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sábado, outubro 12, 2024

ULTRA-SOM NA CONFECÇÃO DE RETROPREPAROS 1/2

1- INTRODUÇÃO

A completa obturação e selamento apicaldo sistema de canais radiculares são importantes fatorescontribuintes para o sucesso da terapia endodôntica. Asobturações retrógradas são indicadasquando os canais são inacessíveis pela viacoronária, seja pela presença incontornável denúcleo metálico fundido, pino pré-fabricado,fragmento de instrumento, calcificações, materialobturador, mal formações, reabsorçãointerna ou defeito de instrumentação, impedindo acompleta obturação do sistema de canais radiculares,BERNABÉ & HOLLAND3 (1998).

Para que o material retrobturador proporcione umperfeito selamento do canal radicular é necessárioque seja executado um retropreparo apical adequado, que acondicionede maneira correta o material retrobturador. Os retropreparossão confeccionados com micromotores, em alta ou baixarotação, utilizando brocas convencionais ou por meiode pontas ultra-sônicas. As brocas convencionais maisutilizadas geralmente são as esféricas oucone-invertidas, sendo que as primeiras, segundo BRAMANTE etal.4 (1998), propiciam um melhor preparo. Quanto asretropontas ultra-sônicas, essas são confeccionadas emangulações diversas, diamantadas ou lisas.

Segundo CARR6 (1997), o retropreparo idealdeve ser uma cavidade de classe 1 com 3 mm de profundidade comparedes dentinárias paralelas e coincidentes com a anatomiado espaço pulpar. A obtenção destes requisitostorna-se complicada, visto que as pontas dos micromotoressão volumosas em relação às cavidadescirúrgicas. Para que esta dificuldade seja superada, oângulo de ressecção da raiz é aumentado(biselamento), o que segundo FIDGOR et al.8 (1994),também aumentaria o grau de microinfiltração,necessitando-se de um retropreparo mais profundo. Atualmente,contra-ângulos de pontas menores de baixa ou altarotação que utilizam brocas convencionais e as pontasultra-sônicas especiais para retropreparos, vem sendofabricadas no intuito de facilitar a confecção depreparos apicais utilizando menor ângulo de biselamento daraiz, devido à facilidade de acesso. Além do biselradicular a presença de trincas na região doretropreparo pode determinar o insucesso dasobturações retrógradas, pois estas viriam aaumentar o grau de microinfiltração e, segundo MIN etal.23 (1997), também podem prover nichobacteriano e irritantes tóxicos.

A grande divergência de opiniões entre osautores nos motivou a executar esta revista de literatura com oobjetivo de verificar os prós e contras dautilização de pontas ultra-sônicas naconfecção de retropreparos.

2. REVISTA DA LITERATURA

FIDGOR et al.8 (1994) avaliaram amicroinfiltração apical em diferentes profundidadesde retropreparos e diferentes ângulos deressecção da raiz. Selecionaram 27 dentesmonorradiculares humanos que foram extraídos para o estudo,os quais foram estocados em solução salina por umperíodo de 3 semanas. As coroas foram removidas por discodiamantado sob irrigação, e as raízes foramdivididas em 3 grupos de 9 elementos. A apicectomia foi realizadaem três diferentes ângulos em relação aolongo eixo da raiz: 0°, 30°e 45°. Os canais forampreparados com limas K e brocas Gates, com irrigaçãode hipoclorito de sódio a 1%. A superfície radicularapical cortada foi vedada com folha de plástico espesso ecimentada com resina acrílica. O canal foi preenchido comlíquido corante PBS. O PBS foi colocado dentro de tubos deaço, após ter sido anexado ao aparelho decondutância hidráulica. O sistema inteiro foipressurizado a 110 kpa e registrada a posição dabolha a cada minuto no período de 5 min. O procedimento foirepetido em cada raiz e a infiltração medida pelocontrole. Todos os testes foram realizados a 23 ± 1°C.Após ter sido completado o período de tempo, asraízes foram estocadas em PBS. Todas as raízes queexibiram infiltração por canais acessóriosforam excluídas do estudo. Depois de registradas as medidasdo grupo controle, o primeiro incremento de íonômerode vidro, foi colocado para a realização daretrobturação. Duas radiografias,vestíbulo-lingual e mésio-distal, foram tomadas e aprofundidade da obturação foi medida. Incrementosadicionais de íonômero de vidro foram adicionados ecompactados. Duas novas radiografias foram tomadas e a profundidadeda obturação foi medida novamente. O segmento da raizfoi preso ao Plexiglas e aparatos, e novo teste deinfiltração foi realizado após 5 min. Depoisas raízes foram separadas do Plexiglas e armazenadas em PBS.Através deste estudo concluíram que com aumento doângulo do bisel aumenta a microinfiltração, eque o aumento da profundidade da preparação diminui amicroinfiltração. Estabeleceram que a profundidadeideal para obturação retrógrada deve ser aseguinte: 1.0, 2.1 e 2.5 mm para 0°, 30° e 45°respectivamente. A menor microinfiltração se deu nogrupo de bisel 0°.

GILHEANY et al.12 (1994) procuraram avaliara infiltração apical associada com a profundidade dasretrobturações inseridas em ápices radicularesseccionadas em três diferentes ângulos. Os autoresutilizaram 27 dentes unirradiculados, divididos em trêsgrupos de nove, de acordo com ângulo de secçãoapical (0º, 30º e 45º em relação aolongo eixo da raiz). O material empregado para asretrobturações foi um cimento de ionômero devidro inserido em cavidades preparadas após asecção apical das raízes (0,5mm, 1,5mm, 2,5mme 3,5mm de profundidade). Os resultados obtidos foram analisados erevelaram diferenças estatisticamente significantes nainfiltração entre as retrobturaçõesinseridas nas raízes seccionadas em 0º, 30º e45º em relação ao longo eixo dos dentes. Aanálise dos resultados mostrou que quanto maior aprofundidade das cavidades, menor a infiltraçãoapical. Por outro lado, quanto maior o ângulo desecção das raízes, maior ainfiltração apical observada.

KELLERT et al.16 (1994) consideram o uso deaparelhos de ultra-som, com pontas desenhadas especificamente parapenetrar no forame apical, mais eficiente do que os instrumentosrotatórios jamais poderiam ser. E, aliados àiluminação ideal e com aumento do campooperatório, os aparelhos de ultra-som asseguram aconfecção do preparo em profundidade adequada(incluindo as ramificações do sistema de canais),prevenindo assim, microinfiltração e insucesso. Comoo propósito da retrobturação apical consistena prevenção da microinfiltração, opreparo deve obter paredes axiais limpas, profundidade eretenção suficientes para conseguir um selamentoapical apropriado. A dificuldade de acesso e angulagem da raiz paratrabalhos com instrumentos rotatórios impedem seu acessointracanal direto via apical, obrigando-os a serem inseridos emângulos diferentes aos do conduto apical. Então, estespreparos cortam mais através dos canais que dentro deles,tornando-se inadequados em termos de profundidade, debridamento eretenção. Podem ocorrer com frequênciaperfurações na parede lingual. Além disso, ouso de instrumentos rotatórios requer uma certaredução da raiz e biselamento para acesso, resultandoem perda de suporte periodontal e exposição de grandenúmero de túbulos dentinários, atravésdos quais a microinfiltração pode ocorrer. Por outrolado, as pontas ultra-sônicas não possuem partesrotatórias, sendo assim, permitem desenhos e ângulosvariados que facilitam a entrada direta no espaço do canalapical de qualquer dente com redução radicularmínima e sem bisel. Como as pontas de ultra-som cortam demaneira menos agressiva que os instrumentos rotatórios, elastendem a permanecer confinadas ao espaço do canal, àmedida que o preparo é aprofundado, diminuindo as chances deprovocar perfuração de raízes. O preparoultra-sônico resultante geralmente possui menordiâmetro, maior profundidade e paredes mais paralelas que osrealizados com instrumentos rotatórios. Desta forma, umselamento mais efetivo é obtido.

GUTMANN et al.15 (1994) compararam ascavidades apicais em dentes apicectomizados preparadas com brocas(com e sem condicionamento com ácido cítrico) e compontas ultra-sônicas em relação àpresença ou ausência de debris superficiais e smearlayer. Sessenta dentes unirradiculadosrecém-extraídos foram instrumentados e obturados comguta-percha e Sealapex. As raízes foram seccionadas emângulo de 45º com broca diamantada em altarotação com spray de água. Os dentes foramdivididos em três grupos de 20 e suas cavidades forampreparadas da seguinte forma:

a) grupo I- cavidade apical preparada com broca esféricanº 010 em baixa rotação comrefrigeração de água em profundidade de 2-3mmno sentido do longo eixo do dente. Toda a guta-perchavisível foi removida das paredes da cavidade. As cavidadesforam lavadas e secas com pontas de papel;

b) grupo II- cavidade apical preparada como no grupo I eaplicação de solução de ácidocítrico a 10% e cloreto férrico a 3% (10:3) (pH=1,62)na cavidade apical e na superfície radicular seccionada. Ascavidades foram lavadas e secas com pontas de papel;

c) grupo III- cavidade apical preparada com pontaultra-sônica do sistema de ultra-som ENAC em profundidade de2-3mm, na potência 10, sob refrigeração despray de água. Os cortes foram realizados em períodode 3-5 min. As cavidades foram lavadas e secas com pontas depapel.

Em todas as raízes foram feitos sulcoslongitudinais no sentido buco-lingual com broca esféricapequena, e em seguida, foram divididas em duas partes com umcinzel. Os espécimes foram metalizados com ouro paraanálise em microscopia eletrônica de varredura, emaumento de cem vezes para avaliação da camada dedebris superficiais e aumento de 780 vezes paraavaliação da smear layer remanescente. Aanálise estatística mostrou diferençassignificativas dentro e entre os grupos (p<0,05). As cavidadesapicais confeccionadas com broca apresentaram uma smear layergrossa em todos os níveis dos preparos. A smear layer foiparcialmente removida durante o preparo com ultra-som nos doisterços apicais. Uma maior remoção de smearlayer foi obtida com o condicionamento com ácidocítrico (p<0,05). Coronalmente, os preparos apicais seapresentaram contaminados por debris em quantidades de moderada agrande, em todas as técnicas. SAUNDERS et al.28 (1994) realizaram umestudo in vitro para avaliar o efeito de três métodosde preparo apical, seguido de apicectomia, sobre o selamento apicalde materiais retrobturadores. Os espécimes foram divididosem dois grupos (59 e 57) e a avaliação dainfiltração pelo corante foi feita no períodoapós sete dias e após sete meses. Os canais de 116dentes unirradiculados com ápices maduros foram preparados eobturados com guta-percha e cimento. Os ápices foramseccionados em ângulo de 45º com broca diamantada sobrefrigeração de água e preparados da seguinteforma: a) grupo 1- cavidade apical preparada com brocaesférica #10, com profundidade de 2-3mm no sentido do longoeixo do dente; b) grupo 2- cavidade apical preparada com brocaesférica #10, com profundidade de 2-3mm no sentido do longoeixo do dente, e aplicação por 60s desolução de ácido cítrico a 10% ecloreto férrico (Fe2Cl3) a 3% (pH de1,62); c) grupo 3- cavidade apical preparada com pontaultra-sônica em uma unidade ultra-sônica ENAC, napotência 10. Todas as cavidades foram retrobturadas comcimento EBA. Os dentes foram mantidos em estufa a 37ºC e 100%de umidade relativa. Cada espécime foi impermeabilizado comduas camadas de esmalte para unhas, exceto o ápiceseccionado, e após a secagem, foram imersos em tinta daÍndia a 37ºC por 90h. Os espécimes foramlavados, a impermeabilização foi removida e foramdesmineralizados em ácido nítrico a 11% por 48h. Apenetração pelo corante foi medida usando umestereomicroscópio em aumento de seis vezes, considerando aprofundidade máxima de penetração. Osresultados mostraram que não houve diferençasignificativa na infiltração entre os grupos em cadaintervalo de tempo (p<0,05), mas houve aumento nainfiltração após sete meses (p<0,01). Aanálise estatística mostrou que ocorreramsignificativamente mais trincas nas raízes com preparosapicais realizados com ultra-som (p<0,01). ABEDI et al.1 (1995) realizaram um estudopara determinar o efeito do preparo apical com broca e ultra-som.Foram preparados e obturados 47 canais de dentes unirradiculados,em seguida, foram realizadas as apicectomias. Os espécimesforam fotografados em um microscópio ótico em aumentode trinta vezes, sendo, então, reproduzidos em resinaepóxi. As réplicas foram seccionadas e examinadasatravés de microscopia eletrônica de varredura. Osespécimes foram divididos da seguinte forma: grupo A- 24raízes receberam preparos apicais com broca de fissura #170Lsob irrigação de água, em uma profundidade de3mm; grupo B- 23 raízes receberam preparos apicais com pontaultra-sônica CT-2, sendo que 11 espécimes forampreparados com aparelho ultra-som Enac e 12 espécimes forampreparados com aparelho ultra-som Neosonic. Após os preparosapicais, foram realizadas fotografias em aumento de trinta vezes eforam obtidas as réplicas dos espécimes em resina. Asréplicas pré e pós-operatórias e osespécimes originais foram montados e examinadosatravés de microscópio eletrônico de varreduraem aumento de trinta vezes, para detectar a presença ouausência de trincas. As fotomicrografias revelaram apresença de trincas pré-operatórias em 13 dos47 espécimes. Na amostra das raízes preparadas combrocas, 12 espécimes não apresentaram trincasiniciais, quatro apresentaram trincas iniciais que nãodeterioraram, seis desenvolveram novas trincas e dois apresentaramnovas trincas e maiores que no início. Na amostra dasraízes preparadas com pontas ultra-sônicas, seisespécimes não apresentaram trincas iniciais, umapresentou uma trinca inicial que não deteriorou, dezdesenvolveram novas trincas e seis apresentaram novas trincas emaiores que no início. A análise pelo testeQ-quadrado mostrou uma baixa incidência deformação de trincas nas raízes que tiveramcavidades preparadas com broca, comparando com aquelas preparadascom pontas de ultra-som (p=0,04). Não houve diferençasignificante na incidência de formação detrincas entre os preparos apicais realizados com pontasultra-sônicas nos aparelhos Enac ou Neosonic (p=0,16). Amaioria das trincas apareceu nas paredes mais finas dos preparosapicais (95%). A maioria das paredes mais finas que 1mm apresentoutrincas quando as cavidades apicais foram preparadas com pontasultra-sônicas (75%). Em contrapartida, este fenômenonão ocorreu quando as cavidades foram preparadas combrocas. ENGEL & STEIMAN7 (1995) avaliaram ospreparos apicais em trinta dentes humanos extraídos,comparando aqueles preparados com instrumentos ultra-sônicoscom os dentes preparados com micromotor convencional e com dentespreparados combinando o uso de micromotor e instrumentoultra-sônico. Os espécimes foram avaliados emrelação ao tamanho do preparo, debridamento e temporequerido para o preparo. Os preparos realizados com instrumentosultra-sônicos foram significativamente menores do que osoutros realizados com as outras técnicas. As técnicasconvencional e combinada resultaram em debridamento melhor sob ascondições deste estudo e somente a técnicacombinada apresentou um aumento no tempo requerido de preparo. Ainstrumentação ultra-sônica pode fornecervantagens no tratamento de raízes com istmo profundo, pelaredução do risco de perfuraçãoradicular. SULTAN & PITT FORD29 (1995) realizaramum estudo comparando a infiltração por corante emvinte dentes humanos extraídos unirradiculados, que tiveramsuas cavidades apicais preparadas com ultra-som. Após aremoção das coroas anatômicas, as raízesforam obturadas com um cone único de guta-percha e cimento,e apicectomizadas em ângulo de 45º com 2mm de altura. Ascavidades apicais foram preparadas com ponta ultra-sônicaaté tocar o cone e até que uma lima número 50ficasse solta na cavidade. Dez cavidades foram retrobturadas comamálgama sem zinco e dez cavidades foram retrobturadas comguta-percha termoplastificada. As superfícies dos dentesforam impermeabilizadas com duas camadas de esmalte para unhas,exceto a retrobturação e a superfíciebiselada. Os espécimes foram mantidos em umidade por 24 h, a20ºC e em seguida, os 3mm apicais de cada raiz separadamente,foram imersos em corante fluorescente Rhodamina B por 48h. Foramrealizados cortes transversais nas raízes obturadas, sendoque foram analisados em microscópio óptico e confocalpara avaliação da infiltração pelocorante ao longo da interface material obturador e dentina.Não houve diferença estatística parainfiltração entre o amálgama e a guta-percha enem entre os dois métodos de microscopia. GORMAN et al.13 (1995) avaliaram preparosapicais realizados em dentes humanos uniradiculares queapresentavam apenas um canal, comparando a técnica deinstrumentação ultra-sônica, técnica deinstrumentação ultra-sônica combinada combrocas convencionais e técnica convencional realizadasomente com brocas. 30 dentes humanos, incisivos e caninos, foramutilizados no estudo. Todos os dentes foram autoclavados a 121°C a 15 libras de pressão por 15 minutos, e foramarmazenados em solução de 2% de glutaraldeído.Os dentes foram radiografados no intuito de determinar que osmesmos apresentavam apenas um canal relativamente reto. Todos osdentes foram estocados em solução salina. O acessoendodôntico às coroas foi realizado com o mesmopadrão. O comprimento de trabalho foi determinado a 1 mm doápice anatômico. A irrigação foi feitacom NaOCl a 2.5% em todos os casos. Os canais foram instrumentadospor limas tipo K e Hedstrom. Brocas Gates Glidden foram utilizadasna instrumentação dos terços coronáriose médios. Após instrumentação, oscanais foram secados por pontas de papel esterilizadas, e obturadospela técnica de condensação lateral dagutta-percha com cimento Roth 801. Os ápices foram cortadoscom brocas cirúrgicas em alta velocidade em distânciade 3 a 5 mm do ápice anatômico em ângulo de45°. Os dentes foram divididos em três grupos iguais, eos retropreparos foram realizados por 3 métodos. No grupo 1(instrumentação rotatória convencional eultra-sônica), os preparos foram feitos pelacombinação de micromotor einstrumentação ultra-sônica (25 a 40 kHz), comunidade Amadent Neosonic e pontas específicas pararetropreparos. Primeiro foi utilizado o micromotor, seguido deinstrumentação ultra-sônica para refinar opreparo e remover debris através da irrigação.No grupo 2 (instrumentação rotatóriaconvencional), os dentes foram preparados por brocas carbide # 1montadas em peça reta de mão. No grupo 3(instrumentação ultra-sônica somente), foiutilizada somente instrumentação ultra-sônica.As preparações foram realizadas com profundidademínima de 3 mm no longo eixo da raiz. Os retropreparos foraminspecionados visualmente sem ampliação e irrigadoscom solução salina. As coroas foram removidas najunção cemento-esmalte. As raízes foramcodificadas e armazenadas em solução salina. Asamostras foram montadas e um mínimo de trêsfotomicrografias foram tiradas para cada espécime emmicroscópio eletrônico de varredura (MEV): uma da facedo retropreparo (20x), e duas representando a área dasparedes (600x e 2000x). As fotomicrografias foram examinadas porquatro observadores. Os espécimes foram avaliados quantoà presença de debris, smear layer, e uniformidade dapreparação. Os resultados demonstraram que ascavidades preparadas com ultra-som, e combinada cominstrumentação rotatória, mostraramsignificantemente menos smear layer comparado com preparosrealizados somente com brocas. As cavidades preparadas porinstrumentação ultra-sônica e combinada cominstrumentação rotatória continhamsignificantemente menos debris em comparação aospreparos feitos com instrumentação rotatóriasomente. Não houve diferenças significativas entre astécnicas quanto à lisura e uniformidade dapreparação. FRANK et al.10 (1996) consideram que ospreparos apicais com ultra-som em cirurgia endodôntica setornaram um procedimento popular com muitas vantagens, como:cavidades menores, preparos mais profundos e mais limpos, menorremoção de osso circundante necessário para ainstrumentação e menor remoção dedentina apical radicular. Entretanto, houvepreocupação com o aparecimento de linhas de fraturaem algumas ocasiões, quando instrumentos ultra-sônicosforam utilizados. Foram avaliados os resultados de cavidadesapicais preparadas com cinco métodos diferentes:peças de mão em alta e baixa velocidade, instrumentossônicos e instrumentos ultra-sônicos em doisníveis de potência, média e alta. Foramutilizadas sessenta raízes de dentes extraídos, quetiveram seus ápices seccionados em 2-3mm com pedradiamantada em alta rotação sobrefrigeração de água. As raízes foramagrupadas de acordo com a forma (esférica, oblonga,côncava) e medida de acordo com seu menor diâmetro(<3mm; 3,0-3,5mm; >3,5mm) e distribuídas em seisgrupos experimentais, da seguinte forma:

a) grupo 1- 15 raízes com ápices radicularesseccionados e sem preparo apical;

b) grupo 2- 9 raízes preparadas com broca esféricanº1 em alta velocidade, sob refrigeração despray de água;

c) grupo 3- 9 raízes preparadas com broca esféricanº1 em baixa velocidade, sem refrigeração deágua;

d) grupo 4- 9 raízes preparadas com peça demão sônica e ponta #25;

e) grupo 5- 9 raízes preparadas com ponta de ultra-som napotência 5, sob refrigeração deágua;

f) grupo 6- 9 raízes preparadas com ultra-som napotência 10, sob refrigeração deágua.

Antes da confecção dos preparos apicais,as raízes seccionadas foram corada com azul de metileno a 2%para verificar a presença de linhas de fratura com uso demicroscópio clínico em aumento de 16 vezes; nenhumafratura foi detectada. Após os preparos apicais, asraízes foram novamente coradas e reexaminadas atravésde fotografias das superfícies em aumento de dez vezes comuso de microscópio. Os resultados mostraram que todos osmétodos produziram algumas fraturas. A potência maisalta do ultra-som produziu o maior número de fraturas,enquanto que o menor número de fraturas ocorreu no grupopreparado com a peça de mão em baixa velocidade e oultra-som na potência média.

LAYTON et al.18 (1996) realizaram um estudopara avaliar a integridade das superfícies radicularesseccionadas de dentes humanos extraídos após uso depontas ultra-sônicas em baixa e alta freqüência empreparos apicais. Os espécimes foram inicialmenteinspecionados para assegurar a ausência de fraturas outrincas pré-existentes em aumento de 2,6 vezes. Trinta paresde dentes bilaterais unirradiculados foram apicectomizados (alturade 3mm, perpendicular ao longo eixo dos dentes) com serradiamantada em baixa rotação. Após asapicectomias, foram imersos e armazenados em soluçãode azul de metileno a 0,004%. Após 48h de imersão, osespécimes foram examinados usando umestereomicroscópio, em aumento de vinte vezes a 63 vezes comtransiluminação por fibra ótica. Apresença, localização e número detrincas ou configurações superficiais aberrantesforam assinaladas. Em seguida, os dentes foram recolocados nasolução. Os dentes de cada par foram divididos emdois grupos experimentais, sendo que cada dente correspondente aopar, foi colocado em um grupo. Os canais radiculares dos dentesneste estudo não foram instrumentados ou obturados. No grupo1, foram confeccionadas cavidades apicais de Classe I com pontaultra-sônica em aparelho de ultra-som , nafreqüência mais baixa. O grupo 2 recebeu tratamentosemelhante, porém o ultra-som foi utilizado nafreqüência mais alta. A ponta de ultra-som CT-5 foiutilizada para iniciar o preparo e incluir os istmos. A ponta deultra-som CT-1 foi utilizada para aumentar a profundidade e tamanhodo preparo (3mm a partir da superfície do ápice). Osespécimes foram imersos em solução de azul demetileno a 0,004%. Dois investigadores examinaram novamente assuperfícies radiculares seccionadas com uso deestereomicroscópio em aumento de vinte vezes a 63 vezes e onúmero, tipo e localização das fraturas foramanotadas. Foram observados três tipos de trincas: trincas decanal, trincas intra-dentinárias e trincas de cemento.Ocorreram significativamente mais trincas nos ápicesradiculares após preparos apicais que após asapicectomias. Nos espécimes que apresentaram qualquer tipode trincas, ocorreram significativamente mais trincas por raiz,quando foi utilizado o preparo ultra-sônico na potênciamais alta do que na potência mais baixa.

SUMI et al.30 (1996) avaliaram os resultadosde cirurgias perirradiculares, nas quais os retropreparos foramrealizados com pontas ultra-sônicas em 157 dentes de 86pacientes. Os pacientes eram compostos de 40 homens e meninos, e 46mulheres e meninas, com idades variando de 13 a 67 anos. Operíodo deste estudo foi de 3 anos. Foram 114 dentesanteriores e 17 molares superiores, mais 20 dentes anteriores e 6molares inferiores envolvidos no estudo. Radiografiaspré-operatórias foram tomadas, e o tamanho dareabsorção óssea e radicular foi registrado. Asegunda radiografia foi tomada 2 a 3 dias após a cirurgiaquando as suturas foram removidas. Exames posteriores, incluindoradiografias, foram realizadas a cada 6 meses após acirurgia, sendo que as radiografias foram analisadas emnegatoscópio com auxílio de lentes de aumento. Operíodo de proservação durou de 6 meses a 3anos. O procedimento operatório consistiu de anestesialocal, incisão, preparação do retalhomucoperiósteo, e exposição do ápiceradicular, conforme é feito nas cirurgias perirradicularesconvencionais. A ressecção radicular foi realizadaperpendicular ao longo eixo do dente. A ponta ultra-sônicafoi colocada gentilmente no espaço pulpar e sobirrigação estéril constante, foi realizado oretropreparo com profundidade de 3 a 3,5 mm. Osretropreparos e as superfícies radiculares foram examinadoscom micro espelhos. O Super EBA foi misturado e colocado napreparação por meio de curetas. Gutta-percha (comdiâmetro de 0,4 a 0,8mm) revestida com Super EBA foi inseridana preparação para obturar qualquer espaçomorto existente no retropreparo. Após ainserção do Super EBA, seus excessos foram removidose suas margens foram brunidas. Após irrigaçãoda cavidade óssea com solução salina contendoantibiótico, o retalho foi posicionado e a sutura foicuidadosamente realizada com fio de nylon 6-0. O critériopara avaliação dos resultados envolveuavaliações clinicas e radiográficas. Acirurgia foi considerada bem sucessida, quando resultaram emausência ou regressão de manifestaçõesclínicas, como mobilidade do dente e dor a percussão,e radiograficamente quando houve nova formaçãoóssea. Os resultados obtidos foram de 145 dentes tratadoscom sucesso, equivalendo a um porcentual de 92.4%, concluindo destaforma, que a técnica de retropreparos realizados comultra-som provém excelentes resultados, constituindo-se deum procedimento simples e rápido. Ressaltaram ainda que, opequeno tamanho das pontas ultra-sônicas produz um preparobem definido, conservador e com 3 mm de profundidade, com paredesparalelas e coincidentes com a anatomia do sistema de canaisradiculares, permitindo fácil irrigação ealargamento do canal radicular, além de necessitar de menorângulo de ressecção da raiz.

BELING et al.2 (1997) avaliaram as fraturasde superfícies apicais seccionadas de dentes humanos antes eapós o preparo apical com ultra-som. Vinte pares de dentesunirradiculados humanos extraídos foram divididos em doisgrupos experimentais: a) grupo 1, foi realizada asecção apical em dentes sem tratamentoendodôntico. b) grupo 2, foi realizada a secçãoapical após a instrumentação dos canais epreenchimento com guta-percha. A apicectomia foi realizada emângulo de 90º. Todos os dentes em ambos os gruposreceberam preparo apical com uso de unidade ultra-sônica embaixa potência. Os ápices foram avaliados por doisexaminadores depois da ressecção apical e apóso preparo apical usando um aumento de 20 a 63 vezes. Onúmero, tipos e localização das fraturas foramanotados. Não houve diferença significativa quando asraízes preenchidas com guta percha foram comparadas comraízes não tratadas, em relação aonúmero ou tipo de fraturas, após a apicectomia ou opreparo apical. Além disso, não houvediferença significativa no número ou tipo de fraturaapós a secção apical e preparoultra-sônico quando comparado com os dentes que tiveramapenas secção radicular.

CARR6 (1997) considerou, que historicamente,a técnica de preparo apical consistia naconfecção de uma cavidade de Classe I dentro dadentina, preferencialmente em direção ao longo eixodo dente. A maioria dos preparos apicais era feita tanto com umapeça de mão reta em baixa rotaçãoquanto com um mini contra-ângulo utilizando brocas carbidepequenas esféricas ou cone-invertidas. Estas abordagenslimitavam seriamente a habilidade do operador no preparo correto dacavidade de Classe I da maneira ideal. Os erros mais comuns naconfecção dos preparos apicais são:

a) preparo apical localizado fora do longo eixo do canalradicular;

b) preparo apical com falta de retenção;

c) preparo apical com falta de extensão buco-lingualapropriada para garantir selamento adequado;

d) preparo apical falha na inclusão das áreas deistmo;

e) preparo apical enfraquece a delicada dentina apical poralargamento desnecessário.

O autor considerou que um preparo apical ideal deve terprofundidade mínima de 3mm na dentina radicular com paredesparalelas e coincidentes com o contorno anatômico doespaço pulpar. A técnica de preparo apical comultra-som foi desenvolvida para resolver os maiores problemas dospreparos convencionais com brocas. Quando executados da maneiracorreta, os preparos apicais com ultra-som são facilmente eprevisivelmente localizados no sentido do longo eixo dos canais esão extremamente conservadores no sentidomésio-distal. Quando usados em conjunto com uso demicroscópio, a técnica permite aressecção quase perpendicular do ápiceradicular.

FRAGA et al.9 (1997) realizaram um estudoutilizando diferentes marcas de aparelho de ultra-som e diferentestipos de retropontas. Foram utilizados quarenta incisivosinferiores humanos, recém extraídos, os quais tiveram2mm de seus ápices seccionados perpendicular ao longo eixodo dente com auxílio de uma broca carbide 699, em altarotação, sob intensa refrigeração.Posteriormente os dentes foram divididos em quatro grupos de dezdentes, em função do método empregado paraconfecção da cavidade retrógrada, obedecendo aseguinte ordem: a) grupo 1- ultra-som MULTI-SONIC, com ponta S12 D(90°), com refrigeração e potênciamáxima; b) grupo 2- ultra-som MULTI-SONIC com ponta S12 L(90°), com refrigeração e potênciamáxima; c) grupo 3- preparo convencional em baixarotação, com broca esférica n° 1, comabundante refrigeração; d) grupo 4- ultra-som ENAC,com ponta DF 35 120°, com refrigeração epotência média. Após o preparo de cada grupo,os dentes foram mantidos em temperatura ambiente, por 48 horas emsolução aquosa de azul de metileno a 2% e,após removido o excesso com auxílio de papelabsorvente, foram analisados em lupa estereoscópica (Dimex,México), com aumento de 40x, e então, determinadosescores quanto a presença de fratura. Os resultadosapontaram como melhor preparo o convencional, que nãoprovocou fratura, seguido do preparo com ultra-som ENAC. O piorresultado foi com o MULTI-SONIC e ponta S12D, inclusive sediferenciando estatisticamente do grupo 3.

MEHLHALFF et al.22 (1997) compararam ospreparos apicais realizados com ultra-som e brocas em altarotação. Foram utilizadas 76 raízes de dentespares bilaterais de cadáveres humanos. Para simularcondições in vivo, todos os procedimentoscirúrgicos foram realizados nos dentes dos cadáverespor um operador. O tamanho da cripta óssea e o ângulodo bisel foram determinados pela necessidade de acesso evisualização. Aproximadamente 2 a 3mm deápices foram seccionados. No grupo1, os preparos apicaisforam realizados com pontas em unidade de ultra-som em 38raízes e retrobturados com amálgama. No grupo 2, ospreparos apicais foram realizados com brocas esféricas #1/2com peça de mão com fibra ótica em altarotação e retrobturados com amálgama. Aprofundidade dos preparos foi de aproximadamente 3mm. O tamanho dacripta óssea foi medida e os dentes extraídos eradiografados no sentido mésio-distal evestíbulo-lingual. Nenhum dos preparos apicais resultou emperfuração radicular. A média da profundidademésio-distal mínima dos preparos com ultra-som ebroca foi de 2,11mm e 1,39mm, respectivamente. A média daprofundidade vestíbulo-lingual mínima dos preparoscom ultra-som foi de 2,51mm e com broca foi de 2,05. A profundidadedos preparos com ultra-som foi significativamente maior em ambasmedidas. O ângulo do bisel, associado ao preparo com brocafoi significativamente maior (35,1º) que o do preparo comultra-som (16º). A incidência de desvio dos preparos comultra-som do espaço dos canais não instrumentados foide 2,6%. Todos os preparos com brocas ficarem em ângulo agudoem relação ao longo eixo dos dentes. O tamanho dacripta óssea para o preparo com broca foi significativamentemaior que o do preparo com ultra-som. Os autores concluíramque os resultados desse estudo indicam que as pontasultra-sônicas produzem preparos apicais mais profundos emenor biselamento é necessário para facilitar opreparo e a retrobturação. O preparoultra-sônico também seguiu a direção doespaço do canal melhor que o preparo com broca, mesmo seminstrumentação prévia ouobturação. Sob as condições desseestudo, os preparos com ultra-som se mostraram superiores aospreparos com broca.

LLOYD et al.21 (1997) avaliaram a capacidadede vedação, in vitro, de um cimento obturador decanais radiculares (Diaket), utilizado como material retrobturadorem comparação com o amálgama, utilizando ométodo de infiltração linear pelo nanquim semo uso de vácuo. Foram utilizados oito grupos de vinte dentesextraídos, além de 12 dentes usados como controle, daseguinte maneira: a) apicectomia em bisel de 45º, preparoapical com broca esférica 008 e retrobturaçãocom amálgama; b) bisel de 45º, broca, Diaket; c) biselde 45º, usando ponta sônica para preparo apical,amálgama; d) bisel de 45º, ponta sônica, Diaket;e) sem bisel, broca, amálgama; f) sem bisel, broca, Diaket;g) sem bisel, ponta sônica, amálgama; h) sem bisel,ponta sônica, Diaket. Foram preparadas cavidades apicais com3mm de profundidade. Os espécimes foram imersos em tintananquim por duas semanas. Os dentes foram desmineralizados,diafanizados e a penetração linear do corante foiavaliada. Os resultados mostraram que Diaket produziu um selamentosuperior ao amálgama, independente do tipo de preparoapical. O ângulo do bisel da apicectomia nãoinfluenciou a infiltração. As cavidades apicaisrealizadas com instrumentos sônicos foram maiores que asrealizadas com brocas.

MIN et al.23 (1997) investigaram asalterações estruturais in vitro nas raízesseccionadas que receberam preparo apical com micro motorconvencional e com ultra-som em dois níveis de intensidade.Foram utilizados quarenta dentes molares superiores e inferioreshumanos extraídos, com raízes intactas, semrestaurações e ápices fechados e mantidos emsolução salina durante todo o tempo do experimento.As raízes mesiais dos molares mandibulares e asraízes vestibulares dos molares maxilares foram tratadasendodonticamente e o comprimento de trabalho foi 1mm aquémdo ápice. Os canais foram obturados pela técnica decondensação lateral utilizando cone de guta-percha ecimento Roth 801. Foram seccionados 3mm do ápice de cadaespécime com disco diamantado, em baixa velocidade emângulo de 90º no sentido do longo eixo do dente, sobirrigação constante de solução salina.Os dentes foram divididos em quatro grupos de dez: a) grupo 1-controle, não sendo feito nenhum tipo de tratamentoadicional; b) grupo 2- os preparos apicais foram realizados commicromotor convencional e broca cone invertido, com profundidade de2mm; c) grupo 3- os preparos apicais foram realizados com pontaultra-sônica, na velocidade mais baixa, recomendada pelofabricante; d) grupo 4- os preparos apicais foram realizados com amesma ponta ultra-sônica, na velocidade de nível 5. Ospreparos apicais realizados com ultra-som foram levados àprofundidade de 2mm e as retrobturações foramrealizadas com cimento Super EBA. Os espécimes foramcondicionados com ácido fosfórico a 37% durante 5 minpara remoção da smear layer, lavados por 10 min emágua corrente e secos. Em seguida, foram imersos emsolução de corante Eosina Y a 1:1000 durante 30min.Os ápices foram examinados em microscópio confocalfluorescente. Após o exame ao microscópio, osespécimes foram descalcificados em ácidofórmico e incluídos em parafina. Foram realizadosexames em cortes histológicos seriados ao nível de2mm, 3mm e 4mm da superfície seccionada. Os corteshistológicos foram corados por hematoxilina e eosina eexaminados em microscópio ótico paradetecção de trincas e canais laterais ouacessórios. A análise estatística dos dadosconfocais indicou não haver diferença significativaentre os grupos em relação ao número ecomprimento das fraturas. Os resultados dos dadoshistológicos indicaram que os ápices preparados peloultra-som tiveram, estatisticamente, um número maior defraturas que o grupo controle e o grupo de preparo convencional.Não houve diferença significativa entre os gruposcontrole e preparo convencional.

KRISTEN et al.17 (1997) realizaram um estudocomparativo de retropreparos realizados em 40 dentes humanosuni-radiculares, com raízes retas, extraídos devido aproblemas periodontais, no intuito de avaliar a presença detrincas nos retropreparos, em dentes instrumentados e obturados,comparados com dentes não obturados. Os dentes foramestocados em solução salina a 0,9% e 0,2% de “sodiumazide”, para inibir o crescimento bacteriano. Todos os dentes foraminicialmente examinados quanto a presença de trincas nasuperfície radicular, em aumento de 20x comiluminação por fibra ótica, e foram divididosem 2 grupos. No grupo 1 os dentes não foram instrumentadosnem obturados. No grupo 2, os dentes foram instrumentados pelatécnica crown- down e por brocas Gates Glidden, paraalargamento do terço cervical do canal e irrigados comsolução de hipoclorito de sódio a 2,5%. Osdentes foram armazenados em solução salina a 0.9%.Após a instrumentação, os dentes do grupo 2foram obturados pela técnica de condensaçãolateral da guta-percha. Ambos os grupos foram apicectomizados a 3mmdo ápice, usando disco diamantado de baixarotação sob irrigação constante, eperpendicular ao longo eixo do dente. Imediatamente após aressecção, os dentes foram armazenados em frasco de20 ml, contendo 0,004% de corante azul de metileno, no intuito defacilitar a visualização de trincas. 48 hs depois deimersão no corante, os retropreparos foram analisados pordois examinadores independentemente por MEV, em aumento de 20x para63x sob iluminação por fibra ótica. Apresença, local e número de trincas de cada dente foimapeada, e as trincas foram classificadas em: trincasintra–dentinárias, trincas no canal e trincascompletas. Os dentes foram reavaliados pelos mesmos examinadores.Todos os dentes foram retropreparados por pontasultra-sônicas na menor freqüência sobirrigação constante. Primeiro foi utilizada a pontaCT-5 para determinar a profundidade de 3 mm. A ponta CT-1 foiutilizada para dar acabamento ao preparo, o tempo depreparação foi o mesmo para todos os dentes e osmesmos retornaram para os frascos contendo corante. Após 48hs de imersão no corante os dentes foram observados pelosmesmos examinadores utilizados anteriormente. Os dados foramestatisticamente analisados, avaliando o número e tipo detrincas observado, na ressecção apical nosretropreparos dos canais obturados e não obturados.Não houve diferenças estatísticassignificantes entre os grupos avaliados. Após aressecção das quarenta raízes, dez trincasforam observadas em seis retropreparos. Estavam presentes em ambosos grupos. Cinco trincas estavam associadas com dois dentesobturados, e outras cinco trincas estavam associadas com quatrodentes não obturados. Após a confecçãodos retropreparos, foram observadas 13 trincas em oito dos quarentaretropreparos. Sete trincas estavam presentes em quatro dentesobturados, e seis trincas em quatro dentes não obturados.Foram observadas cinco novas trincas após os retropreparos,sendo todas elas incompletas. Após análise dosresultados, concluiu-se que houve significantemente mais trincasapós o uso do ultra-som na confecção dosretropreparos, do que nas ressecções apenas. Aspontas ultra-sônicas utilizadas em alta freqüênciaproduziram significantemente mais trincas do que quando utilizadasem baixa freqüência.

WAPLINGTON et al.33 (1997) relataram que opreparo apical com instrumentos ultra-sônicos é umprocedimento clínico consagrado. As vantagens proclamadasincluem o melhor acesso ao sítio cirúrgico (por causada redução do bisel apical) e produz um preparoapical mais conservador e mais rápido. Contudo, aocorrência de trincas após o preparo tem sidorelatada. Realizaram um estudo para determinar a incidênciade trincas nos ápices em diferentes potências doultra-som através da técnica de réplica emicroscopia eletrônica de varredura. Os canais radiculares de55 dentes unirradiculados e obturados pela técnica dacondensação lateral e cimento. As raízes foramseccionadas em ângulo de 90º a 3mm do ápice. Osdentes foram divididos em 11 grupos da seguinte forma: dez gruposcom preparo ultra-sônico e um grupo com preparo com broca,sendo que cada grupo foi formado por cinco espécimes. Foramconfeccionadas cavidades de Classe I com pontas de ultra-som emaparelho Neosonic em diferentes potências. O tempo de preparoe força aplicada foram constantes. O outro grupoexperimental foi preparado com broca esférica nº1.Foram feita réplicas dos espécimes através douso de material de moldagem silicona e resina epóxi. Osespécimes foram avaliados por microscopia eletrônicade varedurra para detectar alterações nasuperfície radicular. Os resultados não mostraramtrincas com o uso de todas as potências do ultra-som, apesarde algumas cavidades retrógradas exibirem suas margens comlascamento. Não foram observadas trincas nos dentespreparados com broca.

BRAMANTE et al.4 (1998) analisaram o preparode cavidades apicais para obturação retrógradarealizado com diferentes pontas de ultra-som da Gnatus e da Osada.Foram selecionados 98 dentes pré-molares unirradiculados.Quarenta e nove apresentaram o canal com forma ovalada, e Quarentae nove, com forma circular. Esses dentes tiveram seus ápicescortados a 3 mm com brocas tronco-cônicas no 699de modo que expusessem a parte final do canal, passando-seentão a realizar o preparo com as pontasultra-sônicas. Cada ponta da Gnatus quanto as da Osada foramutilizadas para o preparo de 7 dentes com canal em forma circular,e 7 dentes com canal com forma ovalada. As pontas da Gnatusutilizadas foram: S12, S12D, S13, S13D, P15, P15D. As pontas daOsada (Enac) foram: DF-3,5 90. Os preparos foram realizados com osaparelhos Multisonic, da Gnatus e Enac da Osada, com suasrespectivas pontas na potência 1 para endodontia. Airrigação durante o preparo foi realizada comágua destilada através do próprio aparelho.Nos canais circulares, as profundidades das cavidades correspondiamà parte ativa da ponta, considerando-se o preparo terminadoquando esta estivesse folgada na cavidade. Nos canais ovalados, aspontas eram direcionadas de modo que tocassem as paredes dascavidades, sendo a profundidade correspondente a parte ativa daponta. Após o preparo, a parte final da raiz que continha acavidade era cortada, montada em base metálica para ametalização, passando-se, então, àleitura em MEV. As cavidades foram então fotografadas comaumento de 50X. Nessas fotografias, foram analisadas quanto a suaforma e à lisura das paredes. Através daanálise dos dados chegaram as seguintes conclusões:1) Nos canais de forma circular, as pontas de ultra-som lisaspropiciam preparos mais regulares do que as diamantadas; destas, aspontas da Gnatus resultaram em preparos menos irregulares do que aspontas do Enac. 2) Nos canais com forma ovaladas, as pontas lisastambém prepararam cavidades mais regulares comparando-se comas diamantadas. Destas, o melhor preparo foi com as pontas daGnatus. 3) Os preparos realizados com pontas diamantadas foram maisregulares em dentes com canais de forma ovalada do que naqueles comforma circular. 4) As pontas diamantadas apresentam um maior poderde corte do que as pontas lisas.

GAGLIANI et al.11 (1998) fizeram um estudoavaliando se o ângulo de ressecção radicularapical tem importância significativa na reduçãoda infiltração via túbulos ou na áreaentre o material retrobturador e a dentina, em cavidades preparadascom pontas ultra-sônicas, usando como corante a fucsina a0,5%. Foram utilizados 48 premolares extraídosunirradiculados humanos (superiores e inferiores) de pacientes comidade entre 18 e 45 anos. Os dentes foram limpos, imersos emhipoclorito de sódio a 5% por 30 minutos e mantidos emformalina até o momento de uso. Os dentes foram tratadosendodonticamente pela técnica de condensaçãovertical com guta-percha e o comprimento de trabalho estabelecidofoi de 1mm aquém do ápice. Todas as raízesforam seccionadas a 3mm do ápice, sendo que a metade daamostra foi em ângulo de 45º e a outra metade emângulo de 90º. As cavidades apicais foram preparadas compontas ultra-sônicas, com metade da potência, sobirrigação constante em um tempo médio de 3min.A retrobturação foi realizada com Super-Seal. Asraízes tiveram seus biséis limpos comsolução de EDTA a 17% tamponada em um pH de 7,5. Osdentes foram mantidos em solução salina eimpermeabilizados com três camadas de esmalte para unhas e asraízes receberam uma camada de cera. Os cortes apicaispermaneceram sem impermeabilização. Dois dentes,usados como controle negativo, tiveram suas raízes tratadase obturadas sem ressecção apical e completamenteimpermeabilizadas por camadas de esmalte. Dois dentes, usados comocontrole positivo, foram apicectomizados, seus forames mantidos semobturação e receberam três camadas de esmalte,exceto os ápices. As amostras preparadas foram imersas emfucsina por 24 horas, lavadas em água corrente por 5 minutose secas. Os dentes foram divididos longitudinalmente em duasmetades iguais e examinadas em estereomicroscópio comaumento de 12 vezes. Foi então medida a profundidade depenetração pelo corante tanto na dentina quanto nainterface entre o material obturador e as paredesdentinárias. Os resultados mostraram que houve menorinfiltração tanto na dentina quanto na interfaceparede dentinária e material obturador no grupo de 90º,mas esta diferença só foi estatisticamentesignificativa para a dentina. Nenhuma das amostras apresentouinfiltração maior que a profundidade do preparo.Concluíram que um preparo apical de 3mm ou mais no sentidodo longo eixo do dente resulta em um selamento seguro e efetivo,não importando se o ângulo de corte foi de 45º ou90º.

LIN et al.19 (1998) estudaramcomparativamente a qualidade de técnicas de retropreparospreparadas por retropontas e por micromotores. Foram utilizados noestudo 20 molares superiores extraídos. Somenteraízes contendo dois canais e istmos foram selecionadas paraavaliação dos efeitos da instrumentaçãonos istmos. Raízes não tratadas de molares foramcortadas na furca para simplificar a avaliação.Raízes com fraturas ou trincas observadas em lupaestereoscópica foram descartadas. Todos os dentes foramestocados a 4°C de água destilada contendo 0.2% desolução de timol para inibir o crescimento bacterianoantes do uso. Após as coroas terem sido cortadas najunção cemento-esmalte por disco diamantado em baixarotação, os canais radiculares foram tratados. Ocomprimento de trabalho foi determinado a 1 mm do ápiceanatômico. Os canais foram instrumentados pela técnicastep-back. Foi utilizado o hipoclorito de sódio comosolução irrigadora. Após ainstrumentação, os canais foram secados com pontas depapel estéreis, e obturados com gutta-percha e cimentoendodôntico pela técnica de condensaçãolateral. As raízes foram cortadas a 3 mm do ápice emsentido perpendicular ao longo eixo da raiz por broca carbide emalta rotação sob irrigação constante despray de água. Cada raiz foi avaliada por dois examinadoresindependentes sob aumento de 10x por lupa. Os retropreparos foramrealizados no sentido do longo eixo da raiz. Os preparos foramfotografados por câmeras para avaliaçõesposteriores. As raízes foram divididas em 2 grupos de 10elementos cada: o grupo do micromotor e o grupo do ultra-som. Nogrupo do micromotor, os preparos foram realizados por micromotor debaixa rotação com broca n° 008 comirrigação de solução de NaCl.Após a preparação, as cavidades foram lavadascom 10 ml de solução de NaCl a 0.9%, simulando ascondições reais durante a cirurgia periapical. Nogrupo do ultra-som os preparos foram realizados por retropontasCT-5 com profundidade de 3 mm. A técnica de mínimapressão intermitente foi utilizada. Após apreparação as cavidades foram irrigadas com 10 ml desolução de NaCl a 0.9%. Comopadronização dos preparos, todos foram realizadospelo mesmo operador. Cada raiz foi analisada por dois examinadoresindependentes por lupa com aumento de 10x. Foram tiradasfotografias para analise posteriores com a ajuda de processamentode imagens e sistema de analises, varias medidas qualitativas deretropreparos foram calculadas e registradas. Os resultados dasinvestigações mostraram que os preparosultra-sônicos se mostraram mais conservadores e com menorrisco de perfurações de cavidades do que os preparosfeitos por brocas convencionais.

BRENT et al.5 (1999) relataram que ainstrumentação ultra-sônica tem sido associadacom trincas na área da dentina no preparo apical. Realizaramestudo para avaliar os preparos apicais em relaçãoàs trincas e descrever a morfologia da superfície docavo após o uso de instrumentos diamantados. Quarenta dentesforam inspecionados para detecção de trincasintra-dentinárias, trincas de canais incompletas e trincasde canais completas antes e depois do preparo apical cominstrumento ultra-sônico CT-5 de aço inoxidávele novamente, após o preparo com ponta ultra-sônicadiamantada S12D/90. Foram feitos moldes ápices empolivinilsiloxane após o preparo apical com CT-5 enovamente, após o preparo com a ponta ultra-sônicadiamantada. Foram feitas as réplicas, que foram divididasmetalizadas e então, inspecionadas usando microscopiaeletrônica de varredura. Os resultados indicaram que o uso depontas ultra-sônicas diamantadas para preparo apicalnão resulta em trincas significativas no ápiceradicular e que elas podem remover trincas surgidas a partir do usode um instrumento prévio. O uso da ponta de ultra-somdiamantada resultou em uma superfície do cavo comabrasão alta e coberta de debris, que podem afetar oselamento apical.

(CONTINUA)

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