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sábado, dezembro 14, 2024

Histórico da Esquizofrenia

Autoria: Evandro Rodrigues Barbosa

O primeiro a utilizar o termo esquizofrenia foi o psiquiatra suiço, Eugen Bleuler em 1911, sobre os pacientes que tinham as características de desligados de seus processos de pensamentos e respostas emotivas.
Equivocadamente atribui-se a esquizofrenia à cisão de personalidade, dissociação em personalidades, o que não é correto.
Ser portador de esquizofrênica não significa ter dupla personalidade.
O termo se adequa para descrever um quadro de sintomas típicos, incluindo enganos, alucinações, desordem de pensamentos e ausência de respostas emotivas, aliadas à fatores genéticos e tensões ambientais.
O efeito desta doença é devastador do aspecto humano no que concerne ao pensamento, emoção e expressão. Não existe vislumbre de cura, porém, com o tratamento adequado, pode reduzir significativamente os sintomas e as reincidências de surtos em mais de 50%. Novas drogas parecem estar melhorando este índice. O tratamento prévio da esquizofrenia, durante os primeiros sintomas, pode aumentar os índices de remissão de 50% para 80 a 85 %.
O início da esquizofrenia pode ser repentino ou gradual, sendo que no primeiro o prognóstico é levemente menor, regredindo em 1/3 dos pacientes. Nos outros pacientes a doença segue seu curso numa flutuação entre altos surtos psicóticos, seguidos de remissão.
Nas mulheres as chances de um resultado positivo de tratamento são maiores, atribuindo-se isto aos efeitos de estrogênio no cérebro.
Freqüentemente a memória é prejudicada depois de 5 a 10 anos de deterioração após o que a doença tende a se estabilizar e a melhora pode ocorrer. Os estudos indicam que após a idade de 20 ou 30 anos, 50% dos pacientes esquizofrênicos são capazes de seus próprios cuidados pessoais, trabalhar e participar socialmente, existindo serviços de apoio, contribuindo para a melhora dos resultados.
Os portadores de esquizofrenia sofrem na ausência de cuidados especiais. Têm dificuldades para trabalhos e seus relacionamentos são prejudicados e difíceis, mesmo com a melhora dos sintomas. Apesar do comportamento do esquizofrênico demonstrar ser assustador, as pessoas com esquizofrenia não são mais violentas do que as pessoas normais; pelo contrário, são mais capazes de abster-se das violências. Calcula-se porém que cerca de 15% dos portadores dos sintomas de esquizofrenia podem cometer suicídio; o risco pode aumentar em pacientes mais jovens e desiludidos.
Em pacientes com histórias de outras doenças pode ser difícil o diagnóstico para os sintomas da esquizofrenia, sendo estes sintomas mascarados pelos outros, não recebendo portanto a atenção médica e a devida medicação.
Alguns estudos demonstram que um grande número de pessoas com esquizofrenia possui histórias de abuso de álcool, aumentando seus efeitos com as drogas antipsicóticas utilizadas nos tratamentos dos pacientes, além dos efeitos adversos.
Uma das razões que podem explicar o hábito de fumar dos esquizofrênicos é o fator genético P50 encontrado nos receptores cerebrais que se ligam à nicotina, sendo uma espécie de auto-medicação que reduz os sintomas psicóticos, os quais comprovadamente podem aumentar com a retirada deste hábito.
Novos estudos indicam que a fumaça do cigarro inibe a atividade de uma proteína denominada de moaminaoxidase B (MAO-B). Com o bloqueio desta proteína decorrente da ingestão dos gases emitidos pela fumaça dos cigarros, aumenta no cérebro a produção de um composto feniletilamina (FEA) que é ligado a relação Mania-Tensão e Hiperatividade (embora sem agressão).
A esquizofrenia causa danos não somente aos seus portadores mas também à sociedade em si. Calcula-se que nos E.U.A. seis bilhões de dólares foram destinados aos cuidados com a saúde e com o sistema judiciário para lidar com doentes esquizofrênicos, além da produtividade perdida no trabalho e cuidados dos pacientes por seus familiares em seus lares.
Antigamente a esquizofrenia era tratada a longo prazo com internação em hospitais mentais. Após o início da utilização de drogas antipsicóticas nos meados dos anos 1950 e 1960 e a pressão política econômica de redução de custos, coincidiram com a esperança de que estas drogas seriam mais eficientes. Em 1970, milhares de pacientes foram libertos das instituições para a comunidade. A maioria das famílias foram orientadas para receber seus doentes e a incidência de esquizofrênicos em seus lares aumentou. Apesar da tentativa de reduzir os gastos com estes pacientes mentais nos hospitais, 40% dos pacientes ainda requer tratamento com hospitalização a longo prazo e mais da metade dos pacientes necessitam de auxílio público pelo menos durante um ano antes de reingressar na comunidade.
Os sintomas
Os sintomas de esquizofrenia surgem de vários processos físicos e responde diferentemente aos tratamentos. Alguns especialistas classificam-no em dois grupos: sintomas negativos e sintomas positivos.
Sintomas negativos (de sociabilidade baixa), são provavelmente devido à perda de células nervosas resultando numa capacidade diminuta de funcionamento.
Sintomas positivos (alucinações e enganos) ou dano cognitivo (pensamento desordenado).
Estes sintomas se sobrepõem, interagem um com o outro e podem corromper a categoria.
Um paciente pode ter mais de um sintoma, mas raramente um paciente possui todos os sintomas.
Sintomas negativos.
Os sintomas negativos freqüentemente ocorrem cedo no processo da doença e vêm a ser menosprezados. Estes sintomas freqüentemente são insuficientes para motivar um tratamento. Os sintomas negativos podem co-existir com os sintomas positivos e tipicamente persistem após serem tratados os sintomas positivos.
Eles refletem a diminuição da auto-estima, falta de emoções, entonações de voz e perda geral do interesse pela vida. Os pacientes com sintomas negativos podem também exibir reações emotivamente impróprias, condição imprópria dos afetos (rir histéricamente de um triste acontecimento) aparecendo cedo na vida deste paciente. Foram observados em alguns dos pacientes que desenvolveram posteriormente a esquizofrenia, a falta de responsabilidade e pobreza social na sua infância. Em outros, os sintomas negativos entretanto não apareceram até depois do desenvolvimento dos sintomas positivos. Os sintomas negativos tendem a ser mais comuns em pacientes mais velhos do que nos mais jovens.
Sintomas positivos.
Sintomas psicóticos. Acontecimentos psicóticos – particularmente enganos e alucinações – são os mais amplos sinais reconhecidos de esquizofrenia. As alucinações podem tomar a forma de ver e ouvir coisas que não existem. As alucinações de audição, que são os falsos sentidos de sons, tal como ouvir vozes, são os sintomas mais comuns. Os enganos são crença fixamente falsas, estes podem ser esquisitos (estrangeiros invisíveis entraram num lugar por um suporte elétrico) ou bizarro (ciúme infundado, ou crença paranóica de perseguição ou de ser observado). Os sintomas psicóticos ocorrem normalmente em homens entre as idades dos 17 aos 30 anos e em mulheres entre 20 e 40 anos. A maioria dos pacientes entretanto, exibe alguma evidência de esquizofrenia antes do primeiro episódio psicótico. Depois deste acontecimento inicial, a ocorrência destes sintomas psicóticos ocorre esporadicamente e é intercalado por períodos de remissão.
O dano cognitivo.
Os sintomas de danos cognitivos incluem a falta de atenção, desordem de pensamento, processamento de informações e aberrante associação entre palavras e frases. Por vezes a descontinuidade entre as idéias pode ser tão extrema que o discurso do paciente pode tornar-se incoerente, tal qual uma “salada de palavras”. Ocasionalmente os pacientes ligam as palavras mais por semelhança de sons, do que por significados (associações de sons – tinir- soar). A capacidade abstrata de pensamento também pode ser prejudicada. Estudos mostraram que apesar deste vocabulário, capacidades especiais, tais como leituras de mapas, não foram prejudicadas. Danos cognitivos podem ocorrer ao longo do desenvolvimento de outros sintomas, com por exemplo as alucinações que podem aparecer esporadicamente.
Quem pode ser portador de esquizofrenia?
A esquizofrenia é uma condição psicótica bem comum, afeta aproximadamente 1% da população da terra, mais de 2,7 milhões de pessoas na América.
A inteligência
O gênio não é dispensado; é uma faixa de vítimas da esquizofrenia, possuindo pleno alcance da inteligência. Novas pesquisas sugerem entretanto que declínios significativos em QI na infância podem predizer sintomas psicóticos em adultos.
Fatores Geográficos Culturais
Não há grupo cultural imune, embora o curso da doença pareça ser mais severo em países em desenvolvimento. De acordo com um estudo encontrou-se a porcentagem de 20% para sintomas positivos contra 80% para sintomas negativos em pacientes que viveram em três cidades culturalmente diferentes (Tóquio, Viena e Tubinger, Alemanha). Variou entretanto o conteúdo. Na Europa, os pacientes eram mais capazes de enganos (sintomas) com envenenamento ou culpa religiosa, enquanto que no Japão estes eram ligados aos difamados ou caluniados.
Fatores Sócio-econômicos
A doença ocorre freqüentemente tanto em pessoas divorciadas, solteiras, bem como em casados e viúvos. Sua possibilidade se encontra nos grupos sócio econômicos mais baixos. Essas duas últimas estatísticas entretanto, possibilitam refletir os efeitos que alienam esta doença antes de estabelecer qualquer relacionamento causal ou fator de risco associado com a pobreza.
*Observação pessoal (Lazir) – E isto pode parecer óbvio em meus estudos, claro está que os esquizofrênicos encontrados com sintomas positivos pertencem à classe economicamente mais baixa, visto serem abandonados por falta de recursos e quando muito levados a instituições por falta de meios econômicos por parte da família. Entretanto, se o portador da esquizofrenia for de classe média alta e/ou de família esclarecida pouca oportunidade terá de fazer parte da estatística e grupo de estudos para pesquisa, visto ser tratado e cuidado adequadamente com conforto e medicação necessária sem surtos e recidivas constantes da doença.
A idade e sexo.
A Esquizofrenia normalmente aparece por ocasião da adolescência ou com atraso no adulto. As crianças que posteriormente desenvolvem a esquizofrenia, freqüentemente sofrem de problemas de conduta e timidez excessiva; problemas físicos, menor controle-motor (locomoção motora) que podem ser desprezados pelos pais. Por vezes a esquizofrenia pode ser evidente nas crianças; em tais casos é possível ser de desenvolvimento severo. A esquizofrenia paranóide, em particular, pode ser mais comum no sexo masculino. Os pacientes paranóicos normalmente tem uma história de desenvolvimento normal e uma íntegra personalidade. Os homens tendem a desenvolver a esquizofrenia entre as idades de 15 e 24 anos. Nas mulheres, desenvolvem mais levemente e normalmente mais tarde, entre os 25 e 34 anos e os sintomas podem ser menos severos. Embora o risco de declínios da esquizofrenia com a idade, alguns peritos acreditam que há uma incidência de pico ao redor dos 45 anos e outro, principalmente nas mulheres, por volta dos 60 anos.
Risco herdado (herança genética).
A esquizofrenia indubitavelmente tem um componente genético e novos estudos continuam a oferecer apoio para esta idéia. De acordo com estudos, os indivíduos com predisposição familiar à esquizofrenia possui várias anormalidades estruturais no cérebro, incluindo tamanho reduzido e ventrículos aumentados, comuns em pacientes com esquizofrenia; entretanto a hereditariedade não explica todos os casos da doença. O fator de risco para herança esquizofrênica é de 10% para aqueles que têm um membro familiar direto com a doença e de aproximadamente 40% se a doença afeta ambos os pais ou gêmeos idênticos. Aproximadamente 60% dos portadores de esquizofrenia possuem parentes não próximos com a doença. O distúrbio de vestígios no olhar é uma das características genéticas que parece ser associada com a esquizofrenia. Os pesquisadores argumentam se estas duas condições são geneticamente ligadas ou se a desordem no olho é simplesmente um sintoma físico da esquizofrenia.
Complicações de parto.
Os estudos indicam que indivíduos com esquizofrenia têm uma incidência maior com os problemas que cercam o nascimento, parecendo que as complicações de trabalho de parto aumentam o seu risco. Observando-se que um período curto de gestação e peso baixo no récem-nascido podem estar associados com o princípio da esquizofrenia no adulto, neste mesmo estudo verificou-se que coincidentemente, na ocorrência de 2 para 1, mães de esquizofrênicos informaram ter estado deprimidas ou relataram algum episódio de depressão durante sua gravidez. Os pesquisadores sugerem que o risco para esquizofrenia ocorre se o feto em desenvolvimento ou o récem nascido é privado de oxigênio. Grávidas que sofreram fome ou deficiência de nutrição (menos que 1000 calorias diárias) durante o primeiro trimestre de gravidez, têm o risco aumentado de ter uma criança que pode vir a desenvolver esquizofrenia. Um dos estudos sugere que algumas pessoas podem desenvolver esquizofrenia se ocorrer anormalidades durante a vida fetal em pontos críticos de desenvolvimento do cérebro, entre a 34a. e 35a. semana de gestação bem como no estudo de bebês, verificou-se uma incidência de risco aumentado para aqueles não alimentados pelo peito materno.
Os nascimentos de inverno.
Muitos estudos demonstraram que aproximadamente 8% das pessoas com esquizofrenia, tiveram seus nascimentos no inverno.
O que pode confirmar um diagnóstico de Esquizofrenia?
Um único sintoma não é específico da Esquizofrenia. Um diagnóstico depende de uma crise ser ativada e ter sua duração de pelo menos um mês aproximadamente, consistindo de dois sintomas característicos (ex.: alucinações, enganos, pensamentos desorganizados, irresponsividade emotiva, tonalidade da fala). O diagnóstico também pode ser feito na base de um único sintoma se o paciente possui enganos ou alucinações particularmente esquisitas. Fazer um diagnóstico na ausência de altas atividades sintomáticas, incluem outros sintomas tais como, retirada social marcante, comportamento peculiar (conversar sozinho, grande índice de superstição), fala incoerente e vaga ou outras indicações de pensamentos perturbados, que devem estar presentes pelo menos durante seis meses. Para o diagnóstico, os relacionamentos sociais pessoais do paciente também devem estar deteriorados desde o início dos sintomas. Outras condições médicas, incluindo desordem bipolar, devem ser naturalmente excluídas do diagnóstico.
Inúmeras técnicas de mapeamento cerebral estão se tornando-se úteis para detectar ou determinar se partes do cérebro podem estar deterioradas ou se estas estruturas anormais se relacionam à interligação de sintomas específicos. A utilidade de cada uma destas técnicas varia de acordo com a evolução tecnológica, quantidade de radiação utilizada, clareza de imagem e visão da área cerebral. A utilização de Ressonância Magnética tornou-se uma ferramenta particularmente valiosa para revelar partes do cérebro inacessíveis a outras diferentes perspectivas. Outras novas técnicas de mapeamento são a tomografia computadorizada que pode proporcionar as informações de fluxo sanguíneo e metabolismo cerebral. No exterior pode-se encontrar outros recursos técnicos de mapeamento cerebral: Tomografia por emissão de Fótons (SPECT) e Tomografia por emissão de Pósitrons (ACARICEIA), que podem proporcionar maior eficiência de informações do fluxo sanguíneo e metabolismo cerebral.
Um novo método telefônico, utilizando sistema computadorizado está sendo desenvolvido para desordens cerebrais mentais incluindo a esquizofrenia, levando aproximadamente oito minutos para completar e produzir resultados claros e exatos. Esta simples chamada telefônica poderia ajudar as pessoas que procuram aconselhamento médico antes da existência de um problema evidente.
Quais outras condições assemelham-se a Esquizofrenia?
Outras séries de sinais comuns de esquizofrenia são também os sintomas que podem ocorrer em outros estados psicológicos e condições médicas, incluindo enganos, alucinações, fala desorganizada incoerente, tom plano de voz, comportamento esquisitamente desorganizado e catatônico (ausência de fala, rigidez muscular e irresponsividade).
Mais de 70 condições sintomáticas podem conter desordens típicas da esquizofrenia (equívocos, enganos), tais como depressão e mania (bipolar). Tais sintomas focalizam uma anormalidade física ou uma doença somática, às vezes presentes em pessoas com depressão. Os enganos ou manias de grandeza – a crença de que tem um poder especial ou uma missão – pode ocorrer nas pessoas com mania; estas pessoas podem também tornar-se paranóicas.
Há uma incidência de psicoses esquizofrênicas comuns que não constituem critério para diagnosticar esquizofrenia e podem ser variações de doenças inteiramente diferentes. Sabe-se que estas variações são classificadas como desordens esquizoafetivas, psicoses esquizofreniformes atípicas e esquizofrenia reativa breve. Na desordem esquizoafetiva, por exemplo, as pessoas têm episódios psicóticos entre o período pleno de mania e o período deprimido.
O álcool e o abuso de drogas ou sua retirada também podem ocasionar psicoses. e pelo risco alto de abuso dessas substâncias em pessoas com esquizofrenia é necessário que o profissional de saúde saiba distinguir entre o gatilho de psicoses por drogas ou álcool do episódio esquizofrênico. Normalmente o diagnóstico é confirmado com o final da psicose depois da retirada do álcool ou drogas e pelo retorno dos pacientes ao álcool ou abuso dessas substâncias.
Outras causas de sintomas psicóticos são o câncer no sistema nervoso central, encefalite, neurosífilis, desordens de tireóide, doenças de Alzheimer, confiscações parciais complexas, doença de Huntington, esclerose múltipla, traumatismos, doença de Wilson, deficiência de vitamina B e lúpus eritematoso sistêmico.
Muitas medicações provocam leves efeitos semelhantes ao de psicose severa e podem vir a precipitar enganos e sérias confusões. Tais sintomas provenientes destas medicações, são mais freqüentes em pacientes idosos.
O que causa a Esquizofrenia?
Não há uma única causa para explicar todos os casos de esquizofrenia. Contrariamente à crença popular, as pessoas com esquizofrenia não são vítimas de sua origem pobre ou de fatores ambientais; a maioria é vítima de erros no desenvolvimento do cérebro surgidos geneticamente. As pesquisas mais recentes estão encontrando tais anormalidades no feto em desenvolvimento e não após o nascimento.
A estrutura cerebral e anormalidades químicas.
Os pesquisadores estão tentando achar uma única terapia que possa integrar um número de resultados nas anormalidades químicas estruturais no cérebro dos esquizofrênicos.
As anormalidades no formato e nas atividades cerebrais.
Em alguns pacientes, as técnicas de mapeamento por imagens revelaram menor atividade cerebral no córtex pré-frontal e em alguns casos perdas reais de tecido, particularmente nas amígdalas – hipocampo, no lado esquerdo do cérebro. O córtex pré-frontal do cérebro afeta a memória, razão, agressividade e fala significativa; a atividade reduzida nesta área pode causar sintomas negativos. A área diminuída dos lóbos temporais do cérebro (localizada perto das orelhas) e áreas límbicas (localizada no fundo do cérebro) que são relacionadas às emoções, parecem estar ligadas aos sintomas positivos, tais como ouvir vozes. A Ressonância Magnética (MRI) pode esquadrinhar o cérebro e revelar alguns casos de sulcos cerebrais aumentados, denominados pellucidi de septi de cavum (CSP), entre os ventrículos laterais que são duas estruturas que contêm o líquido cérebroespinhal. Durante o desenvolvimento no ventre, o CSP se inicia com uma única camada e se fende em duas antes do nascimento, voltando a se fechar após o nascimento, durante o desenvolvimento do bebê. Em algumas pessoas com esquizofrenia entretanto, a etapa final é incompleta e o CSP é aumentado. Um estudo achou um volume alto de sangue no cérebro de pessoas com esquizofrenia sugerindo anormalidades de irrigação. Importante notar que estas anormalidades cerebrais não foram encontradas consistentemente em todos os pacientes com esquizofrenia, encontrando-se anormalidades estruturais semelhantes em pessoas que não tinham nenhuma indicação da doença.
As anormalidades de circuitos cerebrais.
Um interesse particular se concentra na pesquisa do circuito cerebral, que filtra as informações que entram no cérebro e envia as informações relevantes para outra partes executarem determinada ação. Um defeito nesse circuito pode resultar no bombardeio das informações não filtradas o que pode ocasionar sintomas tanto negativos como positivos. Oprimido por dados desorganizados, os sintomas positivos ocorrem e a mente incorre em erros de percepção e alucina, tira conclusões incorretas e torna-se desiludida, realizando escolhas ímpares de sentimentos e de comportamentos. Para compensar estes sintomas a mente então se retrai, ocorrendo alternativamente os sintomas negativos.
Químicas anormais no cérebro.
Alguns especialistas acreditam que a esquizofrenia se origina de uma desordem rara nos neurotransmissores (mensageiros químicos entre as células e o sistema nervoso). Um possível elo entre as anormalidades cerebrais e o desenvolvimento da esquizofrenia envolve o transporte de dopamina pelo neurotransmissor. A dopamina foi investigada por muitos anos, observando-se a principio que certas drogas que reduzem a ação de dopamina no cérebro também reduzem os sintomas psicóticos. Por outro lado, drogas que aumentam a atividade da dopamina aumentam estes sintomas ou agravam a esquizofrenia. Esta pesquisa foi centralizada em receptores (moléculas nas células que se unem a outras moléculas) de dopamina, particularmente D1 (dopamina) e D2. Os estudos de imagem mostrou uma hiperatividade da dopamina nas partes do cérebro onde parecem se localizar os sintomas psicóticos. Em esquizofrênicos, o lado esquerdo do cérebro tende a ter concentrações mais altas de dopamina que o direito, o que provavelmente, não é devido a uma superprodução de dopamina mas a um aumento dos receptores químicos que atraem e fixam a dopamina em partes do cérebro que foram deterioradas. A pesquisa revelou também baixa atividade de receptores de dopamina, D1, ocorrendo no córtex pré-frontal do cérebro, o que pode ser relacionado a sintomas negativos. Atualmente, os especialistas sugeriram que um equilíbrio anormal de dopamina, e não só a hiperatividade, são gatilhos para a síndrome da esquizofrenia e outros transmissores e químicas do cérebro continuam sendo objeto de estudos, tais como os níveis baixos de amino ácido glicídio encontrado nos cérebros de pessoas com esquizofrenia, dirige-se a pesquisa aos possíveis mecanismos e tratamentos relacionados a esta substância. Novos estudos indicam que os pacientes tendem a ter anormalidades proteicas no efeito reparador estrutural em função das células nervosas; duas destas proteínas que estão sendo investigadas são a ESTALO-25 e alfa-fodrin.
Fatores Genéticos
Os cientistas estão próximos de encontrar a localização genética da esquizofrenia, que acredita-se estar no cromossoma 13 dos humanos e possivelmente no 8. Uma hipótese comum a um número de doenças neurológicas é que um gene defeituoso é a causa de células saudáveis no organismo humanos estarem suscetíveis a atacar o próprio sistema imunológico uma condição chamada auto imunologia. Na esquizofrenia, estes incluem as células nervosas do cérebro. Num estudo em mães de pacientes esquizofrênicos foram encontradas uma incidência alta do HLA-B44 neste tipo de gene. Genes semelhantes são encontrados em outras doenças auto imunes que predispõem o sistema imune a atacar as próprias células e tecidos quando um vírus a invade.
Os vírus.
A hipótese virótica para a causa desta doença se baseia principalmente em evidências circunstanciais: o alto índice de nascimentos no inverno entre as pessoas com esquizofrenia; alto índice da doença nas áreas suburbanas das cidades, e uma incidência mais alta de esquizofrenia nas populações que tiveram epidemias de gripe. Por exemplo, um estudo na Finlândia mostrou um alto índice de esquizofrenia nas pessoas cujas mães estavam no segundo trimestre de gravidez durante uma epidemia importante de gripe há vinte anos atrás. Alguns pesquisadores postularam que se uma mulher grávida suscetivelmente genética tiver uma gripe no segundo trimestre de gravidez quando as células cerebrais do feto se encontram em desenvolvimento, o seu sistema imunológico reage à invasão do vírus atacando também estas células vulneráveis do cérebro. Recentemente, o vírus da doença de Borna, que dispara uma desordem neurológica em animais, foi encontrado no sangue de um paciente esquizofrênico. Ainda há necessidade de pesquisas extensas a serem realizadas antes que uma conexão real entre vírus e o princípio da esquizofrenia possa ser feita.
Os fatores Psicológicos.
Embora fatores genéticos neurológicos quase certamente sejam os fatores mais importantes nas desordens da esquizofrenia, seria irresponsável ignorar e dizer que estão fora de cogitação as pressões e influências que podem exacerbar ou servir de gatilho para os sintomas inerentes a esta doença. O cérebro é um sistema complexo de apreensão, que além de responder a mecanismos físicos internos também responde a estímulos do mundo. A pesquisa demonstrou que os lóbos pré-frontais do cérebro freqüentemente são afetados nos pacientes com esquizofrenia sendo extremamente responsivo a tensões de ambiente. Pelo fato dos sintomas negativos do esquizofrênico serem naturalmente extraídos do círculo de sofrimento familiar, é seguro supor que a sua realimentação negativa intensifica o estado neurológico já vulnerável servindo-lhe regularmente de gatilho e exacerbando a existência dos sintomas.
Quais são as diretrizes gerais para se tratar a Esquizofrenia?
O Instituto Nacional de Saúde Mental e a Agência de Seguros de Pesquisa e Saúde organizaram suas recomendações para tratamento em sete categorias: (1) medicações com anti-psicóticos; (2) medicações adicionais para depressão, ansiedade ou hostilidade; (3) terapia com eletroconvulsivos; (4) tratamentos psicológicos; (5) intervenções familiares; (6) reabilitação vocacional; (7) tratamento intensivo comunitário. Precocemente captada, a esquizofrenia tem melhores resultados em seu tratamento. Os estudos indicam que pacientes que recebem drogas antipsicóticas e outros tratamentos durante os seus primeiros episódios e os cinco anos seguintes a estes, são freqüentemente menos hospitalizados e requerem menos tempo para controlar plenamente os sintomas, desde que procurem ajuda rapidamente. Um estudo comprovou que a intervenção de controle prévio da esquizofrenia, reduziu o diagnóstico de surtos. Entretanto os pacientes suportam uma média de 10 meses com sintomas sérios antes de receber tratamento e a pesquisa indica que mais da metade dos indivíduos com esquizofrenia recebe cuidados inadequados. Particularmente, Afro americanos são menos passíveis de receber bom tratamento.
O que é o tratamento com droga para a esquizofrenia?
Antipsicótico típico (ou neuroléptico), Drogas.
As drogas típicas antipsicóticas foram até bem recentemente o principal tratamento para esquizofrenia. Bloqueiam os receptores de dopamina, neurotransmissores que julga-se ter influência nos sintomas psicóticos. Estes medicamentos também são referidos como drogas neurolépticas porque podem causar efeitos neurológicos paralelos. A primeira droga deste tipo utilizada para tratar esquizofrenia foi a clorpromazina (Amplictil). Muitas outras drogas antipsicóticas estão agora disponíveis, a mais popular é o haloperidol (Haldol). Incluindo entre outras perfenazina (Trilafon – não encontrei no Vade-mécum – Brasil), tioridazina (Melleril), mezoridazina (Serentil – não encontrei no Vade-mécum – Brasil), trifluoperazina (Stelazine) e flufenazina (Anatensol Depot). Os estudos não mostraram quaisquer diferenças significativas de benefícios entre estas drogas; seu impacto benéfico é maior em sintomas psicóticos, particularmente nas alucinações e enganos (equívocos) nas etapas iniciais e intermediárias das desordens mentais. Drogas típicas antipsicóticas não são muito bem sucedidas na redução dos sintomas negativos, embora as pessoas freqüentemente demonstrem um menor isolamento e apatia em virtude da redução dos episódios psicóticos. De um terço a um quinto dos pacientes com esquizofrenia, não respondem adequadamente ao tratamento com drogas. Um estudo importante informou que somente um terço dos pacientes recebem dosagem corretas.
Nota (Lazir): Em parecendo ser a doença escalonada em níveis diferenciados, normalmente a dosagem deve obedecer a critérios peculiares, obtidos somente após tentativas de erros e acertos, exemplificando: Começar com dosagem de média para baixa e caso necessário ir aumentando ou reduzindo conforme a tolerância e resposta particular do paciente.
Tratamento de fase aguda ou inicial.
Para uma fase ativa grave de esquizofrenia, utilizam-se drogas injetáveis de antipsicóticos, a cada quatro e oito horas até que o paciente se tranqüilize. Se possível, entretanto, por prescrição médica, administrar a droga oralmente ou pelo menos retornar à droga oral tão logo possível. Geralmente doses mais elevadas são utilizadas para tratar episódios agudos e doses menores durantes os períodos de remissão da doença. Em pacientes que não responderem ao haloperidol dentro de três semanas, estimular a dosagem parece não ser eficiente e pode ser mais produtivo. Um estudo indica que para pacientes com um primeiro episódio, a utilização de doses abaixo das normais pode ser eficiente e oferecem menor risco de efeitos colaterais. Em pacientes tratados inicialmente, a melhora dos sintomas psicóticos pode ser evidente dentro de um ou dois dias de tratamento, embora o pleno benefício da droga desenvolva-se somente após aproximadamente de seis a oito semanas. Acredita-se que os distúrbios diminuam-se gradualmente.
As recaídas e a manutenção.
Para reduzir os riscos de recaída, muitos médicos recomendam ministrar as drogas antipsicóticas diariamente pelo menos por um ano. Aproximadamente 75% dos pacientes têm recaídas dentro de dois anos após retirada da medicação. Se dois ou mais episódios ocorrerem, alguns especialistas recomendam um tratamento de manutenção de pelo menos cinco anos, alguns possivelmente por tempo indefinido. Até 75% dos pacientes, entretanto, podem parar com as drogas antipsicóticas dentro de dois anos. A conformidade do prosseguimento de um regime de manutenção se deve a inúmeras razões: efeitos colaterais que podem estar debilitando o paciente; a vida do paciente esquizofrênico é normalmente instável; e muitas pessoas são relutantes em aceitar o conceito de tratamento longo. A fim de evitar os efeitos colaterais, conforme o paciente, os médicos tentam manter as dosagens o mais baixas possíveis. Os efeitos da droga devem ser cuidadosa e estritamente controlados pelo médico. A eficácia varia de indivíduo para indivíduo, avaliações, julgamentos e adaptações podem ser necessárias quando prescrever as dosagens, de modo que os benefícios do tratamento excedam ao efeitos colaterais da terapia. A terapia de depósito (tipos de neuroléptico, normalmente Haldol ou Anatensol, são ministradas com injeções mensais) teve êxito em sua utilização em pacientes que têm dificuldade em se submeter ao regime oral diário. Na Europa, o critério injetável reduziu o índice das recaídas dos sintomas em mais de 50%. Alguns especialistas recomendam esta terapia de depósito em pacientes que têm reduzida capacidade de tolerância. Uma desvantagem desta terapia são os efeitos colaterais, que, se ocorrerem, são prolongados.
Efeitos colaterais dos Neurolépticos.
Os neurololépticos pode ter efeitos colaterais adversos em muitos órgãos e sistemas do corpo. A insônia e letargia comumente ocorrem no início da terapia, mas normalmente diminuem depois de algum tempo. Outros efeitos colaterais são a boca seca, problemas oculares, reações alérgicas, aumento de peso e irregularidades menstrual nas mulheres. Uma disfunção sexual pode ser resultante do tratamento e é uma das razões para a não concordância na utilização da droga por parte do paciente, embora a amantadina ( Mantidan – antiparkinsoniano) possa ajudar e compensar os efeitos colaterais. Um efeito colateral muito mais sério, entretanto raro, é a síndrome maligna do neuroléptico, onde ocorrem altas temperaturas corporais. A inobservância deste efeito colateral pode ser fatal em 20% dos pacientes que o desenvolvem. As vezes os efeitos sintomáticos devido as drogas assemelham-se aos sintomas de esquizofrenia, tais como agitação, fala lenta e movimento retardado e então o médico, equivocadamente, pode ser tentado a aumentar a dosagem.
Os efeitos colaterais mais comuns e perturbadores das drogas antipsicóticas típicas são os sintomas extrapiramidais, que envolvem os nervos e músculos que controlam a coordenação motora e os movimentos em geral. As mulheres possuem riscos mais altos para estes sintomas e esses riscos são aumentados no decorrer da terapia e da idade. Assim sendo, estas drogas denominadas de potência alta (haloperidol e flufenazina) causam menor sedação e distúrbios de pressão sanguínea, entretanto possuem maior risco para os efeitos colaterais extrapiramidais; drogas de baixa potência (clorpromazina, tioridazina, respectivamente Amplicitil e Melleril) são mais sedativas; entretanto, seus efeitos colaterais não são agudos. A maioria das drogas neurolépticas causam efeitos colaterais extrapiramidais em até 70% dos pacientes que fazem uso desta medicação. Uma condição distônica aguda pode se desenvolver durante um curto período após o uso de antipsicóticos. Esta síndrome inclui espasmos musculares anormais, contorsões particularmente no apoio do pescoço, tronco, mandíbula e músculos do olho. O efeito mais sério ocasionado pelo uso das drogas antipsicóticas é a discenesia tardia, que é freqüentemente manifesta por movimentos repetitivos e involuntários, ou tiques, na boca, lábios, pernas, braços ou tronco. Os sintomas variam de suaves a graves, e às vezes interfere no ato de comer e andar. Podendo aparecer meses ou anos seguidos após tomar as drogas, podendo persistir por meses e anos após a sua retirada. Alguns casos de discenesia tardia podem ser permanentes embora possam entrar em remissão ou desaparecer por completo.
O tratamento dos efeitos colaterais extrapiramidais.
Em geral, os efeitos colaterais extrapiramidais decorrentes das drogas neurolépticas são tratados de início, pelo médico, reduzindo a dosagem ou receitando um interruptor, droga atípica. Os efeitos extrapiramidais podem realmente assemelhar-se aos da doença de Parkinson (ocasionado por baixos níveis de dopamina), e então o médico pode prescrever drogas anticolinérgica e anti-parkinsoniana que aumentam os níveis de dopamina, ajudando a restaurar o equilíbrio. Entre os anticolinérgicos mais comuns utilizados, são o cloridrato de triexifenidila 2 ou 5 mg (Artane, Triexidyl), cloridrato de de biperideno 2 e 4 mg ampola com solução injetável, 1ml contendo lactato de biperideno 5m IM ou IV (Cinetol, Akineton) e benzotropina (não encontrei nome comercial desta droga no Vade-mécun, entretanto adicionei o cloridrato de biperideno – Akineton, comumente utilizado no Brasil). Algumas destas drogas também podem ser úteis quando administradas a sintomas negativos da esquizofrenia. O uso de anticolinérgicos, entretanto, aumenta o custo e complica o equilíbrio de sérios efeitos colaterais. Comumente causam secura na boca podendo ocorrer náuseas, visão turva, índice aumentado de batimentos cardíacos, constipação e retenção urinária em homens com aumento prostático. Os portadores de glaucoma devem utilizar estas drogas cautelosamente. Os anticolinérgicos podem causar problemas mentais significativos, incluindo perda de memória, confusão e alucinações, semelhantes aos sintomas da esquizofrenia. Elas também reagem com o álcool e anti-histamínicos.
A maioria dos especialistas opõe-se ao uso de rotina de drogas antiparkisonianas para a esquizofrenia e os recomenda somente para pacientes que não podem ser controlados regularmente e para quem necessita de altas doses de antipsicóticos e correm grande risco para os efeitos colaterais desta. Os especialistas recomendam sua retirada após três ou quatro meses, se possível. Se os sintomas persistirem, as drogam podem ser substituídas. Deve ser anotado que a retirada dos anticolinérgicos podem causar depressão e exacerbar a esquizofrenia.
As drogas atípicas.
Embora os antipsicóticos também afetem os níveis de dopamina, as ações medicamentosas com drogas atípicas podem ocorrer em áreas do cérebro diferentes das que são afetadas pelas drogas típicas neurolépticas. A clozapina (Leponex) foi a primeira destas drogas, incluindo, risperidona, olanzapina e quetiapina (não encontrei no Vade-mécum). Com exceção da clozapina, que tem severos efeitos colaterais, muitos especialistas atualmente recomendam a prescrição de drogas atípicas para os pacientes que se encontram diagnosticados com esquizofrenia, os que não conseguem responder a antipsicóticos ou têm reincidivas. As drogas atípicas mais bem sucedidas são simultaneamente capazes de afetar os receptores de dopamina e os neurotransmissores responsáveis pelos sintomas psicóticos. Diferentemente dos antipsicóticos normais (também dos neurolépticos) as drogas atípicas têm alguns efeitos nos sintomas negativos bem como nos positivos ajudando a prevenir a reincidência. Também estão associados os graves efeitos colaterais extra-piramidais causados pelos anti-psicóticos.
Clozapina.
A clozapina, dibenzodiazepínico tricíclico (Leponex) foi de grande benefício para a metade dos pacientes com esquizofrenia que não respondiam a tratamentos normais. É particularmente útil nos jovens, embora os efeitos colaterais sejam comuns, estas novas drogas provam que são de melhor escolha para o tratamento. Os efeitos positivos podem não ser evidentes até nove meses de tratamento. A clozapina melhorou os sintomas negativos no julgamento resumido de sua utilização; um estudo mais longo é incentivado para verificar seus maiores benefícios. Estudos confirmam que também reduz o comportamento agressivo e impulsos suicidas. E embora a droga não demonstre causar discinesia tardia, outros efeitos colaterais foram conclusivos, tais como: congestão nasal, torpor, baixa pressão sanguínea, dor de cabeça, insônia e ganho significativo de peso. Efeitos colaterais sérios incluem, em até 1% dos casos, agranulocitose – uma diminuição potencialmente vital que ameaça as células brancas do sangue do paciente. Quando se desenvolve, a agranulocitose aparece normalmente na fase de três meses de tratamento, atingindo o seu ápice no terceiro mês, se não aparecer dentro de seis meses, possivelmente não se desenvolverá. As mulheres mais idosas possuem risco maior para este efeito colateral. A agranulocitose pode ser revertida se parar imediatamente o tratamento com a clozapina. É importante para quem se medica com clozapina o controle freqüente do nível de contagem de glicose, especialmente os com diabetes ou história familiar de diabetes. A potência da clozapina pode ser efetuada por variações de entradas de cafeína; pacientes que tomam bebidas cafeínadas devem ser controlados pelo médico, particularmente mudando seus hábitos. Embora a clozapina seja mais cara do que o haloperidol, esta despesa extra pode compensar pela sua maior eficácia, resultando em menor índice de hospitalização.
Risperidona.
A risperidona (Risperdal) é um bloqueador de receptores de dopamina que mostrou regular superioridade de benefícios em comparação com os antipsicóticos. Assim como a clozapina, a risperidona pode ter um efeito benéfico nos sintomas negativos. A risperidona também pode melhorar a memória de trabalho verbal, um problema comum em esquizofrênicos. Em geral, tem poucos efeitos extra-piramidais, embora podendo ocorrer em doses mais altas. Os efeitos colaterais comuns incluem a insônia, ganho de peso e vertigem.
Olanzapina.
A olanzapina (Zyprexa) pode ser mais eficiente no bloqueio da serotonina e neurotransmissores de dopamina, do que a clozapina, a que tem um risco maior para diminuição para confiscações e agranulocitoses. Os estudos indicam que pelo menos é eficiente para os sintomas agudos e possivelmente mais eficiente para os negativos do que neurolépticos típicos e que possuem um risco menor para causar sintomas extrapiramidais. A droga pode também ser benéfica para pacientes que não respondem às drogas neurolépticas. Um novo estudo sugere que a olanzapina também pode ser mais eficiente que a risperidona, particularmente na resposta para os sintomas negativos, mas ainda é necessário mais pesquisas para confirmação dos resultados. Assim como a risperidona, a olanzapina pode causar insônia, ganho de peso e vertigem. Outras drogas atípicas são a Ziprasidona e quetiapina (Seroquel – não encontrei no Vade-mécum – Brasil) que são promessas de novas drogas. A ziprasidona, que afeta a serotonina assim como a dopamina, também pode melhorar os sintomas negativos com efeitos colaterais extrapiramidais limitados. A aripiprazola e iloperidona são outras drogas atípicas em desenvolvimento.
Outras drogas úteis.
Antidepressivos.
A medicação com antidepressivos é recomendada concomitante aos antipsicóticos com a finalidade de aliviar a depressão tão comum em portadores da esquizofrenia, além de ser indicado para regular e prevenir a reincidência dos surtos. Apesar de seus benefícios, menos da metade dos pacientes recebem esta medicação tão útil. Os Afro Americanos menos ainda.
Ansiolíticos.
Normalmente são utilizados benzodiazepínicos para tratamento da ansiedade e constatado-se que reduzem os sintomas psicóticos, embora não tão eficientemente quanto à terapia normal com antipsicóticos, estes podem resultar num forte efeito sedativo. Usualmente os médicos prescrevem ansiolíticos com a finalidade de reduzir doses altas de antipsicóticos na ocorrência dos surtos. Podem também ser úteis na prevenção de uma reincidência psicótica, prevenindo um surto e às vezes utilizado para tratar o desassossego e agitação que ocorrem com o uso dos neurolépticos. Os efeitos colaterais severos que podem ocorrer, são dispnéia, hipotensão arterial e perda da consciência. Estudos de alguns pacientes, demonstraram que o uso concomitante de medicação ansiolítica e clozapina, não provocou nenhuma evidência ainda de perigo comprovado na associação destas duas drogas. Em todo caso, o uso prolongado de ansiolíticos geralmente não é recomendado na esquizofrenia, e em se utilizando deve ser gradual a sua retirada.
Litio.
O litio, normalmente usado para pacientes bipolares, é útil em alguns pacientes esquizofrênicos. Parece que reduz os sintomas negativos nos que não têm história familiar de esquizofrenia, mas não existem critérios confiáveis para predizer a quem beneficiar.
As drogas antiepiléticas.
Estas drogas, prescritas para epilepsia, tais como carbamazepina (Tegretol), ocasionalmente encontrou-se moderados benefícios em pacientes esquizofrênicos violentos e que não respondem a outras drogas.
Quais as terapias sem drogas para a Esquizofrenia?
Atualmente a Esquizofrenia está oficialmente caracterizada como uma doença cerebral, e não como uma desordem psicológica. O tratamento com drogas é a terapia primária. Entre um terço e um quinto de todos os pacientes com esquizofrenia, entretanto não respondem às drogas. Os efeitos das doenças são profundamente emotivos e os especialistas geralmente recomendam que o tratamento deva ser integrado, além das drogas, a alguma forma de terapia psicosocial. Muitos pacientes obtiveram êxito nas experiências que podem relembrar fenômenos de reações dolorosa em que positivamente os familiares estariam envolvidos e que na integração com outras famílias que compartilham dificuldades semelhantes, os índices de reincidência diminuiu significativamente, em relação aos pacientes medicados simplesmente com drogas. Por exemplo, familiares e outros entes queridos podem ser orientados a reconhecer os sintomas ou as situações estressantes que podem servir de gatilho para um surto esquizofrênico, ajudando a reconhecer também quando os pacientes submetidos às drogas, manifestam os sinais prévios de efeitos colaterais concernentes ao tratamento. Tanto os médicos quanto os familiares devem estar atentos para os sinais de reincidência. Tais sintomas podem incluir sentimento distancial da família e de amigos, acrescido perturbadoramente de pensamentos persistentes, e além disso, despertando um maior interesse religioso.
Os membros familiares e entes queridos, além de ajudar o paciente, normalmente também necessitam de apoio, pois freqüentemente sua saúde mental é ameaçada. Quando o afeto e a razão não conseguem trazer o ser amado para a realidade, normalmente os familiares reagem com raiva e frustração, o que somente piora a situação. Fora o desespero e temor, eles também tendem a rejeitar completamente o paciente. Numerosos estudos mostraram que os piores pacientes esquizofrênicos são aqueles que sofrem hostilidade, crítica ou outro envolvimento por parte da família. O maior problema é que se trata de uma rua de mão dupla: Famílias críticas geram ansiedade e depressão nos pacientes esquizofrênicos e, contrariamente, a ansiedade e depressão do paciente pode induzir às críticas familiares. Estudos indicam que uma vez recebido tratamento apropriado pelo paciente e apoio, o estado sobre-emotivo da família também retrocede. Os grupos de apoio podem ser muito úteis e alguns estudos demonstram que os pacientes melhoram quando as famílias estão em algum grupo de auto-ajuda. A curto prazo, cuidados residenciais e outros serviços, também podem ajudar e proteger o paciente oferecendo alívio à família.
O tratamento de Programa Comunitário.
Este consiste de um tratamento em que uma equipe de profissionais “ofertadores de atenção especializados” (psicólogos e outros profissionais de saúde mental) proporciona tratamento de apoio para os pacientes em seus lares, e é altamente benéfico e de custo eficientemente menor (comparado freqüentemente ao de hospitalização). Entretanto, só 2% dos 10% de pacientes participam de tais programas. OBS.: Desconheço este serviço no Brasil, no exterior denomina-se “caregivers”.
Reabilitação vocacional.
Até 90% dos pacientes com problemas mentais graves se encontram desempregados, apesar de que o trabalho remunerado seja muito importante na reabilitação do paciente. Um estudo informa que depois de um ano de trabalho, 40% dos pacientes com esquizofrenia que eram pagos por seus serviços obtiveram um melhora em todos os sintomas e 50% informou muita melhora nos sintomas positivos. Os que não recebiam por seu trabalho, a melhora foi consideravelmente menor. Menos de um quarto dos pacientes esquizofrênicos estão em programas que os possa ajudar a encontrar um trabalho para se manter.
Tratamentos alternativos.
Em alguns estudos foi utilizado a glicina (aminoácido), em grandes doses para tratar os sintomas negativos, resultando numa pequena melhora, mas significativa em alguns pacientes e de poucos efeitos colaterais. Noutro estudo, a glicina adicionada a um regime de drogas antipsicóticas, os pacientes manifestaram suas emoções como interiores e o reconhecimento de perdas reais. Em tais casos a psicoterapia é certamente um apoio essencial, sendo úteis outros tratamentos.
Tratamentos com Eletroconvulsivos (ECT) (Eletroconvulsivoterapia).
Este tratamento, usualmente denomiado Eletrochoque, recebeu má impressão desde que foi introduzido nos anos de 1940. Entretanto técnicas refinadas recentes ressuscitaram o seu uso, particularmente para depressão grave. Não foi encontrado nos estudos de mapeamento cerebral por Imagem indícios de que as técnicas atuais de ECT causem danos à estrutura do cérebro e alguns médicos sentem-se mais seguros do que com as terapias com drogas. Estudos num grupo pequeno de adolescentes com esquizofrenia e outras desordens, acharam ser útil o ECT.
Terapia Psicosocial (Psicanálise e Psicologia).
Sabe-se atualmente que esta terapia Psicosocial é a base física para a esquizofrenia, não mais recomendada como um tratamento alternativo para as drogas. Um estudo informou que os pacientes mais maleáveis à administração das drogas, são os que se encontram em terapia (psicológica ou psicosocial) pelo menos durante quinze minutos por mês. A maioria dos especialistas acreditam que um programa integrado oferecendo tanto médico quanto tratamento psicológico ao paciente e apoio à família do paciente ou outro “caregivers” (profissionais ofertadores de atenção – TO – Terapeuta Ocupacional), é importante para a melhora a longo prazo dos pacientes com esquizofrenia. A técnica clássica psicanalítica, que descobre e analisa acontecimentos da infância, o uso de métodos terapêuticos cognitivos comportamentais, mostram uma particular promessa de ajuda aos pacientes. Comumente usada para a depressão, este tratamento clássico psicanalítico tende a fortalecer a capacidade do paciente em normalizar os pensamentos utilizando exercícios mentais e auto-conhecimento. Pacientes que combinaram terapia cognitiva com cuidados de rotina (medicamentos) informaram quase oito vezes mais as chances de melhora comparados aos que somente utilizam cuidados de rotina. A terapia cognitiva ensina aos pacientes a mudarem os seus padrões comportamentais de pensamentos negativos ajudando-os com técnicas para resolver seus problemas e outras estratégias para reduzir os riscos de reincidência dos surtos. Um método é o retraimento, em que o paciente compensa com suas habilidades básicas de vida , o seu dano mental. Os pacientes são treinados nas habilidades sociais, tais como boa higiene, cozinhar, viajar, melhorar os pensamentos e aprendem técnicas para alcançar uma qualidade básica de vida. A análise também deve incluir métodos para a redução de tensão, intervir para manter a conformidade da terapia com drogas e apoio emotivo geral.
A família e estruturas de apoio externa.
Apoio familiar. Em qualquer tratamento de desordem mental, é insensato ver o paciente como se ele não existisse. As pessoas próximas do paciente exercem grande influência no curso de uma doença ignorada. É profundamente doloroso para alguém lidar com um ente amado cujo comportamento não é determinado pela resposta saudável imediata ao mundo real, mas por um mecanismo interno misterioso para o qual foi desviado. Não obstante, menos que 10% das famílias de pacientes com esquizofrenia recebem apoio e educação, mesmo sendo mostrado por muitos estudos os benefícios de tais programas para ambos, paciente e familiares pela estatística de 7% da redução dos sintomas negativos, menor depressão e melhor funcionamento mental. A glicina está disponível nas farmácias, mas entre 60 e 120 pílulas teriam que ser tomadas diariamente para combinar a força da glicina, estando então atualmente em julgamento se deve ou não ser administrada. Os médicos não recomendam o uso da glicina comprada para este propósito e mais pesquisas seguem, por enquanto. De acordo com os resultados de um estudo recente, o consumo de ômega-3 ácidos gordurosos encontrados em óleos de peixe, foi associado à melhora nos pacientes com esquizofrenia.
LEMBRE-SE: NÃO TOME OU ADMINISTRE QUALQUER MEDICAMENTO, POR MAIS SIMPLES QUE SEJA, SEM A ORIENTAÇÃO DE SEU MÉDICO!

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