inteiro falavam das provas, e de seus campeões enquanto os rádios publicavam os seus resultados, nessa época, não existia ainda, a televisão.
Definitivamente, após diversas dificuldades uma outra novidade, a inscrição de 290 mulheres nos jogos olímpicos que até então não era aceitado pelo barão de Coubertin que se decepcionara com a idéia.

Los Angeles, 1932
Os franceses falharam na organização das olimpíadas de 1900, mas corrigiram seus erros em 1924.
Da mesma forma, os norte-americanos, souberam recuperar o fracasso dos Jogos de St. Louis em 1904.
Em Los Angeles eles puderam se orgulhar de mostrar ao mundo as melhores olimpíadas disputadas até então, Conquistaram diversos recordes, o de público, o tempo bom durante todas as provas e quase todas as os resultados foram excelentes.
Claro que, ao lado disso, houveram erros, ao exemplificar a prova dos 3 mil metros onde por erro dos juízes os corredores deram uma volta a mais.
Os atletas argentinos andaram brigando entre si quando voltavam para casa e foram presos, e os brasileiros, só embarcaram no Rio de Janeiro, num navio cargueiro em foram parando de porto em porto para vender café, foi um modo que encontraram para pagar sua viagem e no fim não trouxeram nenhuma medalha.

Berlim, 1936
As olimpíadas de 1936, realizadas em Berlim, capital da Alemanha, foram organizadas com um cuidado inigualável em toda a história do esporte. É que elas deveriam provar, como desejavam os nazistas, a superioridade de uma raça sobre as outras. Os nazistas pretendiam mostrar nos Jogos Olímpicos de Berlim, que pertenciam a uma raça superior. Por isso pensavam que iriam ganhar o maior número de medalhas.
Assim, pela primeira vez, as olimpíadas se transformaram num evento político. Um incrível atleta negro, Jesse Owens, conquistou quatro medalhas de ouro nas olimpíadas de Berlim, quando ele recebeu a quarta medalha, Adolf Hitler, chefe dos nazistas, levantou-se e saiu irritado do estádio.
Londres, 1948

Os jogos olímpicos sofreram uma interrupção de doze anos em virtude da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que provocara milhões de mortes e destruíra inúmeras cidades.
Durante todo esse tempo o esporte parou. Mas em 1948, o mundo começava a se recuperar desse pesadelo.
Houve uma surpresa, a atuação de Fanny Blankers-Koen, uma holandesa que se tornou a primeira mulher a ganhar quatro medalhas de ouro numa olimpíada. Fanny era casada tinha doois filhos e tinha 30 anos de idade.

Helsinki, 1952

Helsinki, a bela e fria capital da Finlândia, no norte da Europa, foi palco em 1952 de uma olimpíada muito importante, pela primeira vez, os Estados Unidos e a União Soviética, que também no esporte eram as maiores potências do mundo, mediam forças nas piscinas,campos, pistas e quadras.
O maior número de medalhas ficou entre os dois países, os Estados Unidos conquistaram 40 medalhas, e a União Soviética conquistou 22.
No salto triplo o campeão foi o Brasileiro Ademar Ferreira da Silva, que bateu o recorde mundial.
Emil Zatopek conhecido como Locomotiva Humana, venceu as corridas de 5 mil metros e 10 mil metros em apenas um intervalo de 24 horas.

Melbourne, 1956
E a briga entre os Estados Unidos e a União Soviética continuou, em 1956, lá na terra dos cangurus: em Melbourne na Austrália.
Nada mais justo por sinal do que a escolha desse local para as competições. É que os australianos adoram o esporte, e sempre tiveram ótimos atletas.
Os Russos revelaram o atleta Vladimir Kutz, um excepcional corredor que ganharia as provas dos 5 e 10 mil metros.
Roma, 1960

Roma, a cidade eterna, precisava resgatar uma velha dívida com o esporte, pois foram em Roma que os Jogos Olímpicos da antigüidade começaram a decair.
E foi assim que a Itália, 15 anos depois de ser devastada pela Segunda Guerra Mundial, fez um olimpíada que entraria para a história do esporte. Seus cuidados no planejamento e na construção dos estádios, ginásios e da vila olímpica foram extremamente excepcionais, e o público foi muito numeroso.
E como quem trabalha também acaba tendo sorte, os italianos receberam uma das mais incríveis gerações de atletas de todas as Olimpíadas.

Tóquio, 1964

Se roma projetou Casius Clay, Tóquio em 1964 revelaria outro futuro campeão mundial de Boxe. O também norte-americano Joe Frazier. Nessa, que foi a primeira olimpíada realizada em um país do extremo oriente, vários outros atletas dos Estados Unidos brilharam intensamente.
Um dos grandes campeões de Tóquio chamava-se Bob Hayes. Corredor muito rápido, que alcançou uma marca que se tornaria lendária, 10 segundos cravados na prova dos 100 metros rasos.
O atleta mais premiado seria ainda um dos Estados Unidos, Don Scholander que recebeu quatro medalhas de ouro em natação.

México, 1968
A Cidade do México está erguida a 2.260 metros de altitude, onde o ar é rarefeito, onde sua quantidade é mnor do que um país ao nível do mar.
Com o ar rarefeito a resistência humana fica menor, os atletas rendem menos em provas longas (como nos 10 mil metros) e tronam-se muito melhores em competições curtas.
O resultado foi que no México houve índices fracos nas competições para fundistas e marcas excepcionais nas provas de resistência e velocidae. Nada menos que 88 recordes foram quebrados. No salto triplo o soviético Viktor Saneev pulou 17,39 metros. Nos 100 metros rasos o americano Jim Hines superou a barreira dos 10 segundos correndo em 9 segundos e 9 décimos.

Munique, 1972
As olimpíadas, em seu momento culminante é a festa da paz e do congraçamento entre atletas do mundo inteiro.
Essa tradição, porém, foi quebrada de maneira trágica na madrugada de 5 de setembro de 1972, durante as olimpíadas de Munique. Terroristas de uma organização chamada Setembro Negro invadiram o dormitório da delegação de Israel.
O saldo foi muito triste, morreram nove atletas e cinco terroristas, estes abatidos pela polícia alemã quando se preparavam para deixar o país.

Montreal, 1976
Há sempre um destaque em cada olimpíada, em Berlim, em 1936, surgiram os atletas negros dos Estados Unidos. Em 1952, em Helsinki apareceu Zatopek, a Locomotiva Humana. Nos jogos de Roma, em 1960 despontou Abebe Bikila, o etíope que corria descalço.
Caíram os recordes de atletismo no México, e em Montreal aparecia uma ginasta de 14 anos chamada Nadia Comaneci, estrela absoluta das olimpíadas, nascida na Romênia, país de tamanho menor que o estado de São Paulo.

Moscou, 1980

Estima-se que os russos gastaram quase 3 bilhões de dólares nos preparativos da competição. Quando esta começou, além do Estádio Lênin, com capacidade para 103 mil espectadores, a Rússia dispunha de mais 68 estádios, 230 salas de ginástica, 23 piscinas olímpicas e 110 campos de futebol de alto nível.
Além disso, foram construídos ótimos alojamentos para os atletas , hotéis e até um novo aeroporto internacional.
Foram plantadas mais de 100 mil árvores e milhões de mudas de flores e folhagens. Cerca de 2.000 vias públicas foram recapeadas e ampliou-se o metro. 50.000 policiais uniformizados patrulhavam todos os cantos da cidade.

Los Angeles, 1984

As Olimpíadas de Los Angeles foram realizadas sem qualquer ajuda oficial. Seus organizadores, levantaram todo o dinheiro com patrocínio de empresas particulares.
A rede americana de televisão A.B.C. pagou 325 milhões de dólares pelo direito da trasmissão dos jogos com exclusividade.
A festa de abertura foi maravilhosa, porém, assim como os americanos fizeram falta em Moscou, os sovieticos fizeram falta em Los Angeles, resultado: Os Estados Unidos conquistaram novamente o mairo número de medalhas.

Seul, 1988
Barcelona, 1992
Mais de 11.000 atletas, de 161 países fizeram dos Jogos de Seul o maior de todos os tempos.
Tendo uma semelhança com os jogos de Seul, Barcelona também repetiu a característica em um dos esportes individuais,
O Judô, onde foram conquistadas duas medalhas de ouro, em Seul com o atleta Aurélio Fernandez Miguel no peso meio-pesado e em Barcelona, com o atleta Rogério Sampaio, isso revelando o alto nível do esporte no Brasil.
Sem deixar por menos o volei masculino do Brasil também conquistou a medalha de ouro em Barcelona.

Atlanta, 1996

Os Jogos Olímpicos de Atlanta nos Estados Unidos prometem ser os melhores jogos da história da existência das olimpíadas.
São 100 anos de Olimpíadas modernas, e o Brasil possui grandes esperanças de medalhas de ouro com seus atletas que estão em grande fase de aproveitamento, tanto quanto nas categorias individuais como nas coletivas, tanto no masculino quanto no feminino e com certeza os atletas Brasileiros trarão muitas felicidades para seu povo para que possamos mesmo comemorar os 100 anos das olimpíadas modernas no mundo.

Jogos Olímpicos

Competição esportiva que de 4 em 4 anos reúne milhares de representantes de dezenas de países, em provas das mais variadas modalidades. É o principal acontecimento do esporte mundial, não só pelo seu objetivo, que é da confraternização dos povos através de uma das suas mais expressivas manifestações, mas ainda pelo fato de que a ele só podem concorrer os amadores, que não usufruem qualquer vantagem da prática esportiva.
Embora não se saiba ao certo a origem do Jogos Olímpicos, existem dados históricos suficientes acerca de sua iniciação como atividade periódica, e que corresponde ao ano 776 antes de Cristo. A partir dessa data foram celebrados, com regularidade, cada 4 anos, até o ano 394 da Era Cristã, quando o imperador romano Teodósio a sua supressão. Poucos empreendimentos tentados pelo homem têm tido uma duração tão longa. No começo, o programa ocupava um dia só e consistia numa corrida com a extensão que o estádio permitia .Depois acrescentaram-se outros tipos de corridas: o lançamento do dardo e do disco, a luta e o pugilismo, o salto, as corridas de carros, o pentatlo e outros jogos. Tomavam parte nas competições apenas os cidadãos gregos, mas propiciavam-se todas as facilidades a que os atletas procedentes das colônias gregas do Mediterrâneo concorressem, a ponto de receberem eles salvo-conduto no caso de precisarem atravessar zonas de guerra. Tinham tal importância os Jogos Olímpicos que, enquanto duravam, o território do Olimpo, onde se efetuam, nas encostas do Monte Knorion, era considerado neutro e estabelecia-se uma trégua sagrada. Todas as dissensões armadas deviam então cessar, conforme o texto de convenção assinado entre Licurgo e Fitos, rei da Élida. A vida dos gregos tinha tanta ligação com esses Jogos Que chegaram a medir o tempo por olimpíadas,i isto é, o intervalo de quatro anos que decorria entre cada celebração. A maior honra a que podia aspirar um cidadão grego era receber o ramo de oliveira que se dava ao vencedor de um jogo olímpico.
Ressurgimento. Durante mais de 2.000 anos os Jogos Olímpicos foram somente história. Em fim do século XIX, entretanto, um eminente educador e filantropo francês, o Barão Pierre de Coubertin (1863-1937),empenhou-se em fazê-los ressurgir, convencido de que as glórias da Grécia, na sua idade de Ouro, eram devidas, em grande parte, ao impulso que se dera à cultura física e à celebração de festivais esportivos. Sustentando, com um trabalho admirável junto a vários países, a idéia de que só benefícios podiam advir da realização periódica de competições internacionais, em que se oferecessem aos atletas amadores de todas as nacionalidades iguais oportunidades de triunfo, o Barão de Coubertin conseguiu, em um congresso na Sorbonne de Paris, em 1894, lançar as bases dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Dois anos depois, em 1896, os Jogos recomeçavam em Atenas, num magnífico estádio. Desde então, as Olimpíadas se têm repetido de 4 em 4 anos, exceto as correspondentes aos anos de 1916,1940 e 1944, quando o mundo estava em guerra. Foram sede dos Jogos Olímpicos as seguintes cidades: Paris (1900);Saint Louis (1904);Londres (1908);Estocolmo (1912);Antuérpia (1920);Paris (1924);Amsterdã (1928);Los Angeles (1932);Berlim (1936);Londres (1948);Helsinki (1952); Melbourne (1956);Roma (1960);Tóquio (1964);México (1968) e Munique (1972).
A projeção que os Jogos Olímpicos adquiriram obrigou ao desdobramento da sua programação. Assim, desde 1924 os esportes de inverno constituem olimpíada à parte. Realizaram-se pela primeira vez em Chamonix e, depois, em Saint Moritz (1928),Lake Placid (1932), Garmisch-Partenkirchen (1936), Saint Moritz (1948), Oslo (1952), Cortina D’Ampezzo (1956), Squaw Valley (1960), Innsbruck (1964), Grenoble(1968) e Sapporo (1972).
Costumes e Símbolos. Inspiram-se os Jogos Olímpicos numa frase do Barão Pierre de Coubertin, que se tornou o lema do esporte amador: ‘O essencial não é vencer, mas competir com lealdade, cavalheirismo e valor.’
Todos os participantes das Olimpíadas são obrigados a alojar-se num conjunto especial de residência, denominado Vila Olímpica. Esse costume é um incentivo à própria essência dos Jogos, que é a da aproximação dos povos por intermédio dos seus esportistas. Homens e mulheres de todo os continentes vivem, durante alguns dias, o mesmo ambiente de amizade, acima das rivalidades e dos preconceitos.
O controle dos Jogos Olímpicos está ao cargo do Comitê Olímpico Internacional, criado junto com o certame, cuja sede é Mon Repôs, Lausanne(Suíça).Ao C.O.I. filiam-se os comitês nacionais, que em 1960,à época dos Jogos de Roma, somavam 87. Nas Olimpíadas desse ano tomaram parte mais de 7.000 atletas.
Apesar da tentativa de influência política, que insiste em atribuir contagem de pontos para a afirmação da superioridade de determinado país sobre os demais, os Jogos Olímpicos não admitem esse critérios. As vitórias são exclusivamente individuais. Aos ganhadores até o 3° lugar são conferidas medalhas, respectivamente,
de ouro, prata e bronze.

Cinco argolas entrelaçadas representam o símbolo olímpico. Foram idealizadas também pelo Barão de Coubertin em 1914, mas só apareceram nos Jogos de 1920. Essas argolas estão inscritas numa bandeira de fundo branco, liso, e suas cores representam os continentes:azul,Europa;amarelo,Ásia;preto,África;verde,Astrália;e vermelho, Améirca.
O C.O.I. designava a sede dos Jogos Olímpicos seis anos antes de cada realização sendo livre as inscrições. O país que promove a competição compõe o hino Olímpico daquele ano, que é tocado nas principais cerimônias. Durante a entrega das medalhas aos vencedores é executado o hino do país a que pertence o campeão. Tradição dos Jogos Olímpicos é ainda o transporte da chama olímpica, que, desde 1936, após ser acesa em Olímpia(Grécia),é conduzida por atletas, em revezamento até os locais dos Jogos, cruzando estradas, montese maresia chama só se apaga na solenidade de encerramento dos Jogos.

Amadorismo. O conceito de amadorismo tem sido um dos maiores problemas olímpicos após a II Guerra Mundial. Os regulamentos do C.O.I. proíbem a participação de profissionais, ou quem quer que usufrua vantagem do esporte. Mas, dado o interesse dos países em participar dos Jogos Olímpicos, iniciando praticamente no fim de cada competição os preparativos para a seguinte, aquele conceito se modificou e pode ameaçar as Olimpíadas na forma como atualmente são encaradas. Há nações cujo governos quase que isolam seus atletas das atividades normais do trabalho, sustentando-os em troca de um treinamento intensivo.

Atuação Brasileira. O esporte brasileiro fez-se representar pela primeira vez nos Jogos Olímpicos em 1920(Antuérpia),quando enviou uma delegação de 21 competidores. A presença do Brasil foi marcada pela conquista de um título, o de Guilherme Paraense, que obteve o primeiro lugar na prova de tiro ao alvo reservada a revólver silhueta de homem em pé; outro atirador brasileiro, Afrânio Costa, que anos mais tarde seria o ministro do Supremo Tribunal Federal, colocou-se em segundo lugar na prova de pisto livre a 50 metros. O Brasil só viria a arrebatar novo título nos Jogos Olímpicos de 1952, com o atleta Ademar Ferreira da Silva, na prova de salto triplo. Esse mesmo atleta veio a triunfar nessa prova em 1956, nos Jogos de Melborne, conseguindo, portanto, a façanha de sagrar-se bicampeão olímpico. Afora esse sucesso, os representantes brasileiro, sofrendo as dificuldades naturais de um centro esportivo pouco desenvolvido nos esportes olímpicos, pouco registraram nos anais dos Jogos. Entre os resultados mais destacados, contam-se: o 3° lugar de José Teles da Conceição na prova de salto em altura, em Helsinki(1952),a idêntica posição dos nadadores Tetsuo Okamoto e Manoel dos Santos, respectivamente, nas provas dos 1.500 metros nado livre (1952) e 100 metros nado livre(1960);o 3° lugar da seleção de basquetebol, em 1948,1960 e 1964,e o 3° lugar de Chiak Ishii em judô, em 1972.

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