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sábado, setembro 14, 2024

Iluminismo

Autoria: Cleuza Lopes

Trata-se do efeito que uma representação causa no expectador de estar se deparando com o objeto real, ou com o espaço representado, tamanha a sua verossimilhança. O observador pode mesmo compreender, através da razão, que o percebe não passa de um efeito forjado, entretanto, dificilmente consegue enxergar de uma maneira diferente. O ilusionismo na pintura é firmemente baseado no completo domínio da perspectiva para que a pessoa tome aquilo que foi retratado pelo objeto real. Além disso, divide-se em dois tipos distintos: a quadratura, em que a pintura é utilizada para produzir a sensação de alargamento de um espaço arquitetônico e a tromp l’oeil. Nesse caso, o observador fatalmente é enganado, mesmo que se trate de um efeito passageiro. Ele efetivamente crê que está diante de um objeto real enquanto o que vê não passa de uma pintura. Também é bastante usado na arquitetura e principalmente nos cenários teatrais, em que o público deve ter a impressão de estar observando um espaço maior do que aquele que se encontra sobre o palco. O ilusionismo, de uma forma geral, está extremamente ligado aos próprios princípios do naturalismo, quando esta escola prega suas máximas de representação mais fiel possível de um objeto. Também foi um termo empregado para as pinturas seiscentistas que faziam uso de determinada metodologia. As caixas de show “por olhadela“, freqüentes na Holanda nessa época, podem ser boas amostras disso. Tratavam-se de espécies de cabines que continham cenas em seu interior, na parede de fundo. Através de um orifício, poderiam ser observadas, passando o efeito de tridimensionalidade. Exigiam muito domínio das técnicas da perspectiva. Tanto é verdade que o holandês Samuel van Hoogstrateno (1627 – 1678) , um dos artistas mais famosos por utilizar-se dessas artimanhas, é conhecido como “o virtuoso na perspectiva “. Suas caixas de peep show podem ser encontradas na National Gallery, em Londres. Hoje em dia, os cartões postais, pôsteres e livrinhos em “3 D“, que abusam dos efeitos da tridimensionalidade, podem ser bons exemplos de ilusionismo.

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