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quarta-feira, dezembro 11, 2024

IMPRESSIONISMO

O nome Impressionismo, como tantos outros exemplos na História da Arte (o termo gótico ou maneirismo, por exemplo), inicialmente teve um cunho pejorativo. Foi imprimido ao trabalho de um grupo de artistas que, de acordo com os críticos da época, acreditavam na impressão do momento como algo tão expressivo que bastava para um quadro prescindir das técnicas tradicionais acadêmicas. Esses artistas realizaram inúmeras exposições em Paris entre 1874 e 1886. Tendo sido inicialmente ridicularizados pela crítica e opinião popular por não seguirem a tradição pictórica que vinha sendo solidificada desde o renascimento, acabaram por paulatinamente obterem o respeito e aceitação de suas “novas técnicas“. Os objetos retratados ao ar livre, sob a luz natural, eram bastante valorizados pelos impressionistas. O volume e solidez, características que a pintura tradicional pregava como fundamentais para uma obra de arte existir, começaram a ser desrespeitados, abrindo caminho para as vanguardas estéticas do século XX. Quanto a fidelidade com o objeto retratado, não se pode dizer que os impressionistas não a desejassem. Apenas pretendiam ser ainda mais fiéis que seus predecessores, realizando suas pinturas não em condições ideais ou conforme deveriam ser, mas como se apresentavam, de preferência sob os efeitos do olhar e das mudanças da luz diária. Nesse sentido pode-se dizer que são descendentes do realismo.
As cores eram de fundamental importância para o grupo, elemento extremamente expressivo em sua arte. A frescura da impressão que um objeto causava ao artista deveria ser captada pelas pinceladas. Os objetos retratados seriam aqueles percebidos pela visão como paisagens, retratos, cenas do cotidiano. Duas influências foram fundamentais para o movimento: as estampas japonesas que popularizam-se na Europa no final do século XIX, com seu desrespeito à perspectiva e às normas de composição da academia ocidental – suas formas repletas de vida encantavam os impressionistas – e a invenção da fotografia. Claude Monet (1840 – 1926) é considerado o fundador do impressionismo. São famosas suas pesquisas em cima dos ideais impressionistas, como a representação de um objeto em diferentes horas do dia e sob diferentes luzes. (Será melhor desenvolvido em verbete à parte). Camille Pissaro (1831 – 1903), com sua ênfase no método e o forte efeito que seus quadros exprimem de terem sido executados quase que acidentalmente, foi outra grande influência para importantes nomes impressionistas como Manet. Foi um dos pintores que mais ajudou, com sua obra e formulações teóricas, a aceitação por parte da opinião pública do conceito de que a visão do artista interfere na percepção da obra. Um bom exemplo de seu trabalho pode ser dado por “O Boulevard des Italiens, Manhã de Sol“, com suas figuras indistintas. Berthe Morisot e Mary Cassat eram as duas mulheres que faziam parte do grupo impressionista. Acredita-se que tenha sido Morisot quem tenha levado o cunhado Manet ao impressionismo. É exemplo de sua obra “Vista de Paris do Trocadero“, em que retrata a cidade baseando-se na vista de cima. Cassat, por sua vez, era uma das artistas do conjunto cuja influência das estampas japonesas era mais nítida em seu trabalho (ao lado de Degas). Seus trabalhos versavam sobre temas domésticos, tratados de forma simples e direta. “O Banho“ é uma boa amostra deles. Pierre-Auguste Renoir e Edgar Degas são outros importantes nomes do movimento (ganharão melhor desenvolvimento em verbete à parte). Merece um parênteses especial a figura de Édouard Manet (1823 – 1883), que apesar de nunca ter exposto com os impressionistas, realizava algumas de suas pinturas obedecendo a esse estilo. Sua carreira passou por diversas fases e costuma ser considerado tanto um pintor impressionista como realista. Antes dos impressionistas começarem a expor, já havia quebrado as regras de pintura acadêmica, obtendo aceitação da crítica um pouco antes de seus companheiros. Sua obra “O Balcão“, com damas de cabeças quase que planas, valorizando a imagem como realmente percebidas pelo olhar e não como deveria ser, chocou inicialmente a opinião pública quando exposta (1869). Além da França, o Impressionismo acaba se espalhando por outros países. Destaques são americanos como Childe Hassam (1859 – 1935), Maurice Prendergast (1859 – 1924) e James Abbott McNeill Whistler (1834 – 1903), este último, um dos primeiros artistas ocidentais a perceber o valor das estampas japonesas. Além disso, o Impressionismo foi ponto de partida para inúmeros artistas desenvolverem seu estilo próprio. Exemplos podem ser dados por Henri de Toulouse-Lautrec, Vincente Van Gogh e Paul Cézanne.

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