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quarta-feira, março 27, 2024

Habilidades e Competência

Metodologia

Este trabalho será desenvolvido através de pesquisa bibliográfica, e será exploratório e qualitativo dos eixos que norteiam as habilidades e competências do tutor na educação à distância.

I. INTRODUÇÃO

A Educação a Distância é uma modalidade de educação que vem assumindo cada vez mais uma posição de destaque no cenário educacional.

Não há dúvidas que o tutor é muito importante para a orientação e supervisão do processo de ensino-aprendizagem no ensino a distância. A tutoria visa à orientação acadêmica, acompanhamento pedagógico. Para isso, o tutor deve possuir um papel profissional com capacidades, habilidades e competências inerentes à função. Precisa expressar uma atitude de excelente receptividade diante do aluno e assegurar um clima motivacional.

Em virtude da compreensão da atuação do professor/tutor, presente em todas as etapas nos cursos de EAD (planejamento, desenvolvimento e avaliação), novas competências são atribuídas ao tutor, não apenas no tocante às competências tecnológicas, mas em todas as esferas do processo educacional em que atua.

Partindo desses pressupostos, as competências necessárias à tutoria em EAD correspondem às ações que possibilitarão o desenvolvimento do cursista e do curso. Assim, o tutor deve ter competências gerenciais (planejamento, comunicação, organização do curso), tecnológicas (saber lidar com mídias e diversos tipos de tecnologias), pedagógicas (ação fundamentada em teorias e práticas educacionais) e de conteúdo (ter conhecimentos aprofundados sobre o tema em foco).

Espera-se que o tutor, além de possuir domínio da política educativa da instituição onde está inserido e conhecimento atualizado das disciplinas sobre sua responsabilidade, exerça uma sedução pedagógica adequada no processo educativo.

II. APRESENTANDO CONCEITOS

EaD

A Educação a distância é tão complexa quanto o ensino presencial e para que ela tenha qualidade precisa ser organizada desde a sua proposta até a sua prática. Ao propor que um curso nesta modalidade, é preciso pensar em será sua estrutura, recursos humanos, preparação e distribuição do material didático, organização do plano de ensino e das aulas, organização administrativa e de responsabilidades.

A estrutura envolve todos os recursos materiais e de espaço, necessários e adequados para apoiar a proposta do curso. Trata-se de recursos como pólos para os estudantes com acesso a Internet e tutores presenciais, bibliotecas, salas/auditórios para os encontros presenciais ou equipamentos para o uso de videoconferência, entre outros. Através do item recursos humanos é preciso delinear quem serão os participantes, suas funções no curso e responsabilidades. Isto envolve coordenadores do curso, pessoal para atendimento aos alunos, equipe técnica e administrativa, professores e tutores. (artigo citado por Konrath, Mary Lúcia Pedroso; Tarouco, Liane Margarida R.; Behar, Patrícia Alejandra, s/pg.)

A preparação e distribuição do material didático e a construção dos planos de ensino e de aula, são de extrema importância porque devem estar de acordo com os princípios pedagógicos e técnicos do curso. Além disso, devem ser pensados em conjunto com a estrutura e perfil dos recursos humanos que farão parte desta arquitetura pedagógica. Por isso, que a equipe de profissionais envolvidas neste processo precisa ter clareza dos princípios pedagógicos, objetivos do curso, perfil dos atores envolvidos e suas especificidades, assim como conhecer como um todo, a proposta e seus relacionamentos. (artigo citado por Konrath, Mary Lúcia Pedroso; Tarouco, Liane Margarida R.; Behar, Patrícia Alejandra, s/pg.)

É preciso pensar sempre que todos os aspectos mencionados estão interligados e que devem estar de acordo, para que o curso possa ter coesão e qualidade. O aprendizado planejado, mencionado por Moore e Kearsley (2007), pressupõe o seu caráter intencional no qual professor, tutor e aluno assumem outros papéis. A partir desta concepção, o professor e o tutor auxiliam e criam deliberadamente meios para ajudar o aluno aprender, enquanto o aluno precisa se propor deliberadamente a aprender. Na prática de ensino-aprendizagem pensada a partir da mediação pedagógica, professor e tutor ficam responsáveis pela mediação pedagógica. Assim tem entre suas funções: organizar os materiais no ambiente virtual de aprendizagem, orientar os alunos, responder as dúvidas operacionais e sobre o conteúdo, comentar as produções e interagir nas ferramentas de discussão, acompanhar e avaliar os alunos.

O aluno entra neste cenário como alguém que precisa também ter comprometimento, disciplina e organização do seu tempo e espaço de trabalho para que tenha êxito em seu aprendizado. (artigo citado por Konrath, Mary Lúcia Pedroso; Tarouco, Liane Margarida R.; Behar, Patrícia Alejandra, s/pg.)

O Tutor

A ligação aluno-professor ainda é, no imaginário pedagógico, uma dominante, o que torna a tutoria um ponto-chave em um sistema de ensino a distância (Maia, 1998, apud Niskier, 1999:391).

A tutoria como método nasceu no século XV na universidade, onde foi usada como orientação de caráter religioso aos estudantes, com o objetivo de infundir a fé e a conduta moral. Posteriormente, no século XX, o tutor assumiu o papel de orientador e acompanhante dos trabalhos acadêmicos, e é com este mesmo sentido que incorporou aos atuais programas de educação à distância (Sá, 1998).

A idéia de guia é a que aparece com maior força na definição da tarefa do tutor. Podemos definir tutor como o “guia, protetor ou defensor de alguém em qualquer aspecto”, enquanto o professor é alguém que “ensina qualquer coisa” (Litwin, 2001:93). A palavra professor procede da palavra “professore”, que significa “aquele que ensina ou professa um saber” (Alves; Nova, 2003).

Na perspectiva tradicional da educação à distância, era comum sustentar a idéia de que o tutor dirigia, orientava, apoiava a aprendizagem dos alunos, mas não ensinava. Assumiu-se a noção de que eram os materiais que ensinavam e o lugar do tutor passou a ser o de um “acompanhante” funcional para o sistema. O lugar do ensino assim definido ficava a cargo dos materiais, “pacotes” auto-suficientes seqüenciados e pautados, que finalizava com uma avaliação semelhante em sua concepção de ensino (Litwin, 2001).

Pensava-se desta forma quando “ensinar” era sinônimo de transmitir informações, ou de estimular o aparecimento de determinadas condutas. Nesse contexto, a tarefa do tutor consistia em assegurar o cumprimento dos objetivos, servindo de apoio ao programa (Litwin, 2001).

Habilidades e Competências

Ser competente significa ter condições de julgar, avaliar e ponderar para solucionar problemas ou decidir entre opções. O sujeito precisa ter conhecimentos que o permitam resolver ou enfrentar com sucesso uma determinada situação, desta forma é preciso que o mesmo utilize-se de seus conhecimentos ou saiba como buscá-los para utilizá-los em momentos que estes sejam necessários. A competência implica que o sujeito aplique novos conhecimentos as estruturas dos conhecimentos já concebidos criando novas estruturas que facilitem a solução por ele de novos desafios. Ela é o conjunto de atitudes, aptidões, capacidades, habilidades e conhecimentos que habilitam o sujeito para vários desempenhos da vida. As competências pressupõem operações mentais, ou seja, capacidades para usar as habilidades adequadas à realização de tarefas e conhecimentos. Logo, entende-se nesta abordagem que, para ser competente é preciso saber-conhecer, saber-fazer, saber-conviver e saber-ser.

As habilidades devem ser desenvolvidas na busca de competências. São definidas como capacidade relacionada ao saber-fazer de forma física ou mental determinada atividade. Autores como Moretto (2002) exemplificam habilidades como identificar variáveis, compreender fenômenos, relacionar informações, analisar situações-problema, sintetizar, julgar, correlacionar e manipular. (artigo citado por Konrath, Mary Lúcia Pedroso; Tarouco, Liane Margarida R.; Behar, Patrícia Alejandra)

De acordo com Fleury e Fleury (2001):

“A competência é um saber agir de forma responsável e reconhecida, que implicará a mobilização, integração e transferência de conhecimentos, recursos e habilidades que agrega, valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”.

Segundo Le Boterf (2003),

“A competência é uma ação ou um conjunto de ações finalizado sobre uma utilidade e sobre uma finalidade que tem um sentido para o profissional”.

A importância das competências do Tutor na EAD

Como definição de competências do tutor, diz Pedro Demo (1998):

“Que o professor em EAD deve agregar ao perfil exigências como saber lidar com materiais didáticos produzidos com meios eletrônicos, trabalhar com ambientes diferentes daqueles formais da escola ou universidade, acompanha ritmos pessoais e conviver com sistemas diversificadas de avaliação.

O tutor deve trabalhar com competências de comunicação interpessoal que pode ou não ser midiatizado pelo uso de suportes informatizados, apresentar seus saberes e experiências traduzidos de forma que os outros possam entendê-los e tirar proveito deles. Ele pode ajudar aos alunos a compreender o conteúdo, ajudá-los a desenvolver e aplicar processos de aprendizagem com eficiência e servir de ligação entre os alunos e a administração.

De acordo com Belloni (2001) há quatro dimensões de competências:

A pedagógica: a capacidade de o tutor interagir com o material didático; utilização de estratégias de orientação, acompanhamento e avaliação; demonstração de rapidez, clareza e correção nas respostas às perguntas e mensagens enviadas e estabelecer regras para o trabalho a ser desenvolvido.
A tecnológica: disposição para inovação educacional, adequação das tecnologias e do material didático do curso e domínio das ferramentas tecnológicas.
A didática: conhecimento do conteúdo do curso; capacidade de realizar intervenções didáticas; utilização de estratégias didáticas adequadas à diferenças culturais; proposição e supervisão de atividades práticas.
A pessoal: habilidades para interagir com os alunos de forma não presencial; habilidades para manter relações menos hierarquizadas do que na educação presencial; disposição para estimular a autonomia e a emancipação do aluno; competência para a conversação racionalmente comunicativa.

A importância das habilidades do Tutor na EAD

Os tutores têm que ter a habilidade de entendimento no uso do software, no teclado, capacidade razoável de leitura na tela e acesso bom a internet.
Ser respeitável na comunicação online (escrita), e capacidade de usar o tempo de forma apropriada.
Interagir através de e-mail em reuniões online e interação entre alunos.
Capacidade de resolver problemas online e resolver conflitos de forma construtiva.

III. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do uso das novas tecnologias de informação e comunicação houve a necessidade de lidar de outra forma com a informação, aprender não pode ser mais encarado como sinônimo de memorizar, guardar conteúdos, transmitir e obter conhecimento. Para que precisamos decorar se temos recursos potentes e de acesso facilitado que nos permitem acessar informações a qualquer momento e de qualquer lugar via Internet. Diante disto, se faz necessário que professores reflitam sobre a necessidade de assumir uma nova postura e entender que o processo de ensino-aprendizagem precisa evoluir juntamente com os recursos que temos a nossa disposição.

Partindo desses pressupostos, as competências e habilidades necessárias à tutoria em Educação a Distância, correspondem às ações que possibilitarão o desenvolvimento do cursista e do curso. Assim o tutor deve ter competências gerenciais, tecnológicas e pedagógicas.

Entende-se que a responsabilidade, a formação continuada e o desempenho do tutor, são ingredientes essenciais para o profissional exercer uma orientação e uma supervisão adequada no processo educativo.

IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LITTO, Fredic M. “ Mapeando o Impacto da EAD na cultura do Ensino Aprendizagem” – em http//www.abed.org.br/congresso2008 – s/ pg. acessado dia 28/04/09

GUTTIERREZ e PIETRO (1994) “Competências e Habilidades do Tutor” – em http// www.moodle.ufba.br/mod/book/view – s/ pg. acessado dia 28/04/09

SOUZA, Carlos Alberto; SPANHOL, Fernando José; LIMAS, Fernanda Cristina de Oliveira; CASSOL, Marlei Pereira. “Tutoria em Educação a Distância” – em http//www.abed.org.br/congresso2004/por/htm – s/pg. acessado dia 28/04/09

PERRENOUD, Philippe . As competências para ensinar no século XXI: a formação dos professores e o desafio da avaliação; trad. Claudia Shilling e Fátima Murad. – Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.

GONZALEZ, Mathias. “A arte da Sedução Pedagógica na Tutoria em Educação a Distância“ – em http//www.artigonal.com/…artigos/a-arte-da-seducao-pedagogica-na-tutoria-em-educacao-a-distancia-348606.html – s/pg. acessado dia 29/04/09

Commonwealth of Learning. “Tutoria em EAD – Um Manual para Tutores” – em http//www.scribd.com/doc/10553920/Tutoria-Ead –s/pg. acessado dia 29/04/09

GONZALEZ, Mathias. Fundamentos da tutoria em Educação a Distância. São Paulo: Editora Avercamp, 2005.

ALVES, L. NOVA C. (org.) Educação à distância: uma nova concepção e aprendizado e interatividade. São Paulo: Futura, 2003.

FERREIRA; S.L.; LOBO, V. I. T. “O tutor na educação à distância: que sujeito é esse. In: SERIE PROGED. Salvador, ISP/UFBA, p. 1-12, 2005.

KONRATH, Mary Lúcia Pedroso; TAROUCO, Liane Margarida R.; BEHAR, Patrícia Alejandra. “Competências: desafios para alunos tutores e professores na EAD”. – em http//www.cinted.ufrgs.br/renote/jul2009/artigos/3a_mary.pdf – acessado dia 16/11/2009

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