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quarta-feira, abril 17, 2024

Planejamento Turístico

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITO
3 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
4 PLANEJAMENTO TURÍSTICO
5 INVENTÁRIO
6 DIAGNÓSTICO
7 CONCLUSÃO
8 REFERÊNCIAS

1 – INTRODUÇÃO

O turismo é uma das indústrias mais importantes do mundo e possui um índice de crescimento muito rápido. Além disso, o turismo é uma fonte de empregabilidade e de receitas em constante progressão, tanto em países desenvolvidos como em países em vias de desenvolvimento.

Com o crescimento do fenômeno turístico, o nível dos impactos gerados por este tem aumentado. O Turismo quando realizado de forma não sustentável, agride o meio ambiente, afeta a cultura e a economia das populações receptoras.

Conseqüentemente se a atividade turística for bem planejada, o turismo não será considerado como um fim, mas antes como um instrumento para um incremento mais harmonioso das sociedades que compatibiliza o desenvolvimento do turismo com o respeito e a preservação dos recursos naturais, culturais e sociais e que favoreça a redução das tensões entre a indústria turística, os visitantes, as comunidades anfitriãs e o ambiente.

2 – CONCEITO

O planejamento é uma atividade que tem o intuito de estabelecer condições favoráveis para alcançar os objetivos propostos. Ele tem por objetivo de manter as facilidades e serviços para que uma comunidade atenda seus desejos e necessidades, ou, então, o desenvolvimento de estratégias que permitam a uma organização comercial de visualizar as oportunidades de lucros em determinados segmentos do mercado.

Entende-se o planejamento como um processo que consiste em determinar os objetivos de trabalho, ordenar os recursos materiais e humanos disponíveis, determinar os métodos e as técnicas aplicáveis, estabelecer as formas de organização e expor com precisão todas as particularizações necessárias para que a conduta das pessoas ou do grupo de pessoas que atuarão na execução dos trabalhos seja racionalmente direcionada para alcançar os resultados pretendidos. ,

3 – A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO

O planejamento, a preparação, é absolutamente indispensável em qualquer atividade. Ele tem como principal objetivo antever situações e condições como essas, prevendo o máximo possível de possibilidades e desenvolver as ferramentas, métodos ou estratégicas para transpor e solucionar obstáculos.

A “matéria-prima” do planejamento é a informação. Quanto maior for o número de variáveis, mais completo é o cenário que se consegue desenhar, maior o número de situações pode-se analisar e conseqüentemente, a possibilidade de resultados negativos torna-se menor, aumentando as chances de sucesso da empresa.

O planejamento é ferramenta extremamente valiosa que nunca deve ser desprezada, obrigatória na vida dos administradores. O planejamento é o processo de decisão dos objetivos da empresa, das mudanças nesses objetivos, dos recursos utilizados para atingi-los e das políticas que deverão governar a aquisição, utilização e disposição desses recursos. É um processo contínuo de tomada de decisões estratégicas.

Não se preocupa em antecipar decisões a serem tomadas no futuro, mas sim de considerar as implicações futuras de decisões que devem ser tomadas no presente. Proprietários, gerentes, empregados, sociedade em geral, estão mais preocupados com que ela vai ser do que com o que ela já foi. Toda empresa precisa de um objetivo central que se expressa em termos dos serviços que prestará à sociedade: para tanto, ela precisa de um conceito básico de como irá criar estes serviços.

Como a empresa deverá concorrer com outras empresas do seu ambiente de tarefa pelos recursos de que irá necessitar, ela precisará se distinguir ou se destacar em seus serviços ou seus métodos de criá-los. E já que ela precisará cooperar com outras empresas do seu ambiente de tarefa, ela precisa ter os meios para manter e assegurar o seu domínio, todos estes elementos juntos constituem as forças que levam à mudança, ao crescimento e à adaptação.

Uma observação que merece destaque é que a utilização de um planejamento sem qualidade pode ser tão ruim, e até mesmo mais prejudicial do que não utilizá-lo. Assegurar a qualidade da informação é vital para a elaboração de um plano com qualidade.

4 – PLANEJAMENTO TURÍSTICO

O planejamento de turismo é um sistema inter-relacionado de fatores de oferta e demanda. Os fatores de demanda são os mercados de turismo internacional e domestico que utilizam atrativos, equipamentos e serviços turísticos. Os fatores da oferta compreendem atrativos e atividades turísticas, alojamentos e outros equipamentos e serviços. Os atrativos são os aspectos característicos do local e seus respectivos diferenciais turísticos e todas as atividades desenvolvidas em função deles. Os fatores da oferta turística em conjunto podem ser denominados produto turístico.

O processo de planejamento em turismo apresenta as seguintes etapas: determinação dos objetivos, inventário de todos os recursos turísticos, análise e síntese da situação encontrada, formulação da política e do plano de turismo e também de recomendações de viabilidade, implementação e controle da gestão do processo total. Exige planos de longo prazo e projetos estratégicos.

O planejamento deve ter por finalidade promover o turismo, deve maximizar os benefícios sócio-econômicos, minimizar os custos e os impactos negativos gerados pela atividade, visando o bem estar da comunidade receptora e a rentabilidade dos empreendimentos do setor. Deve, portanto, buscar a geração de renda e de empregos para a população local. Outra finalidade deve ser a preservação do patrimônio turístico a partir de um modelo de desenvolvimento sustentado.

É essencial que os residentes da comunidade estejam envolvidos nas tomadas de decisões e na gestão do turismo, em termos de planejamento e desenvolvimento. Deve-se levar em conta também determinados aspectos para elaborar um plano de desenvolvimento turístico, a saber:

– é preciso refletir sobre aquilo que pode chamar a atenção do turista sobre o local que quer ser promovido;

– deve, no mínimo, haver alguns aspectos do lugar a ser visitado que o diferenciem do que se encontra na vida cotidiana, isto é, o turista procura locais diferentes da cidade em que vive;

– cada cidade precisa, cada vez mais, aparecer como um lugar inovador, excitante, criativo e seguro onde o turismo possa viver divertir-se e consumir;

– o crescimento do turismo em países em desenvolvimento não decorre apenas de processos internos inerentes a essas sociedades. Esse desenvolvimento é resultado de várias condições externas como:

– mudanças tecnológicas que ocorrem no mundo;

– cadeias de hotéis que crescem em escala mundial;

– novas agências de viagens que surgem em escala mundial;

– esforço de difundir o turismo de massa;

– encantamento cada vez maior que ocorre no mundo desenvolvido com a cultura de sociedades menos desenvolvidas (lugares exóticos);

– turista é um colecionador de visitas a novos lugares;

– turista desperta sua atenção para aquilo que é extraordinário e digno de ser visto;

– os serviços fornecidos aos turistas devem possuir qualidades que correspondam a suas expectativas;

– os serviços turísticos devem atender aos interesses dos turistas;

– local de interesse turístico deve dispor, no mínimo, de uma indústria de hospitalidade (transporte, hospedagem,alimentação e diversão);

– a alta qualidade da mão-de-obra empregada no turismo é condição mínima para seu desenvolvimento.

5 – INVENTÁRIO

O inventário, De acordo com a EMBRATUR, é o levantamento do conjunto dos recursos turísticos de uma determinada região, visando à correta ordenação e exploração do território, de forma a otimizar a utilização de seus recursos naturais e da oferta turística em geral.

O Inventário Turístico tem como objetivo identificar os atrativos, serviços, equipamentos, infra-estrutura, meios de acesso, variáveis gerais – fornecedores, concorrentes, clientes, mão-de-obra, entidades de classe – e variáveis operacionais – características sócio-econômicas, tecnológicas, legais e políticas – de uma localidade. É o processo pelo qual se registra o conjunto dos atrativos turísticos, dos equipamentos e serviços turísticos de uma determinada região, visando á correta ordenação e exploração do território, de forma a otimizar a utilização de seus recursos naturais e culturais.

Este documento é utilizado não só pelo poder público a fim de obter subsídios para planejamento turístico sustentável, assim como turistas em busca de informações sobre a região, estudantes para realização de pesquisas e estudos, empreendedores com objetivo de ter maiores informações sobre o local que pretende abrir empreendimento turístico ou não, imprensa e outros interessados.

6 – DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é a etapa do planejamento que descreve a situação atual do destino com base nos fatos, nas estatísticas e no seu histórico, obtidos pelo inventário. Ele depende da amplitude do estudo, do tipo do turismo e do local sobre o qual se realiza. O fator mais importante do diagnóstico é a apresentação de uma visão analítica do fenômeno turístico na localidade, das variedades que o determinam e das relações entre seus diversos componentes. O diagnóstico visa:

– Analisar os recursos ambientais naturais para a sustentabilidade do turismo;

– Analisar o patrimônio cultural na região e seu potencial de utilização na sustentabilidade do turismo;

– Caracterizar e analisar a estrutura social, classificando-a segundo o processo de ocupação territorial, e a medida da participação da comunidade na produção de bens e serviços e nas atividades turísticas;

– Dimensionar e analisar a estrutura econômica do setor: nível de emprego, volume de investimentos, rentabilidade e consumo;

– Caracterizar e analisar a estrutura político-institucional da região, nos setores público e privado;

– Dimensionar e analisar a infra-estrutura regional urbana e de acesso para o processo sustentável de ocupação turístico recreativa, tendo em vista a abrangência territorial da área de estudo;

– Utilizar indicadores estatísticos e teorimétricos para identificar a situação atual e projetar cenários futuros do mercado;

– Caracterizar e dimensionar a oferta regional existente ou projetada de alojamentos, transportes, equipamentos, instalações e serviços.

– Identificar e caracterizar o diferencial turístico da região para a estruturação das políticas de marketing e de fixação de segmentos do mercado de consumo;

– Caracterizar, classificar e quantificar a demanda atual e futura de bens e serviços turísticos.

– Identificar desequilíbrios entre oferta e demanda do turismo da região.

7 – CONCLUSÃO

O turismo no Brasil consolidou-se nesta década como setor importante na economia nacional e vem apresentando, até hoje, altas taxas de crescimento, e ao que tudo indica continuará em expansão.

Além dos crescentes benefícios econômicos, o turismo traz benefícios sociais, ampliando o mercado de trabalho e melhorando a infra-estrutura de lazer. Por este último, são beneficiadas crescentes faixas da sociedade brasileira que participam do turismo, como também os moradores das regiões turísticas.

O turismo compensa as dificuldades decorrentes de outros setores da atividade econômica e atua como instrumento de equilíbrio, pois promove e desenvolve a economia com aumento da oferta de empregos. No entanto, devemos também reconhecer e alertar para o fato de que a atividade turística é capaz de produzir efeitos negativos se não for bem planejada.

Por exemplo, pode promover um crescimento desordenado pelo excesso de oferta de acomodações, criar forte concentração demográfica, aumentar os preços dos produtos e dos serviços locais, destruir o patrimônio natural, criar altíssima temporada em contraste com a baixa temporada nos demais meses do ano; o turismo pode ainda criar uma reação negativa na população que vive dele (falta de cultura turística generalizada) e promover o abandono gradual de outras atividades econômicas se a organização do turismo local for pouco versátil.

Todos esses problemas poderão ser evitados se o turismo for planejado com seriedade, profissionalismo e adequado à localidade. Ao contrário da indústria, o produto turístico não vai ao consumidor mas o consumidor vai ao produto, e este consiste de um conjunto de serviços cuja qualidade é altamente dependente de fatores externos, como da qualidade de infra-estrutura urbana e do meio ambiente.

Esta característica do produto turístico torna, portanto, necessário o seu planejamento em nível de pólo turístico (Município ou Micro – região). Uma outra característica, que comprova ainda mais esta necessidade de se planejamento, é a de que o produto turístico é vendido normalmente por um número considerável de pequenos empreendimentos e um grande número de clientes.

A tarefa de planejamento só será eficiente, na medida em que integrar na sua implementação, a soma dos setores envolvidos no processo: Estado, Municípios e comunidade. Ao mesmo tempo, o planejamento turístico, deve formar parte da estratégia global de planejamento estadual, integrando-se com os outros setores que planejam o seu desenvolvimento sócio-econômico, desenvolvimento este que procura o aproveitamento racional do potencial natural e cultural do Estado, a preservação ambiental, com o objetivo de melhoria da qualidade de vida da população e uma distribuição mais equilibrada dos benefícios.

Entretanto, pode-se concluir que o turismo é uma atividade socioeconômica bastante complexa e que, se planejada por profissionais competentes, pode ser responsável pelo crescimento e desenvolvimento de qualquer possível centro receptor, além de diversos outros benefícios.

8 – REFERÊNCIAS

DIAS, Reinaldo. Planejamento do Turismo: política e desenvolvimento do turismo no Brasil. São Paulo: Atlas, 2003.

HALL, C. M. Planejamento Turístico: políticas, processos e relacionamentos. São Paulo: Contexto, 2001. 276p.

PETROCCHI, Mario. Turismo: Planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 1998.381 p.

RUSCHUMANN, Doris Van de Meene. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. Campinas, São Paulo: Papirus, 1997.

SWARBROOKE, John. Turismo Sustentável: conceitos e impacto ambiental. Vol. 1. São Paulo: Aleph, 2000.

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