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sábado, outubro 12, 2024

Turismo na Economia

Transformações Históricas do Turismo na Economia

A evolução histórica do turismo acompanha a humanidade desde os primórdios. As viagens sempre foram um componente obrigatório na vida econômica e social dos homens em todas as épocas, distintas para cada civilização.

Os deslocamentos temporários de alguns indivíduos do lugar de moradia para outras localidades, devido aos mais diversos motivos.

O tempo se arrastou, as condições tecnológicas modificaram-se, a revolução industrial do final do século XVIII acelerou mudanças marcantes na história da economia e do turismo. As descobertas dos anos seguintes foram decisivas, e as que originaram os meios de transporte foram vitais.

As distâncias diminuíram na proporção inversa em que o número de pessoas cresceu dando a impressão de um mundo menor, permitindo mais viagens com conforto, segurança e rapidez.

Ao final do século XIX, as mídias impressas começam a divulgar cidades de destaque, anúncios de hotéis, informes de atrativos naturais, viagens em grandes transatlânticos, tantas outras matérias do interesse humano.

Na década de 120 nasce a instituição que deu origem a Organização Mundial do Turismo (OMT) e somente setenta anos depois o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC). Ambos organismos dedicam-se à divulgação e conscientização de dados e estudos sobre o turismo no mundo, sendo o primeiro de caráter público e o segundo composto por empresários de entidades privadas que integram o setor turístico. Com ampla divulgação e conscientização, os, os países passam a compreender o turismo como forma de captação de divisas.

No Brasil, a partir de 1920, surgem os primeiros hotéis no Rio de Janeiro e, posteriormente, com o desenvolvimento do turismo, expandem-se para as capitais mais importantes.

Nos dias de hoje a massificação do turismo pode ser explicada por muitos fatores econômicos e sociais que contribuíram para o seu desenvolvimento, dentre os quais destacamos:

A) A paz, a prosperidade;
B) O aumento da população;
C) A urbanização;
D) A industrialização;
E) A expansão de negócios;
F) Maior disponibilidade de renda;
G) Amplificação do tempo livre;
H) Os avanços tecnológicos.

O computador, em particular, diminuiu ainda mais as distâncias facilitaram a criação de novas máquinas e ativou recente meio de transmissões no mundo, estimulando mais viagens.

No passado e no presente, as viagens turísticas participam com destaques nas relações econômicas, sociais e políticas das diferentes sociedades. O turismo é mais do que nunca um tipo de serviço à disposição dos homens da sociedade industrial moderna tornando-se imprescindível para as atividades econômicas. Sempre até mesmo intuitivamente, seus agentes atuam direta indiretamente na economia, a qual permeia tudo o que nos cerca.

Eis que o turismo e a economia estiveram sempre relacionados porque são atividades ligadas ao ser humano, ao que o homem deseja e faz. Dentro dessa visão, a história demonstra o quão inseparável são e serão.

1. Fundamentos Básicos de Economia e de Turismo

Economia e Turismo Moderno

Se os indivíduos pudessem ter tudo o que desejassem, não existiria a economia. O problema econômico tem sua origem em duas situações imutáveis: nas necessidades ilimitadas do ser humano e nas limitações dos recursos existentes, o que é conhecido como lei da escassez.

De maneira global economia é:

O estudo de como o homem e as sociedades decidem empregar recursos produtivos escassos que poderiam ter aplicações alternativas para produzir várias mercadorias, ou seja, bens e serviços, e distribuí-las para o consumo de maneira sustentável para todos.

Em termos globais, panorama dessa indústria e da economia de viagens e turismo pode ser distinto sob dois enfoques perfeitamente integrados a saber:

1) Um mais visível, que destaca a chamada indústria de viagens e turismo, composta por serviços diretos que envolvem hospitalidade, recuperação, catering, diversão e transportes, entre tantos outros.
2) Outro não aparente, o lado escondido, denominado economia de viagens e turismo, em que tantas outras atividades, negócios e serviços indiretos estão envolvidos. Dentre alguns, destacamos: serviços de gráfica e publicidade; serviços financeiros e de administração; indústria de computadores e de informática; serviços de segurança; fornecimento de alimentos e de bebidas; indústria de metálicos; químicos e têxteis; mineração; fornecimento de madeira; ferro e aço; construção civil e naval; fabricação de aeronaves; fornecimento de energia elétrica e combustível; indústria de plásticos; serviços de saneamento; fornecimento de flores e plantas; serviços de decoração; serviços de arquitetura, etc. A lista é enorme, representando uma relação extensa da economia com o turismo.

No momento em que os homens produzem e consomem diversos tipos de viagens em distintos pacotes turísticos, há a formação de uma cadeia gigante de variáveis associadas a um sistema global que de um lado maximiza os objetivos empresariais, e de outro, atende às satisfações humanas. Esse volume de interesses heterogêneos é chamado de economia do turismo, ramificada em micro e macroeconomia, que fazem parte do estudo da ciência econômica.

Antigamente para ser considerada turista a pessoa tinha de viajar para regiões distantes em mais de 80,5 quilômetros de suas residência, ou ter de permanecer mais de 24 horas nos locais visitados. E ainda, sob o aspecto econômico, segundo a própria OMT, a indústria que viajasse como turista não poderia exercer uma ocupação remunerada.

Essas idéias vem sendo reformuladas e turismo, nos dias de hoje é encarado como:

Um movimento temporário de pessoas para locais de distintos externos aos seus lugares de trabalho e moradia e que incorpora lugares de trabalho e moradia e todas as atividades exercidas durante a permanência desses viajantes nos locais de destino.

Riqueza do Turismo

O turismo está vinculado à economia. É absolutamente natural, saudável, fortifica o bem estar das populações e gera muita riqueza para o país ou para a região que explora devidamente seus recursos de forma sustentável.

No entanto, pela existência das muitas necessidades dos turistas, nem sempre a natureza no seu estado puro tem condições de atendê-los. Ou seja, o indivíduo é obrigado a se dedicar a uma obra de transformação da natureza, isto é ele deve ser capaz de criar riquezas.

Há, é claro, a necessidade de acrescentar alguns elementos à natureza da localidade para torná-la um atrativo e criar riquezas. Assim, quando uma operadora turística cria um novo produto para um novo destino, ela está gerando uma riqueza. Quando um novo hotel surge, seus investidores e construtores agregam mais riqueza. Se uma empresa aérea começa a operar é mais riqueza para a economia e, indiscutivelmente, quando gerida, amplia o setor turístico.

Riqueza é, portanto, o conjunto de coisas materiais e imateriais que são escassas, que têm utilidade para os industriais que são escassos. Isso não significa serem poucos, mas que acabam com o decorrer do tempo, o que lhes confere a denominação de bens econômicos.

Se todos os bens fossem abundantes não haveria necessidade da economia. Tudo o que é raro e existente em menor quantidade do que as necessidades da população humanas são um bem econômico, como o turismo.

A carência dos bens e econômicos exige a produção de muitos bens e serviços, cuja transformação considerada como atos de produção pode ocorrer com atividades em três setores da economia a, saber:

1) Primário: quando em contato direto com a natureza
2) Secundário: quando abrangem as indústrias
3) Terciário: quando envolvem os serviços

O turismo tem envolvimento de atividades nos três setores, concentrando-se em particular no setor terciário.

Os bens de serviços produzidos em todos os setores constituem a riqueza de um país fazem parte do seu produto interno bruto (PIB). Sabemos que a participação do turismo no PIB brasileiro vem crescendo e corresponde a 8% de toda a riqueza gerada em solo brasileiro.

Na atualidade, em termos domésticos, a atividade turística global do turismo brasileiro representa uma riqueza de quase 60 bilhões de dólares segundo WTTC (2002), com reflexo em todos os setores econômicos.

Necessidades Humanas Primárias e Secundárias

Dividas em primários e secundários, o homem tem inúmeras necessidades.

1ª) Necessidades primárias são as que fazem parte da existência humana.
2ª) Necessidades secundárias são aqueles que passamos a ter depois de termos conseguido satisfazer as primárias. São muitas vezes superfulas.

Essas necessidades são as mais diversas e diferem de pessoas para pessoa, caracterizando-se por uma quantidade ilimitada.

Esse fato tornou-se mais evidente no turismo moderno pelas infinitas opções de escolha viajar não se restringe mais a um número limitado de cidades.

A atração pelo novo, diferente e bom está diretamente associada ao desejo e a curiosidade insaciável ao ser humano, e faz parte da economia.

Utilidade e Fatores de Produção

Nem todos os bens e serviços oferecidos trazem a mesma satisfação para todos os indivíduos. Pode-se definir utilidade como sendo a qualidade que possuem bens e serviços econômicos de satisfazer as necessidades humanas.

Uma viagem de uma criança par a Disney. Pode trazer grau de utilidade maior ou de satisfação diferenciado do que o de uma pessoa idosa.

Eis que produzir, no sentido econômico, significa criar ou aumentar a utilidade dos bens econômicos.

A capacidade intelectual é considerada como capital, um investimento humano, portanto, incorporada como fator de produção.

Diante da lei da escassez, o consumidor é obrigado a escolher. Se desejar uma quantidade maior de um determinado bem ou serviço, é obrigado a aceitar uma quantidade menor de outros.

O consumidor estabelece uma escala de preferências entre bens e os serviços que deseja adquirir, isto é faz uma espécie de ranking mental de tudo o que irá comprar tão logo tenha os recursos econômicos necessários.

Mesmo podendo consumir com maior exuberância um produto turístico, observa-se que, num período de tempo determinado, a utilidade ou a satisfação de consumo por um bem ou serviço passa a decrescer à medida que o indivíduo adquire mais e mais unidades equivalentes do mesmo.

Utilidade marginal é definida como sendo a quantidade extra de utilidade devidamente como sendo a quantidade extra de utilidade derivada do consumo de mais de uma unidade do produto turístico. Quando a satisfação deixa de existir há uma saturação de consumo e o viajante passa a ter uma utilidade marginal decrescente por aquele produto turístico.

Problemas Econômicos e Opções de Escolha

Tanto individualmente, como em sociedade, é preciso decidir como fazer para resolver os principais problemas econômicos, que são:

1) O que será produzido? Quais r quantos bens e serviços?
2) Como serão produzidos os bens de serviço? Por que tecnologia?
3) Para quem serão produzidos os bens e serviços? Quais os segmentos almejados?

Não existe certo ou errado. Para cada sociedade, a cada momento, torna-se uma decisão que observe o contexto envolvido e traga um retorno positivo, um benefício não só econômico, mas também social.

Em uma economia capitalista, as decisões para esses problemas serão respondidas por um sistema de preços que definirá, inclusive a produção, a distribuição e o consumo dos bens e serviços.

O preço é uma palavra mágica na economia e, em qualquer circunstância, todo turismo só é produzido e consumido mediante um valor econômico sujeito à restrição orçamentária.

O segredo da economia está em descobrir quanto a isso representa de forma que as empresas sejam devidamente remuneradas e as pessoas possam ser atendidas.

Agentes Econômicos no Turismo

Os principais agentes econômicos são os consumidores e produtores. Os indivíduos são responsáveis pelo consumo, objetivando a maximização de suas satisfações. As empresas são responsáveis pela produção dos diversos bens e serviços existentes na economia, procurando a maximização de seus lucros.

Nesse vasto mundo de opções do turismo, envolvendo negócios e também lazer é preciso destacar os principais grupos de agentes econômicos que atuam e afetam a produção e /ou consumo em qualquer localidade a incorporação de suas perspectivas, objetivos e esforços conjugados é de vital importância para o desenvolvimento do turismo.

1) Turistas: os que buscam tipos distintos de experiências e satisfações psíquicas e físicas, tentando maximizar a utilidade de suas viagens.
2) Empresas turísticas: as que objetivam a maximização de seus lucros ao produzir vários tipos de bens e serviços para os turistas.
3) Governo: aquele que promove o desenvolvimento local por meio de incremento de receita, da geração de emprego, da ampliação de divisas do turismo internacional e do aumento da arrecadação devido à cobrança de impostos dos gastos turísticos.
4) Comunidade ou População local: aquelas que tem como propósito principal obter uma renda, um emprego e promover a cultura.

Produtos Turísticos Complementares e Substitutos

Podemos definis produto turístico como conjunto de bens e serviços relacionados a toda e qualquer atividade de turismo. Como qualquer outro bem e serviço, encontra-se à disposição na natureza de forma limitada, necessita ser produzido e pode ser considerado uma riqueza.

Para um melhor entendimento, o produto turístico deve ser analisado também em termos de suas atrações, suas facilidades e suas acessibilidades.

a) As atrações podem ser definidas como elementos do produto turístico que determinam a escolha da visita de um turista a um local específico, priorizando em lugar de outro.
b) As facilidades são os elementos do produto turístico que não geram normalmente os fluxos do turismo, mas a sua ausência pode impedir os turistas de procurarem as atrações.
c) A acessibilidade, que inclui as estradas, os transportes e as vias de comunicação.

Complementando, os produtos turísticos caracterizam-se em complementares ou substitutos.

Os bens e serviços complementares são aqueles consumidos em conjunto com outros.

Os bens e serviços substitutos são os que passam a ser consumidos em troca de outros.

O produto do turismo é um composto de elementos fundamentais como o transporte, a alimentação, a acomodação e o entretenimento. Cada um deles pode ser considerado como bem ou serviço complementar do outro.

Dentro de cada elemento, no entanto, existirão inúmeros componentes que, por sua vez, serão bens ou serviços substitutos para cada um dos demais.

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