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sábado, outubro 12, 2024

Integração entre a Família e a Escola

1 INTRODUÇÃO

A relação família e escola é, sem dúvida, um dos temas mais discutidos na contemporaneidade, seja por pesquisadores, ou gestores dos sistemas e unidades de ensino em quase todo o mundo.

A família é o principal espaço de referência, proteção e socialização dos indivíduos, independente da forma como se apresenta na sociedade. Ela exerce uma grande força na formação de valores culturais, éticos, morais e espirituais, que vêm sendo transmitidos de geração em geração.

Tais valores vivenciados no ambiente familiar contribuem significativamente para a formação do caráter da criança, para a sua socialização e para o aprendizado escolar. Na sociedade atual, é cada vez mais significativa a participação dos pais na formação e na educação de seus filhos.

Porém, temos observado que nos últimos anos a família está deixando para a escola a responsabilidade da educação das crianças, não esta havendo de fato, uma integração entre esses dois sistemas no que concernem as tarefas relativas ao aprendizado das crianças.

São poucas as famílias que estão acompanhando seus filhos de forma a contribuir para o seu aprendizado, pois um número significativo de famílias se omite em participar das reuniões de pais e mestres, algumas não se interessam em saber como está o desenvolvimento do filho, enfim, boa parte da família brasileira, sobretudo, das camadas populares está ausente do processo educativo das crianças.

A família assim como a escola desempenha papéis decisivos na educação da criança. Entretanto, para que a educação dada no lar, pela família, aconteça de forma satisfatória, se faz necessário haver uma integração entre a escola, é a partir dessa parceria que a criança se torna um adulto capaz de contribuir positivamente para a construção de uma sociedade mais justa, portanto, mais eqüitativa.

Dada à relevância dessas duas instâncias para o processo ensino-aprendizagem e desenvolvimento dos alunos é que elaboramos esse projeto com o objetivo de desenvolver atividades a fim de integrar e família. Nossa pretensão é sensibilizar, pais e responsáveis sobre a importância da sua colaboração no processo educacional da criança.

Participarão dessa empreitada as escolas públicas municipais: Marinheiro Saldanha, Maria Cruz de Medeiros, Maria de Nazareth, e o Centro de Ensino Rural Professora Maria Edite Batista, localizadas no município de Jardim de Piranhas/RN.

O projeto será desenvolvido através de palestras, eventos sócio-culturais, encontros, atividades extra e intra-classe, visitas aos lares, reuniões com pais ou responsáveis, dentre outras.

2 JUSTIFICATIVA

O binômio família e escola no transcorrer da história nem sempre caminharam juntas. Por muito tempo, a sociedade considerou como único saber aquele produzido na escola. Quando a criança ingressava na educação formal, os conceitos aprendidos na família eram desprezados para que novos saberes fossem estabelecidos nos parâmetros da escola, assim, o papel de educar estava associado inteiramente à escola. Com isso, a família passou a considerar-se incapaz de educar seus filhos, conferindo para a escola todo o poder e responsabilidade para educá-los.

Graças a estudos e pesquisa essa realidade vem mudando. Hoje se observa uma exaltação da necessidade de se estabelecer um efetivo diálogo entre a escola e a família, pois já se sabe que a parceria destes dois sistemas é de fundamental importância para o processo ensino-aprendizagem de crianças e jovens uma vez que a aprendizagem não está apenas circunscrita aos conteúdos escolares.

O envolvimento dos pais na educação das crianças tem uma justificativa pedagógica e moral, bem como legal […] Quando os pais iniciam uma parceria com a escola, o trabalho com as crianças pode ir além da sala de aula, e a aprendizagem na escola e em casa podem se complementar mutuamente (SPODEK; SARACHO,1998, p. 167).

A família tem a função de complementar à formação do indivíduo, pois são os responsáveis diretos. No entanto a função de educar, de fornecer à educação formal é responsabilidade da escola, ou seja, ambas são co-responsáveis pela formação cognitiva, afetiva, social e da personalidade das crianças e adolescentes.

Se a família tem responsabilidade com a educação da criança tanto quanto a escola, é necessário que as instituições família e escola mantenham uma relação que possibilite a realização de uma educação de qualidade. A troca de idéias entre educadores e parentes trará soluções mais propicia e rápida aos problemas enfrentados pelas crianças, pois como afirma Tiba (2002, p. )”quando a escola, o pai e a mãe falam a mesma língua e tem valores semelhantes, a criança aprende sem conflitos e não quer jogar a escola os pais e vice-versa”

Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Educação juntamente com o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) indica que uma das mais importantes dimensões explicativas do desempenho de estudantes encontra-se em sua origem familiar. Por isso, é de fundamental importância conhecer o capital cultural e econômico das famílias dos estudantes.

O cruzamento de dados do SAEB mostrou que a nota dos alunos é melhor quando pais e professores se conhecem. Foi comprovado que a nota dos alunos é mais alta quando os pais possuem maior escolaridade ou são mais atuantes na vida acadêmica de seus filhos.

Na quarta série, por exemplo, a nota média de Português dos estudantes, cujos pais não conhecem o professor e o diretor é de 165,24. Quando o pai participa da vida escolar do filho, a nota de Português sobe para 174,14. O mesmo acontece em Matemática, 178,11 contra 184,80. (PACHECO; ARAÚJO, 2007)

Mas apesar da relevância dessa parceria, verificamos que ainda existe certo distanciamento entre a família e a escola, principalmente, as de baixa renda. É bem verdade, que houve certa abertura da escola para a participação da família, entretanto, tem-se observado que não está havendo de fato, uma interação satisfatória e atuante entre a família e a escola no que concernem as tarefas relativas ao aprendizado das crianças.

Essa assertiva vem corroborar o diagnóstico feito nos projetos políticos Pedagógicos das escolas ora mencionado. Nestes verificamos que dentre as metas, objetivos ou ações a serem alcançados (ver anexo) a questão da integração desses dois sistemas ainda não foi efetivada de forma satisfatória.

Quando se elaborou os Projetos Políticos Pedagógicos das Escolas, sobretudo, o da escola Maria de Nazareth, este teve como objetivo melhorar a qualidade do ensino, através de todos os segmentos da comunidade escolar, inclusive da família. Desta forma, a construção do projeto levava em conta as reais necessidades, interesses e objetivos de todos que compunham – e ainda compõem a comunidade.

A escolha dessa temática deve-se ao fato de que nas escolas Municipais de Jardim de Piranhas/RN, existe uma significativa ausência da família no acompanhamento nas atividades escolares, sobretudo, nas escolas localizadas nos bairros periféricos da cidade. A ausência da família na escola não afeta apenas as escolas em estudos, mas grande parte das escolas do município de Jardim de Piranhas e porque não dizer do Brasil afinal trata-se de uma questão nacional.

Tal ausência vem preocupando os educadores, inclusive nós enquanto gestores, pois várias crianças chegam à escola sem as tarefas feitas, com sérias dificuldades de aprendizagem, muitas faltas demais, sem contar que quando ocorre um problema intra-classe, e o pai é convocado a comparecer, muitas vezes, esse não apresentar-se ao chamado. São essas e outras questões relacionadas ao “descaso” da família para com a educação dos filhos que impulsionarão a enveredar por essa temática.

Com a execução desse projeto pretendemos intervir diretamente nas famílias que menos freqüenta a escola a fim de desenvolver estratégias que façam com que haja uma implicação maior dos pais com a escola.

Espera-se que ao realizarmos esse projeto as famílias se integrem mais a escola, passem a valorizar as produções dos seus filhos, procurando saber como vai o seu desempenho, que dificuldades enfrenta e como podem ajudá-lo, respeitem seu aprendizado e o que é trabalhado na escola.

3 OBJETIVOS

Geral:

Promover a integração entre família e escola, sensibilizando, pais e responsáveis sobre a importância da sua colaboração no processo educacional da criança.

Específicos:

Realizar eventos sócio-culturais a fim de estimular a integração família x escola;

Incentivar através de encontros escola/família/comunidade a integração/participação de todos no processo ensino-aprendizagem;

Favorecer aos pais/responsáveis atividades que estes participem com mais freqüência da vida escolar das crianças;

Realizar reuniões dando oportunidade dos pais falarem do seu papel e de si mesmos.

4 METAS

Convocar os pais para participarem na organização de festas e eventos, falarem sobre seu trabalho e/ou profissão, ensinar uma atividade que realizam contar histórias, ensinar danças e músicas, viabilizando a participação ativa da família na vida escolar do educando;

Promover encontros específicos com o objetivo de ajudar pais e professores em momentos críticos, favorecendo trocas de informações sobre a criança;

Oferecer aos pais/responsáveis informações e conceitos sobre a evolução e desenvolvimento da criança, estimulando a participação destes no processo educativo da criança;

Ajudar os pais a orientar e ensinar seus filhos, no que diz respeito aos conteúdos escolares;

Criar a associação de pais;

Conhecer a família dos alunos e o entorno da escola através de visitas e reuniões;

Tomar conhecimento das reais necessidades das famílias para que sejam discutidas nos planejamentos, reuniões, palestras, oficinas pedagógicas;

Orientar funcionários da escola sobre a importância da família na educação da criança para que esta ao visitar a escola seja bem recebida;

5 AÇÕES

Realizar encontros, palestras, reuniões, eventos a fim de conduzir os pais a refletirem sobre a sua participação na educação da criança;

Elaborar juntamente com a família estratégias de envolvê-las nas atividades escolares;

Promover atividades prazerosas: gincanas, danças dinâmicas com o objetivo de estimular a integração da família;

Implantar a associação de pais;

Valorizar idéias/sugestões dos pais que possa contribuir para a educação da criança;

Abrir espaço onde os pais possam fazer críticas e dar sugestões;

Aceitar os diferentes arranjos familiares.

6 METODOLOGIA

Um trabalho quando é desenvolvido em parceria precisa dar-se as mãos, no caso, desse projeto, buscaremos desenvolve-lo em parceria não apenas com as escolas envolvidas nessa empreitada, mas com a comunidade escolar, a família, principal parceira, a secretaria de educação e demais órgãos municipais que se interessarem por essa questão.

Nosso trabalho será desenvolvido através de reuniões com a família/comunidade/equipe pedagógica da escola, palestras, eventos sócio-culturais, visita aos lares; atividades intra e extra-classe para pais e alunos, gincanas, brincadeiras, oficinas, dramatizações, coreografias, dentre outras, fazendo com que os pais participem mais ativamente do ambiente escolar e de todas as atividades e fazes de desenvolvimento de seus filhos.

Por fim será elaborado um documento onde todos, pais responsáveis, educadores, gestores, assumirão um compromisso com a escola e a escola com a família.

7 REFERÊNCIA

PACHECO, Eliezer; ARAÚJO, Carlos H. Os pais da Escola Pública brasileira. Disponível em <http://inep.gov.br/imprensa/pais_escolas_publicas.htm. Acessado: 20 de novembro de 2007

SPODEK, Bernard; SARACHO, Olívia N. Ensinando crianças de 3 a 8 anos. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

TIBA, Içami. Quem ama educa. São Paulo: Gente, 2002.

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